Goste-se ou não *
Depois dos rios de tinta acerca das lesões que Sarah Palin estará a causar a John McCain, escrevi a vários amigos norte-americanos inquirindo-os sobre o assunto. Sem surpresa, descobri que aqueles que preferem Barack Obama julgam Palin uma enorme desgraça; os que consideram votar em McCain pensam o contrário.
Sejamos claros: Palin foi escolhida na tentativa de assegurar o voto da direita ultraconservadora que ofereceu a vitória a Bush nas duas últimas eleições e que está muito longe de apreciar McCain. E não parece ter falhado esse objectivo. Palin não está lá para agradar aos leitores do ‘The New York Times’ ou aos europeus rendidos a Obama.
Embora se tenha convertido num pretexto para sossegar a consciência dos que gostam de estar ao lado do provável vencedor, os trânsfugas republicanos, os Obamacons, é bom não esquecer que também há a PUMA (Party Unity My Ass) formada por adeptos de Hillary que juraram nunca apoiar Obama e que podem vir a votar McCain.

É evidente que Palin só agrada aos republicanos. Por alguma coisa é.
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Anne Applebaum (Prémio Pulitzer), aparece hoje traduzida do WashingtonPost na pg.7 do Público “Por que McCain perdeu o meu voto”.
Com uma escrita muito máscula, termina assim o artigo:
“Mas pelo menos se ele (Obama) ganhar, posso ter a certeza de que a turba que grita ‘terrorista’ ao ouvir o nome de Obama ficará longe, muito longe da Casa Branca.”
Faz-me lembrar alguns outros gritos que nestas caixas se repetem sobre Sócrates.
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O CAA mas o que é que isso interessa ? a gente quer é lê-lo sobre a aquela equipa de marrecos às riscas, liderada pela maior contratação da epóca cebolinha, o futebol miserável que envergonha até Miguel Sousa Tavares…..
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Piscoiso abre a pestana …não faças do Sócrates a vítima. É dele que parte a arrogância, os maus modos, o cara de mau, quando fala da oposição e de quem o critica…até telefona para directores de jornais a ameaçar….aliás, o clima de ameaça é constante ao melhor estilo quem se mete com o PS leva…
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É uma coisa que se nota.. a cara de mau de Socrates …lol
Não há pachorra.
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Primeiro, o Carlos não me conhece de nenhum lado para me tratar por “tu”.
Segundo, mantenha lá a sua pestana aberta que o problema é seu.
Terceiro, as suas opiniões são como as da minha tia Bernardina que não larga a braguilha do homem.
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Oh Piscoiso, TU demonstras bem o tipo de gente que se revê no tal de Sócrates. Cumprimentos camarada, e não fique enchofrado de o tratarem por “tu”. Ou a camaradagem é só para uns quantos eleitos?
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Vá chamar camarada a quem o trata por “tu”.
Nem creio que Anne Applebaum se reveja em Obama, o que não a impede de ser contra os fanáticos que lhe são contra.
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depois de vários posts sobre o assunto fica-se sem saber qual é na realidade a opinião do CAA sobre a governadora Palin.
dizer que ela foi escolhida por motivos eleitorais é constatar o óbvio e não altera em nada o facto de Palin não estar nem de perto nem de longe preparada para ser nº2,quanto mais não seja porque pode muito bem chegar a nº 1, o que seria perfeitamente assustador…
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Também o delegado de propaganda da intel não estava progamado pra 1º ministro e temos q o gramar.
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Faço minhas as palavras de Wolverine.
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Caro CAA,
a sua análise faz por esquecer o grupo mais importante, aquele que à partida não sabia se preferia Obama ou McCain.
“Palin não está lá para agradar aos leitores do ‘The New York Times’ ou aos europeus rendidos a Obama”
O problema é que McCain apelava aos independentes e moderados, quando escolheu Palin para apelar à direita ultraconservadora, perdeu parte do apelo que tinha junto dos outros dois grupos. Agora, é quase aceite naturalmente que Obama lidera destacado em muito por causa da crise, mas se for verificar as sondagens pré-colapso financeiro, verificava já a subida acentuada de Obama (as duas entrevistas desastrosas de Palin foram antes do colapso financeiro). Por isso, da minha parte, que prefiro a vitória de Obama, gosto muito de Sarah Palin, confesso. Esta foi factor importante na subida deste nas sondagens.
