Pois é indiscutível que pode haver até muitos organismos do Estado que não desempenhem as suas funções cabalmente. Urge ser mais eficiente!
O problema é que, nos tempos que correm, a ideia de que o sector privado é a panaceia mágica que resolve todos problemas das pessoas sem criar injustiças, não passa de uma falácia sem nome. Basta olhar para os Bancos portugueses, cabo-verdianos, ou americanos…
O liberalismo «reaganista» dos anos 80 terminou.
Uma das poucas vozes lúcidas que ainda restam na comunicação social portuguesa.
Já tinha lido o artigo, mas dou-lhe os parabéns por ter chamado a atenção para ele.
O Paulo Morais é um génio. Eu sei de muita gente aí pelo interior do país, ou em Lisboa e no Porto, que está à espera que o Estado deixe de gastar na educação para ir matricular os filhos em colégios privados.
Já tinha lido o artigo de opinião de PM no JN e concordo que os gastos do sector público são desmesurados, sem controlo e, às vezes, quase obscenos… Mas não sei se o privado resolveria tudo isto. Honestamente, preferiria um público a funcionar bem… Será utopia?
Nem os colégios privados aceitam os alunos mais complicados nem os seguros privados dão uma cobertura minimamente fiável.
Quantos casos complicados são transferidos dos hospitais privados para os públicos em fases terminais que dão mais despesa sem qualquer esperança? Quantos seguros provados cobrem todas as doenças cobertas pelo sistema público em qualquer idade.
Comparar o que não é comparável não prova rigorosamente nada.
O home é um iluminado. Onde é que lhe posso colocar um vélinha? O país afinal não está perdido, é gente assim, com visão, que faz falta. Ossana, aléluia.
Concordo completamente. Um sistema publico a funcionar em condições é sem duvida o preferivel.
E não, nunca se poderão fazer estas contas – a educação, a saude, e outros serviços do estado sairão sempre mais baratos se executados por privados, mas as condições de quem lá trabalha serão piores. A eficiência na utilização de recursos não humanos é claramente superior mas…
Com o paralelismo para os professores, profissionais de saude, etc, deixo o exemplo das empresas de segurança – toda a gente sabe que é mais barato contratar uma empresa de segurança que recrutar seguranças – não há actualizações de carreira, não há controlo de horas trabalhadas por cada profissional, não há outras regalias.
Faz sentido transportar essa instabilidade e essas condições para a educação / Saude / outros serviços publicos a troco de serviços publicos mais baratos? Cada um tem a sua opinião sobre isso. Gestão privada é outro assunto.
Votem já nesse tipo para Primeiro Ministro e já agora para Presidente da República ao mesmo tempo. Precisamos de mentes brilhantes. Mas se houver um político que prometa um Ferrari a cada português, então votem nesse!
É com ignorantes destes que nunca se consegue nada. Tem razão na educação, mas não tem razão na saúde. Resultado, como é um estúpido que não sabe fazer contas passa tudo por errado.
Parece-me que nem os bancos os privados são capazes de gerir!
Salvo raras excepções muitos grupos privados só vivem da mama do estado!
Tenha vergonha Sr. Paulo Morais!
Se sabe fazer contas, deveria saber que as seguradoras não fazem seguros de saúde a quem apresente mais de 60 anos de idade…
Muito gostava de saber se esse Sr. algum dia necessitará dum hospital do Estado que somos todos nós….
Esta reacçon….
Isto só demonstra que “este país” ainda se não livrou totalmente do arcaísmo empobrecedor do gonçalvismo, como bem demonstrou um Cidadão em fins de 90 com o cólebre “O MONSTRO”.
Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?
E porque não pôr também os alunos do superior nas universidades privadas?
Baseiam-se nos rankings onde as escolas que seleccionam os alunos ocupam os 1.º lugares. Mal seria se não ocupassem(e algumas ficam bem cá para trás), mas mesmo assim a diferença é mínima para o pelotão de escolas públicas, de acesso universal, que vêem logo a seguir. Basta analisar.
“Os gastos públicos em Educação” já financiam o privado. Se consultarem o orçamento de estado tem lá perto de 500 milhões de euros para os colégios privados.
Nas escolas públicas, um aluno custa sensivelmente 4400 euros anuais, isto do 5.º ano em diante(nem refiro o ensino primário, pois este é baratíssimo, como funciona em monodocência, não chega aos 2500 euros), este valor engloba tudo, num colégio cobriria, apenas, o ensino. Os miúdos que quisessem almoçar na escola pagariam 5 ou 6 euros, quando na pública pagam 1.5?
E para frequentar actividades extra-curriculares (gratuitas na pública e incluídas nos 4400 euros), também pagariam?
Os custos por alunos disparavam para os 6000 euros.
Os FPúblico, é gente de 1ª e nunca estão satisfeitos, este governo, como os que temos tido, é para resolver os seus problemas.
O PSD/PPopular, esta preocupado, querem “governar ou governarem-se”.
Os Outros, PCP/BEsquerda, estão preocupados, “será que toca algum”, essa o “leit motiv”.
O PS, quer manter a dádiva do orçamento. “Quem parte e reparte, e não escolhe a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte.
No fundo, no fundo, quem não tem escolha
é o Zé Maria Malaquias da Silva, Malaquias, da parte da Mãe e Silva, da parte do Pai. É sempre o mesmo sacrificado, é sempre o mesmo doente.
Os FP, foram sempre, em todas as epocas, os Portugueses de 1ª e, sempre foram os Governantes, o exemplo disso: O Governo versus Professores – o Governo, acha que possui os melhores Prof. Os Prof acham que podem substituir o Governo, porque são melhores,para governar ou governar-se.
De tudo isto,quem paga é sempre o mesmo, as guerras palacianas, eles querem atingir o maximo de reformas e bem estar social.
Descontei,como um general de 5 estrelas, com 3 comissões no ultramar,
prof de estudos militares, foi que eu contribui em descontos, em termos teoricos, mas a minha reforma é de Cabo do exercito.
Dos Politicos,nem se fala, ,por dá cá aquela palha, vai uma Reforma a 100%, quem tenha 2 e 3 reformas .
Estúpido é quem paga a um gajo que não sabe fazer contas para ser professor de matemática. Quero lá saber se ele é prof de matemática ou não, a conta está errada e com base na conta errada faz juízos de valor. Um estúpido, portanto…
Quer se goste ou não dos artigos do Paulo Morais, o que é certo é que ele não tem “papas na língua” e toca em todos os assuntos políticos e sociais mais polémicos, dizendo aquilo que muitos
gostariam de dizer mas não têm coragem.
Relativamente aos que acham que as contas estão erradas, como o 29, apresente as suas para nós vermos. Escreva você uns artigos melhores. Agora criticar e não fazer melhor qualquer um faz.
Mas é comparável a cobertura do SNS com a dos seguros de saúde? Quanto cobraria uma seguradora para dar exactamente as mesmas condições do SNS? Não tenho dúvidas que seria muito mais do que o estado gasta com o SNS por pessoa.
DA,
«Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?»
hahahaahahhaahahahah
Bem, deixe lá ver… assim de repente:
– Os professores são avaliados
– Os maus podem ser despedidos
– Os alunos problemáticos não são aceites
– As turmas são (quase na generalidade) mais pequenas
– Existem muito mais actividades extra-curriculares
– Nos dias da manif, os país com filhos no privado estão descansados
– Têm segurança privada
– Os alunos que não cumpram códigos de conduta básicos como higiene pessoal, são advertidos.
– Todos os colégios privados (que se prezem) têm um plano estratégico de ensino, um tema, uma orientação que facilita a escolha de quem pretende matricular os seus filhos (ex: ordens religiosas)
A conta é básica, não é preciso ser um génio (ou mais ainda, professor de matemática…). Os prémios dos seguros de saúde são baseados nas probabilidades condicionadas à existência de um SNS. Se retirar o SNS, os prémios vão subir para compensar as despesas que o SNS cobre hoje. Haveria lucro se houvesse indícios de que os recursos do SNS são subaproveitados. Não são, há falta de recursos.
O problema do custo da saúde está na margem que os recursos tiram para si decorrentes da situação de protecção que vivem, particularmente os médicos, coisa que não é resolvida com seguros. Coloquem mais 10000 vagas para medicina e daqui a 20 anos façam as contas outra vez.
E acha que colégios que seleccionam os alunos, não garantindo universalidade, podem ser financiados pelo estado, para onde vão os problemáticos(note-se que sou contra delinquentes nas escolas regulares)?
“As turmas são (quase na generalidade) mais pequenas”
Está enganado, as estatísticas da OCDE, dizem o contrário.
Mas o n.º de alunos por turma está longe de ser fundamental.
As universidades públicas também têm defeitos e ninguém as questiona?
Quanto aos professores reconheço que têm muito mais autonomia na sua gestão. As públicas também deviam ter.
Eu também não insinuei que a escola pública deveria acabar. Apenas respondi à sua pergunta.
Se quer a minha opinião em relação às universidades aqui vai: na escola pública de hoje, você tem um cocktail explosivo: funcionalistas na gestão corrente do estabelecimento; muitos alunos de fraca estrutura familiar e consequentemente fraco sistema de valores e expectativas pessoais; muitos professores que não queriam ser (em primeira análise) professores. Na universidade pública você tem: os mesmos funcionalistas a gerir (mas que muitas vezes andam a toque de caixa dos alunos que os obrigam a procurar, a emitir, a informar – as associações de estudantes na faculdade são verdadeiramente úteis); tem os alunos que vêm maioritariamente do privado com sistemas de valores mais sólidos, com maior abrangência nos conhecimentos e que consequentemente prestaram as melhores provas no acesso à universidade pública (que continua a ser a preferida e bem) e professores que por integrarem a maior parte deles a vida activa na actividade que leccionam procuram dar aulas nos estabelecimentos de maior prestígio beneficiando assim o próprio e os alunos.
Concorda comigo?
É que se concorda então temos este paradoxo: quem não investe (e não estou a discutir as razões, mais uma vez digo que sou a favor da existência da escola pública) nos primeiros 17 anos escolares dos filhos, vai depois investir uma soma parecida no seu ensino universitário privado, que como se sabe é deficiente em qualidade. Inversamente, quem pagar o ensino privado durante os primeiros anos, tem mais probabilidade de ter o seu filho numa universidade pública no futuro, desfrutando assim do melhor de dois mundos. Certo?
Não concordo com o que diz. Numa percentagem relativamente baixa de colégios privados as suas elações fazem sentido – na maioria não. Mesmo os bons podem ser despedidos se ficarem demasiado caros. As minhas turmas no ensino oficial (9-12) eram mais pequenas que no particular (5-8 num dos melhores de lisboa). Os alunos que são advertidos raramente são corridos, apenas se houver lista de espera para entrar e mesmo assim depende do peso do encarregado de educação. Hoje em dia para entrar na escola tem o cartão magnético. Tem as aulas de substituição e outros apoios pedagógicos.
Quanto à qualidade do ensino – na entrada para a faculdade, todos os meus colegas do publico entraram na primeira opção – alguns colegas sairam a meio do ano para colégios privados para terem melhores médias. Apesar de ter frequentado um dos melhores colégios de lisboa, menos de metade dos colegas conseguiram entrar para a universidade publica.
