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Estimular as importações III

23 Fevereiro, 2009

O problema da economia portuguesa é conhecido há muito tempo: baixa produtividade. A baixa produtividade resulta de uma elevada alocação de recursos ao sector público e da baixa flexibilidade e adequação à procura desse sector. Os elevados gastos públicos induzem consumo demasiado elevado. A poupança é baixa e, consequentemente, a acumulação endógena de capital também é baixa. Sem capital não há aumento de produtividade. O capital poderia aumentar através do investimento estrangeiro, mas os governos têm optado por uma carga fiscal elevada e pela negociação caso a caso do investimento estrangeiro. Resultado: poucas são as empresas que querem investir em Portugal.

O que é que acontece quando o governo opta por estimular a procura em ano eleitoral de uma economia com baixa produtividade? A produtividade não irá aumentar. Quanto muito, a produção adicional será feita pelos recursos menos produtivos alocados às actividades erradas. Como a economia não é suficientemente produtiva para responder à procura induzida (note-se que Portugal está sob pressão de excesso de procura há anos), grande parte da procura induzida gera importações. Estamos a falar de uma pequena economia, especializada e aberta. As empresas especializadas em sapatos não vão começar a produzir painéis solares. O endividamento e o peso do sector público aumentam. O consumo induzido leva à redução da poupança. A selecção de projectos por parte do Governo distorce a concorrência e desestrutura a economia. No fim, a economia fica em pior estado do que estaria se o governo deixasse os mecanismos de mercado corrigir os erros do passado.

47 comentários leave one →
  1. rés-vés's avatar
    rés-vés permalink
    23 Fevereiro, 2009 17:42

    portugal está entregue a ignorantes e incompetentes
    que apenas sabem sugar os contribuintes
    para engordar o polvo unido do largo dos ratos

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  2. Desconhecida's avatar
    23 Fevereiro, 2009 17:45

    O problema da economia portuguesa é de há muitos anos ter que sustentar um Estado gordo como um porco e uma classe politica e um funcionalismo público excedentário e improdutivo.

    Toda esta despesa e consumo público exagerados para a nossa economia retira poupança às famílias e às empresas, para além de desincentivar e desmotivar o trabalho e o investimento.

    Eu fechei a minha empresa pois já estava farto de pagar impostos e taxas sociais à cabeça e ainda por cima tinha que aturar um rol de burocracias infindáveis e labirinticas.

    Hoje ando no calçadão, não faço nenhum, vivo dos meus rendimentos e estou mais feliz.

    Trabalhar em Portugal não dá prazer!

    Trabalhar para sustentar chulos ainda menos!

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  3. Desconhecida's avatar
    23 Fevereiro, 2009 18:23

    “”A baixa produtividade resulta de uma elevada alocação de recursos ao sector público e da baixa flexibilidade e adequação à procura desse sector.”””

    Ó JM, eu que so tenho a 4ª classe, da antiga, explica-me, por muidos, – o que é, que queres dizer.

    Deve ser uma coisa importante, a minha tola não dá para mais, reconheço

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  4. Zé Bonito's avatar
    23 Fevereiro, 2009 18:46

    Ok, João Miranda. Vamos admitir que revíamos todo o sistema fiscal português e que reduzíamos ao mínimo o sector público. Que garantias tem para afirmar que o sector privado “ocupava o espaço” e diversificava a oferta? A nossa História parece mostrar precisamente o contrário. Nenhum dos sectores de que carecemos e que pesam na nossa balança comercial abre o apetite dos nossos empresários. Basta ver o que tem sido a história da nossa agricultura e seus derivados(4º sector a provocar maior número de importações). Pelo contrário, basta ver os números do desemprego para identificarmos a actividade que mais agrada aos nossos investidores: construção civil. Uma actividade claramente excedentária e totalmente dependente do mercado interno.