Ah, e caro CAA, entre os principais adeptos de Clinton, o grupo feminino, é aquele onde Palin tem piores indices de popularidade contrariamente ao que alguns assumem (até nisso saiu uma aposta errada).
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Milagres da fé obâmica
Por Olavo de Carvalho
http://www.olavodecarvalho.org/semana/081101msm.html
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Jorge A.,
«O problema é que McCain apelava aos independentes e moderados, quando escolheu Palin para apelar à direita ultraconservadora, perdeu parte do apelo que tinha junto dos outros dois grupos.»
Em parte é verdade. Mas esse não era o principal problema eleitoral de McCain. McCain fez toda a sua carreira como um republicano moderado. Ora, a derrapagem neo-conservadora e religiosa do GOP colocou-o fora das simpatias de grande parte do seu eleitorado potencial que foi decisivo nas duas eleições de Bush. Portanto, o intuito estratégico de McCain era segurar parte desse eleitorado – e Palin entrava nessa equação.
Nesse ponto de vista estou muito longe de considerar que Palin tenha sido uma «escolha errada» – evidentemente que muitas mulheres da Costa Leste não se revêem nela. Sobretudo as que sempre votariam em qualquer candidato democrata. Mas Palin até já ganhou um espaço próprio e com futuro.
O raciocínio que se tem de fazer acerca de Palin não se pode basear nas críticas que os media lhe fazem desde que foi escolhida – ela está a cumprir uma função estratégica que nada tem a ver com a agenda democrata e dos principais media (que é a mesma).
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wolverine e Maloud,
«depois de vários posts sobre o assunto fica-se sem saber qual é na realidade a opinião do CAA sobre a governadora Palin.»
Muito simples:
– Enquanto comentador de factos políticos, Palin foi uma escolha racional de McCain destinada a preencher uma lacuna importante na sua faixa natural de apoio. Estou em crer que sem Palin ao seu lado – por exemplo, se McCain tem levado avante a sua intenção de escolher o democrata Joe Lieberman para Vice – McCain estaria bem mais atrás nas sondagens em vez dos 5 a 8% que agora tem de distância face a Obama:
– Ideologicamente sinto-me bastante afastado de Palin. Na verdade, esta representa quase tudo aquilo que abomino na ‘nova’ direita neo-conservadora que emergiu com Bush: simplismo a roçar o infantilismo político, compulsividade a recitar imperativos morais para a vida dos outros, mistura pouco higiénica entre religião e política, demasiado tempo a referir princípios éticos e pouco a praticá-los, falta de cultura geral, política e social, aversão irremediável em perceber as mudanças do Mundo.
– A seu favor, Palin tem os ataques obscenos de que foi alvo desde o primeiro minuto em que foi escolhida: é vítima de uma campanha nojenta, pessoal e desprovida de limites éticos. Desde os escândalo “descobertos” a poucos dias das eleições, até à roupa que veste e a telefonemas inacreditavelmente nauseabundos para a fazer cair em armadilhas dignas de uma Tuna de de estudantes, tudo lhe tem sido feito. Neste aspecto – e apenas neste aspecto – é quase impossível não sentir alguma simpatia por esta Hockey Mom que a aristocracia dos media resolveu destruir sem dó nem piedade. Talvez porque lhe têm medo…
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CAA
E os ataques obscenos que são feitos pela senhora Palin não contam?
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CAA,
“Estou em crer que sem Palin ao seu lado – por exemplo, se McCain tem levado avante a sua intenção de escolher o democrata Joe Lieberman para Vice – McCain estaria bem mais atrás nas sondagens em vez dos 5 a 8% que agora tem de distância face a Obama”
é uma análise interessante mas sem grande correspondência com a realidade:
http://edition.cnn.com/2008/POLITICS/11/02/poll.one.party/index.html
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Maloud,
«E os ataques obscenos que são feitos pela senhora Palin não contam?»
Contam sim. E negativamente.
Mas aí há uma história muito triste acerca dos spin doctors de Bush que McCain, lamentavelmente, aceitou na sua campanha.
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wolverine,
Julgo que foi essa sondagem (não o texto da CNN que não conhecia) que motivou o meu artigo. Perguntar às pessoas se gostam de Palin ou se julgam que sem ela a campanha republicana estaria melhor é insensato, para dizer o mínimo. Lá está, é como constatar que o NYT não gosta da governadora.
Não é isso que está em causa. Não é a esse eleitorado que Palin fala. Não é para convencer os adoradores de Obama que ele foi escolhida – é precisamente para o contrário…
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