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Crenças irracionais

27 Janeiro, 2009

Obama anuncia medidas para aumentar eficiência energética e reduzir dependência do petróleo

Barack Obama anunciou hoje novas medidas para tornar o país menos dependente do petróleo estrangeiro, nomeadamente novas metas para a produção de veículos mais eficientes e menos poluentes.

1. O aumento da eficiência dos veículos apenas reduz o consumo por veículo. O petróleo não consumido servirá para alimentar um número maior de veículos ou para outros fins. A eficiência dos automóveis está a aumentar há décadas, e não há qualquer sinal de que isso esteja a aumentar a independência energética dos EUA.

2. A indústria automóvel americana tem problemas de curto prazo e, com o apoio de Obama, recebeu financiamentos por parte do Estado para sobreviver. Os construtores americanos fazem carros mais poluentes que os seus concorrentes estrangeiros. Agora o mesmo Estado vai criar novas regras que têm um efeito contrário às ajudas de curto prazo dada à indústria automóvel.

3. Porque é que um governante haveria de propor medidas que não têm os efeitos anunciados e que têm efeitos opostos a outras medidas já tomadas? Tal como as religiões tradicionais, o obanismo tem que ter crenças irracionais. Aqueles que acreditam com mais intensidade e dedicação chegam a acreditar em ideias impossíveis ou contraditórias entre si. São essas crenças que permitem distinguir os verdadeiros crentes dos impostores.

49 comentários leave one →
  1. ccz's avatar
    27 Janeiro, 2009 10:03

    JM não acredita na sandália?
    .
    Herege!!!
    .
    (retirado do filme “A vida de Brian”

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  2. Ricardo's avatar
    Ricardo permalink
    27 Janeiro, 2009 10:23

    Uma das condicoes para o apoio do Governo aos construtores americanos é a mudanca no modelo de carros que teem vindo a produzir. As empresas americanas continuaram a produzir veículos de alto consumo, ignorando a tendencia geral dos outros construtores. Isto foi altamente criticado nas audiencias feitas. Ai ficou o aviso de que os apoios só seriam libertados se o paradigma de negócio mudasse de modo a manterem-se competitivos. E isto nao tem nada a ver com Obama. Já foi discutido há algum tempo. O dinheiro destina-se exactamente a um “revamp”, e NAO para os simplesmente manter a flutuar. (de que serviria o bailout se os americanos continuarem a comprar carros japoneses, fazia-se mais um bailout?)

    Mas pronto, deixe estar, quem disse que era preciso estar informado para escrever sobre o assunto?

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  3. Desconhecida's avatar
    doomer permalink
    27 Janeiro, 2009 10:31

    O paradoxo de Jevons é tramado, não é (só) pela eficiência que vamos lá.

    Será que os políticos não sabem estas relações óbvias?

    Mas de qualquer maneira, as políticas de eficiência energética promovidas na Europa ao longo do tempo (impostos petrolíferos altos, regras de eficiência mais rígidas, não ter petróleo ajudou), promoveram um consumo per-capita de cerca de metade dos EUA, para um nível de riqueza similar. Claro que o que nós poupamos serve para os EUA ou os Chineses gastarem, mas com a ineficiência dos outros, posso eu bem.

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  4. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 10:31

    Caro Ricardo,

    Vai ter que me explicar como é que empresas que precisavam de dinheiro no curto prazo vão poder usá-lo para modificar radicalmente o modelo de negócio.

    ««Mas pronto, deixe estar, quem disse que era preciso estar informado para escrever sobre o assunto?»»

    Antes de pressupor que os outros não estão informados, o Ricardo devia desconfiar da relevância da informação em que acredita. A reestruturação de um modelo de negócio leva anos e é incompatível com a resolução de problemas financeiros de curto prazo. Esse é o drama da indústria automóvel americana. E não se resolve com eventuais garantias que elas tenham dado de que vão produzir carros mais eficientes. Se elas não investiram em novos modelos no tempo das vacas gordas, dificilmente o vão poder fazer agora. E não é o bailout que faz a diferença. O bailout serve para tapar buracos de curto prazo.

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  5. carneiro's avatar
    27 Janeiro, 2009 10:33

    “O aumento da eficiência dos veículos apenas reduz o consumo por veículo.”

