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Professores

18 Dezembro, 2008

trabalhe-4-horas-por-semana2O estudo aqui referido [parece] procura[r] demonstrar o descontentamento dos Professores com o Ministério da Educação. Levanta, porém, uma série de novas perguntas:

Porque é que os Professores não têm alternativa de emprego?

Não têm mesmo ou não a têm com as mesmas condições remuneratórias e de trabalho?

Se o Ministério não insistisse (teimosamente) no processo de avaliação, as respostas seriam muito diferentes?

41 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    18 Dezembro, 2008 14:41

    Nem todos têm alternativa de emprego, porque emprego não é uma coisa que por aí ande aos pontapés, e os que tem alternativa de emprego muitas vezes ficam pior. Conheço, por exemplo, uma ex-professora (contratada) que foi ganhar mais ou menos 200 euros por mês num call center de vão de escada. Esclarecido?

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  2. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    18 Dezembro, 2008 14:44

    O Carlos Loureiro acabou de descobrir a inutilidade dos sindicatos. Basta perguntar: “mas porque raio, em vez de fazerem sindicatos para reinvidicar, aquela malta não arranja outro emprego”?

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  3. SeaKo's avatar
    SeaKo permalink
    18 Dezembro, 2008 14:53

    Ou seja, só vêm ajudar a reforçar uma ideia generalizada que há mtos professores que só o são pq não têm outras alternativas. Nada melhor que implementar a auto-avaliação para tudo ficar em paz.

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  4. Cam's avatar
    Cam permalink
    18 Dezembro, 2008 15:01

    É uma questão de tempo. Na inglaterra, na holanda já têm dificuldade em arranjar professores. Por cá o sector privado tem dificuldades em absorver os professores, formados exclusivamente para serem professores.
    mas não tardará muito e displinas como a informatica e a matematica devem começar a sentir que o vento está a mudar.
    conheço varios professores que preferiram mudar de profissão mesmo ficando a ganhar significativamente menos.

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  5. Spartakus's avatar
    18 Dezembro, 2008 15:09

    Eu fui. E bem burro fui. Fazia-me falta o ordenado, agora.
    A maioria, com a Crise que vai no Privado e as ” competências ” que apresenta nem para cantoneiros…com o devido respeito por estes últimos. E repito. Eu fui. 13 anos. Saí, por ver que nada fazia ali, muito menos ensinar, mas acima de tudo, mais até do que o Ministério, ( foram 13 anos de miniconcursos ), cansado e farto da Corporação.

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  6. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    18 Dezembro, 2008 15:37

    A intenção da provocação é precisamente a de que temos uma classe que, se pudesse, mudava de emprego – o que não deixa se ser triste, e espelha bem o nível do nosso ensino.
    Isto quer dizer três coisas:
    1 – Que não têm vocação – e, como tal, estão-se a borrifar para os alunos!
    2 – Que só não mudam porque não conseguem; ou, conseguindo, ganhariam menos ou trabalhariam mais, ou as duas coisas.
    3 – Como a carga de trabalho está, e bem (e não me venham com tretas de chegar às 8 e sair às 22!! será uma vez por ano, não?), a aumentar, começa a ser mais apetecível o ir para fora ganhando o mesmo.

    Por último, esses exemplos de a situação estar tão má que se deixa de dar aulas para ir ganhar 200 € ou muito menos do que se ganhava (esse muito será metade? ou será menos 100€) – são ridículos, e mais não representarão do que a excepção que confirma a regra! Ir buscar o exemplo abstruso, é a forma mais fácil (e mais cómoda, diria!) de tentar arranjar evidências com défice argumentativo.

    E desculpem-me alguma eventual violência nas palavras, mas é que tenho para mim que uma geração medíocre de professores fará com que paguemos com juros na geração futura! Claro que esses professores também pagaram a factura da geração anterior. É uma pescadinha de rabo-na-boca, da qual, honestamente, não vislumbro como sair.