Depende infinitamente mais do apoio familiar que do dinheiro gasto.
Por partes, primeiro já o DA tinha esclarecido a ausência de relação entre o número de alunos nas turmas e os resultados. Tirei como ilação de alguns colégios privados com turmas muito reduzidas. Mas em segundo lugar devo dizer-lhe que me parece estar a comparar o pior dos estabelecimentos privados com o melhor dos públicos. Eu estudei na escola pública num dos piores bairros dos arredores de Lisboa e o meu filho hoje estuda num colégio privado (que não é de topo, longe disso) e as diferenças são enormes. Em termos de actividades extra-curriculares, acompanhamento, disciplina, reconhecimento da autoridade, segurança do estabelecimento. Tudo.
Quanto às entradas na faculdade, julgo que não há volta a dar: se os estabelecimentos privados têm as melhores notas, alimentam com mais alunos o ensino superior público não será assim? Os seus colegas do público entraram todos na primeira escolha e da minha escola, no ano em que eu entrei, entrámos 4 para a faculdade (sendo que eu entrei na minha 4ª escolha) a verdade estará no meio disto. Mais uma vez parece que está a comparar o melhor do público com o pior do privado.
Concordo quanto ao apoio familiar, mas que apoio familiar pode dar quem desistiu no 8º ano do ensino público, trabalha 12 horas por dia e chega a casa estafadíssimo sequer para dizer olá aos filhos?!
Temos visões diferentes, logo teorias diferentes. Mas respeito a sua.
“Pelos vistos, V. pensa que o SNS nos é oferecido pelo Estado, esse grande benfeitor.”
Onde vai buscar essa ideia?
“E também acredita no Pai Natal, não?”
Por acaso não acredito. Mas basta consultar uma seguradora para ver as inúmeras restrições que põem aos seguros. Se arranjar uma seguradora que garanta todas as coberturas do SNS, sem cobertura do SNS (para estrangeiros, por exemplo), por um custo inferior ao SNS diga-me. É que se não arranjar fico com a impressão de que há quem acredite no Pai Natal, só que travestido de seguradora privada.
Não falei dos piores privados – falei de um dos melhores colégios de lisboa – top10 nacional. E falei do liceu D. Pedro V em Lisboa, onde na altura a policia patrulhava a escola de carro…
No meu tempo de escola secundária(+ de 10 anos) os privados tinham melhores notas na escola mas infinitamente piores nos exames nacionais. Hoje passa-se o mesmo – apenas as escolas privadas levam 100 alunos a exame e as oficiais levam 500. No meu ano no técnico, entramos algums 100 e, por alto, acho que cerca de 10 a 15 vinham de escolas privadas. Se me disser que na católica 85% vêm de colégios privados, aí concordo.
Há grandes assimetrias – de lisboa para a periferia de lisboa e para o resto do país. Tinha um colega que foi o unico da escola dele no interior do pais a conseguir entrar para a faculdade.
Apoio familiar passa pelo incentivo, mais que pelo apoio de estudo. Os meus pais não tinham o 9º ano e lá em casa éramos dois já com mestrado. Tinha um avô que nem a 4ª classe tinha que me punha a falar da escola e me incentivou mais que qualquer actividade pedagógica especial.
É bem sabido que o Estado gasta por cada aluno o equivalente (ou mais) a uma mensalidade num colégio privado. Esses números já sairam cá para forma muitas vezes. O argumento é sempre: mas os colégios nunca aceitariam os maus alunos. A isto JM no passado respondeu que haveria sempre colégios a receberem alunos que pagassem 500 euros por m~es. Concordo. Mesmo que não houvesse incialmente, passariam logo a haver.
Quanto à saúde não sei porque os seguros de saúde para pessoas novas são muito mais baratos do que para os idosos. Uma criança paga por volta de 20 euros e um adulto 40. Acho que o idoso pagaria bem mais de 100 o que seria simplesmente incomportável para muitos idosos.
Acha que os seguros de saude teriam o mesmo custo assim que lhes colocasse como clientes os doentes com cancro, outras doenças crónicas e os milhares de casos sociais? OS seguros têm esse valor porque falamos da nata, das pessoas moderadamente saudaveis a saudaveis.
Por alguma razão os hospitais das seguradoras apenas atendem casos de internamento ligeiro e pouco mais. Assim que complica mandam-nos para o publico.
“Acho que o idoso pagaria bem mais de 100 o que seria simplesmente incomportável para muitos idosos.”
Quantas companhias de seguros em Portugal fazem seguros de saúde para uma pessoa de 82 anos? Quantas fazem a um jovem saudável um seguro vitalício que cubra todos os gastos com doenças crónicas graves? E se o jovem tiver já uma deficiência grave ou uma doença conhecida?
Quanto custariam os seguros de saúde se não tivessem qualquer exame médico prévio, isto é, se o custo não fosse condicionado ao facto de a seguradora, à partida, já saber quais os problemas de saúde da pessoa?
Está bem, mas não se esqueçam que por outro lado há muitas pessoas saudáveis das quais os seguros beneficiariam muito. Tal como agora, uma família de 4 paga por volta de 110 euros, ou 1320 euros por ano, e não usará nem sequer metade em custos de médicos. Isto compensaria o excesso por parte dos idosos. Se na educação o Estado demonstra tanta ineficiência (com a economia de escala a favor, ainda assim é tão caro como os colégios) acredito que na saúde não estará assim tão longe.
Em tudo – educação, saúde ou outra coisa qualquer – só uma ooisa importa: liberdade de iniciativa empresarial, liberdade de escolha do consumidor e concorrência justa. O melhor é o que cada um quiser.
1.
“na escola pública de hoje, você tem um cocktail explosivo: funcionalistas na gestão corrente do estabelecimento”
Em parte com o novo regime de gestão deixará de ser assim.
2.
“muitos alunos de fraca estrutura familiar e consequentemente fraco sistema de valores e expectativas pessoais”
Nalgumas escolas. Longe de serem a maioria. Eu defendo turmas de nível(consoante as aprendizagens dos alunos) de forma evitar prejuízos para os melhores e permitir um ensino mais diferenciado para os mais fracos.
3.
“muitos professores que não queriam ser (em primeira análise) professores.”
Acontece o mesmo nas privadas. Mas reconheço que estas têm mais autonomia na gestão dos funcionários.
4.
“tem os alunos que vêm maioritariamente do privado com sistemas de valores mais sólidos, com maior abrangência nos conhecimentos e que consequentemente prestaram as melhores provas no acesso à universidade pública (que continua a ser a preferida e bem) e professores que por integrarem a maior parte deles a vida activa na actividade que leccionam procuram dar…”
Fiquei confuso, está-se a referir à realidade Portuguesa? No Instituto Superior Técnico, mais de 80% dos alunos vêm de escolas públicas(estes dados estão disponíveis no site do IST).
A nível nacional mais de 80% dos alunos que ingressam no ensino superior público estudaram em escolas públicas.
Há o problema do acesso a Medicina, que leva muitos alunos para as privadas que no Secundário inflacionam notas da frequência, isso é que desequilibra as contas…
5.
“É que se concorda então temos este paradoxo: quem não investe (e não estou a discutir as razões, mais uma vez digo que sou a favor da existência da escola pública) nos primeiros 17 anos escolares dos filhos, vai depois investir uma soma parecida no seu ensino universitário privado, que como se sabe é deficiente em qualidade. Inversamente, quem pagar o ensino privado durante os primeiros anos, tem mais probabilidade de ter o seu filho numa universidade pública no futuro, desfrutando assim do melhor de dois mundos. Certo?”
Nem por isso. Estudei em escolas públicas e entrei em universidades públicas. Frequentar boas escolas é importante, ter pais exigentes mais ainda e talvez o mais decisivo.
E actualmente quase toda a gente tem vaga nas universidades públicas, até os maiores de 23 anos que nem o 12. ano têm. A regressão democrática…
Já agora, sou adepto de escolas especializadas ao nível secundário, tal como acontece nos melhores sistemas educativos europeus, Liceus(com selecção no acesso), escolas tecnológicas, artísticas, etc…
Os meus filhos estudam em escolas públicas são todos bons alunos. E, quase de certeza, estudarão em universidades públicas.
“As organizações privadas do sector da educação alicerçam toda a sua intervenção no lucro. Seleccionam os seus clientes organizacionais e demandam fins com retorno imediato na forma mensurável de notas disciplinares, no prosseguimento do bom nome no nicho de mercado do seu investimento. A educação, nestas circunstâncias, apresenta uma forma de segregação social, existindo muita investigação que aponta para prezuízos do ponto de vista da adaptabilidade social e outros, no médio e longo prazo, na vida de muitos destes jovens”
É de notar que o sector privado não é bem “privado”. A maioria destes estabelecimentos são altamente subsidiadas, directamente, pelo dinheiro dos impostos dos portugueses. E há os que são subsidiados indirectamente, como todos o sabemos…
Perguntem a qualquer pai o que preferia fazer: ter 500 euros para escolher a escola do filho ou o sistema actual. A maioria das respostas será a primeira opção. E quanto mais pobre, mais esse pai preferia ter a opção de poder pôr o filho numa escola que não fosse ali ao pé da vizinhança, do bairro social. E se essa opção tivesse sido dada aos pais logo de início, de certeza que os seus filhos não seriam tão maus alunos como são actualmente. Por isso, o Estado escusa de pensar que está a fazer um bom trabalho em relação à educação porque não está, pelo contrário, é muito ineficiente em termos de custos e mesmo reconhecendo que o sistema privado pode fazer melhor, insiste no erro, limita as escolhas e contribui para que as classes mais em desvantagem continuem a não poder evoluir ao passo das outras.
Gostaria que o sr. Paulo Morais apontasse quais os colégios que aceitam receber aquilo que o estado gasta com os nossos filhos, sem pagar nada mais.
Também gostaria que indicasse quais as seguradoras que oferecem os serviços que o SNS oferece em troca do dinheiro que o estado gasta com cada cidadão até ao fim da vida.
Lírico!
(54) anónimo Diz:
“Também gostaria que indicasse quais as seguradoras que oferecem os serviços que o SNS oferece em troca do dinheiro que o estado gasta com cada cidadão até ao fim da vida.”
E, já agora, o caro anónimo é capaz de dizer quanto ganha o Estado com cada cidadão até ao fim da vida?
O Governo aprovou em Conselho de Ministros um decreto-lei que prevê a adjudicação de obras públicas até cinco milhões de euros sem abrir concurso. De acordo com o Público, esta medida vai ser alargada aos municípios. Este novo decreto pretende, de acordo com o Governo, a rápida execução dos projectos de investimento público considerados prioritários para o relançamento da economia portuguesa. No novo regime de excepção que será levado hoje a Conselho de Ministros, o valor das obras entregues por ajustes directos será de cinco milhões de euros e no caso de ser o Estado, autarquias ou regiões autónomas, este valor é multiplicado por cinco. O Público cita um documento da Associação Nacional de Municípios que defende o alargamento desta medida a “todos os projectos municipais co-financiados por fundos comunitários” e defende também que “o regime em apreço consagre, de forma expressa, um número mínimo de entidades a convidar”, sugerindo a consulta a seis, antes de fazer o ajuste directo.