    Eu acrescentaria que “reduz o consumo por condutor”. É verdade que, como diz, o combustível que se poupa num carro de mais baixo consumo em certo momento terá certamente utilização alternativa. Mas nunca será utilizado por aquele condutor em concreto no mesmo período de tempo. Ele está a conduzir aquele carro de mais baixo consumo, não pode estar a conduzir em simultâneo outro carro com a gasolina que poupou no primeiro. E cada condutor só dispõe de 24 horas/ carro/dia para consumir combustível. Nesta vertente, alguma eficiência energética a medida de Obama proporcionará.

    Por outro lado, o petróleo não está todo em stock em total disponibilidade para consumos alternativos em certo momento. Há reservas ainda não extraídas, cuja disponibilização pode ser mais ou menos acelerada em função da procura. A diminuição, assim, da procura poderá causar diminuição do preço e levar de novo ao desleixo em termos da eficiência do consumo. Aqui, sim, logo se vê se estas boas intenções obâmicas irão durar ou se sofrem do síndrome socratiano de consumo instantâneo no Telejornal da noite.

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  6. anónimo's avatar
    anónimo permalink
    27 Janeiro, 2009 10:51

    ««Mas pronto, deixe estar, quem disse que era preciso estar informado para escrever sobre o assunto?»»

    Entao o JM para a falida industria do automovel americana propoe o qué?

    Intentou meterse na cabeça para ver que intentaria fazer e como iria solucinar o problema um empresario nomeado Ford (o patriarca) hoje em dia?

    E verdade que:

    1) O Obama nao pode deixar cair esta industria que aparte de que fica direitamente relacionada com os Estados onde ele provem e sabe qual é o peso que esta industria tem lá.

    2) Qual a soluçao para uma industria que nao consegue ser capaç de ser “competitiva” com os outros modelos importados e outras empresas que lhe ganharam nesta carreira que foi neste pais tudo um “simbolo” e sinal de consumo, precisamente porque agora tem outro significado o pouco-consumo-para-épocas-que-ja-cambiaram ?

    3) Os dirigentes e conselheiros destas empresas do automovil americana estavam a ser , na realidade, e últimamente, “empresarios”?

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  7. Daniel's avatar
    Scientist permalink
    27 Janeiro, 2009 11:10

    1- A eficiência dos carros necessária para estes poderem circular nos EUA não é aumentada há bastante tempo. Para isso ver o recente livro do Thomas L. Friedman.

    2- É verdade, em parte. As empresas norte-americanas estão de algum tempo para cá a fazer um esforço para se renovarem, e a última feira automóvel em Detroit foi uma prova disso. Não vão demorar anos a modificar o seu plano, porque já o estavam a mudar. Só não tinham ainda lançado os carros para o mercado.

    3- Parece-me mais uma conclusão dos pontos anteriores do que um novo ponto.

    O que vai ser interessante é saber como vão ser os carros no futuro. Se eles estão a pensar fazer carros com baterias de lithium vão ter uma surpresa desagradável na Bolívia.

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  8. Francesco's avatar
    Francesco permalink
    27 Janeiro, 2009 11:10

    Pergunto-me se os excessos de exigências sindicais não terão contribuído para os problemas destas empresas. A resposta técnica, no contexto norte-americano seria deixá-las falir, o que, no caso, é impensável face ao peso que têm na economia daquele país. Por isso é que surgiu a ideia do “dumping social” que, por este andar, será cada vez mais um problema dos países super-desenvolvidos. Porque os países menos ricos poderão sempre enfrentar as crises em melhores condições do que os países mais ricos (ou, corrigindo, mais gastadores). Isto é: alguém tem de pagar um bom nível de vida. Resta saber se por detrás das novas regras do Comércio Internacional não vai surgir mais um imposto oculto lançado pelos poderosos sobre os mais fracos.

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  9. Ricardo's avatar
    Ricardo permalink
    27 Janeiro, 2009 11:29

    Subscrevo a resposta aos pontos do Scientist. É que para afirmar o ponto 3, seria necessário que as medidas afectassem os carros americanos antes de eles se tornarem mais eficientes. E nao é (naturalmente) esse o timing. Observem-se os novos protótipos da Ford ou da GM.

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  10. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 11:31

    ««1- A eficiência dos carros necessária para estes poderem circular nos EUA não é aumentada há bastante tempo.»»

    A questão é pouco relevante, quer porque nada impedia as empresas de vender carros mais eficientes, quer sobretudo porque os aumentos de eficiência não reduzem a dependência energética.

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  11. Aquasky's avatar
    Aquasky permalink
    27 Janeiro, 2009 11:31

    Eu, à semelhança do João Miranda, após a eleição de Obama também passei a ser anti-americano.

