Prisão domiciliária
22 Janeiro, 2009
Um dos efeitos da que é talvez a nossa maior debilidade estrutural, a inexistência de um verdadeiro mercado de arrendamento:
Os portugueses – quase todos! – são escravos das suas próprias casas, cujas paredes são verdadeiras algemas de pedra. Há obviamente uma franja que consegue escapar a este inferno, ou por capacidade económica própria, ou porque teve a sorte de residir num dos raros concelhos em que os autarcas têm por prioridade a qualidade de vida. Mas é, contudo, uma minoria.
Excerto deste artigo de Paulo Morais.
25 comentários
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o Paulo Morais até é um tipo inteligente e que diz algumas coisas certas… até neste artigo! só que o acaba muito mal dizendo que seria muito fácil resolver o problema, mas não diz como! é que as premissas do problema já as conhecíamos…
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Calma que a libertação está próxima.basta deixar de pagar a renda…
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Certíssimo, concordo com tudo o que diz o artigo.
Mas vai tentar mudar? Já imagino as manifestações, o governo é isso, o governo é aquilo.
Tal como o salário médio extremamente alto dos portugueses (em relação à produtividade), este é mais um cancro sem solução, que o Estado não tem como enfrentar pois o governo é refém da demagogia de toda a oposição, que segue o preceito de “preso por ter cão, preso por não ter”. Outro cancro é o inchaço da função pública.
A ideia de união nacional para combater os problemas não existe em Portugal. Em outros países existe pq a sociedade civil assim o exige. Por cá,ao surgimento de qualquer ideia de união e consenso já dizem aqui del rey que estão a fazer o Bloco Central.
Disseminou-se na sociedade portuguesa a ideia de ter de se evitar a todo o custo o “Bloco Central de interesses”, o que é uma bobagem senão uma ingenuidade. Até parece que é preciso haver “bloco central” na assembleia para que os interesses existam.
Portugal precisava de um governo de união nacional, para enfrentar o falhanço da integração europeia. Sem isso, não vejo como podemos chegar lá.
E ainda há uns tipos que lutam pelo fim da maioria.
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Portugal precisava de um governo de união nacional,
Já tivemos durante 50 anos e comandados pelo grande “estadista” que apoiado pelo cardeal Cerejeira, fez o que fez e deu com os burros na água……..
Se houve falhanço na integração, devemos questionar o Presidente da República, que foi um dos obreiros !!
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“Já tivemos durante 50 anos e comandados pelo grande “estadista”
Essa reacção é trauma de infância.
Governo de união nacional não é ditadura, é muito provincianismo pensar assim.
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“…dizendo que seria muito fácil resolver o problema, mas não diz como!”
Calma, pode ser que o Obama descubra uma solução contagiante e fica o problema resolvido.
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A Lei das Rendas de Salazar é das Leis mais estúpidas de sempre.
E estes novos democratas não conseguiram mudá-la. Porque será?
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Claro que é facil resolver o problema ! A questão que se põe é que os sucessivos governos não quizeram e estes que temos também não querem , porque em 1º lugar é necessario por a “justiça” a funcionar e todos os politicos têm horror a que a justiça funcione.
Basta ver nos países decentes , como funciona o mercado de arrendamento, e copiar . Bastava querer
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Para resolver o problema basta copiar o que se faz nos países decentes . Não o fazem porque a maior parte dos nossos politicos têm horror a que a justiça funcione
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AH, CAMPEÃO!!!
e numa simples frase explicaste uma das maiores razões para portugal ser um país podre…
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Gosto muito dos artigos de Paulo Morais. É preciso coragem e ele tem-na. Pena que defendendo com convicção ideias que, à partida, seriam de puro bom senso, tenha a sua carreira política estagnada em virtude do estatismo larvar que a maioria defende.
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ghfg
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“A habitação é, há décadas, um dos maiores problemas sociais do país. Teria uma solução, rápida e fácil, com políticos corajosos. Ou seja, em Portugal, não tem solução.”
Exactamente assim como Paulo Morais diz, sem tirar nem pôr. Basta ver há quantos anos temos rendas congeladas, nem sequer Cavaco Silva fez alguma coisa quando era ministro e podia. Agora veio este Novo Regime do Arrendamento Urbano que continua a ser incrivelmente injusto e dispendioso para os senhorios e por isso ninguém o quer aplicar. Falta de coragem por parte dos políticos portugueses. Entretanto vão gastar milhões de euros com banqueiros corruptos mas os senhorios, mesmo em situação precária, continuarão por muitos anos a receber 20 e 50 euros por mês e a sustentar os seus inquilinos.
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Neste caso o Zé é que sabe! Também eu estou com o Campeão. Sem justiça quem é que investe no mercado de arrendamento?