Entre 2009 e 2010 as empreitadas de obras públicas até cinco milhões de euros poderá ser escolhida por ajuste directo.
E os almoços, custam 1.5 euros?
E o Desporto Escolar é gratuito?
E as aulas extras são gratuitas?
E o clube europeu, de astronomia, também são gratuitos?
E a Alimentação no Bufete?
Já agora quanto pagará o Luso francês aos professores para cada aluno+lucro ficar por apenas 4000 anuais?
Resposta: Recorre aos professores do ensino público, pagando-lhes à hora a recibo verde, é claro.
# 56 O caro deve ser mediador de seguros. Sobre o que o estado ganha com cada cidadão é para distribuir à cambada de de parasitas que para ele trabalha. Talvez seja melhor dizer onde muitos têm emprego e passam o tempo.
“Perguntem a qualquer pai o que preferia fazer: ter 500 euros para escolher a escola do filho ou o sistema actual. ”
Tina, você ainda é mais genial do que o Paulo Morais. Sim senhor, minha querida. Eu preferia ter 500 euros mensais para pagar uma mensalidade na escola que eu escolhesse. Digo mais: preferia até ter mil euros para colocar o meu filho num colégio da Suiça. Tina, eu voto em si, caramba!
anónimo Diz:
“O caro deve ser mediador de seguros.”
Não meu caro. Sou apenas mais um pagador de impostos, taxas e demais palhaçadas diversas.
Um sujeitus passivus vulgaris
Ainda hoje me enviaram o preço da mais nova inutilidade publica, mas modernaça, que vou ter de pagar já para a semana.
175 euros + IVA (IVA da palhaçada = 35 euros que pagam por inteiro a próxima visita do caríssimo anónimo ao seu medico de família) e mais 45 euros para a emissão efectiva do “certificado” (que é muito bonito e tem muitas corzinhas apesar da inutilidade absoluta do mesmo) para ter a visita de um “certificador do desempenho energético e da qualidade do ar interior” a um pequeno apartamento num edifício da década de 50 e que vai ser arrendado porque está completamente renovado, é central e barato para a localização mas nunca porque questões ambientais.
Total da inutilidade em papel para arquivar e esquecer depois de emitido e, principalmente, pago:
255 euros (Duzentos e setenta e cinco euros)
Termo de comparação para o caso de estar distraído:
Um salário mínimo nacional
490 euros (Quatrocentos e noventa euros)
Não me parece que PM faça aqui a apologia do privado… Apenas que o público funciona pior… O que todos sabemos, sobretudo se tivermos a experiência (por exemplo) de ir a urgências pediátricas… Antes de crucificar o homem, leiam o artigo todo de onde foi retirada a frase…
“E o Desporto Escolar é gratuito?
E as aulas extras são gratuitas?
E o clube europeu, de astronomia, também são gratuitos?”
Que desporto escolar, que aulas extra e que clubes? Julga que há disso nas escolas do estado? Nas que eu conheço, e são muitas, não há.
“E os almoços, custam 1,5 euros?
E a Alimentação no Bufete?”
400 € por aluno por ano chegam? Para todos os alunos, ricos e pobres? Mesmo assim, sabe quantos preferem comer fora?
“Já agora quanto pagará o Luso francês aos professores para cada aluno+lucro ficar por apenas 4000 anuais?
Resposta: Recorre aos professores do ensino público, pagando-lhes à hora a recibo verde, é claro.”
Paga o que deve conforme o acordo entre a associação do ensino particular e cooperativo e os sindicatos de professores. O colégio tem professores próprios. Aliás, por despacho, os professores estão praticamente proibidos de acumular.
Finalmente:
Não dou conselhos a ninguém.
Não existe o melhor.
Cada um que faça a sua escolha.
Bom era que todos pudessem escolher o melhor para si.
Privado não é melhor nem pior do que estatal.
Privado não é mais caro do que estatal.
Não discuto com ninguém a minha opção, nem quero convencer ninguém a fazer a mesma opção.
Conheço o funcionamento de alguns colégios privados até de nome na praça. Tomara muitos deles terem ofertas educativas e formativas de qualidade que muitas das nossas escolas públicas têm.
Mas alguém tem dúvidas que o Estado Português já era? Que está moribundo e que tem de morrer?
Qual é o problema? Há muitos portugueses que vivem noutros Estados e muitos estados que já duraram menos que o nosso!
Só sei que com este Estado o Povo não é feliz. E a missão primeira de um Estado é fazer o seu povo feliz!
tina Diz:
“Por acaso esse certificado exige o certificado de inspecção à instalação do gás?”
Tanto quanto eu saiba à data de hoje, não. Até porque a instalação de gás naquele local tem menos de 20 anos e como tal tendo sido inspeccionada e aprovada antes de ligada à rede agora, e segundo a lei em vigor pelo menos até ontem, só terá que voltar a ser inspeccionada quando completar os 20 anos se até lá não se verificar qualquer condição anormal.
Mas como estamos em Portugal só ficarei certo de tudo o que era necessário quando finalmente tiver o certificado na mão porque, até lá, estará sempre em aberto a possibilidade de ser pedido o papel!… mas qual papel?… o papel!… 😉
O mais provavelmente é que não exigirá, nem mesmo para um prédio de 20 anos, o que mostra a palhaçada da lei que é. Só para sacar dinheiro rapidamente aos contribuintes. Entretanto, pode haver fugas de gás que eles não se importam.
É a isso que chama actividades extra? Já reparou que as actividades que menciona se realizam nos tempos de aulas dos alunos? Sabe porquê? Porque são os furos dos horários dos professores. Sabe que adesão dos alunos haverá a essas actividades? Próximo do zero. Na minha escola já houve clubes. Sabe porque fecharam? Porque não havia quantidade suficiente de alunos interessados que os justificassem. Sabe qual é a intenção desses clubes? Ninguém gosta de fazer substituições. A presença dos professores nos clubes (mesmo que desertos) dispensa-os de substituições nesses tempos. O Conselho Executivo percebeu e atalhou o problema.
De qualquer maneira não posso, porque desconheço todas as escolas, dizer que não há actividades em nenhuma. Digo que não há nas muitas que conheço ou que os alunos não participam. E não é por haver nalgumas que se pode dizer que AS escolas do estado têm essa oferta. Por outro lado, mesmo que haja alunos interessados nalguma actividade, nem que tenham de pagar, a escoola não as oferece, a menos que convenha a professores.
A culpa não é dos professores. É de quem toca a música. Os professores dançam ao som da música que lhes impõem.
Esqueci-me de mais uma explicação importante. Em muitas escolas fecharam-se clubes porque não era possível manter salas reservadas aos clubes. Não sei se sabe mas também não há salas onde os professores possam ter as suas coisas e trabalhar quando não estão a dar aulas. É por isso que as escolas mandam os professores trabalhar nas suas casas, dizendo que é a componente não lectiva de trabalho individual do horário do professor.
Agora imagine o CAA, depois de ter as escolas e os hospitais construídos e a funcionar, pagos com os milhões da UE, virem uns aviões de Israel destruir tudo. Olho por escola, dente por hospital.
Se tivessemos atirado rockets contra Israel e se acoitassemos os terroristas nas nossas escolas e hospitais, era justo eles destruirem os nossos hospitais e as nossas escolas.
Leiam o artigo com calma e vejam que o que Paulo Morais quer dizer, mais do que tudo, é que o
dinheiro gasto pelo Estado é desmesuradamente mal gasto. Ou não concordam?
«(…) a despesa pública é desmesurada e os benefícios daí decorrentes mínimos.»
«Os governos dos últimos anos, a começar por aquele em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro, transformaram os portugueses em meros escravos do orçamento, que consome exactamente metade da riqueza do país. Assim, a população empobrece, em proveito dum estado imenso, rico e esbanjador, caracterizado por gastos sem controlo na Educação, na Saúde ou na Justiça.»
Concordo totalmente com o que PM diz e até acho que é muito brando, pois se virmos como funcionam os diversos sectores do nosso país, podemos concluir que funcionam mal, a más horas e os custos previstos são sempre duplicados, triplicados, etc.; depois diz-se que houve uma derrapagem orçamental e lá vamos nós em frente como se nada se tivesse passado.
Vivemos numa anarquia, onde nada funciona e ninguém se entende!
O problema é que, quando estivessem doentes A SÉRIO a companhia de seguros esquivar-se-ia em vez de assumir a responsabilidade de proporcionar aos deontes o melhor tratamento.
Digam-me uma companhia que pague o tratamento de:
– um insuficiente renal crónico em hemodiálise
– um transplante (seja do que for)
– um seropositivo ou doente já com SIDA
– um doente com neoplasia
– um…. (querem que continue?)
SG Diz:
“O problema é que, quando estivessem doentes A SÉRIO a companhia de seguros esquivar-se-ia em vez de assumir a responsabilidade de proporcionar aos deontes o melhor tratamento.”
Isso é uma facto para os seguros individualmente subscritos.
Mas o que aconteceria se esses seguros fossem contratados directamente pelo Estado, ou pelas autarquias e para os seus eleitores inscritos por exemplo se os 10 milhões se revelassem à partida um numero demasiado grande para ser “digerido”, a um consorcio de seguradoras do ramo para a totalidade da população?
(E isto é uma duvida legitima porque não imagino a resposta ou sequer se seria possível.) 🙂
Vejo, à partida, um poder negocial por parte do contratante que nada tem a ver com o seguro individual e que poderia ser transmitido aos segurados.
E vejo também um beneficio para as seguradoras pelo enorme numero de segurados colectiva e simultaneamente diminuindo assim proporcionalmente os vários níveis de risco quando individualmente considerados.
Isto ocorre-me sempre que penso nas diferenças existentes entre os seguros de saúde individualmente subscritos e nos “dados” pelas empresas de media e grande dimensão.
A diferença entre o SNS e um sistema deste tipo estaria sobretudo na capacidade de organização e know-how já existente nas seguradoras e que está, obviamente, a anos-luz da desorganização e balburdia tão características de tudo onde o Estado Português está presente.
Não vou rebater o seu comentário técnico sobre seguros, até porque não tenho conhecimentos para o fazer.
Do que conheço do SNS (sou médico do SNS há 18 anos) penso que nem o SNS é tão “balbúrdia”, nem as seguradoras tão “organizadas”. Trabalho também num hospital privado, sou sócio de uma pequena clínica e não tenho dúvidas em pedir que, se estiver doenete, me levem para um hospital público. Tirando o conforto hoteleiro (que, apesar das melhorias, ainda é melhor em alguns hospitais privados), tudo o resto é melhor no público. O Serviço Nacional de Saúde é sem margem para qualquer dúvida o MELHOR serviço público português: melhor que a Educação, A Justiça, As Obras Públicas, a Segurança Social, os Militares, a Segurança Pública, etc etc etc. Nenhum outro serviço público alguma vez atingiu o 12º lugar a nível mundial (Dados da OMS).
Sofre, como é obvio de uma circuntância particular da saúde que é o facto de o beneficiário não ser a mesma pessoa/entidade que o pagador, o que altera a percepção satisfação do cliente. Aqui as pessoas são tratadas sem qualquer restrição (por vezes até por excesso…). Nenhum seguro ou sistema de saúde privado alguma vez poderá proporcionar isto.