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  5. Júlio's avatar
    Júlio permalink
    23 Fevereiro, 2009 18:48

    Ou então a baix produtividade é devida a um sector privado mais empenhado em deslocalizar para o estrangeiro, e um Estado que não tem coragem de pegar na economia nacional a fazê-la andar, nacionalizando obviamente, pese os interesses privados que por aí espreitam.

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  6. Desconhecida's avatar
    23 Fevereiro, 2009 18:49

    Eu tambem fechei a minha há cerca de 2 anos, assim que soube que andavam atras dos devedores de IRS e Segurança Social, dei como falida na finanças.

    Foi o melhor que fiz, hoje vivo dos pescatos.

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  7. Carlos Santos's avatar
    23 Fevereiro, 2009 18:50

    Caro João Miranda,

    Em relação à sua posição contra os pacotes de estímulos em pequenas economias abertas deixo-lhe uma resposta, fundamentada dentro do pensamento de autores que julgo que tenha por seus, que o convido a ler:
    http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/02/defesa-dos-estimulos-publicos-no.html

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  8. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 18:57

    Estado não pode a médio prazo sair da economia em PT, simplesmente pq dada a nossa pequena escala, será sempre o nosso maior capitalista. Contudo, a presença do Estado não impede que:

    – O tamanho do Estado seja menor (menos funcionários públicos)
    – O Estado seja mais produtivo (menos funcionários públicos, menos desperdício)
    – O Estado seja mais eficiente (fazer mais com menos – menos funcionários públicos), portanto, mais produtivo

    Só assim, penso eu, poderá um dia a carga fiscal ser reduzida em Portugal. É por que nada disso é resolvido que vemos sempre a situação da oposição pedir redução de impostos e ao chegar ao poder, os aumenta.

    Alguém crê, em sã consciência, que se por exemplo Manuela Ferreira Leite ou qualquer outro lider de partido chegasse ao poder, ia reduzir os impostos? Como? Só se for por mágica. Alguém acredita mesmo nessa balela?

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  9. Luís Bonifácio's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:05

    Não só, mas também.

    A baixa produtividade da economia portuguesa deve-se sobretudpo ao facto de a estrutura industrial dominante se caracterizar por unidades de mão-de-obra intensiva que fabricam produtos de baixo valor acrescentado.

    Por exemplo:
    Uma fábrica têxtil tem 1000 trabalhadores e factura 10 milhões. Produtividade 10000€ /trabalhador.

    Uma marca de roupa tem 100 funcionários e que compra 10 milhões a uma fábrica portuguesa. Coloca uma etiqueta e distribui por uma rede de lojas próprias em regime de Franchise onde factura 500 milhões, descontando a pouca margem que dá ao franchisado. Produtividade: 500 000€ por funcionário.

    Este pequeno exemplo foi explicado aos empresários do vale do Ave, em 1986, pela Universidade do Minho, onde vocÊ investiga coisas que nada têm a ver com economia. A resposta foi:

    Nós(empresários) é que percebemos disto. Os doutores da Universidade éque não sabem nada!

    Por isso o problema da Economia Portuguesa, antes de ser do estado é um problema da estupidêz e ignorância da grande maioria dos empresários nacionais.

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  10. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:09

    Zé bonito,
    Uma coisa é ‘reduzir o sector público’ (vender a CGD, por ex) e outra é diminuir a baixa produtividade portuguesa, muito agravada pelo custo enorme que é manter um Estado que emprega 900.000 pessoas.

    O problema é que vivemos uma situação de fachada, na qual a classe média de uma forma geral é sustentada pelo erário público. Não há empresas, contribuintes, indústria, país, governo que consiga manter isso. É por esta razão que não saímos deste atoleiro, viveremos em crise eternamente. Quando o governo que mais reduziu numa legislatura, reduziu 11.000 funcionários… o que fazemos? Ou somos funcionários públicos ou emigramos. Abrir empresas ou investir, é para os teimosos. Ou para os otários.

