O futuro do socialismo
Não me parece que quem, à esquerda, acredita que esta crise vai servir para revitalizar o socialismo vá ter muita sorte. O socialismo nunca deixou de dominar as práticas do Estado. As reformas liberais dos anos 80 não reduziram o peso do Estado na economia. Limitaram-se a modificar a forma como o Estado controla os recursos. Em Portugal, o Estado deixou de controlar as empresas públicas, mas o sector público cresceu mais que o sector privado. O sector públicos deixou de gerir empresas, mas expandiu-se nas áreas da educação, saúde e segurança social. O Estado já não gere os cimentos e a cerveja, mas criou uma infinidade de autoridades reguladoras que na prática continuam a gerir muitos dos sectores que anteriormente se encontravam nacionalizados. Por outro lado, aquilo que o Estado devolveu ao sector privado sob a forma de maior liberdade empresarial retirou de novo sob a forma de impostos. Nos Estado Unidos liberalizaram-se alguns sectores, mas a depesa pública em educação e saúde aumentou, existindo há muito uma pressão para a social-democratização do estado federal.
A esquerda sonha com uma alteração radical rumo ao socialismo semelhante à que ocorreu nos anos 30, após a grande depressão. Só que isso não é possível por duas razões principais. Primeiro, porque, em quase todos os países ocidentais, o peso do Estado na sociedade está próximo do máximo histórico. Segundo porque os níveis de sofisticação da economia actual são muito superiores aos níveis de sofisticação dos anos 30. Os níveis de sofisticação actuais, baseados na descentralização e no conhecimento, são incompatíveis com modelos económicos de comando e controlo por tecnocratas. Não é possível tornar o sistema mais socialista sem com isso reduzir significativamente os níveis de bem estar.

João Miranda, apenas uma pergunta: quem é que quer enganar?
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«Não é possível tornar o sistema mais socialista sem com isso reduzir significativamente os níveis de bem estar.»
da maneira como as nuvens estão a ficar cada vez mais negras na economia ocidental, penso que o sistema socialista até faria melhor figura, em termos de niveis de bem estar, que aquele para onde temos estado a ser empurrados
António
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Temos estado a ser empurrados para um maior peso do estado (como nunca antes visto). O empurrão é o do socialismo. Ai António, essa lógica.
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“da maneira como as nuvens estão a ficar cada vez mais negras na economia ocidental, penso que o sistema socialista até faria melhor figura, em termos de niveis de bem estar, que aquele para onde temos estado a ser empurrados”
Felizmente, mesmo com crise e tudo, ainda estamos a anos-luz de distância do melhor que os sistemas socialistas alguma vez conseguiram, nas 40 experiências postas em prática.
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claro o paradigma no ocidente (EUA inclusive), nas ultimas 3 decadas foi claramente o socialismo..
O Bush Socialista, o Blair Socialista, até o socrates divergiu claramente para a ala esquerda alegrista desde que está no poder..
No fundo o paradigma neoliberal, das ultimas decadas é claramente atribuido ao sector financeiro e é devido a esse modelo / paradigma que uma das maiores crises economicas de sempre se instalou no ocidente
Não vale a pena querer-mos enganar-nos a nós proprios.
António
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«Felizmente, mesmo com crise e tudo, ainda estamos a anos-luz de distância do melhor »
Mas uma coisa não valoriza a outra
Digamos que ambos (liberal/socialista)correram mal
è preciso um novo paradigma
Jàandam uns manifestos interessantes a correr na net
António
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“…Felizmente, mesmo com crise e tudo, ainda estamos a anos-luz de distância do melhor que os sistemas socialistas alguma vez conseguiram, nas 40 experiências postas em prática…”
JCD no seu melhor…
Onde é que alguma vez foram postas em prática experiências socialistas?
Será que se está a referir à curta experiência na Alemanha, aí entre 38 e 45, ou a outros que também se diziam socialistas como este Socras?
Questão pertinente:
Será que o JCD é loira?
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O Toni consegue desmentir que o peso do Estaado nunca foi tão grande? Bom, então só pode estar de má fé, Toni.
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“Onde é que alguma vez foram postas em prática experiências socialistas?”
Quer a lista? Encontra tudo na wikipedia.