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  7. Desconhecida's avatar
    18 Dezembro, 2008 15:43

    Ai é tão bom ser Professora, desculpe Srª Dotara

    Alguem se preocupa saber quantos dias efectivos num ano se ocupa do seu trabalho.

    E as reformas

    Devia ser giro

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  8. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    18 Dezembro, 2008 16:19

    Pedro, o facto (e eu vou chocá-lo mesmo muito e provocar mais um chorrilho de acusações aos professores) é que muitos professores mudariam mesmo de emprego se pudessem. Poucas vocações resistem a estar a centenas de quilómetros de casa, em muitos casos, longe da familia e a gastar o que se tem e o que se não tem em alojamento, e a aturar putos malcriados, a quem os paizinhos muito liberais encarregam os professores de disciplinar, porque, dizem eles, essa é a missão (ou vocação) dos professores e é para isso que lhes pagam, etc, etc.

    O exemplo dos duzentos euros não é extremo. Extremo é deixar de ensinar por depressão, por exemplo, doença essa que afecta cada vez uma percentagem maior de professores.

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  9. importuna's avatar
    18 Dezembro, 2008 17:05

    Esta clase mete-me nojo…..já não há paciência para tanto choradinho. Se estão mal, por favor agradecemos que mudem de profissão! Têm salários bons, trabalham menos do que em qualquer instituto privado ou outra profissão, têm meses de férias que outra clase operária não tem direito….esperam por uma lista para ver onde vão trabalhar em vez de lutarem e procurarem por um emprego como toda a gente faz… tenho vergonha do país em que vivi por isso decidi sair.

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  10. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    18 Dezembro, 2008 17:09

    Caro Caramelo,

    Claro que existem algumas situações particulares na profissão dos professores (como as há em muitas outras).
    Mas sabe o que eu não compreendo na sua argumentação?
    É que essas situações que refere já existem há muitos muitos anos – porque é que a grande indignação da classe se fez sentir só agora? Foi a gota de água, dirá vc. Pois o meu ponto é que se ninguém tivesse mexido no estatuto e na avaliação, continuaria tudo feliz e contente.

    cumprimentos

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  11. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    18 Dezembro, 2008 17:27

    Mas o seu ponto está errado, Pedro. Professores assim felizes e contentes foi coisa que raramente conheci. Aliás, são poucas as profissões em que alguém está assim plenamente “feliz e contente”. Mas é só em relação aos professores que falam em “espírito de missão”, em “vocação”, e mais não sei o quê, para os calar.

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  12. smcg's avatar
    18 Dezembro, 2008 18:19

    Inoportuna, uma coisa eu já aprendi e ainda sou muito novo, só quando se está nas situações é que se precebe. Uma coisa é ter uma opinião outra coisa é afirmar com toda a certeza que algo é de uma determinada forma sem se entender.
    Até posso dizer que na sua profissão não se faz nada mas, acha que isso é verdade? Provavelmente não porque saberá o que trabalha. Como tal se experimentar ser professor ou dar uma formação que seja talvcez tenha uma determinada experiência e aí possa emitir uma opinião certeira.
    Eu trabalho em empresas que também vejo funcionários ao estilo de “funcionários públicos” (aqueles que nada fazem, como se diz). No entanto há muitos e bons funcionários públicos. Logo se numa empresa há uns malandros, indica que todos serão malandros? Hum acho que não.
    Mas pronto, é claro que isto é um espaço para opiniões e ainda bem que esxistem diferenças…

    Conheço professores e não vi essas enormes férias, até lhe posso arranjar uns convites para andar uma semanita a acompanhar uns quantos e ver como as coisas são.
    Cumprimentos

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  13. fernando alves's avatar
    fernando alves permalink
    18 Dezembro, 2008 19:20

    Para os artistas que não sabem do que falam, deixo aqui o relato desta minha semana de professor contratado repartido entre 2 escolas, uma em Chaves e outra em Vila Real. Trata-se de um exemplo daquilo em que consiste a minha rotina diária. Analisem e depois pensem se há vocação que resista:

    Segunda:
    Aulas em Chaves das 8.30 às 16.00. Reunião em Vila Real das 16.30 às 18.00. Aulas em Vila Real das 21.00 às 22.30

    Terça:
    Aulas em Vila Real das 9.00 às 11.30. Aulas em Chaves das 14.00 às 15.30. Reunião em Chaves das 15.30 às 18.00. Aulas em Vila Real das 21.00 às 22.30

    Quarta:
    Aulas em Vila Real das 10.00 às 11.30 e das 21.00 às 22.30. Durante a tarde: corrigir 20 testes do 12º e 40 do 8º ano.

    Quinta:
    Aulas em Vila Real das 10.00 às 11.30. Reunião em Chaves das 16.00 às 18.00. Corrigir 20 testes do 7º ano. Aulas em Vila Real das 21.00 às 22.30.

    Sexta: 2 reuniões em Chaves das 9.00 às 13.00. 2 reuniões em Vila Real das 16.00 às 20.00

    Pelo meio: fazer testes, corrigir testes, decidir notas, corrigir relatórios, corrigir trabalhos de pesquisa, planear aulas…

    Salário:
    1200 euros por mês.

    Gastos:
    1 T1 em Chaves, 300 euros
    1 quarto em Vila Real, 160 euros
    gasolina: 300 euros por mês.

    Pergunto-me quantos dos críticos da classe aguentariam este ritmo? E ter que aturar os filhinhos dos papás que se sentam na cadeira da sala de aula como se tivessem num café?

    Acordem para a vida e não falem do que não sabem!

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  14. Desconhecida's avatar
    Zé Prof permalink
    18 Dezembro, 2008 19:24

    Mas isso é pluriemprego. Quanto ganha numa escola e noutra? E se não é interesante porque é que não arranja outro emprego? Ou porque é que não abre um centro de explicações?

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  15. Trinta e três's avatar
    18 Dezembro, 2008 19:31

    Bem me parecia. O desconhecimento do país, evidente em vários comentários, mostra que grande parte dos leitores do Blasfémias vive no estrangeiro.

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  16. fernando alves's avatar
    fernando alves permalink
    18 Dezembro, 2008 19:50

    Tenho 9 horas numa escola e 16h noutra. Outro emprego? Onde? Arranja-me uma cunha?

    Dar explicações e viver com dinheiro apenas entre Março e Julho?

    Tenho 29 anos e a grande maioria dos professores da minha idade têm horários incompletos em que ganha por vezes menos do que 500 euros e trabalha a 200km de casa. Sabia disso? Este ano até me considero um sortudo mas no ano passado trabalhava 12h em Gouveia por 540 euros. Vivo em Chaves e tinha que alugar um quarto lá. Só sobrevivi graças à ajuda dos meus pais, claro.

    No meu primeiro ano a dar aulas, fiquei com um horário de 6h em Valpaços onde ganhava 240 euros por mês. Tinha a noção que os jovens professores é assim que vivem?

    E atenção: não pense que só trabalhava essas 6h por semana. Isso eram as horas passadas a leccionar. Acrescente bastantes mais a preparar aulas, fazer e corrigir testes, corrigir trabalhos e relatórios, assistir a reuniões, fazer actas e preencher papelada inútil.

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  17. Trinta e três's avatar
    18 Dezembro, 2008 20:33

    Fernando Alves:
    Não gaste o seu latim. Os que querem mesmo saber, já perceberam que a situação dos professores é difícil. Os outros o que querem é provocar. Aliás, há por aí comentários que dão a entender que a malta da 5 de Outubro é frequentadora da blogosfera.
    Bom Natal

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  18. Ricardo's avatar
    Ricardo permalink
    18 Dezembro, 2008 20:37

    “Porque é que os Professores não têm alternativa de emprego?”

    A sua segunda questão responde em parte à primeira: Não têm mesmo alternativa, aliás para muitos o ensino já foi a alternativa ao Desemprego. E atendendo às habilitações e cursos que possuem jamais conseguiriam fora do ensino condições remuneratórias semelhantes.