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  12. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    27 Janeiro, 2009 11:44

    #7 Scientist

    “O que vai ser interessante é saber como vão ser os carros no futuro. Se eles estão a pensar fazer carros com baterias de lithium vão ter uma surpresa desagradável na Bolívia.”

    Que se passa na Bolívia relacionado com baterias de lithium?

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  13. Desconhecida's avatar
    27 Janeiro, 2009 11:46

    Ele percebe de Ciências Naturais, de Economia, de Finanças, de Energia, de Indústria Automóvel e de tantos, tantos, TANTOS outros assuntos.

    Já disse aqui e repito: João Miranda, Portugal precisa de alguém assim! Na Coreia do Norte eles têm um tipo desses e aquilo parece estar a resultar!

    Se o Prof. Marcelo não se candidatar, avance!!!

    Já agora, numa economia como a dos EUA, afirmar que um aumento da eficiência dos veículos não terá qualquer impacto no nível de gasto de petróleo e derivados é, no mínimo, vá… ridículo…

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  14. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    27 Janeiro, 2009 11:47

    Global Warming Is Irreversible, Study Says.

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  15. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    27 Janeiro, 2009 11:51

    “(…)A indústria automóvel americana tem décadas de atraso sobre a europeia (e até já sobre a japonesa). Porque, se a necessidade aguça o engenho, a desnecessidade embota-o. A gasolina barata, a destruição que a II Guerra causou na Europa e a progressão dos mercados cativos no pós-guerra, permitiram que, ainda muitos anos depois, os americanos chamassem automóvel a um chasso: duas toneladas de aço pousadas sobre um “chassis” que não evoluía, mais uma roda em cada canto; lá dentro, dois bancos corridos, dois pedais e uma telefonia. Os cinquentões tardios ainda se lembram dos táxis da nossa infância: Chevrolet, Dodge, Oldsmobile e Pontiac. Uma galeria de carros indistintos, talvez com as excepções – que o foram para o bem e para o mal – dos Studebaker e Nash. As “banheiras” que, mil e uma vezes restauradas, ainda se vêem em Cuba. Dentro deles, eu sentia-me num escafandro, tão alta e exígua era a área envidraçada. Nas curvas, eles adornavam e as crianças riam muito, porque deslizavam violentamente sobre a napa dos estofos.
    .
    Desses construtores impunes, sobressaíam o Cadillac (da General Motors) e o Lincoln (da Ford) – porque o Imperial da Chrysler ficou sempre um furo abaixo – concorrentes directos no luxo para as classes “superiores”. O Caddy vendia mais: espalhafatoso, por vezes kitsch, ele encandeava com cromados e rabos de peixe os “gangsters” em fim de carreira e os surfistas da ascensão social meteórica. O Lincoln apostava numa sobriedade altiva, num culto mais antigo, mais europeu. E isto mantém-se, mesmo se os bilionários de herança e tarimba própria preferem importar os Premium europeus.(…)” Nuno Brederod Santos / Sorumbático.

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  16. Piscoiso's avatar
    27 Janeiro, 2009 12:02

    Nos recentes filmes americanos, o personagem principal desloca-se quase sempre num BMW ou num Porsche.
    O resto é folclore.

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  17. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 12:09

    ««Já agora, numa economia como a dos EUA, afirmar que um aumento da eficiência dos veículos não terá qualquer impacto no nível de gasto de petróleo e derivados é, no mínimo, vá… ridículo»»

    Mas qual é o seu argumento? O meu é simples: qualquer aumento de eficiência no sector X faz aumentar o consumo nesse sector e nos restantes porque o ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura desloca-se para um ponto se mantenha mais ou menos igual e em que o consumo global não se altera.

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  18. Desconhecida's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Janeiro, 2009 12:23

    Na Arabia Saudita não têm qualquer receio da coisa.
    No 60 minutos que deram há cerca de um mês atrás, foram á ARAMCO , falaram com o ministro do petroleo , viram os dois maiores e novos campos de prospecção … uma coisa colossal .
    A central da ARAMCO controla o petroleo saudita … gota a gota .Têm um painel digital de 60 metros com tudo monitorizado ao segundo.
    A forma como encaram a coisa é muito esclarecida , até estão a desenvolver petroleo menos poluente e a desenvolver industria para energia solar.
    Para estes o discurso religioso Obama não colhe.
    Mesmo aqueles que não apreciam regimes como o saudita , puderam ver e ficar deslumbrados com o pragmatismo dos governantes sauditas quanto á questão.
    Por ultimo , deram imagens de um compound ocidental na ARAMCO … vem das origens eua da coisa … parece mesmo cidade suburbana americana , tudo á parte dos saudis .