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«Felizmente, mesmo com crise e tudo, ainda estamos a anos-luz de distância do melhor »
Mas uma coisa não valoriza a outra
Digamos que ambos (liberal/socialista)correram mal”
Não. Digamos que, apesar de tudo, os melhores países do mundo tÊm um factor comum: décadas de capitalismo. Com mais ou menos estado, a única coisa que sabemos com verteza é que as democracias liberais capitalistas fizeram melhor que qualquer alternativa.
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Vê-se logo que o socialismo foi o modelo vigente nas últimas décadas. Aliás, uma das características fundamentais do socialismo é a globalização…
Como já aqui disseram: quem é que quer enganar?
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EU: O comunismo faliu!
COMUNISTAS: foi porque não eram VERDADEIROS comunistas.
EU: O liberalismo faliu!
LIBERAIS: é que não eram verdadeiros liberais.
PAPA: a crise financeira é devida á falta de fé em Cristo.
EU: Mas 99.9% dos decisores, políticos e económicos, eram cristãos
PAPA: é que não eram verdeiros cristãos.
José Simões
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“em quase todos os países ocidentais, o peso do Estado na sociedade está próximo do máximo histórico.”
Alguém consegue desmentir isto? POIS. Ora, que saiba, “peso do estado” é tudo menos “liberalismoo”. Right?
POIS.
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““em quase todos os países ocidentais, o peso do Estado na sociedade está próximo do máximo histórico.””
Espero pela refutação. Pode ser do Toni de cima, por exemplo.
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A Receita do Estado em 2007, o LUCRO DO ESTADO e respectiva nomenklatura SOBRE TUDO O PRODUZIDO e CONSUMIDO POR PORTUGAL, foi 42,2%. Só em Impostos qualquer coisa como 14.004.853 MILHARES DE EUROS.
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Nesse mesmo ano, 2007, o LUCRO das Instituiçoes Financeiras e Empresas Economicas, que TRABALHARAM para criar TUDO O PRODUZIDO e CONSUMIDO POR PORTUGAL foi inferior à Taxa de Inflação:
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na parte dos Empresários foi o restou depois de terem pago tudo da Empresa. Na Parte dos seus Empregados é a POUPANÇA que restou depois de pagarem as suas despesas diárias de Vida.
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Se isto é inferior à quantidade de dinheiro correspondente à Inflação, conclui-se que é LUCRO VIRTUAL e que parte das POUPANÇAS ACUMULADAS em anos anteriores estão também a passr a VIRTUAIS. O LUCRO REAL (não-virtual) é nacioanlizado pelo Estado usando os varios Impostos Directos e Indirectos (IVA, IRC, IRS, IMI, IC’s, IA, ISV, IMI etc), Contribuições (S Social e ADSE), Multas, Juros de Móra, Licenças, Alvarás, Taxas, Emolumentos etc:
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uma panapolia de nomes são a “tarantola, aranha gigante” sugadora do fruto do trabalho de Empresários e Empregadores (a parte das Receitas do Estado proveniemtes de Vencimentos, Consumo do proprio Estado e Investimentos Publicos, são numeros somente contabilisticos, receitas virtuais).
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Conclui-se o LUCRO REAL DO PAÍS é todos os anos NACIONALIZADO pelo Estado e usa a Inflação (a real é bem superior) para fabrica Lucros e Poupanças virtuais para tudo o resto.
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Protegida disto tudo está a Economia Subterrânea, as diversas operações económicas, a corrupção e a especulação.
Ideologicamente, ao pé disto o Regime Comunista Chinês e similares são exercicios de aprendizes, com uma diferença essencial: não estão sujeitos á IMPLOSÃO DO SISTEMA e da INVIABILIDADE como Países.
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O muito grave é o embuste e o engano daqueles Portugueses que empreendem e trabalham para criar o Consumido e Produzido por Portugal porque de facto anda a fazer figura de parvo restando-lhe 3 soluções: ou trabalha no Estado, ou se Reforma, ou Emigra capitais ou com as suas capacidades pessoais de criar para Consumo ou Produção.
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Não há aqui qualquer intenção Oratória, Partidária, Politica ou sequer de “bota-abaixo”. Apenas a VIDA e a REALIZAÇÃO PESSOAL fazem-se com REALIDADES
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Desde a revolução (PREC) que o estado Portugues (na altura com quase tudo nacionalizado)tem vindo gradualmente, a privatizar e a exercer menos pressão nos mercados financeiros, Isto em portugal. è certo que a despesa do estado é grande, mas isso nada tem a ver com leis regulatorias (poe ex para a banca) No resto do ocidente as ultimas decadas não foram propriamente keynesianas, foram neoliberais.