E já agora, se o Paulo Morais voltar à crónica «Peço justiça!», pelo menos uma vez por semana.
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e-ko disse
“só que o acaba muito mal dizendo que seria muito fácil resolver o problema, mas não diz como”
A solução que o Santana Lopes, o tal das trapalhadas, do deficit de 6,98765432123456789% em 8 meses e das costas largas para muitas décadas, apesar de algumas complicações desnecessárias e cedências ao populismo q.b. tinha pés para andar. Lentamente, é certo, mas entreabria algumas das portas que terão de ser abertas para se conseguir ver alguma luz no fundo do túnel.
Os iluminados que vieram a seguir, os tais do “controlo” do deficit com maquilhagem, dos “remendos” estruturais e da “redução” da despesa publica que cada vez aumenta mais e mais depressa, deitaram tudo fora e inventaram uma nova lei tão carregada de disparates ideológicos e da vontade de sacar mais umas massas para o bolo “publico” e ainda redigida e pensada com tal competência e saber que até consegue ter artigos contraditórios separados por poucos parágrafos.
Assim, e como praticamente tudo onde os camaradas xuxialistas se lembram de ir chafurdar, se mal estava, pior ficou.
E venham mais cinco!
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“Basta ver nos países decentes , como funciona o mercado de arrendamento, e copiar . Bastava querer”
Para copiar essa lei dos países decentes, tinha que se copiar muitas outras. Há uma lista enorme de leis absurdas que beneficiam toda a gente.
A pergunta que se faz é:
Se para acabar com os privilégios dos arrendatários que pagam rendas de 5 euros e devlver a propriedade aos seus donos;
Você estava disposto a ser exonerado do seu emprego na função pública, para o Estado ter mais dinheiro para atender os milhares de idosos que ficariam sem casa?
A resposta é a explicação pela qual ninguém mexe na lei das rendas. Como ninguém mexe a sério como deve ser nas leis trabalhistas, como ninguém pega pelos cornos o problema da falta de produtividade em Portugal…
É por isso que este é mais um país adiado na minha vida. Que azar.
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Concordo com o diagnóstico e espero pela solução. Um apelo a Paulo Morais para que conclua esta reflexão no seu próximo artigo.
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o Paulo Morais faz como a MFL, não diz o que se deve fazer, para o governo não copiar… deve ser!
portanto, esperem sentados pela conclusão num próximo artigo!
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“raros concelhos em que os autarcas têm por prioridade a qualidade de vida”
são tão raros que duvido que semelhante coisa exista.
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O texto está perfeito. E a solução? onde anda ela?
O Paulo Morais alterou as rendas nos bairros do Porto quando esteve na Câmara. Mas o que faria em todo o país?
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Esta nova moda de exigir as soluções aos outros leva-me a crer que num futuro muito próximo podemos substituir o governo por uma caixa de sugestões que ainda saímos a ganhar.
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Há ainda o problema do IMI que, em alguns municípios, já afasta muitos compradores. Com efeito, uma casa normal paga cerca de 50 euros/mês, mais que o preço de muitas rendas. Depois vem a tarifa de saneamento (fixa e variável), a tarifa de residuos sólidos urbanos (disponibilidade e variável), que leva a que uma factura de 4m de água (96 cêntimos) vá para uns escandalosos 8,73 euros. A roubalheira dos municípios, onde se acolhem muitos boys, alguns em princípio de carreira, está ao nível das finanças do governo, esbulhando quem tem alguma coisa de seu. Isto está perigoso e quase insustentável.
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Isso é falso. O mercado de arrendamento existe. Há montes de casas para arrendar, pelo menos em Lisboa. Cada vez há mais, e os preços têm tendência a descer.
O problema é que o arrendamento não é popular entre os portugueses, porque estes têm uma crença básica de que os preços da propriedade imobiliária sobem sempre, e portanto gostam de investir as suas poupanças em casas. Ou seja, a maioria das pessoas nao arrenda casa PORQUE NÂO QUER – não porque não haja casas disponíveis para arrendar.
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Luís Lavoura disse
“Isso é falso. O mercado de arrendamento existe.”
Por essa ordem de ideias então nunca houve qualquer problema já que sempre existiram casas para arrendar. Conclui-se assim, brilhantemente, que se discute à anos um problema que nunca existiu. Fantástico!
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As soluções existem e se alguém as conhece e tentou implemantar é o próprio autor, que teve a coragem de enfrentar o problema enquanto vice-presidente da Câmara do Porto. Mas Paulo Morais foi politicamente defenestrado por quem o devia apoiar e não o fez. Ele conhece o problema e os meios de o enfrentar. Só que isso exige coragem, determinação e visão estratégica, um conjunto de pequenos pormenores, afinal, que também foram então atirados pela janela fora. As ideias, felizmente, continuam actuantes e firmes. Força Paulo Morais!
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