    A acompanhar o que o Obama vai conseguir ou não .Para mim até gostaria de acabar com a dependênmcia ocidental do petroleo , mas se isso suceder , estamos é com a dependência dos fundos soberanos … como a coisa está o Obama só vai financiar-se com emissão de moeda / e bonds do tesouro … no panorama actual ainda poderá “fazer” com que os saudis e outros paguem a divida pública americana … mas a pouco e pouco qualquer centro de decisão empresial nos eua passará para outras nações … aliás como no caso de Portugal para Angola .

    Não há ilusões .Se não tivermos nada de jeito para exportar e continuar a despesa e o desiquibrio da balança de pagamentos desta forma … a viver acima das posses … a coisa rebenta.

    A rondar a deflação ( aqui previ há cerca de 2 meses … na altura encarada como absurda ), não se vê a actividade economica a mexer … aliás o desemprego sobe .
    Tanta falsa riqueza na economia que se revelou de mera existência em base informática, sem qualquer sustenção real , titulos imaginários, garantias de credito virtuais.

    São grandes trabalhos …

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  19. Desconhecida's avatar
    honni soit qui mal y pense permalink
    27 Janeiro, 2009 12:24

    pobres a viver como ricos …

    essa é que é essa !

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  20. Desconhecida's avatar
    Anonino permalink
    27 Janeiro, 2009 12:28

    .
    Nos ultimos tempos têm sido anunciadas descobertas de jazidas gigantescas de petroleo nos EUA, Aleganys etc.
    .

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  21. Daniel's avatar
    Scientist permalink
    27 Janeiro, 2009 12:47

    @Pi-Erre: É onde está cerca de 50% (agora não tenho em memória os números exactos) da matéria prima para fazer as baterias.

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  22. Desconhecida's avatar
    27 Janeiro, 2009 12:57

    “««Já agora, numa economia como a dos EUA, afirmar que um aumento da eficiência dos veículos não terá qualquer impacto no nível de gasto de petróleo e derivados é, no mínimo, vá… ridículo»»

    Mas qual é o seu argumento? O meu é simples: qualquer aumento de eficiência no sector X faz aumentar o consumo nesse sector e nos restantes porque o ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura desloca-se para um ponto se mantenha mais ou menos igual e em que o consumo global não se altera.”

    A ideia de que um aumento da eficiência dos veículos não terá qualquer impacto no nível de gasto de petróleo e derivados, tem que assentar em um de dois pressupostos:
    1. Há margem para o consumo de energia nos EUA cresça indefinidamente nesta fase;
    ou
    2. Os consumidores mudam de fonte de energia sem quaisquer entraves, substituindo outras fontes de energia por petróleo e derivados de forma imediata, na medida exacta da redução do preço do barril permitida pelo aumento da eficiência.

    Quanto ao ponto 1., devemos lembrar-nos de que a economia dos EUA faz já uma utilizição intensiva de energia, pelo que a margem para o aumento do consumo (considerando que os americanos são racionais) é limitada, para não dizer reduzida, embora se possa contar com a margem da recente redução de consumo de combustíveis provocada pelo aumento dos preços.

    Quanto ao ponto 2., a ideia de uma substituição perfeita das outras fontes energéticas por petróleo é prejudicada por uma série de barreiras:

    a) Existe uma rigidez da procura de todas as fontes energéticas (relacionada, por exemplo e em grande medida, pelo investimento em equipamento. Exemplo: o utilizador de um carro a GPL não muda para gasolina só porque o preço da gasolina baixa, porque o investimento no carro a GPL já está feito). Efeito de curto/médio prazo;

    b)Existirá, nesse cenário, uma pressão para o aumento da eficiência das outras fontes energéticas (por duas vias: 1. pelo efeito da concorrência; 2. Pela complementaridade das tecnologias). Efeito de médio/longo prazo;

    c) Existe uma rigidez no regresso ao consumo de petróleo e derivados por parte de quem mudou para outras fontes. Neste caso o preço nem é tão decisivo na escolha. (efeito consciência ecológica). Efeito de curto, médio e longo prazo.