    A Europa não nos vai valer. Não nos pode dar a papa na boca, esse problema tem de ser a sociedade portuguesa a enfrentar

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  11. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:15

    “A baixa produtividade da economia portuguesa deve-se sobretudpo ao facto de a estrutura industrial dominante se caracterizar por unidades de mão-de-obra intensiva”

    Errado. A baixa produtividade portuguesa deve-se sobretudo à ineficiência do Estado e à baixa produtividade do funcionalismo público, que nos dá números de vergonha. Pelo menos é o que consta de estudos recentes da UE.
    Não adianta querermos colocar sempre a culpa nos empresários. Estes estão de mãos atadas, para poder despedir em Portugal têm de passar cadeado no portão e fugir, é a única forma.

    Por cá é tudo do avesso. Nem nas antigas repúblicas socialistas deve ser assim.

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  12. Desconhecida's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:20

    Que esperavam?!… a partir do momento em que aceitámos estar na CEE de braços caídos, sem nada para fazer e de mão estendida aos diários milhões, que só sobraram para alguns…
    Agora, só nos resta a “exportação” de carne humana (>80.000, só em Angola), apesar de, até nesta produção, sermos insuficientes…
    Coitaditos de nós, já nem “nenés” conseguimos produzir a contento… daí que estámos, mesmo e há muito tempo, a pedi-las…
    Mandem vir o Zeca, outra vez, para ele nos cantar “umas coisas”, daquelas em que “o povo é quem mais ordena”…

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  13. Zé Bonito's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:23

    GL:

    O problema é quase o da velha questão do ovo e da galinha- o que apareceu primeiro? É por causa do peso do aparelho de Estado que a nossa economia não arranca, ou é pela fraca resposta da iniciativa privada que o Estado se vê obrigado a intervir? Uma vista de olhos pelos dados do INE sobre a situação do último trimestre de 2008, podem ajudar (http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=62614588&PUBLICACOESmodo=2).

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  14. Zé Bonito's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:26

    O link saiu mal, as minhas desculpas. De qualquer modo, é só procurar “Estatísticas do Emprego-4º trimestre de 2008”

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  15. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:38

    Zé Bonito,

    Em Portugal o Estado é o paizinho protector não é de hoje, isso vem de uma tradição secular que o Zé Camarinha consolidou nos tempos da outra senhora. O 25 de Abril, que foi uma oportunidade de se alterar a situação, não o foi, muito pelo contrário. Eu creio que é um problema estrutural que, uma vez na Europa, terá de obrigatoriamente de ser atacado, doa a quem doer, custe o q custar, mais dia menos dia. Creio que ver números de 2008 não provará grande coisa.

    É que se não estivéssemos na Europa, talvez pudéssemos continuar atoladinhos até o pescoço eternamente, mas com o Euro a banda toca de outra forma. SEm competitividade, seremos aniquilados. Será a situação que estamos a viver, em pior.

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  16. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    23 Fevereiro, 2009 19:45

    ««A baixa produtividade da economia portuguesa deve-se sobretudpo ao facto de a estrutura industrial dominante se caracterizar por unidades de mão-de-obra intensiva que fabricam produtos de baixo valor acrescentado.»»

    Claro. Se o sector público canibaliza a acumulação de capital e penaliza o investimento estrangeiro, não seria de esperar outra coisa. Ou acha que o capital nasce do nada? Se não há acumulação de capital no sector privado, as empresas só podem ser de mão-de-obra intensiva que fabricam produtos de baixo valor acrescentado.

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  17. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 19:46

    Há que haver uma mudança de mentalidades radical na sociedade portuguesa. O primeiro passo seria a aceitação da doença. Sem isso, nada vai mudar. Há pessoas que já se aperceberam do problema, muitos dos que protestam na baixa, não. Recusam-se a aceitar, simplesmente, que o Estado não dá para todos e para sempre. Vai acabar.
    Um que se vê na cara e no discurso que sabe disto tudo é o PM.