    E quem se habitua à liberdade inerente à profissão de professor dificilmente se adapta a um emprego de 40 horas/semana, a picar o ponto, etc.

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  19. Desconhecida's avatar
    18 Dezembro, 2008 21:39

    “Porque é que os Professores não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os Juízes não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os polícias não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os médicos não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os enfermeiros não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os pedreiros não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os canalizadores não têm alternativa de emprego?”
    “Porque é que os bloggers não param de escrever parvoíces?”

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  20. Desconhecida's avatar
    18 Dezembro, 2008 21:42

    E se o título fosse, como o fez um canal de televisão:

    “Quase 75 por cento dos professores teriam escolhido outra profissão se pudessem voltar atrás”

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  21. Desconhecida's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    18 Dezembro, 2008 22:04

    A luta dos professores é justa .

    São os unicos que ainda resistem ao cilindrar e á manipulação descarada , e forma de virar portugueses contra portugueses , deste Primeiro-Ministro de deste Governo .

    O sistema de avaliação criado para a Adm Pública é uma fraude , e fraude é igualmente aquele criado ( em tudo igual ao do SIADAP da Adm Publica )para os professores.

    A mera existência de quotas rigidas , devia fazer todos voçês pensar se nesse caso poderá haver JUSTIÇA na avaliação .

    Mas isso não interessa .Interessa é arremessar bojardas contra portugueses por outros portugueses.A inveja e a mesquilhez nunca elevou este Povo .

    E o rei dos invejosos e dos mesquilhosos tem em Socrates um monarca soberano.

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  22. Desconhecida's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    18 Dezembro, 2008 22:06

    Estudem o que é este sistema de avaliação , e depois falem com conhecimento de causa .
    Não de forma gratuita e soez.

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  23. celestine's avatar
    celestine permalink
    18 Dezembro, 2008 23:45

    E com tão pobres postadas que fará esse Loreiro?

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  24. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    19 Dezembro, 2008 01:28

    “São os homens pequenos que fazem os países pequenos”.
    Somos um país tão pequenino, tão subdesenvolvido enconomicamente que até se inveja o salário de um professor. Quanta falta de ambição se revela quando se inveja e considera um professor um privilegiado!

    Eu digo porque mudava de profissão se tivesse alternativa, mesmo ganhando menos:

    – Mandava tudo e todos à fava.
    – Não era insultada por ignorantes que se permitem fazer afirmações categóricas sem saberem do que estão a falar.
    – Não tinha que lidar com a falta de educação de crianças e adolescentes que reflectem a educação que os pais lhes deram e, em muitos casos, a educação dos próprios pais.
    – Só trabalhava no local de trabalho. Chegada a casa não voltava a pensar nele quanto mais continuar o trabalho em casa.
    – Entre sexta à tarde e segunda de manhã descansava, não pensava no trabalho e muito menos trabalharia.

    -Era óptimo que todos os professores que o desejassem pudessem mudar de emprego ou voltar atrás no tempo e optar por outra profissão. Ficava toda a gente feliz – os professores, as pessoas que acham que eles não servem para o nosso sistema de ensino e os alunos que preferiam ficar em casa agarrados à televisão e aos computadores ou a calcorrear os centros comerciais.

    – É altura de deixarem os professores em paz e direccionarem o vosso azedume em relação à vida para outro lado. Por exemplo, para os responsáveis pelo desemprego dos licenciados e pelos salários de 450 euros dos que trabalham.

    – Quantos aos que continuam a afirmar que os professores têm três meses de férias penso que são aqueles que, em regime de voluntariado, vão para as Escolas nesse período fazer todo o trabalho de exames, matrículas, as turmas e horários do ano seguinte e todo o outro restante trabalho do final de ano lectivo e preparação do ano lectivo seguinte.

    – Se a profissão de professor é tão compensadora, porque não se candidataram ou candidatam a professores?