Claro que há diferenças, por exemplo regionais, há diferentes níveis de qualidade, de cobertura, de acesso, de espera. Por exemplo não tenho dúvidas em afirmar (e vão todos cair-me em cima) que a qualidade global do SNS é pior na ARS de Lisboa e Vale do Tejo: o orçamento per capita é o maior, é o que tem mais médicos, enfermeiros e técnicos, mais meios, mas é o pior organizado. Ainda há duas semanas foi onde se sentiu mais o pseudo-surto de gripe, tudo por má organizaçao. É a região do país onde a privada tem mais possibilidades, pois as listas de espera no SNS são as maiores.
Mas, globalmente, de Trás-os Montes ao Algarve o SNS é muito bom, ao nível do melhor do mundo.
Sugiro-lhe a leitura do livro de Boaventura Sousa Santos “A Saude e Doença em Portugal” e ficará
a saber que ideia os portugueses, têm, de facto sobre o seu SNS. Verá que é radicalmente diferente da que se publica ou aparece nos media. Aí será pertinente conferir a quem interessam esses sound-bytes derrotistas que pululam nos noticiários. Quem lucra com isso?
Ah! Esqueci-me: acho a “Empresarialização dos Hospitais”, tal como está a ser feita, um logro. Inicialmente concordei com ela, mas está a ser desvirtuada. Poderemos falar sobre isso, se quiser…
(nota de conflito de interesses: sou médico do SNS, com interesses privados não concorrenciais, não sou do PS, não apoio este Governo, nunca votei PS, não gosto de Correia de Campos e acho que esta minha colega, agora feita Ministra apenas está a executar a tarefa de tirar a Saúde dos telejornais)
“Digo que não há nas muitas que conheço ou que os alunos não participam.”
Os alunos não participam porque têm horários com cargas lectivas de loucura. Muitos jovens que participavam em interessantes actividades de prática desportiva e cultural tiveram que desistir.
As pessoas falam do que desconhecem: Não conheço NENHUMA escola com 2º e 3º ciclo que não tenha modalidades de Desporto Escolar. Nenhuma.
É interessante verificar como os professores e o funcionamento das escolas portuguesas merecem os maiores elogios de técnicos e expert internacionais. Tenho uma colega e amiga que trabalhou, alguns anos, no intercâmbio entre chefias e inspectores de todos os sistemas de Ensino dos países da zona Euro (tinha outra designção). As trocas, visitas eram constantes (agora, desconheço). Ós professores e a Escola portuguesa estão excelentemente cotados. O conhecimento adquirido de outros sistemas de Ensino levou a retirar conclusões de grande prestígio para o nosso SNE. Eles não têm é a burocracia à portuguesa e daí resulta que as verbas são directamente investidas nas escolas e nos alunos, para além do investimento dos Estados ter sido ou ser substancialmente mais elevado, por aluno.
Temos por hábito dizer mal do que somos e conseguimos. O problema, de facto,é sempre a nossa mentalidade.
SG Diz:
“Verá que é radicalmente diferente da que se publica ou aparece nos media.”
Caro SG,
A minha opinião pessoal sobre o SNS não se baseia no que aparece nos média mas sim na minha experiência pessoal, quer directamente comigo quer com familiares ou amigos que ao longo da minha vida tenho acompanhado em visitas ao SNS.
E como termo de comparação tenho a minha experiência de ex-emigrante num país terceiro onde infelizmente tive também um contacto próximo com o sistema de saúde publico por via de uma doença terminal com um familiar muito próximo além de algumas, felizmente poucas, visitas efectivamente minhas.
E digo-lhe que o maior mal do SNS português é exactamente o mesmo de tudo o que é coisa publica em Portugal. E esse mal está por mim perfeitamente identificado. É a inimputabilidade ou irresponsabilidade absoluta de todos os intervenientes e que, apesar de teoricamente existir, no final da cadeia hierárquico/burocrática, está sempre tão diluída que é praticamente igual a zero. E onde não há responsabilização pelos próprios actos de cada um há sempre a “balburdia” instalada.
Acrescendo ainda à inimputabilidade própria da “coisa publica” portuguesa acresce ainda um factor cultural e histórico de um pequeno pais que sempre cultivou os laços familiares e de amizades próximas como factores indispensáveis de apoio e que resulta, na pratica, na quase impossibilidade de encontrar opiniões contrarias e testemunhos disponíveis para serem publicamente expressos contra as muitas corporações existentes no País.
É praticamente impossível encontrar um médico, um enfermeiro, um técnico, etc., que se disponha a testemunhar publicamente contra um seu par acerca de uma qualquer má pratica.
Há sempre o medo de um possível, e infelizmente mais do que provável devido à já referida pequenez geográfica, ostracismo futuro. E contra isto não vejo qualquer solução, por muitos autos de fé que anualmente se profiram.
Podia ainda falar na impossibilidade de escolha do local de atendimento por parte do utente relacionando-a com a independência do financiamento publico sobre os níveis de satisfação dos utentes e resultados de cada unidade de saúde mas fico-me por aqui, por hoje. 🙂
Pôr o estado a funcionar bem = Descentralizar e autonomizar
Eu não confundo escolas públicas com estado. De resto, concordo com o que escreveu.
Nos exemplos que dei há realidades diferentes, escolas de turno único e com dias reservados para as actividades e escolas com desdobramento e por isso com actividades de manhã e de tarde.
O que queria mostrar é que os 4400 euros de investimento por aluno nas escolas públicas(desde que bem organizadas) os alunos acedem a um conjunto de recursos que no Privado tem de pagar extra propina.
Não concordo. Se bem que percebo que tem (temos) algumas razões de queixa, mas devem-se a erros políticos e não técnicos. O SNS e o SNE está a ser atacado e desvirtuado por via de interesses que não os das populações que servem.
A inimputabilidade referida no #88 é real mas nada tem a ver com o público/privado. Tem a ver com a cultura de todo um povo.
O sector das telecomunicações é privado e existe concorrência, mas qualquer operador tem um conjunto de histórias que, se se tivessem passado com um serviço público, estariam aqui a servir de “exemplo” de que o privado é que é bom.
(92) Carlos Albuquerque said
“O sector das telecomunicações é privado e existe concorrência(…)
Caro amigo, no sector das telecomunicações privadas quando não está contente muda de operador e deixa de ser obrigado a pagar a quem, segundo a sua óptica, lhe prestou um mau serviço.
Nos serviços públicos de saúde mesmo que não ponha lá os pezinhos tem que os continuar a sustentar e nem lhe agradecem por lhes pagar sem lá aparecer…
Nota aqui alguma diferença entre as duas realidades ou nem por isso? 🙂
Nas duas preciso dos serviços, tenho que pagar e sou mal servido. A única diferença é quem lucra com isso. Na dúvida, prefiro que os benefícios da situação (que os há, nas duas situações) sejam distribuídos por um maior número de pessoas.
Esclarecimento: os casos de mau serviço nas telecomunicações parecem ser endémicos em todos os operadores; logo, mudar pode satisfazer o impulso do momento mas não resolve nada. Acabo sempre por ter que pagar algum dos maus serviços.
Carlos Albuquerque said
“Esclarecimento: os casos de mau serviço nas telecomunicações parecem ser endémicos em todos os operadores;”
Jura? 🙂
Há anos que não tenho problemas de maior tanto a nível de dados como de voz fixa ou móvel. Claro que, já não acreditando no Pai Natal há muitas décadas, não uso qualquer um daqueles pacotes “milagrosos” que prometem a Lua a troco de poucos tostões mas o resultado, para mim, está à vista. 🙂
Quanto à saúde “publica” duvido que se possa dizer o mesmo pois os custos dela são tudo menos “baratos” independentemente do que se paga “à porta”.
Para além da desorganização “formal” e da “balburdia” que vem da “inimputabilidade publica” acresce-lhe ainda o custo genético de pertencer ao Estado Português onde a estrutura tem sempre precedência sobre os resultados.
PS: E como a famosa gripe dos telejornais de Natal, embora já fora do prime-time, chegou finalmente aqui à barraca fico-me por aqui. Agora é mais chazinhos e auto-medicação para não incomodar os servidores públicos e, muito provavelmente, ter ainda que me chatear acrescendo isso ás dores e mal estar já existentes… 😉
Em primeiro lugar desejo-lhe uma rápida recuperação.
“Há anos que não tenho problemas de maior tanto a nível de dados como de voz fixa ou móvel.”
Jura? 🙂
Qual é o seu operador e qual o pacote?
Quanto à saúde pública, o facto de os privados serem incapazes de oferecer um pacote de seguro equivalente, seja a que preço for, mostra que ela não é assim tão cara.
Quanto à inimputabilidade e à desorganização, é tão ou mais grave no sector privado.
Ainda há quem faça a apologia do fim do Estado.
A não ser que permita salvar alguns bancos que (não) apresentem riscos sistémicos…
http://www.vinteseisdeabril.blogspot.com/
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Esta frase é notável!!!!
Deviam fazer cartazes e espalhá-los pelo país.
Parabéns, parabéns.
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Pois é indiscutível que pode haver até muitos organismos do Estado que não desempenhem as suas funções cabalmente. Urge ser mais eficiente!
O problema é que, nos tempos que correm, a ideia de que o sector privado é a panaceia mágica que resolve todos problemas das pessoas sem criar injustiças, não passa de uma falácia sem nome. Basta olhar para os Bancos portugueses, cabo-verdianos, ou americanos…
O liberalismo «reaganista» dos anos 80 terminou.
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Gostava de ter acesso aos dados deste iluminado, lá isso gostava.
Luís Azevedo Rodrigues
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Uma das poucas vozes lúcidas que ainda restam na comunicação social portuguesa.
Já tinha lido o artigo, mas dou-lhe os parabéns por ter chamado a atenção para ele.
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4. Basta ler o Orçamento de Estado.
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Ainda há quem faça a apologia do Estado?
Ideafix.
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O Paulo Morais é um génio. Eu sei de muita gente aí pelo interior do país, ou em Lisboa e no Porto, que está à espera que o Estado deixe de gastar na educação para ir matricular os filhos em colégios privados.
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Ora aqui está um tema com o qual concordo e tenho manifestado a minha completa concordância!
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Já tinha lido o artigo de opinião de PM no JN e concordo que os gastos do sector público são desmesurados, sem controlo e, às vezes, quase obscenos… Mas não sei se o privado resolveria tudo isto. Honestamente, preferiria um público a funcionar bem… Será utopia?
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Um público a funcionar bem? hahahahah! Só se for para rir. Gastar o dinheiro dos outros é muito fácil, meus amigos….
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Como spot publicitário, a frase está bem esgalhada.
Mas a realidade está em Caramelo.
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“Gostava de ter acesso aos dados deste iluminado, lá isso gostava.”
Não joga aos dados. Isso é com Deus.
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Nem os colégios privados aceitam os alunos mais complicados nem os seguros privados dão uma cobertura minimamente fiável.
Quantos casos complicados são transferidos dos hospitais privados para os públicos em fases terminais que dão mais despesa sem qualquer esperança? Quantos seguros provados cobrem todas as doenças cobertas pelo sistema público em qualquer idade.
Comparar o que não é comparável não prova rigorosamente nada.
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Nem mais, CAA.