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  18. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    23 Fevereiro, 2009 19:48

    ««Por isso o problema da Economia Portuguesa, antes de ser do estado é um problema da estupidêz e ignorância da grande maioria dos empresários nacionais.»»

    Já ouvi essa teoria de várias pessoas. Nenhuma delas se chegou à frente para substituir os nossos empresários. Porquê?

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  19. Desconhecida's avatar
    Kowalski permalink
    23 Fevereiro, 2009 19:51

    Em Janeiro
    Receitas fiscais caem 10,6%
    As receitas fiscais caíram em Janeiro 10,6 por cento, penalizadas sobretudo pelo recuo de oito por cento do IVA, um ritmo de deterioração que superou as estimativas.

    Segundo os dados da Direcção-Geral do Orçamento (DGO), a queda nas receitas ficou a dever-se ao abrandamento económico no último trimestre de 2008.

    Face a Janeiro de 2008, as receitas baixaram 288 milhões de euros no mesmo mês de 2009, uma queda justificada pelo recuo dos impostos indirectos.

    Só o IVA caiu 77 milhões de euros, representando oito por cento, uma taxa que compara com o recuo previsto pelo Governo de 6,8 por cento.

    O segundo imposto com uma queda maior foi o imposto sobre o Tabaco, que representou uma recuo nas receitas de 44,7 por cento, representando menos 63 milhões de euros.

    Também o Imposto sobre os Produtos Petrolíferos caiu 20,7 por cento, quase cinco vezes superior ao orçamento rectificativo do Governo. Destaque para a subida de 505 por cento do Imposto Único de Circulação, o equivalente a 900 mil euros, devido à ‘normalização do imposto’ e à ‘alteração de estrutura do parque automóvel circulante em função do ano da matrícula’.

    Nos impostos directos, as receitas do IRS recuaram 1,1 por cento e as do IRC baixaram 73,2 por cento.

    Do lado da despesa, os números da DGO revelam que no subsector Estado esta caiu 5,1 por cento, reflectindo o diferente padrão intra-anual dos pagamentos de Portugal à União Europeia.

    http://www.correiodamanha.pt/noticia.aspx?contentid=D3590F1B-2628-499B-9281-FC04CB5861E6&channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021

    o papa-impostos ja está a dar as ultimas

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  20. Desconhecida's avatar
    O meu medo é diferente do teu permalink
    23 Fevereiro, 2009 20:26

    Nada disso. Que fixação na economia! A “baixa produtividade” cheira e tresanda a conceito soviete de “feu Mr. Stakanov”. Deviam exilar para a Sibéria ou Guantanamo conceitos desses.
    Nós não gostamos é de trabalhar por gene, por raça, por Sol. Além disso há um alta indutividade de alcóois bons.

    Fuck work! let’s drink.

    Carlos Pessoa

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  21. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    23 Fevereiro, 2009 20:46

    o papa-impostos ja está a dar as ultimas

    Essas quedas em Janeiro são assustadoras.

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  22. Carlos Santos's avatar
    23 Fevereiro, 2009 21:09

    Só posso notar que o João Miranda não encontrou os argumentos para o desafio amigável que lhe deixei acima…

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  23. GL's avatar
    23 Fevereiro, 2009 21:49

    “Fuck work! let’s drink.”

    Vc paga?

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  24. Carlos Melancia's avatar
    Carlos Melancia permalink
    23 Fevereiro, 2009 23:13

    “Por exemplo:
    Uma fábrica têxtil tem 1000 trabalhadores e factura 10 milhões. Produtividade 10000€ /trabalhador.

    Uma marca de roupa tem 100 funcionários e que compra 10 milhões a uma fábrica portuguesa. Coloca uma etiqueta e distribui por uma rede de lojas próprias em regime de Franchise onde factura 500 milhões, descontando a pouca margem que dá ao franchisado. Produtividade: 500 000€ por funcionário.”

