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Extraordinária manobra de marketing

22 Dezembro, 2008

Qual design milanês, qual qualidade portuguesa: o pretenso modelo de sapatos que um jornalista iraquiano atirou a George Bush, fabricado na Turquia, está a vender-se, desde a passada semana, a um ritmo infernal por todo o mundo, EUA incluídos.

9 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    22 Dezembro, 2008 20:29

    Se o jornalista tivesse um magalhaes na mão .. lol

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  2. Diogo's avatar
    22 Dezembro, 2008 20:50

    Jon Stewart, do Daily Show, explica, com elevado sentido de humor, como o Congresso Americano emprestou, sem fazer perguntas, 700 mil milhões de dólares à indústria financeira, e se recusa a emprestar 25 mil milhões de dólares à indústria automóvel:

    Jon Stewart: Há umas semanas, os presidentes da Ford, GM e Chrysler foram a Washington pedir 25 mil milhões de dólares no programa do Governo «Dinheiro para os Incompetentes». Mas não contavam apanhar o Senador Sherman.

    Senador Sherman: Vou pedir aos três executivos que aqui estão para levantarem a mão, se vieram num vôo comercial. Que fique registado que nenhuma mão foi levantada. Em segundo lugar, peço-vos que levantem a mão se tencionam vender agora o vosso jacto privado, e voltarem para casa num vôo comercial. Que fique registado que nenhuma mão foi levantada.

    (…)

    Jon Stewart: Congresso, acho que sei o que se passa aqui. Deram 700 mil milhões de dólares à indústria financeira mas podem não dar à indústria automóvel 34 mil milhões porque não sabem exactamente o que a nossa indústria financeira faz, pois não? Portanto deram-lhes o dinheiro porque não querem parecer estúpidos.

    O problema é o seguinte: a indústria automóvel tem um produto tangível e fácil de criticar. Os carros são mesmo assim. Até os maus são úteis. Mas vocês não vão salvar as pessoas que fabricam carros. Só vão salvar as pessoas que fazem empréstimos para comprar carros. Nem sequer empréstimos. As pessoas que vocês vão salvar fazem derivados de transferências de papel, que especulam sobre o futuro valor da vasta distribuição dos ditos empréstimos para a China.

    Pronto, o modelo de negócio em Detroit é fraco. Sabemos que perdem 2 mil dólares por cada carro que vendem, mas Wall Street perdeu 7 biliões sem vender absolutamente nada! Pelo menos, quando Detroit perde dinheiro nós ganhamos carros!

    VÍDEO (legendado em português)

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  3. lica's avatar
    lica permalink
    22 Dezembro, 2008 21:22

    onde arranjar o link pra comprar um par?

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  4. A. R's avatar
    A. R permalink
    22 Dezembro, 2008 21:23

    Ninguém derrota o capitalismo afinal: quanto mais lhe batem mais força ele ganha.

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  5. Acção Directa's avatar
    Acção Directa permalink
    22 Dezembro, 2008 22:00

    Não se distraiam com o folclore tipo do Bloco.

    As habituais distracções das luminárias de serviço.

    Os sapatos foram e são um fait-divers. Estão a passar-se coisas aparentemente ” estranhas “.
    Ou não?

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  6. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    23 Dezembro, 2008 00:03

    The Arab Sole
    Tunku Varadarajan, 12.22.08, 12:00 AM EST

    …The tragedy I’m referring to is the intellectual and spiritual poverty of the Arab (and wider Muslim) world (for Muntader has been lauded also in Turkey, whose largely madrassa-free people ought to know better).
    The Arabs, who once upon a time boasted Averroes and Avicenna, are now reduced to eulogizing a boorish act of agitprop as a heroic achievement…
    …In the meantime, offers are being made by proud Arabs for Muntader’s shoes, offers running to millions of dollars. Various shoemakers in Turkey, in Lebanon, in Egypt, are claiming they cobbled together the pair that was hurled into the history books. All of this would be rather funny if it weren’t so completely pathetic … so utterly, ineffably sad. The people who lionize Muntader do not deserve our contempt. They are too childlike for our scorn. What they deserve, instead, is our pity, as we wait–perhaps for an eternity–for them to ask themselves: Is this the best we can do?

    http://www.forbes.com/opinions/2008/12/21/bush-shoe-iraq-oped-cx_tv_1221varadarajan.html

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  7. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    23 Dezembro, 2008 00:07

    …Other than Prime Minister Nouri al-Maliki, what Arab head of government holds free-wheeling press conferences? “President” Mubarak of Egypt? Assad of Syria? The Saudi king? Qaddafi? If an Arab reporter had “shoed” any other leading Arab ruler during one of their staged events, he would’ve been fortunate to escape with his life.
    The only countries in the Middle East where a journalist could survive after such behavior are Iraq, maybe Lebanon – and Israel. Even Jordan doesn’t allow such freedom.
    The media have been having a ball with the video of the Great Baghdad Shoe Toss. But they’ve missed the point completely. Our sacrifices let that pathetic reporter muster the courage to hurl his shoes at our president: [i]He knew he could get away with it[/i]
    Brothers and sisters, the world has changed since 2003.
    Yes, Iraq could still fail. The Arab genius for failure is the region’s salient talent. But one Arab state has been given a chance to build something better than a nationwide prison – not perfect, but better…

    http://www.nypost.com/seven/12162008/postopinion/opedcolumnists/the_shoe_nuf_truth_144409.htm

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  8. o sátiro's avatar
    23 Dezembro, 2008 10:31

    entretanto, nos media tugas (a começar pelos de referência…expresso,etc.) o “jornalista” era transformado em herói, explicações sobre sapatos, cães… Sobre a ética do gesto, quase nada (o que diz muito da ética nas redacções… e na análise da ética dos políticos); sobre a coragem do herói em fazer o mesmo a Saddam, Kadhafi, Hamas, al Sadr, Ayatollahs-k-matam-mulheres-à-pedrada, silêncio…(andam escondidos com medo do povo, bem sei.) Sinal evidente da escala de valores e de ética dos escribas de serviço. Depois venham com tretas sobre critérios e objectividade jornalísticos para esconder o sectarismo, a censura dos genocídios no tibete, no darfur, dos núbios, dos presos políticos cubanos, dos campos de concentração norte coreanos…

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