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O home é um iluminado. Onde é que lhe posso colocar um vélinha? O país afinal não está perdido, é gente assim, com visão, que faz falta. Ossana, aléluia.
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10.
Concordo completamente. Um sistema publico a funcionar em condições é sem duvida o preferivel.
E não, nunca se poderão fazer estas contas – a educação, a saude, e outros serviços do estado sairão sempre mais baratos se executados por privados, mas as condições de quem lá trabalha serão piores. A eficiência na utilização de recursos não humanos é claramente superior mas…
Com o paralelismo para os professores, profissionais de saude, etc, deixo o exemplo das empresas de segurança – toda a gente sabe que é mais barato contratar uma empresa de segurança que recrutar seguranças – não há actualizações de carreira, não há controlo de horas trabalhadas por cada profissional, não há outras regalias.
Faz sentido transportar essa instabilidade e essas condições para a educação / Saude / outros serviços publicos a troco de serviços publicos mais baratos? Cada um tem a sua opinião sobre isso. Gestão privada é outro assunto.
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Votem já nesse tipo para Primeiro Ministro e já agora para Presidente da República ao mesmo tempo. Precisamos de mentes brilhantes. Mas se houver um político que prometa um Ferrari a cada português, então votem nesse!
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O Amorim não é funcionario publico?
É tão bom receber do estado e não pagar
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É com ignorantes destes que nunca se consegue nada. Tem razão na educação, mas não tem razão na saúde. Resultado, como é um estúpido que não sabe fazer contas passa tudo por errado.
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Parece-me que nem os bancos os privados são capazes de gerir!
Salvo raras excepções muitos grupos privados só vivem da mama do estado!
Tenha vergonha Sr. Paulo Morais!
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Tonibler,
‘Estúpido’ é quem expele que um Professor de Matemática não sabe fazer as contas…
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Se sabe fazer contas, deveria saber que as seguradoras não fazem seguros de saúde a quem apresente mais de 60 anos de idade…
Muito gostava de saber se esse Sr. algum dia necessitará dum hospital do Estado que somos todos nós….
Esta reacçon….
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Isto só demonstra que “este país” ainda se não livrou totalmente do arcaísmo empobrecedor do gonçalvismo, como bem demonstrou um Cidadão em fins de 90 com o cólebre “O MONSTRO”.
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Este Paulo Morais é o novo guru?
Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?
E porque não pôr também os alunos do superior nas universidades privadas?
Baseiam-se nos rankings onde as escolas que seleccionam os alunos ocupam os 1.º lugares. Mal seria se não ocupassem(e algumas ficam bem cá para trás), mas mesmo assim a diferença é mínima para o pelotão de escolas públicas, de acesso universal, que vêem logo a seguir. Basta analisar.
“Os gastos públicos em Educação” já financiam o privado. Se consultarem o orçamento de estado tem lá perto de 500 milhões de euros para os colégios privados.
Nas escolas públicas, um aluno custa sensivelmente 4400 euros anuais, isto do 5.º ano em diante(nem refiro o ensino primário, pois este é baratíssimo, como funciona em monodocência, não chega aos 2500 euros), este valor engloba tudo, num colégio cobriria, apenas, o ensino. Os miúdos que quisessem almoçar na escola pagariam 5 ou 6 euros, quando na pública pagam 1.5?
E para frequentar actividades extra-curriculares (gratuitas na pública e incluídas nos 4400 euros), também pagariam?
Os custos por alunos disparavam para os 6000 euros.
Façam as contas
Façam contas.
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Os FPúblico, é gente de 1ª e nunca estão satisfeitos, este governo, como os que temos tido, é para resolver os seus problemas.
O PSD/PPopular, esta preocupado, querem “governar ou governarem-se”.
Os Outros, PCP/BEsquerda, estão preocupados, “será que toca algum”, essa o “leit motiv”.
O PS, quer manter a dádiva do orçamento. “Quem parte e reparte, e não escolhe a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte.
No fundo, no fundo, quem não tem escolha
é o Zé Maria Malaquias da Silva, Malaquias, da parte da Mãe e Silva, da parte do Pai. É sempre o mesmo sacrificado, é sempre o mesmo doente.
Os FP, foram sempre, em todas as epocas, os Portugueses de 1ª e, sempre foram os Governantes, o exemplo disso: O Governo versus Professores – o Governo, acha que possui os melhores Prof. Os Prof acham que podem substituir o Governo, porque são melhores,para governar ou governar-se.
De tudo isto,quem paga é sempre o mesmo, as guerras palacianas, eles querem atingir o maximo de reformas e bem estar social.
Descontei,como um general de 5 estrelas, com 3 comissões no ultramar,
prof de estudos militares, foi que eu contribui em descontos, em termos teoricos, mas a minha reforma é de Cabo do exercito.
Dos Politicos,nem se fala, ,por dá cá aquela palha, vai uma Reforma a 100%, quem tenha 2 e 3 reformas .
È assim, lá vamos cantando e rindo
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Deixem o homem falar…
Mesmo que não concordem com ele.
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Aqui estão os gastos públicos com os colégios privados:
Click to access escolasprivadas.pdf
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CAA,
Estúpido é quem paga a um gajo que não sabe fazer contas para ser professor de matemática. Quero lá saber se ele é prof de matemática ou não, a conta está errada e com base na conta errada faz juízos de valor. Um estúpido, portanto…
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«Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?»
I rest my case…
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Quer se goste ou não dos artigos do Paulo Morais, o que é certo é que ele não tem “papas na língua” e toca em todos os assuntos políticos e sociais mais polémicos, dizendo aquilo que muitos
gostariam de dizer mas não têm coragem.
Relativamente aos que acham que as contas estão erradas, como o 29, apresente as suas para nós vermos. Escreva você uns artigos melhores. Agora criticar e não fazer melhor qualquer um faz.
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Mas é comparável a cobertura do SNS com a dos seguros de saúde? Quanto cobraria uma seguradora para dar exactamente as mesmas condições do SNS? Não tenho dúvidas que seria muito mais do que o estado gasta com o SNS por pessoa.
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DA,
«Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?»
hahahaahahhaahahahah
Bem, deixe lá ver… assim de repente:
– Os professores são avaliados
– Os maus podem ser despedidos
– Os alunos problemáticos não são aceites
– As turmas são (quase na generalidade) mais pequenas
– Existem muito mais actividades extra-curriculares
– Nos dias da manif, os país com filhos no privado estão descansados
– Têm segurança privada
– Os alunos que não cumpram códigos de conduta básicos como higiene pessoal, são advertidos.
– Todos os colégios privados (que se prezem) têm um plano estratégico de ensino, um tema, uma orientação que facilita a escolha de quem pretende matricular os seus filhos (ex: ordens religiosas)
Será suficiente?
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Veríssimo,
A conta é básica, não é preciso ser um génio (ou mais ainda, professor de matemática…). Os prémios dos seguros de saúde são baseados nas probabilidades condicionadas à existência de um SNS. Se retirar o SNS, os prémios vão subir para compensar as despesas que o SNS cobre hoje. Haveria lucro se houvesse indícios de que os recursos do SNS são subaproveitados. Não são, há falta de recursos.
O problema do custo da saúde está na margem que os recursos tiram para si decorrentes da situação de protecção que vivem, particularmente os médicos, coisa que não é resolvida com seguros. Coloquem mais 10000 vagas para medicina e daqui a 20 anos façam as contas outra vez.
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* correcção: “os pais” claro
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Erik,
E acha que colégios que seleccionam os alunos, não garantindo universalidade, podem ser financiados pelo estado, para onde vão os problemáticos(note-se que sou contra delinquentes nas escolas regulares)?
“As turmas são (quase na generalidade) mais pequenas”
Está enganado, as estatísticas da OCDE, dizem o contrário.
Mas o n.º de alunos por turma está longe de ser fundamental.
As universidades públicas também têm defeitos e ninguém as questiona?
Quanto aos professores reconheço que têm muito mais autonomia na sua gestão. As públicas também deviam ter.
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Colégio do Amor de Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 147,68
Para la ter um filho/A é muito bem pago e ainda recebem do estado.
É um maná
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DA,
Eu também não insinuei que a escola pública deveria acabar. Apenas respondi à sua pergunta.
Se quer a minha opinião em relação às universidades aqui vai: na escola pública de hoje, você tem um cocktail explosivo: funcionalistas na gestão corrente do estabelecimento; muitos alunos de fraca estrutura familiar e consequentemente fraco sistema de valores e expectativas pessoais; muitos professores que não queriam ser (em primeira análise) professores. Na universidade pública você tem: os mesmos funcionalistas a gerir (mas que muitas vezes andam a toque de caixa dos alunos que os obrigam a procurar, a emitir, a informar – as associações de estudantes na faculdade são verdadeiramente úteis); tem os alunos que vêm maioritariamente do privado com sistemas de valores mais sólidos, com maior abrangência nos conhecimentos e que consequentemente prestaram as melhores provas no acesso à universidade pública (que continua a ser a preferida e bem) e professores que por integrarem a maior parte deles a vida activa na actividade que leccionam procuram dar aulas nos estabelecimentos de maior prestígio beneficiando assim o próprio e os alunos.
Concorda comigo?
É que se concorda então temos este paradoxo: quem não investe (e não estou a discutir as razões, mais uma vez digo que sou a favor da existência da escola pública) nos primeiros 17 anos escolares dos filhos, vai depois investir uma soma parecida no seu ensino universitário privado, que como se sabe é deficiente em qualidade. Inversamente, quem pagar o ensino privado durante os primeiros anos, tem mais probabilidade de ter o seu filho numa universidade pública no futuro, desfrutando assim do melhor de dois mundos. Certo?
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Erik,
Não concordo com o que diz. Numa percentagem relativamente baixa de colégios privados as suas elações fazem sentido – na maioria não. Mesmo os bons podem ser despedidos se ficarem demasiado caros. As minhas turmas no ensino oficial (9-12) eram mais pequenas que no particular (5-8 num dos melhores de lisboa). Os alunos que são advertidos raramente são corridos, apenas se houver lista de espera para entrar e mesmo assim depende do peso do encarregado de educação. Hoje em dia para entrar na escola tem o cartão magnético. Tem as aulas de substituição e outros apoios pedagógicos.
Quanto à qualidade do ensino – na entrada para a faculdade, todos os meus colegas do publico entraram na primeira opção – alguns colegas sairam a meio do ano para colégios privados para terem melhores médias. Apesar de ter frequentado um dos melhores colégios de lisboa, menos de metade dos colegas conseguiram entrar para a universidade publica.
Depende infinitamente mais do apoio familiar que do dinheiro gasto.
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Rui,
Por partes, primeiro já o DA tinha esclarecido a ausência de relação entre o número de alunos nas turmas e os resultados. Tirei como ilação de alguns colégios privados com turmas muito reduzidas. Mas em segundo lugar devo dizer-lhe que me parece estar a comparar o pior dos estabelecimentos privados com o melhor dos públicos. Eu estudei na escola pública num dos piores bairros dos arredores de Lisboa e o meu filho hoje estuda num colégio privado (que não é de topo, longe disso) e as diferenças são enormes. Em termos de actividades extra-curriculares, acompanhamento, disciplina, reconhecimento da autoridade, segurança do estabelecimento. Tudo.