    Caro Luis Bonifácio, se isso foi explicado no Rio Ave, como diz, não é plausível economicamente.
    Desde o fabrico até ao cliente final há toda uma cadeia de valor. Haverá sempre quem fabrique algo, que tenha mão de obra intensiva, quem comercialize e quem compre.

    Não acho que se tenha produzido algo mais com o dito regime de franchise. Muito pelo contrário. O comprador quando paga esse produto na loja de franchise é simplesmente espoliado ao pagar um valor muitas a vezes acima do valor real da coisa. Eu ainda faço melhor. Vou a essa loja de franchise, roubo a mercadoria toda e a minha produtividade é superior à deles(segundo a sua noção de produtividade).

    O conceito de produtividade está mal adaptado à economia. Posso ter uma máquina mais produtiva quando ela produz mais trabalho com o mesmo combustível. Aqui houve efectivamente um ganho real.

    Tal como no exemplo que lhe dei atraz, roubando a mercadoria, não se pode dizer que pagando pior aos funcionários se obtem mais produtividade porque se aumentam as margens.

    È por ideias como essa, da produtividade que o mundo está em crise económica. Como lhe tinha dito atraz, existe toda uma cadeia de valor que tem de estar consentãnea com os princípios da economia. Quando essa cadeia gera ganhos injustificados com reflexo directo no consumidor final fica comprometida a médio prazo. Lembre-se, todos os produtos têm um cliente final. Se ele comprar um que seja demasiado caro já não pode comprar outros. Logo, alguem deixará de vender ou terá que baixar os preços, despedir pessoal, deixar de pagar as contas a outra entidades, etc.

    Como vê não é difícil desmontar essa cabala da produtividade. O dinheiro não é produto. Podemos ter produtos e não ter dinheiro, que é o que interessa.

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  25. Luís Bonifácio's avatar
    24 Fevereiro, 2009 00:01

    Caro Melancia

    A produtividade de uma economia é pura e simplesmente medida pela facturação versus nº de trabalhadores. O número de produtos fabricados não é para aqui chamado.

    Aliás o seu critério deve fazer corar o João Miranda, pois se umas calças da Levis são vendidas nas lojas 20 vezes acima do seu custo ral de produção,é porque alguém gosta de pagar esse valor.

    Uma economia tem de estar direccionada para onde se encontra o maior valor acrescentado, caso contrário está condenada à falência. Os empresários têxteis do Vale do Ave, que efectivamente eram muito bons a trabalhar por feitio, faliram quando os contratos partiram para outras paragens. Ao invés de enfrentarem o problema (Nos anos 80 o vale do ave estava afogado em dinheiro), esperaram pela morte anunciada. Não sem antes berrarem por ajuda do estado, entenda-se.

    Já agora João Mianda, como explica que os países nórdicos que possuem uma percentagem de funcionalismo público gigantesca, quando comparada com a nossa, sejam bastante produtivos?

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  26. JCP's avatar
    JCP permalink
    24 Fevereiro, 2009 08:49

    Oh Luis Bonifácio, o funcionalismo público é o mal de todos os negócios! Somos um país de burocratas!

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  27. Zé's avatar
    permalink
    24 Fevereiro, 2009 11:41

    “Já ouvi essa teoria de várias pessoas. Nenhuma delas se chegou à frente para substituir os nossos empresários. Porquê?”

    Porque é dificil singrar no contexto português sem algumas traições no pós-25 de Abril ou sem um cartão do partido do poder. O Miranda já deixava de ser ingénuo quando convém.

    Já agora relembro que, provavelmente, o blog 5dias possui mais bloggers empresários que o blasfémias, o que não deixa de ser deliciosamente irónico.

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  28. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 11:47

    Caro Zé (#27),

    O seu post ilustra a pobreza da vida intelectual portuguesa. Acredita mesmo que a profissão de cada um é relevante para o debate de ideias?