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  25. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    19 Dezembro, 2008 11:27

    Sintoma do desconhecimento que o próprio Gabrial tem do que é ser professor, é a ilustração que escolheu para o post. Mas todos sabemos que é a imagem que mais vende actualmente. A coisa é pavloviana: pensa-se em professor, vem logo à ideia gente que não faz nada, tem férias metade do ano e ganha imenso.

    Mas vamos colocar ao contrário a questão formulada no post:
    Sendo certo que todos querem melhorar de vida, ganhar mais, trabalhar menos, etc. porque é que os que acham que a vida e a profissão do professor são tão fantásticos, não escolhem essa profissão?

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  26. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    19 Dezembro, 2008 15:44

    Ferreira Fernandes – Hoje no DN (acutilante e certeiro):

    O inquérito a professores foi feito a 1100 pessoas, um “universo”, como se diz na linguagem das sondagens, que torna as conclusões credíveis. O inquérito foi organizado por uma entidade ligada à Federação Nacional dos Sindicatos da Educação que não deve regozijar-se com as conclusões, logo dando ainda maior credibilidade. E o que diz o inquérito? Que 75% mudavam de profissão se pudessem. Que 81%, se pudessem, pediam a aposentação. Que 26% voltariam a escolher a profissão de professores. Do inquérito – uma das mais dramáticas sondagens que já li sobre meu país – eu gostaria muito de acreditar, apesar dos considerandos, que ele é falso. Que três em quatro professores o sejam porque não se podem safar disso, é dramático. Que mais de quatro em cinco professores partiria já para a reforma, é dramático (considerando, o que não me parece abuso, que 81% dos professores não estão na véspera do seu 65.º aniversário). Não sei se é culpa do país, não sei se é culpa dos professores. Sei é que são conclusões desesperantes. E, já que estamos no fim da linha, só me apetece dizer: olá, 26% dos professores! Só vocês me interessam.

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  27. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    19 Dezembro, 2008 16:35

    Texto, como dizer… parvo. Só interessa ao FF os que estão bem? Nem sequer uma palavra sobre as possiveis razões dos que mudariam de profissão (os tais que, diz muita gente, tem uma vida maravilhosa e tal… isn’t that funny?)

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  28. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    19 Dezembro, 2008 17:08

    Caro Caramelo,

    Não sei se é professor – mas Vc. realmente enferma de um vício de raciocínio.
    Aqui fala-se, sem falar, dos que em primeiro lugar nos deviam interessar/preocupar, e que vc. se esquece na sua análise – os ALUNOS!
    Possa, será tão difícil perceber – ou acha que esses fazem parte dos que estão bem”?
    Estão bem entregues, diria eu!

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  29. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    19 Dezembro, 2008 17:20

    Pedro, “fala-se sem falar”, não existe. Ou se fala de uma coisa, ou de outra. O que se tem aqui falado sempre é dos professores, caso não tenha reparado. E os professores, como qualquer outro profissional, podem, ou não, reinvidicar melhores condições de trabalho e queixarem-se e, sobretudo, defenderem-se de acusações? Eu não sei o que faz o Pedro, mas não protesta quando se sente mal? Ou o seu único pensamento é para os seus clientes/utentes/utilizadores do seu serviço, etc?

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  30. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    19 Dezembro, 2008 17:38

    Só mais uma coisa, para deixar bem claro: os professores são pessoas, como você. Têm desejos, frustações, necessidades, familia, incluindo(imagine) filhos, que também vão à escola. Acontece até que um professor leva trabalho para casa quase todos os dias, com prejuízo para o seu convívio familar. Quando não estão longe. Eu sei que estas contrariedades são comuns a outras profissões, mas algo me diz que nem todos por aqui se podem queixar do mesmo… Ah, e sabia que os professores, frequentemente, também têm de prestar apoio “extra-curricular” aos ´seus alunos, filhos dos outros, fazendo de pai ou de mãe, aconselhando, etc? Ah, e sobretudo ensinam, uns melhor, outros pior, como acontece em todas as profissões. A vida dos professores é mesmo pensar nos alunos, Pedro, acredite ou não.