Quanto às entradas na faculdade, julgo que não há volta a dar: se os estabelecimentos privados têm as melhores notas, alimentam com mais alunos o ensino superior público não será assim? Os seus colegas do público entraram todos na primeira escolha e da minha escola, no ano em que eu entrei, entrámos 4 para a faculdade (sendo que eu entrei na minha 4ª escolha) a verdade estará no meio disto. Mais uma vez parece que está a comparar o melhor do público com o pior do privado.
Concordo quanto ao apoio familiar, mas que apoio familiar pode dar quem desistiu no 8º ano do ensino público, trabalha 12 horas por dia e chega a casa estafadíssimo sequer para dizer olá aos filhos?!
Temos visões diferentes, logo teorias diferentes. Mas respeito a sua.
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Carlos Albuquerque
32
Pelos vistos, V. pensa que o SNS nos é oferecido pelo Estado, esse grande benfeitor.
E também acredita no Pai Natal, não?
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“Pelos vistos, V. pensa que o SNS nos é oferecido pelo Estado, esse grande benfeitor.”
Onde vai buscar essa ideia?
“E também acredita no Pai Natal, não?”
Por acaso não acredito. Mas basta consultar uma seguradora para ver as inúmeras restrições que põem aos seguros. Se arranjar uma seguradora que garanta todas as coberturas do SNS, sem cobertura do SNS (para estrangeiros, por exemplo), por um custo inferior ao SNS diga-me. É que se não arranjar fico com a impressão de que há quem acredite no Pai Natal, só que travestido de seguradora privada.
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Não falei dos piores privados – falei de um dos melhores colégios de lisboa – top10 nacional. E falei do liceu D. Pedro V em Lisboa, onde na altura a policia patrulhava a escola de carro…
No meu tempo de escola secundária(+ de 10 anos) os privados tinham melhores notas na escola mas infinitamente piores nos exames nacionais. Hoje passa-se o mesmo – apenas as escolas privadas levam 100 alunos a exame e as oficiais levam 500. No meu ano no técnico, entramos algums 100 e, por alto, acho que cerca de 10 a 15 vinham de escolas privadas. Se me disser que na católica 85% vêm de colégios privados, aí concordo.
Há grandes assimetrias – de lisboa para a periferia de lisboa e para o resto do país. Tinha um colega que foi o unico da escola dele no interior do pais a conseguir entrar para a faculdade.
Apoio familiar passa pelo incentivo, mais que pelo apoio de estudo. Os meus pais não tinham o 9º ano e lá em casa éramos dois já com mestrado. Tinha um avô que nem a 4ª classe tinha que me punha a falar da escola e me incentivou mais que qualquer actividade pedagógica especial.
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É bem sabido que o Estado gasta por cada aluno o equivalente (ou mais) a uma mensalidade num colégio privado. Esses números já sairam cá para forma muitas vezes. O argumento é sempre: mas os colégios nunca aceitariam os maus alunos. A isto JM no passado respondeu que haveria sempre colégios a receberem alunos que pagassem 500 euros por m~es. Concordo. Mesmo que não houvesse incialmente, passariam logo a haver.
Quanto à saúde não sei porque os seguros de saúde para pessoas novas são muito mais baratos do que para os idosos. Uma criança paga por volta de 20 euros e um adulto 40. Acho que o idoso pagaria bem mais de 100 o que seria simplesmente incomportável para muitos idosos.
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Bem, disse asneira. Claro que não seria o idoso a pagar. Acho que Paulo Morais é capaz de ter razão. Quanto gastará o SNS em média por cidadão?
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Tina,
Acha que os seguros de saude teriam o mesmo custo assim que lhes colocasse como clientes os doentes com cancro, outras doenças crónicas e os milhares de casos sociais? OS seguros têm esse valor porque falamos da nata, das pessoas moderadamente saudaveis a saudaveis.
Por alguma razão os hospitais das seguradoras apenas atendem casos de internamento ligeiro e pouco mais. Assim que complica mandam-nos para o publico.
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“Acho que o idoso pagaria bem mais de 100 o que seria simplesmente incomportável para muitos idosos.”
Quantas companhias de seguros em Portugal fazem seguros de saúde para uma pessoa de 82 anos? Quantas fazem a um jovem saudável um seguro vitalício que cubra todos os gastos com doenças crónicas graves? E se o jovem tiver já uma deficiência grave ou uma doença conhecida?
Quanto custariam os seguros de saúde se não tivessem qualquer exame médico prévio, isto é, se o custo não fosse condicionado ao facto de a seguradora, à partida, já saber quais os problemas de saúde da pessoa?
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Está bem, mas não se esqueçam que por outro lado há muitas pessoas saudáveis das quais os seguros beneficiariam muito. Tal como agora, uma família de 4 paga por volta de 110 euros, ou 1320 euros por ano, e não usará nem sequer metade em custos de médicos. Isto compensaria o excesso por parte dos idosos. Se na educação o Estado demonstra tanta ineficiência (com a economia de escala a favor, ainda assim é tão caro como os colégios) acredito que na saúde não estará assim tão longe.
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Em tudo – educação, saúde ou outra coisa qualquer – só uma ooisa importa: liberdade de iniciativa empresarial, liberdade de escolha do consumidor e concorrência justa. O melhor é o que cada um quiser.
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Erik – 38
Reposta por pontos.
1.
“na escola pública de hoje, você tem um cocktail explosivo: funcionalistas na gestão corrente do estabelecimento”
Em parte com o novo regime de gestão deixará de ser assim.
2.
“muitos alunos de fraca estrutura familiar e consequentemente fraco sistema de valores e expectativas pessoais”
Nalgumas escolas. Longe de serem a maioria. Eu defendo turmas de nível(consoante as aprendizagens dos alunos) de forma evitar prejuízos para os melhores e permitir um ensino mais diferenciado para os mais fracos.
3.
“muitos professores que não queriam ser (em primeira análise) professores.”
Acontece o mesmo nas privadas. Mas reconheço que estas têm mais autonomia na gestão dos funcionários.
4.
“tem os alunos que vêm maioritariamente do privado com sistemas de valores mais sólidos, com maior abrangência nos conhecimentos e que consequentemente prestaram as melhores provas no acesso à universidade pública (que continua a ser a preferida e bem) e professores que por integrarem a maior parte deles a vida activa na actividade que leccionam procuram dar…”
Fiquei confuso, está-se a referir à realidade Portuguesa? No Instituto Superior Técnico, mais de 80% dos alunos vêm de escolas públicas(estes dados estão disponíveis no site do IST).
A nível nacional mais de 80% dos alunos que ingressam no ensino superior público estudaram em escolas públicas.
Há o problema do acesso a Medicina, que leva muitos alunos para as privadas que no Secundário inflacionam notas da frequência, isso é que desequilibra as contas…
5.
“É que se concorda então temos este paradoxo: quem não investe (e não estou a discutir as razões, mais uma vez digo que sou a favor da existência da escola pública) nos primeiros 17 anos escolares dos filhos, vai depois investir uma soma parecida no seu ensino universitário privado, que como se sabe é deficiente em qualidade. Inversamente, quem pagar o ensino privado durante os primeiros anos, tem mais probabilidade de ter o seu filho numa universidade pública no futuro, desfrutando assim do melhor de dois mundos. Certo?”
Nem por isso. Estudei em escolas públicas e entrei em universidades públicas. Frequentar boas escolas é importante, ter pais exigentes mais ainda e talvez o mais decisivo.
E actualmente quase toda a gente tem vaga nas universidades públicas, até os maiores de 23 anos que nem o 12. ano têm. A regressão democrática…
Já agora, sou adepto de escolas especializadas ao nível secundário, tal como acontece nos melhores sistemas educativos europeus, Liceus(com selecção no acesso), escolas tecnológicas, artísticas, etc…
Os meus filhos estudam em escolas públicas são todos bons alunos. E, quase de certeza, estudarão em universidades públicas.
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“está a referir-se”
“A regressão demográfica…”
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“As organizações privadas do sector da educação alicerçam toda a sua intervenção no lucro. Seleccionam os seus clientes organizacionais e demandam fins com retorno imediato na forma mensurável de notas disciplinares, no prosseguimento do bom nome no nicho de mercado do seu investimento. A educação, nestas circunstâncias, apresenta uma forma de segregação social, existindo muita investigação que aponta para prezuízos do ponto de vista da adaptabilidade social e outros, no médio e longo prazo, na vida de muitos destes jovens”
É de notar que o sector privado não é bem “privado”. A maioria destes estabelecimentos são altamente subsidiadas, directamente, pelo dinheiro dos impostos dos portugueses. E há os que são subsidiados indirectamente, como todos o sabemos…
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Perguntem a qualquer pai o que preferia fazer: ter 500 euros para escolher a escola do filho ou o sistema actual. A maioria das respostas será a primeira opção. E quanto mais pobre, mais esse pai preferia ter a opção de poder pôr o filho numa escola que não fosse ali ao pé da vizinhança, do bairro social. E se essa opção tivesse sido dada aos pais logo de início, de certeza que os seus filhos não seriam tão maus alunos como são actualmente. Por isso, o Estado escusa de pensar que está a fazer um bom trabalho em relação à educação porque não está, pelo contrário, é muito ineficiente em termos de custos e mesmo reconhecendo que o sistema privado pode fazer melhor, insiste no erro, limita as escolhas e contribui para que as classes mais em desvantagem continuem a não poder evoluir ao passo das outras.
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Gostaria que o sr. Paulo Morais apontasse quais os colégios que aceitam receber aquilo que o estado gasta com os nossos filhos, sem pagar nada mais.
Também gostaria que indicasse quais as seguradoras que oferecem os serviços que o SNS oferece em troca do dinheiro que o estado gasta com cada cidadão até ao fim da vida.
Lírico!
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colégio luso francês 12º ano 10 mensalidades de 400 €
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(54) anónimo Diz:
“Também gostaria que indicasse quais as seguradoras que oferecem os serviços que o SNS oferece em troca do dinheiro que o estado gasta com cada cidadão até ao fim da vida.”
E, já agora, o caro anónimo é capaz de dizer quanto ganha o Estado com cada cidadão até ao fim da vida?
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Agora é que vai começar o regabofe ….!!!
Obras públicas poderão ser entregues sem concurso
O Governo aprovou em Conselho de Ministros um decreto-lei que prevê a adjudicação de obras públicas até cinco milhões de euros sem abrir concurso. De acordo com o Público, esta medida vai ser alargada aos municípios. Este novo decreto pretende, de acordo com o Governo, a rápida execução dos projectos de investimento público considerados prioritários para o relançamento da economia portuguesa. No novo regime de excepção que será levado hoje a Conselho de Ministros, o valor das obras entregues por ajustes directos será de cinco milhões de euros e no caso de ser o Estado, autarquias ou regiões autónomas, este valor é multiplicado por cinco. O Público cita um documento da Associação Nacional de Municípios que defende o alargamento desta medida a “todos os projectos municipais co-financiados por fundos comunitários” e defende também que “o regime em apreço consagre, de forma expressa, um número mínimo de entidades a convidar”, sugerindo a consulta a seis, antes de fazer o ajuste directo.
Entre 2009 e 2010 as empreitadas de obras públicas até cinco milhões de euros poderá ser escolhida por ajuste directo.