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  29. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 11:49

    ««Já agora João Mianda, como explica que os países nórdicos que possuem uma percentagem de funcionalismo público gigantesca, quando comparada com a nossa, sejam bastante produtivos?»»

    Não sei, mas não é relevante para a discussão. O que é relevante para a discussão é que os recursos alocados ao funcionalismo público são muito superiores à capacidade desse sector para produzir riqueza. É isso que cria a distorção da economia portuguesa.

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  30. Zé's avatar
    permalink
    24 Fevereiro, 2009 13:35

    “Acredita mesmo que a profissão de cada um é relevante para o debate de ideias?”

    O Miranda diz que dos que criticam os empresários, nenhum se chegou à frente. A sua afirmação é o quê então? Por essa ordem de ideias pare lá de criticar o Governo pois ainda não se chegou á frente com uma candidatura. Devia perder essa mania de gritar “falta” quando lhe respondem da mesma maneira com que fala aos outros.

    “O que é relevante para a discussão é que os recursos alocados ao funcionalismo público são muito superiores à capacidade desse sector para produzir riqueza.”

    Relevante é observar o modelo dos países nórdicos, ver como eles fazem e imitar. Mas o João Miranda só gosta de imitar os Americanos. Caviar em Wall Street e pão duro em Main Street. Esse é que é o progresso. Outras alternativas não são relevantes….

    Por favor João Miranda, está a perder a prática?

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  31. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 13:43

    ««O Miranda diz que dos que criticam os empresários, nenhum se chegou à frente. A sua afirmação é o quê então? »»

    Mas percebeu porque é que eu disse isso?

    ««Relevante é observar o modelo dos países nórdicos, ver como eles fazem e imitar.»»

    Comece por imitar a baixa dívida pública desses países.

    Repare que não há muita paciência para discutir um modelo nórdico quando o que se pretende é justificar as nossas asneiras. O modelo nórdico não é aquilo que muitos pensam que é. Por exemplo, a Suécia tem um sistema de vouchers. Vamos imitá-los nisso, então.

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  32. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 13:49

    ««Por essa ordem de ideias pare lá de criticar o Governo pois ainda não se chegou á frente com uma candidatura.»»

    Não está a perceber. Discutir economia não é o mesmo que discutir política. Por razões óbvias. Qualquer um poder ser empresário. É uma actividade privada em que o risco também é privado. Ninguém tem nada a ver com os riscos e as asneiras que os empresários fazem. Eles não são funcionários públicos. Discutir política é diferente porque a política é uma actividade pública. Isto devia ser elementar.

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  33. Zé's avatar
    permalink
    24 Fevereiro, 2009 14:10

    Vamos por partes.

    “Mas percebeu porque é que eu disse isso?”

    Eu percebi. Mas o João Miranda também percebeu a minha resposta. Tanto na politica como na vida empresarial qualquer pessoa pode iniciar actividade. E a discussão económica e politica são mais iguais que o que se pode pensar à priori. Tanto uma como outra são baseadas em cartilhas ideologicas enquanto que alguns batem-se todos os dias para lhes dar uma aura de ciência. Seja como for tanto numa area como noutra qualquer cidadão insatisfeito pode iniciar actividade, logo as “razões obvias” só existem na sua cabeça ou só as vê nos exemplos que lhe convêm.

    “Ninguém tem nada a ver com os riscos e as asneiras que os empresários fazem.”

    Acho que o João quer repensar essa frase. As empresas não existem no vazio, são parte integrante da sociedade e fora dela não poderiam prosperar. É por isso que os impostos, quando bem aplicados no bem estar dos cidadãos de um país e no futuro deste, nada têm de imorais, muito pelo contrário. Imorais são aqueles que tendo beneficiado da protecção de uma sociedade se recusam hoje a pagar os seus impostos. Quem os ouve diria que conseguiriam sempre ter sucesso nem que tivessem nascido numa tribo de beduínos.

    O que já devia ser elementar para o João Miranda era não tentar fazer passar crença por análise científica.