Basta comparar os modelos escandinavos com os EUA ou A inglaterra de Blair.
An(toni)o
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Nem socialismo, nem o Liberalismo, tem futuro.
Temos a amostra da Russia e da América.
Não há duvida sobre isso
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A maior parte dos lucros reais não pagam impostos… vrumm vrum para os paraísos fiscais.
O estado pesa, pois pesa… tanta regalia e ordenado para tão poucos.
Se quiserem baixar mais a qualidade / nível de vida dos cidadão então a minha sugestão é que desça para todos. É ver a definição de saúde da OMS e já sercebe porque. Os nativos de qq tribo da amazónia providos de pouquitos haveres materiais~, parecem viver bem com isso… pois, não existem as assimetrias que se vêm por cá.
Uns chamaram-lhe inveja, outros chamam-lhe justiça. Agora chamar ao sistema económico em que vivemos de socialismo????
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Mais um excelente texto JM, e tudo o resto que aqui se disse é parvoíce de quem vive enfiado dentro de casa a ver o canal parlamento.
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“Manuela, pressionada, retirou Santana da agenda”
Titulo do DN
È um catavento
Um governo assim ja viram o que é?
Ainda vai para Ministro do Mar
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È no minimo giro, (numa altura em que as taxas de crescimento no ocidente aprontam-se a roçar o negativo) ver JM a falar em socialismo como redução do bem estar
Antonio
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António, o seu conceito de socialismo é um pouco arcaico.
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“o seu conceito de socialismo é um pouco arcaico”.
Não não, o do Socrates é que é uma farsa
Não esqueça que Portugal e o ocidente é uma zona de assimetrias em crescendo (deve ser este o socialismo a que JM se refere neste post)
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Deixem ver se percebi:
Não pode haver revolução socialista por duas razões:
1 – Porque já há socialismo;
2 – Porque se houvesse perdíamos o que já temos, e isso é indesejável.
Se vivemos num mundo cujo sistema (descentralizado), é incompatível com a ideologia socialista (necessariamente tecnocrata), duvido que se possa dizer que vivemos em socialismo.
Ou isso o Miranda usa dois sentidos para a palavra «socialismo».
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O António está a confundir partido Socialista com Socialismo, e a confundir aquilo que se diz do Socialismo com o que é realmente o Socialismo.
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Holmes, o problema do seu raciocínio é que assenta numa falácia. Simplesmente não vivemos num sistema descentralizado.
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Basta reparar no corriculum EMPRESARIAL de muitos politicos ditos “socialistas e “sociais democratas”, do centrao das ultimas decadas, para compreender o quanto JM está correto quando diz que sempre existiu xuxialismo em portugal.
Antonio
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O socialismo (culpado) que o JM diz exister em portugal:
«Governo privatiza Galp, ANA, TAP e Inapa em 2009» – Jornal Negócios
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=336032
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Essa do Bush Socialista… ai, ai. Não me diga que também acredita que os 2 candidtos a Presidentes também são marxistas ou que precisam do Socialismo para alguma coisa ? Só de quem acredite que ‘as Twin Towers é que foram contra os aviões” ou “que cairam sozinhas e os aviões eram hologramas”. Santa ignorancia ou onde chega a demagogia.
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Vou-lhe dar uma surpresa: afinal quem é que está verdadeiramente em crunch ? Quem é que correu com os especuladores da sua casa para fóra ? Ora pense lá bem no que de facto se está a passar. É que parece que o “monstrinho” foi devolvido aos “pais”.
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e seguindo com atenção a Comunicação Social Internacional e a Campanha Presidencial parece que na “limpeza da casa” há por lá mais umas “lixeiras” para devolver às procedências.
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http://www.theglobeandmail.com/servlet/story/RTGAM.20081016.wkarlmarx1016/BNStory/International/?page=rss&id=RTGAM.20081016.wkarlmarx1016
Reuters
October 16, 2008 at 10:04 AM EDT
BERLIN — Two decades after the Berlin Wall fell, communism’s founding father Karl Marx is back in vogue in eastern Germany — thanks to the global financial crisis.
His 1867 critical analysis of capitalism, “Das Kapital,” has risen from the publishing graveyard to become an improbable best-seller for academic publisher Karl-Dietz-Verlag.
“Everyone thought there would never ever again be any demand for ‘Das Kapital’,” managing director Joern Schuetrumpf told Reuters after selling 1,500 copies so far this year, triple the number sold in all of 2007 and a 100-fold increase since 1990.