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  31. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    19 Dezembro, 2008 17:47

    Caro Caramelo,

    Pense bem nisto:

    Baixaram-lhes o vencimento para metade?
    Vivem, na sua generalidade, num clima de terror, com alunos completamente indisciplinados e perigosos?

    O que se passa então???
    Que terrível nova situação apareceu agora para que 3/4 da classe queira deixar os seus alunos ao abandono?
    Uma questão meramente técnica – a metodologia de avaliação e o estatuto! Ou seja, queriam que fica-se tudo como antes – todos iguais e alegremente subindo na carreira – era só esperar pelo passar dos anos!

    Se Vc. acha que existem razões objectivas para este sentimento geral que não seja, tentando utilizar alguma urbanidade nos termos , um grande défice de responsabilidade e vocação, então não percebe realmente o alcance deste problema!

    Por último, claro que podem reivindicar melhores condições de trabalho – isso não se discute.
    Mas, tal como lhe referi, não havendo uma catástrofe em termos da carreira, para um professor consciente a situação actual nunca seria razão para a ponderação do abandono. É que dar aulas não é como trabalhar numa sapataria – não se pretendendo que sejam a madre Teresa – tem de existir um mínimo de sentido de missão e grande gosto/orgulho pelo que se faz – e isso, claramente não existe na generalidade da classe – pelo menos em 74% – os tais 26% não estão, necessariamente, contentes – mas sentem que nunca deixariam de dar aulas por motivos menores (ainda me lembro da “revolução” das aulas de substituição – já está incorporado, funcionou bem – pelo menos ficou muito melhor que a situação anterior, e já ninguém fala disso).

    Um bom fim-de-semana

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  32. Desconhecida's avatar
    caramelo permalink
    19 Dezembro, 2008 18:02

    Ó Pedro, mas você acha mesmo que a vontade manifestada por muitos professores de abandonar a profissão, ou a sua insatisfação, vem só de agora ou tem só a ver com esta questão da avaliação? Ou você acredita mesmo que os professores eram até agora todos uns priveligiados e que foi esta coisa da avaliação que os fez querer mudar? Eu acho que você não leu nada do que eu disse, nem prestou atenção ao que diz o Fernando Alves lá em cima, por exemplo…. Leu mesmo? Você conhece sequer algum professor? Pedro, o que eu aqui tentei fazer (fiz mal, pelos vistos…) foi explicar o que é ser professor e as dificuldades da profissão. E não seja paternalista e não me venha falar de “espirito de missão” e mais não sei quê. Qualquer professor sabe bem que ensinar não é vender sapatos, como não é igual a advogar, ou curar pessoas, ou construir casas. Não é preciso o Pedro explicar-me isso, mas de qualquer maneira, obrigado.

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  33. MG's avatar
    20 Dezembro, 2008 08:29

    Recebi esta frase e é mesmo uma bela frase:

    Meditemos…

    “Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos, e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores para o nosso planeta…”

    *******
    Os pais remetem para as escolas o dever de educar, acusam os professores de tudo…mas em casa são os 1ºs a bater e maltratar, deseducar os filhos…dentro de 4 paredes ninguém vê, esquecem-se que as crianças repetem padrões…e repetem-nos fora de casa, na escola, nos jardins.
    Pois é… esse é mesmo o verdadeiro espelho do que recebem dos pais…violência… mais violência… falta de berço…e este, não é culpa certamente dos professores.

    Há muita gente que devia fazer a terapia do espelho
    Diariamente falar com o o espelho, com o “seu” espelho repetindo o que acha que está mal nos outros,certamente se verá refletido e mudará a ua opinião em relação aos outros..
    É bem mais fácil falar mal que bem…porquê?

    Serão todos uns génios e os profesores uns tolos?