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  34. Luís Bonifácio's avatar
    24 Fevereiro, 2009 14:18

    João Miranda Dixit:
    Já ouvi essa teoria de várias pessoas. Nenhuma delas se chegou à frente para substituir os nossos empresários. Porquê?

    Você, funcionário público de carreira (Universitária) é a melhor resposta. Chegue-se à fente, homem! Passe, de uma vez por todas, das vãs palavras aos actos!

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  35. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 15:11

    ««Eu percebi. »»

    É óbvio que não percebeu. Se tivesse percebido não teria dado a resposta que deu.

    ««Tanto na politica como na vida empresarial qualquer pessoa pode iniciar actividade. »»

    Pode? Explique-me lá como é que eu, em vez de criticar o Sócrates, posso desde já iniciar a actividade de primeiro-ministro. Não vale dizer que eu posso concorrer às próximas eleições, porque não é a mesma coisa. A actividade empresarial não requer candidaturas nem tem limites aos número de pessoas que podem desempenhar uma dada actividade. Seria interessante termos a actividade política como a actividade empresarial. Em vez de 1 primeiro-ministro teriamos 100 em concorrência.

    ««Acho que o João quer repensar essa frase. As empresas não existem no vazio, são parte integrante da sociedade e fora dela não poderiam prosperar. É por isso que os impostos, quando bem aplicados no bem estar dos cidadãos de um país e no futuro deste, nada têm de imorais, muito pelo contrário. Imorais são aqueles que tendo beneficiado da protecção de uma sociedade se recusam hoje a pagar os seus impostos.»»

    Pois. O caro Zé não apenas exige que as empresas paguem os seus impostos. Também quer que a sua opinião sobre a estratégia das empresas seja seguida, mesmo que o Zé não assuma nenhum risco nessa estratégia.

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  36. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 15:18

    ««Você, funcionário público de carreira (Universitária) é a melhor resposta.»»

    Não tente comentar a minha vida, e creio que devia tomar um pouco mais de chá. A minha vida não é assunto público. Concentre-se no debate. Explique antes o problema seguinte: se os empresários são assim tão maus, porque é que ainda não foram suplantados pelos críticos que há décadas dizem que os empresários portugueses são maus?

    Repare ainda que não me deve pedir a mim que seja empresário. Eu reconheço que ser empresário em Portugal é difícil e que os empresários que existem são os melhore que poderíamos ter. O Luís Bonifácio é que acha que os empresários portugueses são maus e podiam ser melhores. Sendo assim, não deve ser difícil arrumar com eles e ganhar uma pipa de massa no mercado.

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  37. Cortes's avatar
    Cortes permalink
    24 Fevereiro, 2009 15:21

    Só cortando um bocadinho a conversa, para denunciar um falso argumento:

    JM: “Pode? Explique-me lá como é que eu, em vez de criticar o Sócrates, posso desde já iniciar a actividade de primeiro-ministro.”

    Então também poderia argumentar que não posso ser empresário, porque não posso começar como presidente da GALP. Apoio a perspectiva de que a actividade política está tão aberta à participação como a empresarial. Relembro, isto só para dizer que é legítimo criticar empresários, mesmo não o sendo. Da mesma forma como o JM critica políticos.

    Já agora, reescrevo a sua frase:

    “Também quer que a sua opinião sobre a estratégia dos governos seja seguida, mesmo que o João não assuma nenhum risco nessa estratégia.”

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  38. JoaoMiranda's avatar
    JoaoMiranda permalink*
    24 Fevereiro, 2009 15:48

    ««Então também poderia argumentar que não posso ser empresário, porque não posso começar como presidente da GALP.»»