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55.
E os almoços, custam 1.5 euros?
E o Desporto Escolar é gratuito?
E as aulas extras são gratuitas?
E o clube europeu, de astronomia, também são gratuitos?
E a Alimentação no Bufete?
Já agora quanto pagará o Luso francês aos professores para cada aluno+lucro ficar por apenas 4000 anuais?
Resposta: Recorre aos professores do ensino público, pagando-lhes à hora a recibo verde, é claro.
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# 55
Balelas…
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# 56 O caro deve ser mediador de seguros. Sobre o que o estado ganha com cada cidadão é para distribuir à cambada de de parasitas que para ele trabalha. Talvez seja melhor dizer onde muitos têm emprego e passam o tempo.
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“Perguntem a qualquer pai o que preferia fazer: ter 500 euros para escolher a escola do filho ou o sistema actual. ”
Tina, você ainda é mais genial do que o Paulo Morais. Sim senhor, minha querida. Eu preferia ter 500 euros mensais para pagar uma mensalidade na escola que eu escolhesse. Digo mais: preferia até ter mil euros para colocar o meu filho num colégio da Suiça. Tina, eu voto em si, caramba!
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anónimo Diz:
“O caro deve ser mediador de seguros.”
Não meu caro. Sou apenas mais um pagador de impostos, taxas e demais palhaçadas diversas.
Um sujeitus passivus vulgaris
Ainda hoje me enviaram o preço da mais nova inutilidade publica, mas modernaça, que vou ter de pagar já para a semana.
175 euros + IVA (IVA da palhaçada = 35 euros que pagam por inteiro a próxima visita do caríssimo anónimo ao seu medico de família) e mais 45 euros para a emissão efectiva do “certificado” (que é muito bonito e tem muitas corzinhas apesar da inutilidade absoluta do mesmo) para ter a visita de um “certificador do desempenho energético e da qualidade do ar interior” a um pequeno apartamento num edifício da década de 50 e que vai ser arrendado porque está completamente renovado, é central e barato para a localização mas nunca porque questões ambientais.
Total da inutilidade em papel para arquivar e esquecer depois de emitido e, principalmente, pago:
255 euros (Duzentos e setenta e cinco euros)
Termo de comparação para o caso de estar distraído:
Um salário mínimo nacional
490 euros (Quatrocentos e noventa euros)
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Não me parece que PM faça aqui a apologia do privado… Apenas que o público funciona pior… O que todos sabemos, sobretudo se tivermos a experiência (por exemplo) de ir a urgências pediátricas… Antes de crucificar o homem, leiam o artigo todo de onde foi retirada a frase…
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“Nas escolas públicas, um aluno custa sensivelmente 4400 euros anuais”
Ou seja, dava para oferecer aos pais do aluno 366euros/mês para ele o colocar num colégio.
“Nem os colégios privados aceitam os alunos mais complicados”
Por outro lado, se os alunos mais complicados soubessem que poderiam ser expulsos, poderiam ficar um pouquinho menos complicados.
«Mas os colégios privados são melhores que as escolas públicas em quê?»
Se não sabe, vá descobrir. Veja se nesses colégios há telemóveis, pistolas de brincar, violência,impunidade. Se há absentismo dos professores.
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Doe, J
Por acaso esse certificado exige o certificado de inspecção à instalação do gás?
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nº 58:
“E o Desporto Escolar é gratuito?
E as aulas extras são gratuitas?
E o clube europeu, de astronomia, também são gratuitos?”
Que desporto escolar, que aulas extra e que clubes? Julga que há disso nas escolas do estado? Nas que eu conheço, e são muitas, não há.
“E os almoços, custam 1,5 euros?
E a Alimentação no Bufete?”
400 € por aluno por ano chegam? Para todos os alunos, ricos e pobres? Mesmo assim, sabe quantos preferem comer fora?
“Já agora quanto pagará o Luso francês aos professores para cada aluno+lucro ficar por apenas 4000 anuais?
Resposta: Recorre aos professores do ensino público, pagando-lhes à hora a recibo verde, é claro.”
Paga o que deve conforme o acordo entre a associação do ensino particular e cooperativo e os sindicatos de professores. O colégio tem professores próprios. Aliás, por despacho, os professores estão praticamente proibidos de acumular.
Finalmente:
Não dou conselhos a ninguém.
Não existe o melhor.
Cada um que faça a sua escolha.
Bom era que todos pudessem escolher o melhor para si.
Privado não é melhor nem pior do que estatal.
Privado não é mais caro do que estatal.
Não discuto com ninguém a minha opção, nem quero convencer ninguém a fazer a mesma opção.
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CAA,
Convença o seu amigo(?), Paulo Morais a enfrentar o sistema dos Baronatos do PSD.
Treinador de bancada, e membro de Partido, é que não.
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Mr. CAA,
Constou-me há menos de 1 mês, que Paulo Morais vai ser “sondado” para integrar a lista de Luís Filipe Menezes à câmara de Gaia.
Esse rumor corresponderá à verdade ?
(Não é obrigado a responder: por PMorais; e também porque possivelmente ainda não lhe chegou o rumor).
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“Que desporto escolar, que aulas extra e que clubes? Julga que há disso nas escolas do estado? Nas que eu conheço, e são muitas, não há.”
Exemplos:
http://www.eb23-alfornelos.rcts.pt/act.html
http://www.malhatlantica.pt/apnf/html/pag_clubes.html
http://www.esec-qta-marques.rcts.pt/CLUBES_ATELIERS/index.html
Click to access desporto_escolar_logo_Activ_Externa_horarios.pdf
http://escola.ibn-mucana.com/index.php?option=com_content&view=article&id=62:clubes-e-projectos-para-200809&catid=16:clubes-e-projectos&Itemid=73
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http://www.debatereducacao.blogspot.com/2009/01/apesar-dos-professores-os-tentarem.html
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Conheço o funcionamento de alguns colégios privados até de nome na praça. Tomara muitos deles terem ofertas educativas e formativas de qualidade que muitas das nossas escolas públicas têm.
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Mas alguém tem dúvidas que o Estado Português já era? Que está moribundo e que tem de morrer?
Qual é o problema? Há muitos portugueses que vivem noutros Estados e muitos estados que já duraram menos que o nosso!
Só sei que com este Estado o Povo não é feliz. E a missão primeira de um Estado é fazer o seu povo feliz!
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tina Diz:
“Por acaso esse certificado exige o certificado de inspecção à instalação do gás?”
Tanto quanto eu saiba à data de hoje, não. Até porque a instalação de gás naquele local tem menos de 20 anos e como tal tendo sido inspeccionada e aprovada antes de ligada à rede agora, e segundo a lei em vigor pelo menos até ontem, só terá que voltar a ser inspeccionada quando completar os 20 anos se até lá não se verificar qualquer condição anormal.
Mas como estamos em Portugal só ficarei certo de tudo o que era necessário quando finalmente tiver o certificado na mão porque, até lá, estará sempre em aberto a possibilidade de ser pedido o papel!… mas qual papel?… o papel!… 😉
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Doe, J
O mais provavelmente é que não exigirá, nem mesmo para um prédio de 20 anos, o que mostra a palhaçada da lei que é. Só para sacar dinheiro rapidamente aos contribuintes. Entretanto, pode haver fugas de gás que eles não se importam.
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72. Concordo em absoluto. Mas a solução poderia também ser pôr o estado a funcionar bem.
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nº 69
É a isso que chama actividades extra? Já reparou que as actividades que menciona se realizam nos tempos de aulas dos alunos? Sabe porquê? Porque são os furos dos horários dos professores. Sabe que adesão dos alunos haverá a essas actividades? Próximo do zero. Na minha escola já houve clubes. Sabe porque fecharam? Porque não havia quantidade suficiente de alunos interessados que os justificassem. Sabe qual é a intenção desses clubes? Ninguém gosta de fazer substituições. A presença dos professores nos clubes (mesmo que desertos) dispensa-os de substituições nesses tempos. O Conselho Executivo percebeu e atalhou o problema.
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De qualquer maneira não posso, porque desconheço todas as escolas, dizer que não há actividades em nenhuma. Digo que não há nas muitas que conheço ou que os alunos não participam. E não é por haver nalgumas que se pode dizer que AS escolas do estado têm essa oferta. Por outro lado, mesmo que haja alunos interessados nalguma actividade, nem que tenham de pagar, a escoola não as oferece, a menos que convenha a professores.
A culpa não é dos professores. É de quem toca a música. Os professores dançam ao som da música que lhes impõem.
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Pôr o estado a funcionar bem = Descentralizar e autonomizar
Lá se ia o poder do governo!
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nº 69
Esqueci-me de mais uma explicação importante. Em muitas escolas fecharam-se clubes porque não era possível manter salas reservadas aos clubes. Não sei se sabe mas também não há salas onde os professores possam ter as suas coisas e trabalhar quando não estão a dar aulas. É por isso que as escolas mandam os professores trabalhar nas suas casas, dizendo que é a componente não lectiva de trabalho individual do horário do professor.
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Agora imagine o CAA, depois de ter as escolas e os hospitais construídos e a funcionar, pagos com os milhões da UE, virem uns aviões de Israel destruir tudo. Olho por escola, dente por hospital.
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Se tivessemos atirado rockets contra Israel e se acoitassemos os terroristas nas nossas escolas e hospitais, era justo eles destruirem os nossos hospitais e as nossas escolas.
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Leiam o artigo com calma e vejam que o que Paulo Morais quer dizer, mais do que tudo, é que o
dinheiro gasto pelo Estado é desmesuradamente mal gasto. Ou não concordam?
«(…) a despesa pública é desmesurada e os benefícios daí decorrentes mínimos.»
«Os governos dos últimos anos, a começar por aquele em que Cavaco Silva foi primeiro-ministro, transformaram os portugueses em meros escravos do orçamento, que consome exactamente metade da riqueza do país. Assim, a população empobrece, em proveito dum estado imenso, rico e esbanjador, caracterizado por gastos sem controlo na Educação, na Saúde ou na Justiça.»
Concordo totalmente com o que PM diz e até acho que é muito brando, pois se virmos como funcionam os diversos sectores do nosso país, podemos concluir que funcionam mal, a más horas e os custos previstos são sempre duplicados, triplicados, etc.; depois diz-se que houve uma derrapagem orçamental e lá vamos nós em frente como se nada se tivesse passado.
Vivemos numa anarquia, onde nada funciona e ninguém se entende!
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O problema é que, quando estivessem doentes A SÉRIO a companhia de seguros esquivar-se-ia em vez de assumir a responsabilidade de proporcionar aos deontes o melhor tratamento.
Digam-me uma companhia que pague o tratamento de:
– um insuficiente renal crónico em hemodiálise
– um transplante (seja do que for)
– um seropositivo ou doente já com SIDA
– um doente com neoplasia
– um…. (querem que continue?)
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SG Diz:
“O problema é que, quando estivessem doentes A SÉRIO a companhia de seguros esquivar-se-ia em vez de assumir a responsabilidade de proporcionar aos deontes o melhor tratamento.”
Isso é uma facto para os seguros individualmente subscritos.