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  23. psicossomatico's avatar
    psicossomatico permalink
    27 Janeiro, 2009 13:18

    Petalite (lithium aluminium silicate) was first discovered in 1800 by the Brazilian (then Portuguese) scientist José Bonifácio de Andrade e Silva, who discovered the mineral in a Swedish iron mine on the island of Utö

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  24. psicossomatico's avatar
    psicossomatico permalink
    27 Janeiro, 2009 13:22

    The most important deposit of lithium is in the Salar de Uyuni area of Bolivia, which holds half of the world’s reserves.

    wikipedia

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  25. Francesco's avatar
    Francesco permalink
    27 Janeiro, 2009 13:33

    Mas acredito que a Bolívia tenha que vender o seu lithium a alguém. Ou irá ficar com ele armazenado em reserva (activo imobilizado)? Pelo menos enquanto a guerra não começar.

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  26. Desconhecida's avatar
    meio kilo permalink
    27 Janeiro, 2009 13:41

    Quando a Sarah Palin e o Mccain diziam na campanha que para tornar os EUA independentes em energia bastava “drill drill drill” (isto quando os a produção petrolífera dos EUA está em declínio desde 1971) não ouvi aqui piadas nenhumas do JM sobre crendices.

    Eu diria que os EUA têm mais a ganhar com aumentos de eficiência (ainda que provoquem um aumento de consumo a nível global) do que com drill drill drill à maluca (ou tentar inverter uma tendência de declínio na produção com quase 40 anos).

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  27. Zé's avatar
    permalink
    27 Janeiro, 2009 13:50

    “qualquer aumento de eficiência no sector X faz aumentar o consumo nesse sector e nos restantes porque o ponto de equilíbrio entre a oferta e a procura desloca-se para um ponto se mantenha mais ou menos igual e em que o consumo global não se altera.”

    E em que é que se baseou para formular esta opinião?

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  28. O Silva's avatar
    O Silva permalink
    27 Janeiro, 2009 13:52

    Mas tal como ouvi nuns dos noticiários da TSF, o objectivo é ter os automóveis a consumir 7L/100Km em 2020… ora esta é a media (já alta) de um automóvel europeu… e depois disso? Na Europa já existem viaturas a consumir menos de 4L/100Km… e continuamos com problemas!

    Acho que isto é só um empurrar com a barriga prá frente!

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  29. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 14:02

    ««1. Há margem para o consumo de energia nos EUA cresça indefinidamente nesta fase;»»

    Claro que há. Energia é o tipo de recurso para o qual se consegue sempre uma utilização. Não por acaso, o uso de energia aumenta continuamente. Basta ter em conta que a população dos EUA tem vindo a aumentar continuamente.

    ««2. Os consumidores mudam de fonte de energia sem quaisquer entraves, substituindo outras fontes de energia por petróleo e derivados de forma imediata, na medida exacta da redução do preço do barril permitida pelo aumento da eficiência.»»

    O aumento do consumo não ocorrerá por substituição mas sim por aumento geral do consumo, o que pode nem sequer ocorrer ao nível do consumidor final.

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  30. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 14:03

    ««E em que é que se baseou para formular esta opinião?»»

    Lei da oferta e da procura.

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  31. Piscoiso's avatar
    27 Janeiro, 2009 14:03

    Na verdade, à medida que se constroem carros com menor consumo, o preço da gasolina vai subindo.
    Deste modo, se for construído um carro com consumo de 0/100Kmm, o preço da gasolina será infinito.

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  32. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 14:04

    ««Quando a Sarah Palin e o Mccain diziam na campanha que para tornar os EUA independentes em energia bastava “drill drill drill” (isto quando os a produção petrolífera dos EUA está em declínio desde 1971) não ouvi aqui piadas nenhumas do JM sobre crendices.»»

    Mas alguém acreditou nisso? Só se podem fazer piadas sobre crendices quando existem crentes.

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  33. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    27 Janeiro, 2009 14:13

    Na América, o aumento da eficiência dos veículos não reduz apenas o consumo por veículo. Reduz também o consumo agregado. É que os kilómetros percorridos atingiram um ponto tal, que não é uma redução dos custos que fará aumentar os kilómetros percorridos.

    Quer dizer a procura de kilómetros é inelástica – a quantidade procurada de kilómetros responde ligeiramente às variações nos custos com combustíveis.

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  34. psicossomatico's avatar
    psicossomatico permalink
    27 Janeiro, 2009 14:21

    Francesco:
    Also, Salar de Uyuni holds half of the world’s reserves of lithium, a metal which is used in high energy density batteries (see Lithium battery). There is currently no mining plant at the site and the Bolivian government doesn’t want to allow exploitation by foreign corporations, but instead it intends to build its own pilot plant. Wikipedia

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  35. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 14:24

    ««Na América, o aumento da eficiência dos veículos não reduz apenas o consumo por veículo. Reduz também o consumo agregado. É que os kilómetros percorridos atingiram um ponto tal, que não é uma redução dos custos que fará aumentar os kilómetros percorridos.»»