    Pois é….apontar erros aos outros é tão fácil…

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  34. António Fiúza's avatar
    António Fiúza permalink
    20 Dezembro, 2008 13:00

    O sector económico das escolas é largamente dominado pelo poder totalitário do governo. 80% das escolas são do governo. 20% das escolas são privadas, mas têm de aguentar a concorrência desleal das escolas do governo. O governo decide como é que as escolas devem organizar-se e ensinar os meninos.

    Os pais não são responsabilizados pela educação dos filhos. 80% dos pais não são capazes de ajudar os filhos ou o governo não os deixa fazer as opções que desejariam.

    90% dos meninos não são capazes de ouvir o que os professores querem dizer, nem são capazes de estar sentados, nem têm interesse em aprender seja o que for. É por isso que não têm livros em casa, não lêem livros da biblioteca e só utilizam os computadores para gastarem o tempo no hi5, no messenger ou para jogar.

    99% dos comentadores não sabem o que é uma escola e têm uma ideia vaga do que a escola devia ser. Não comentam a escola que é, mas a que acham que é.

    Ao contrário do governo, dos pais, dos meninos e dos comentadores os professores são uns incompetentes. Licenciam-se e especializam-se; logo, não sabem fazer mais nada. Não são capazes de trabalhar sem serem pagos. Padres, professores, médicos, bombeiros, polícias, políticos e dirigentes desportivos deviam sentir-se tão recompensados por lhes ser permitido missionar que nem sequer deviam ter salários. Até deviam pagar para terem o prazer de missionarem. Ou, no mínimo, o que se esperava é que se despedissem e se empregassem nas caixas do Continente. Cumulativamente, deviam ser doutorados e deviam ter uma constituição física e psicológica à prova de bala. Não deviam ter família. Deviam entrar nas escolas às 8h e sair só às 19h30, se o trabalho estivesse feito. Todos os dias, incluindo os fins de semana, os feriados e o próprio mês de Agosto.

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  35. cãodescendente's avatar
    cãodescendente permalink
    21 Dezembro, 2008 13:50

    Eu sou professor, mas não ensino, porquê? Porque não é possivel! Os meus alunos necessitam de um pré-requisito para perceberem as minhas aulas. Lógica!
    Suspeitando eu as razões dessa lacuna, confirno-a nestas discussões. Os seus primeiros educadores (pais) também não a usam…

    Curiosidade: Eu fui para o ensino porque quis, depois de 10 anos no sector privado. Incompetentes encontrei em todos os sítios. O meu prémio comercial (mensal) era maior que o meu vencimento actual… Saio quando quiser porque tenho ofertas (insistentes). E certamente sairei nos próximos anos.
    Alguns destes senhores que por aqui comentam só tem uma experiência e mesmo essa limitada. Deveriam passar numa escola para perceberem a realidade do nosso ensino! Conheço alguns que nada fazem, nada sabem, tudo impedem, tudo criticam… mas são uma parte e tendem a concentrar-se em redutos…

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  36. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    23 Dezembro, 2008 08:15

    Os professores são professores porque querem…Tem alternativas…todas as que desejarem.
    Os alunos só podem ser alunos! não há alternativa para a formação…A alternativa é a miséria de um país!

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  37. Kerensky's avatar
    Kerensky permalink
    23 Dezembro, 2008 17:25

    Alternativa eu até consegui arranjar mas por mais 120€ por mês achei que n valia a pena perder 1 dia livre por semana ( que tive em 8 dos 12 anos que já dei aulas ) nem as fériazinhas escolares quase iguais às dos alunos. Apesar de todas as confusões e alterações legislativas em cima do joelho, se não se abusar das faltas e se não espancar nenhum fedelho insolente, isto é uma vida santa pelo menos para o meu feitio. Querem avaliar-me assistindo a duas aulas por ano, epá podem aparecer até a 20. Enquanto me deixarem ir de férias a 10 ou 15 de julho para voltar a setembro, enquanto tiver descanso de 20 de dez a 4 de jan até a sala dos professores eu varro se me mandarem.

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