“Even bankers and managers are now reading ‘Das Kapital’ to try to understand what they’ve been doing to us. Marx is definitely ‘in’ right now,” Mr. Schuetrumpf said.
The revival of Marx’s treatise reflects a broader rejection of capitalism by many in eastern Germany, a communist country until 1989 and now racked by high unemployment and poverty.
A month of intense financial turmoil has toppled banks in the United States and forced a series of government bailouts in Germany and elsewhere, reinforcing anti-capitalist sentiment.
Chancellor Angela Merkel, herself an easterner, unveiled a 500 billion euro financial rescue package this week, a move decried as a reward for irresponsible bankers.
A recent survey found 52 per cent of eastern Germans believe the free market economy is “unsuitable” and 43 per cent said they wanted socialism rather than capitalism, findings confirmed in interviews with dozens of ordinary easterners.
“We read about the ‘horrors of capitalism’ in school. They really got that right. Karl Marx was spot on,” said Thomas Pivitt, a 46-year-old IT worker from east Berlin.
“I had a pretty good life before the Wall fell,” he added. “No one worried about money because money didn’t really matter. You had a job even if you didn’t want one. The communist idea wasn’t all that bad.”
Unemployment in the former communist east is 14 per cent, double western levels, and wages are significantly lower. Millions of jobs were lost after reunification. Many eastern factories were bought by western competitors and shut down.
“I thought communism was shit but capitalism is even worse,” said Hermann Haibel, a 76-year old retired blacksmith, who was strolling near Alexanderplatz in the heart of old East Berlin.
“The free market is brutal. The capitalist wants to squeeze out more, more, more,” he said.
Free market hopes were high in the east when Chancellor Helmut Kohl promised “flourishing landscapes”.
But while some areas on the outskirts of Berlin, in Leipzig and along the Baltic shore are thriving, much of the rest suffers from depopulation and high unemployment.
The opposition Left party, which traces its roots to Erich Honecker’s SED party, has capitalized on the frustration and become the east’s most popular party with support of 30 per cent.
“I don’t think capitalism is the right system for us,” said Monika Weber, a 46-year-old city clerk.
“The distribution of wealth is unfair. We’re seeing that now. The little people like me are going to have to pay for this financial mess with higher taxes because of greedy bankers.”
Like many other east Germans, Ralf Wulff said he was delighted about the fall of the Berlin Wall and to see capitalism replace communism. But the euphoria was ephemeral.
“It took just a few weeks to realize what the free market economy was all about,” said Mr. Wulff. “It’s rampant materialism and exploitation. Human beings get lost. We didn’t have the material comforts but communism still had a lot going for it.”
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«Governo privatiza Galp, ANA, TAP e Inapa em 2009» – Jornal Negócios»
há 3 anos que dizem a mesma coisa……e nada.
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«Holmes, o problema do seu raciocínio é que assenta numa falácia. Simplesmente não vivemos num sistema descentralizado.»
Ou então, Pizarro, você é que não entendeu bem.
Para utilizar um exemplo dado várias vezes na campanha eleitoral americana, nos últimos tempos: um país pedir dinheiro emprestado a outro país para pagar a um terceiro país, é o quê, exactamente?
Não é demasiado óbvio que o fenómeno da globalização é impossível num sistema socialista? Sistema socialista que, por definição, é proteccionista, fechado à sua própria comunidade? A não ser que agora também já estejam a negar a globalização…
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A crise é mesmo séria, até na “Playboy”:
http://www.msnbc.msn.com/id/27221967/
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Que chatice.
Santana já não vai ser Presidente de Lisboa.
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então que venha para a minha terrinha, temos binho bom mas gajas…
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“Não. Digamos que, apesar de tudo, os melhores países do mundo tÊm um factor comum: décadas de capitalismo. Com mais ou menos estado, a única coisa que sabemos com verteza é que as democracias liberais capitalistas fizeram melhor que qualquer alternativa.”
Disparate. Os países que tradicionalmente têm um melhor indice de desenvolvimento humano são países onde o estado não se demitiu da sua função reguladora e fiscalizadora. Os EUA são economicamente “viáveis” porque têm décadas de intervenções militares e/ou politicas e/ou subversivas que garantem a primazia do Big Money americano.
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O joão miranda ensandeceu… e não deve ser o único!
Realmente agora só já são ridiculos, esperemos que não começem a morder.
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