    O que é que impede mais pessoas de passarem a viver mais longe do emprego?

    O consumo de gasolina deve-se apenas ao consumo privado, ou deve-se em grande medida ao consumo pelo sector dos serviços? O que impede esse sector de apostar no transporte a distâncias ainda maiores?

    A população dos EUA vai deixar de crescer?

    O automóvel é o único uso possível do petróleo?

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  36. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    27 Janeiro, 2009 14:56

    “O que é que impede mais pessoas de passarem a viver mais longe do emprego?”

    Eu não disse que a procura de Km era perfeitamente inelástica. Disse apenas que era inelástica,i.e., menor que 1 e maior que zero. Em todo o caso, ter carros mais eficientes não tem apenas a vantagem de tornar o país menos dependente do petróleo estrangeiro. Há muito mais.

    “O consumo de gasolina deve-se apenas ao consumo privado, ou deve-se em grande medida ao consumo pelo sector dos serviços? O que impede esse sector de apostar no transporte a distâncias ainda maiores?”

    Nada. Mas a elasticidade não é perfeita, por isso há sempre uma redução dos consumos.

    “A população dos EUA vai deixar de crescer?”

    Vai. Mas se não deixasse de crescer, tínhamos mais uma razão para tornar os carros mais eficientes.

    “O automóvel é o único uso possível do petróleo?”

    E depois?

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  37. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 15:03

    ««Vai. Mas se não deixasse de crescer, tínhamos mais uma razão para tornar os carros mais eficientes.»»

    A população projectada para 2050 é de 439 milhões de habitantes. A população actual é de 310 milhões. Ver aqui.

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  38. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 15:04

    ««“O automóvel é o único uso possível do petróleo?”

    E depois?»»

    Parece-me óbvio que o aumento de eficiência num sector faz aumentar a procura dos restantes sectores. Por isso, alegar que a procura por quilómetros é inelásticas apenas implica que o aumento ocorrerá noutros sectores.

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  39. Nuspirit's avatar
    Nuspirit permalink
    27 Janeiro, 2009 15:21

    Conclusão: É completamente impossível tornar um país menos dependente do petróleo estrangeiro. E, a aposta em energias alternativas, bem como os ganhos em eficiência energética, não reduzem o consumo de petróleo.

    João Miranda, fora de brincadeiras, se conseguires sustentar esta tese ( e já deste provas que sim) só não te tornas numa figura de proa internacional se não quiseres. Uma coisa podes ter a certeza: eu torço por ti.

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  40. Desconhecida's avatar
    27 Janeiro, 2009 15:36

    O JM está a desperdiçar muita energia limpa com comentários que funcionam a antropobiológica, principalmente gases naturais.

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  41. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 15:40

    ««Conclusão: É completamente impossível tornar um país menos dependente do petróleo estrangeiro.»»

    Claro que é possível. Desde que esse país esteja disposto a empobrecer e a abdicar das vantagens do comércio e da liberdade dos seus cidadãos. Creio que a Coreia do Norte vai no bom sentido.

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  42. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    27 Janeiro, 2009 15:42

    ««João Miranda, fora de brincadeiras, se conseguires sustentar esta tese »»

    Creio que o ónus da prova cabe a quem defende que o aumento da eficiência energética contribui significativamente para a independência energética. Afinal são esses que pretendem limitar a liberdade dos consumidores com o objectivo de atingir a tal independência energética.

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  43. Desconhecida's avatar
    Tribunus permalink
    27 Janeiro, 2009 16:41

    Obama está a experimentar os patins, que vai ser a sua governação, è só esperar, crentes do milagre…….

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  44. LPedroMachado's avatar
    27 Janeiro, 2009 17:46

    Este post merece uma tradução para Inglês, já que o público-alvo é mundial.

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  45. Desconhecida's avatar
    27 Janeiro, 2009 18:52

    O João Miranda, como os engenheiros, matemáticos e restante malta das Ciências Naturais que gostam de se dedicar à Economia (e o têm feito com tanto reconhecimento) precisa de se desprender das linhas, das curvas, das equações e das estimações e de olhar mais atentamente para a Economia Real. Para as pessoas e para os seus comportamentos, anseios, decisões, VIDAS. Que não são reduzíveis a curvas nem a estimações.