Mas o que aconteceria se esses seguros fossem contratados directamente pelo Estado, ou pelas autarquias e para os seus eleitores inscritos por exemplo se os 10 milhões se revelassem à partida um numero demasiado grande para ser “digerido”, a um consorcio de seguradoras do ramo para a totalidade da população?
(E isto é uma duvida legitima porque não imagino a resposta ou sequer se seria possível.) 🙂
Vejo, à partida, um poder negocial por parte do contratante que nada tem a ver com o seguro individual e que poderia ser transmitido aos segurados.
E vejo também um beneficio para as seguradoras pelo enorme numero de segurados colectiva e simultaneamente diminuindo assim proporcionalmente os vários níveis de risco quando individualmente considerados.
Isto ocorre-me sempre que penso nas diferenças existentes entre os seguros de saúde individualmente subscritos e nos “dados” pelas empresas de media e grande dimensão.
A diferença entre o SNS e um sistema deste tipo estaria sobretudo na capacidade de organização e know-how já existente nas seguradoras e que está, obviamente, a anos-luz da desorganização e balburdia tão características de tudo onde o Estado Português está presente.
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Caro Doe J,
Não vou rebater o seu comentário técnico sobre seguros, até porque não tenho conhecimentos para o fazer.
Do que conheço do SNS (sou médico do SNS há 18 anos) penso que nem o SNS é tão “balbúrdia”, nem as seguradoras tão “organizadas”. Trabalho também num hospital privado, sou sócio de uma pequena clínica e não tenho dúvidas em pedir que, se estiver doenete, me levem para um hospital público. Tirando o conforto hoteleiro (que, apesar das melhorias, ainda é melhor em alguns hospitais privados), tudo o resto é melhor no público. O Serviço Nacional de Saúde é sem margem para qualquer dúvida o MELHOR serviço público português: melhor que a Educação, A Justiça, As Obras Públicas, a Segurança Social, os Militares, a Segurança Pública, etc etc etc. Nenhum outro serviço público alguma vez atingiu o 12º lugar a nível mundial (Dados da OMS).
Sofre, como é obvio de uma circuntância particular da saúde que é o facto de o beneficiário não ser a mesma pessoa/entidade que o pagador, o que altera a percepção satisfação do cliente. Aqui as pessoas são tratadas sem qualquer restrição (por vezes até por excesso…). Nenhum seguro ou sistema de saúde privado alguma vez poderá proporcionar isto.
Claro que há diferenças, por exemplo regionais, há diferentes níveis de qualidade, de cobertura, de acesso, de espera. Por exemplo não tenho dúvidas em afirmar (e vão todos cair-me em cima) que a qualidade global do SNS é pior na ARS de Lisboa e Vale do Tejo: o orçamento per capita é o maior, é o que tem mais médicos, enfermeiros e técnicos, mais meios, mas é o pior organizado. Ainda há duas semanas foi onde se sentiu mais o pseudo-surto de gripe, tudo por má organizaçao. É a região do país onde a privada tem mais possibilidades, pois as listas de espera no SNS são as maiores.
Mas, globalmente, de Trás-os Montes ao Algarve o SNS é muito bom, ao nível do melhor do mundo.
Sugiro-lhe a leitura do livro de Boaventura Sousa Santos “A Saude e Doença em Portugal” e ficará
a saber que ideia os portugueses, têm, de facto sobre o seu SNS. Verá que é radicalmente diferente da que se publica ou aparece nos media. Aí será pertinente conferir a quem interessam esses sound-bytes derrotistas que pululam nos noticiários. Quem lucra com isso?
Ah! Esqueci-me: acho a “Empresarialização dos Hospitais”, tal como está a ser feita, um logro. Inicialmente concordei com ela, mas está a ser desvirtuada. Poderemos falar sobre isso, se quiser…
(nota de conflito de interesses: sou médico do SNS, com interesses privados não concorrenciais, não sou do PS, não apoio este Governo, nunca votei PS, não gosto de Correia de Campos e acho que esta minha colega, agora feita Ministra apenas está a executar a tarefa de tirar a Saúde dos telejornais)
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# 77
“Digo que não há nas muitas que conheço ou que os alunos não participam.”
Os alunos não participam porque têm horários com cargas lectivas de loucura. Muitos jovens que participavam em interessantes actividades de prática desportiva e cultural tiveram que desistir.
As pessoas falam do que desconhecem: Não conheço NENHUMA escola com 2º e 3º ciclo que não tenha modalidades de Desporto Escolar. Nenhuma.
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SG (85)
A par do sector da Educação.
É interessante verificar como os professores e o funcionamento das escolas portuguesas merecem os maiores elogios de técnicos e expert internacionais. Tenho uma colega e amiga que trabalhou, alguns anos, no intercâmbio entre chefias e inspectores de todos os sistemas de Ensino dos países da zona Euro (tinha outra designção). As trocas, visitas eram constantes (agora, desconheço). Ós professores e a Escola portuguesa estão excelentemente cotados. O conhecimento adquirido de outros sistemas de Ensino levou a retirar conclusões de grande prestígio para o nosso SNE. Eles não têm é a burocracia à portuguesa e daí resulta que as verbas são directamente investidas nas escolas e nos alunos, para além do investimento dos Estados ter sido ou ser substancialmente mais elevado, por aluno.
Temos por hábito dizer mal do que somos e conseguimos. O problema, de facto,é sempre a nossa mentalidade.
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SG Diz:
“Verá que é radicalmente diferente da que se publica ou aparece nos media.”
Caro SG,
A minha opinião pessoal sobre o SNS não se baseia no que aparece nos média mas sim na minha experiência pessoal, quer directamente comigo quer com familiares ou amigos que ao longo da minha vida tenho acompanhado em visitas ao SNS.
E como termo de comparação tenho a minha experiência de ex-emigrante num país terceiro onde infelizmente tive também um contacto próximo com o sistema de saúde publico por via de uma doença terminal com um familiar muito próximo além de algumas, felizmente poucas, visitas efectivamente minhas.
E digo-lhe que o maior mal do SNS português é exactamente o mesmo de tudo o que é coisa publica em Portugal. E esse mal está por mim perfeitamente identificado. É a inimputabilidade ou irresponsabilidade absoluta de todos os intervenientes e que, apesar de teoricamente existir, no final da cadeia hierárquico/burocrática, está sempre tão diluída que é praticamente igual a zero. E onde não há responsabilização pelos próprios actos de cada um há sempre a “balburdia” instalada.
Acrescendo ainda à inimputabilidade própria da “coisa publica” portuguesa acresce ainda um factor cultural e histórico de um pequeno pais que sempre cultivou os laços familiares e de amizades próximas como factores indispensáveis de apoio e que resulta, na pratica, na quase impossibilidade de encontrar opiniões contrarias e testemunhos disponíveis para serem publicamente expressos contra as muitas corporações existentes no País.
É praticamente impossível encontrar um médico, um enfermeiro, um técnico, etc., que se disponha a testemunhar publicamente contra um seu par acerca de uma qualquer má pratica.
Há sempre o medo de um possível, e infelizmente mais do que provável devido à já referida pequenez geográfica, ostracismo futuro. E contra isto não vejo qualquer solução, por muitos autos de fé que anualmente se profiram.
Podia ainda falar na impossibilidade de escolha do local de atendimento por parte do utente relacionando-a com a independência do financiamento publico sobre os níveis de satisfação dos utentes e resultados de cada unidade de saúde mas fico-me por aqui, por hoje. 🙂
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Am escreveu:
Pôr o estado a funcionar bem = Descentralizar e autonomizar
Eu não confundo escolas públicas com estado. De resto, concordo com o que escreveu.
Nos exemplos que dei há realidades diferentes, escolas de turno único e com dias reservados para as actividades e escolas com desdobramento e por isso com actividades de manhã e de tarde.
O que queria mostrar é que os 4400 euros de investimento por aluno nas escolas públicas(desde que bem organizadas) os alunos acedem a um conjunto de recursos que no Privado tem de pagar extra propina.
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# 88
Não concordo. Se bem que percebo que tem (temos) algumas razões de queixa, mas devem-se a erros políticos e não técnicos. O SNS e o SNE está a ser atacado e desvirtuado por via de interesses que não os das populações que servem.
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Só agora li o texto do professor Paulo Morais.
Concordo com tudo e elogio a clareza. É como nas aulas. Parabéns Professor.
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A inimputabilidade referida no #88 é real mas nada tem a ver com o público/privado. Tem a ver com a cultura de todo um povo.
O sector das telecomunicações é privado e existe concorrência, mas qualquer operador tem um conjunto de histórias que, se se tivessem passado com um serviço público, estariam aqui a servir de “exemplo” de que o privado é que é bom.
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(92) Carlos Albuquerque said
“O sector das telecomunicações é privado e existe concorrência(…)
Caro amigo, no sector das telecomunicações privadas quando não está contente muda de operador e deixa de ser obrigado a pagar a quem, segundo a sua óptica, lhe prestou um mau serviço.
Nos serviços públicos de saúde mesmo que não ponha lá os pezinhos tem que os continuar a sustentar e nem lhe agradecem por lhes pagar sem lá aparecer…
Nota aqui alguma diferença entre as duas realidades ou nem por isso? 🙂
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Doe
Nas duas preciso dos serviços, tenho que pagar e sou mal servido. A única diferença é quem lucra com isso. Na dúvida, prefiro que os benefícios da situação (que os há, nas duas situações) sejam distribuídos por um maior número de pessoas.
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Esclarecimento: os casos de mau serviço nas telecomunicações parecem ser endémicos em todos os operadores; logo, mudar pode satisfazer o impulso do momento mas não resolve nada. Acabo sempre por ter que pagar algum dos maus serviços.
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Carlos Albuquerque said
“Esclarecimento: os casos de mau serviço nas telecomunicações parecem ser endémicos em todos os operadores;”
Jura? 🙂
Há anos que não tenho problemas de maior tanto a nível de dados como de voz fixa ou móvel. Claro que, já não acreditando no Pai Natal há muitas décadas, não uso qualquer um daqueles pacotes “milagrosos” que prometem a Lua a troco de poucos tostões mas o resultado, para mim, está à vista. 🙂
Quanto à saúde “publica” duvido que se possa dizer o mesmo pois os custos dela são tudo menos “baratos” independentemente do que se paga “à porta”.
Para além da desorganização “formal” e da “balburdia” que vem da “inimputabilidade publica” acresce-lhe ainda o custo genético de pertencer ao Estado Português onde a estrutura tem sempre precedência sobre os resultados.
PS: E como a famosa gripe dos telejornais de Natal, embora já fora do prime-time, chegou finalmente aqui à barraca fico-me por aqui. Agora é mais chazinhos e auto-medicação para não incomodar os servidores públicos e, muito provavelmente, ter ainda que me chatear acrescendo isso ás dores e mal estar já existentes… 😉
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Doe
Em primeiro lugar desejo-lhe uma rápida recuperação.
“Há anos que não tenho problemas de maior tanto a nível de dados como de voz fixa ou móvel.”
Jura? 🙂
Qual é o seu operador e qual o pacote?
Quanto à saúde pública, o facto de os privados serem incapazes de oferecer um pacote de seguro equivalente, seja a que preço for, mostra que ela não é assim tão cara.
Quanto à inimputabilidade e à desorganização, é tão ou mais grave no sector privado.
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