Saltar para o conteúdo

Lista de assuntos a discutir com paixão…*

20 Fevereiro, 2009

…para não sairmos do estado a que chegámos. Tendo em conta que Fevereiro já vai a meio creio que ao nosso primeiro-ministro bastarão três ou quatro assuntos para trazer a pátria num desassossego, verdadeiramente dividida entre progressistas e reaccionários, com ele mesmo a fazer a figura de cavaleiro branco que chefia as legiões do progressismo e nos leva para o futuro ou seja para uma vitória retumbante nas próximas legislativas.
Esta lista que creio agradará ao primeiro-ministro tem duas vantagens. Em primeiro lugar se alguém questionar a oportunidade ou utilidade da discussão destas matérias imediatamente se pode transformar essa pessoa no esterótipo do obscurantista pois só alguém muito obscurantista não percebe que este é o momento para discutir isto. Em segundo lugar porque estes assuntos não são bem assuntos mas sim umas lebres que se soltam para fazer para que o primeiro-ministro possa fazer de progressista e a oposição, à excepção do BE, de reaccionária.

I O casamento entre pessoas do mesmo sexo. Valham-nos os homossexuais ou aqueles que dizem que os representam para que o casamento civil a que se seguirá a luta pelo religioso readquira importância. O casamento entre duas pessoas do mesmo sexo funciona hoje como a questão Calmon no início do século XX. São polémicas que só existem porque servem exemplarmente ao papel de foguetes: fazem muito alarido e encobrem a ausência de programas políticos. Em 2009 mandam-se os apoiantes ao cinema ver o filme sobre a vida do gay discriminado e liberto, no tempo da questão Calmon distribuíam-se panfletos sobre os crimes dos jesuítas. Quando chega a hora de governar o vazio é o mesmo mas o poder, esse, entretanto está ganho. Aliás se quiséssemos discutir a sério o casamento ou seja as uniões às quais o Estado dá o estatuto de matrimónio teríamos muito mais para discutir. Porque razão não discutimos a legalização da poligamia? Quanto polígamos existem na Europa? Estamos perante famílias estáveis, que tal como as monogâmicas constituem células que transmitem a propriedade e cuidam dos seus. Contudo vamos entregar-lhes crianças para adopção? Muitos dos imigrantes na Europa vêm de países onde a poligamia é tão normal quanto entre nós a monogamia. Claro que uma discussão destas é terreno armadilhado mas não creio que os polígamos, heterossexuais ou homossexuais, mereçam menos atenção por parte de quem acha que é crucial para o país discutir o casamento monogâmico entre homossexuais.
*PÚBLICO

5 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Fevereiro, 2009 09:23

    É um assunto que não interessa a ninguém. Deve ser por isso que se entusiasmam quando se fala nisso e é poste atrás de poste.

    Gostar

  2. HAL_9000's avatar
    HAL_9000 permalink
    20 Fevereiro, 2009 09:52

    Helena,

    Não sei se costuma ler os comentários aos seus “posts”, muito menos se lhe interessam ou se lhes responde, mas relativamente a estes seus “assuntos apaixonados” resolvi investir 60 segundos do meu tempo para lhe colocar uma pergunta simples.
    Imagine que não existia crise, nem desemprego, nem TGV, nem OTA, nem Alcochete, nem Freeport, nem Casa Pia, nem BPN, nem BPP, nem criancinhas a morder os profs, nem todo este ambiente pavoroso em que vivemos e que nos tira o sono.
    Imagine que viviamos no melhor dos mundos, que todas as suas utopias da juventude se tinham tornado realidade que era tudo paz e amor e lhe perguntavam:

    -Helena, é contra ou a favor da legalização do casamento civil de pessoas do mesmo sexo?

    Gostar

  3. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Fevereiro, 2009 09:57

    Interessante seria que escrevesse sobre as causas da crise que vivemos já que as consequências estão à vista. E já agora, como sair dela.
    Vá lá faça um esforçozinho.

    Gostar

  4. Luís's avatar
    Luís permalink
    20 Fevereiro, 2009 11:09

    Anónimo 3, puxe pela cabeça, vai ver que descobre as explicações que pede. Fizéssemos todos o mesmo e não estaríamos neste atoleiro.

    Gostar

  5. Hyperion's avatar
    Hyperion permalink
    20 Fevereiro, 2009 18:09

    “Têm um sistema de estímulo enviesado, negam a realidade porque, ainda que com o custo da sua integridade, consideram ser menos doloroso a diluição da auto-consciência do que admitir o erro e pedir desculpa”

    Isto expressa o núcleo psicológico dos activistas homossexuais.

    A integridade da sociedade e da espécie apenas pode ser preservada através do autoritarismo moral da maioria normal, isto é, da maioria responsável pela manutenção da continuidade, através da sua acção (reprodução) e reforçamento positivo (cultura).

    Sem se defender autoritariamente não se consegue conter a iniciativa dos desviantes em “diluição da auto-conciência”, estes alteram o sistema de valores e o reforço positivo e fazem colapsar a sociedade e a população.

    O catalisador é a ausência de razão. A razão não foi bem estabelecida e defendida, portanto o autoritarismo não se aguentou, a maioria normal caiu presa do relativismo moral da minoria activista.

    Gostar

Deixe uma resposta para Anónimo Cancelar resposta