    Aumentar a eficiência dos veículos na maior economia do mundo não pode ser mau, independentemente do que faça com números e curvas. E já lhe deram várias razões para vergar as suas curvas nesta caixa de comentários. É só olhar com atenção para o mundo REAL.

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  46. LPedroMachado's avatar
    27 Janeiro, 2009 19:16

    Muito belo, Artur. Até verti uma lágrima. Só é pena não ter produzido um único argumento contra o post.

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  47. Helder's avatar
    27 Janeiro, 2009 20:04

    Aumentar a eficiência dos veículos na maior economia do mundo não pode ser mau

    Nem no post, nem nos comentários o João diz que o aumento de eficiência dos veículos é mau. Em lado nenhum.

    já lhe deram várias razões

    Quais exactamente?

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  48. lord jeremias's avatar
    27 Janeiro, 2009 20:12

    muito rapidamente que tenho mais que fazer…
    respostas ao seu post:
    1: não. o parque automovel dos estados unidos tem tido um retrocesso em termos de consumo/km (e isso é a eficiencia que importa!). os frabricantes americanos embarcaram numa de bigger is better, e os carros actuais consumem bem mais que o velhinho ford t para o mesmo serviço de transporte que é o que importa ao consumidor. o parque automovel europeu é que tem tido realmente um aumento de eificiencia, acima de tudo nas ultimas 2 decadas e graças às normas Euro.

    alem disso o petroleo nao consumido nos automoveis não será necessariamente consumido em algo mais. as fontes de energia primária são bastante inelásticas no curto e médio prazo (e não suejeitas a modelos simplistas de oferta e da procura.não se anda mais 1000 kms por semana só pq sim. o tempo disponivel e necessidade para isso não existem.
    alem disso, os americanos não estão sozinhos no mundo. a eficiencia energética prende-se com o desejo de indepencia dos restantes. e o facto dos americanos reduzirem o seu consumo energético permite ao terceiro mundo aumentar o seu consumo para crescer, de facto. mas Obama apenas se preocupa com o estados unidos. logo o seu argumento está errado.

    2: os fabricantes automoveis americanos estão em dificuldades pq produzem carros gastadores e poluentes. se a presidencia não os condicionasse a isso com os pacotes de auxilio e com a nova legislação, não haveria a vontade nem a certeza que a concorrencia teria de obedecer pelos mesmos principios, logo o equilibrio tenderia para evitar os altos investimentos e restruturações dependentes do investimento em novas tecnologias, levando ao status quo anterior, com a diferença que se tinham gasto uns 700 mil milhoes dos dolares dos contribuintes.
    again, a medida é sim a única esperança de sobrivencia dos fabricantes a médio prazo. again, o seu raciocionio está errado.

    3 pq é que alguem que não tem manifestamente formação teórica em nenhuma das duas áreas onde debita este post faz erros de palmatória e raciocinio? “Tal como as religiões tradicionais, o anti-obamismo & anti-“novo paradigma energético” tem que ter crenças irracionais. Aqueles que acreditam com mais intensidade e dedicação chegam a acreditar em ideias impossíveis ou contraditórias entre si. São essas crenças que permitem distinguir os verdadeiros crentes dos
    impostores.” parece-me que se adequa não?

    agora aos comentários:

    com.4: o bailout serve para remediar problemas de curto prazo e providenciar soluções de longo prazo. ou são coisas desconectadas? providenciado fluxo financeiro numa altura em que não o há, permite uma restruturação massiva e incorporação de novas tecnologias (para os americanos) e novos parceiros na indústria. nada do que é preciso para os carros americanos serem concorrenciais é “rocket science”. houve fou falta de vontade da parte deles. deviam ter ido À falencia concordo. mas como se achou uque não podiam ir, esta solução é a única viável. dinheiro e regras iguais para todos. de certeza que na sua vasta formação económica já ouviu falar de teoria dos jogos e internalização de externalidades?

    com.10: não? então pq? se gastarmos 50 milhões de barris em vez de 100, mesmo que a percentagem de energia importada se mantenha a mesma não considera que ganhou independencia? 50 arranjam-se mais facilmente que 100.. quando ao aumento do consumo, já lhe disse que a procura de energia é altamente inelástica no curto/médio prazo. a energia é um bem primário, não um bem de consumo. não consome mais pães, mais livros, e não anda mais de carro só pq marginalmente ficou mais barato uns 5%. as pessoas procuram serviços não produtos. você não vai passar a andar 400 km de carro se só quer andar/precisa/pode andar 100km. nem consome mais 50 paposecos por dia. ou liga mais as lampadas só pq são economicas?
    o paradoxo de jevons não é uma questão de consumo de um produto, é uma questão de poupança de capital. poupo € na compra de X, pq é produzido com menos Y, terei mais capital para comprar Z, tabem produzido com Y. o paradoxo diz-nos que o consumo global de Y podera nao diminuir no total. no entanto este paradoxo só se aplica em situações especiais. especialmente numa em que há apetencia pelo consumo infinito de Y. não é o caso. para começar pq a produção de Y(ou seja energia) não é infinita nem se prevê que se possa manter no estado actual nos curto/médio prazo. quer pq se está a acabar a mama petrolifera, quer pq mais 2 biliões de seres humanos estão prestes a atingir o nosso nivel de vida e exigirão um consumo semelhante. segundo, pq já “desenhámos” a sociedade com o pressuposto da energia barata. neste momento os factores limitantes de praticamente toda a activaidade humana não são a energia. assim, se reduzir o consumo de energia em 10 % o seu volume de actividade mantêm-se exactamente o mesmo mas simplesmente com 10% a menos de consumo energético.

    em resposta à sua pergunta e como exemplo no comentário 35 do que é que impede as pessoas de morarem mais longe do emprego: o tempo!
    o tempo de movimento pendular limite para qualquer sociedade moderna é de uma hora. independentemente das vias que se tenha ou tipod e organização urbana, as pessoas têm sempre como limite para a sua residência 1 hora de viagem. isto é verdade tanto em hong-kong como em Houston com autoestradas para cada bairro. se o limite primário aqui é o tempo, então enquanto não for insuportável para mim o custo financeiro do combustivel, este será sempre o limite. se o meu carro novo fizer a mesma hora(e as velocidads médias não mudam )então eu consumirei menos pq o consumo especifico do meu carro/ km é inferior.

    em repsosta ao comentario 29:
    se a população americana vai aumentar, e sendo a extracção de produto bastante limitada a curto e médio prazo (uma refinaria e novos poços não se compram em 5 anos) então a úniva forma de manter o conforto e nivel de preços geraç será aumentar a eficiencia.
    segundo, novamente, o consumo não vai aumentar só porque os carros americanos fazem mais que 30 milhas por galao. (existem mais pessoas no mundo apesar de isso lhe parecer estrsanho..).
    se existe tecnologia para reduzir o consumo energético na produção de vários bens de consumo,e considerando que o preço da energia não vai baixara para metade então a concorrrencia levará a que as formas de produção eficiente serão sempre mais econoómicas por minimzar o consumo de um recurso , neste caso vital e extremamente elástico no preço.

    caro joão. concordo consigo em muitas questões do liberalismo, e algumas éticas. mas por favor não tenha a arrogancia de achar que tudo é resumivel a “Economia 101” nem a 15 minutos de pensamento antes do post. A energia, as suas implicalções na economia, o novo paradigma eenrgetico, a questão da sobrevivencia petrolifera , a explosão de consumo das potencias emergentes e o enventual peak oil não se resumem a um artigo de 10 linhas do 24 horas.. ou pergunte ou pesquise. não poste asneiras que lhe fica mal.

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  49. Desconhecida's avatar
    Goodfeeling permalink
    27 Janeiro, 2009 23:43

    se é do Obama é porque é mau.. nem precisa de saber o que é…

    então lá vamos explicar umas coisas (espero).

    1 – petróleo recurso finito. melhor eficiência nos motores dos automóveis pode implicar: 1- menos despesa no consumidor e em combustível, maior investimento noutras áreas, indústrias, serviços (aumento de despesas com comida, divertimento, cultura, etc). Maior disponibilidade para os verdadeiros consumidores de petróleo: industrias de plastico, transportes marítimos, aéreos, etc. Não torna a américa independente mas permite a realocação do recursos e tem efeitos secundários positivos noutras áreas.

    2 – Os carros americanos são maus e quanto mais pequenos, piores (Pinto e Gremlin, carros feitos após a crise de petróleo dos anos 70 por ex.- http://www.time.com/time/specials/2007/article/0,28804,1658545_1658498_1657865,00.html ). Muito motor e potência e pouca qualidade. talvez dê para mudar de para carros com melhor qualidade (demora-se menos de um ano desde que um carro sai do estirador até entrar em produção).

    3- não comento o fanatismo anti-obamico do JM. cada um tem lá a sua liberdade, não me venha é declarar uma fatwa ao homem. Pode ser o Socrates lá do sitio, mas não é o PSL.

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