    Pois poderia, mas esse argumento não lhe servia de nada. A GALP é uma empresa privada e quem decide quem é o presidente são os accionistas. Mas nada o impede de iniciar uma actividade empresarial a concorrer com a GALP. Você não pode mandar na GALP, mas pode trabalhar para ser concorrente da GALP. Até pode comprar acções da GALP e mandar no presidente da GALP. Pode ainda desempenhar qualquer actividade empresarial que desejar, sem precisar de ser eleito ou nomeado. O que não pode é desempenhar um cargo público apenas porque deseja. Na actividade pública existem barreiras à entrada. Essas barreiras resultam de se tratar de uma actividade pública monopolista em que só uma pessoa pode desempenhar cada cargo de cada vez.

    ««“Também quer que a sua opinião sobre a estratégia dos governos seja seguida, mesmo que o João não assuma nenhum risco nessa estratégia.”»»

    O governo não é uma actividade monopolista? Se não há concorrência nem escolha, é evidente que as decisões afectam toda a gente e não apenas quem vota no partido do governo. A actividade política é por definição pública. Sendo pública, diz respeito a todos. Ao contrário da actividade empresarial, em que há concorrência, em que os clientes escolhem e em que não existem barreiras à entrada nem cargos de eleição ou nomeação.

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  39. miguel dias's avatar
    miguel dias permalink
    24 Fevereiro, 2009 16:39

    Normalmente crítico dos posts do joãomiranda, cometeria uma injustiça se não assinalasse a minha concordância com o essencial desta última série. À parte um ou outro pormenor, particularmente importante é a questão da concorrência que se levanta no caso do Magalhâes e dos paineis solares.
    Queria ainda acrescentar que alguns dos comentários precedentes, ao invocarem os percursos profissionais ou pessoais para fundamentarem argumentos são completamente obtusos.

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  40. Zé's avatar
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    25 Fevereiro, 2009 01:15

    “É óbvio que não percebeu. Se tivesse percebido não teria dado a resposta que deu.”

    Insisto que percebi. Mas das duas uma: ou você não percebeu a minha resposta ou não sabe lá muito bem como expor uma ideia.

    De resto a falácia continua. E pode falar à vontade da falta de chá dos outros, a si falta-lhe coerência a ser verdade que é professor universitário em uma universidade pública. Mamar na teta do estado e insurgir-se contra os que mamam na teta do estado é mais do que falta de vergonha na cara. É case study em psiquiatria.

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  41. GL's avatar
    25 Fevereiro, 2009 01:18

    A questão que não quer calar mantém-se: com a produtividade que temos, Portugal não sairá da situação aflita em que vivemos.

    A maior parte dessa baixa produtividade, segundo estudos da UE, são decorrentes da baixa performance do funcionalismo público.

    Horas-extras para nada, pequeno-almoço na hora do trabalho, emprego para a vida, etc.

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  42. DSC's avatar
    DSC permalink
    25 Fevereiro, 2009 12:44

    Comparar a produtividade da nossa função pública com a dos norte europeus deve ser para rir. O que não é para rir é ir a qualquer repartição ou instituição pública e esperar meia hora ou mais que a senhora que me está ou deveria estar a prestar-me um serviço encontre as letras no teclado. Aqui começa o primeiro ponto. A baixíssima qualificação dos funcionários públicos. Quando se anunciam milhões para a “modernização” dos sistemas só penso em como isso vai acrescer no número de horas de espera.

    O segundo ponto é o facto do estado proteger os funcionários públicos mesmo que seja notória a incmpetência desses mesmos e isso vai acrescer ao terceiro e quarto ponto que é o laxismo com que essas pessoas encaram o seu serviço e a formação (não confundir com habilitações). Por amor de Deus, só quem nunca foi a um desses sítios me pode dizer que a primeira leitura do dia do horário de trabalho não é o record ou a bola. Ou os míticos cafezinhos da manhã que duram entre meia a uma hora.

    No fundo temos um sistema de funcionalismo público que premeia e promove a imcompetência. Outro ponto é o brutal peso dos funcionários públicos na despesa. França, por exemplo, tem 1 funcionário público por cada 12 pessoas (e quer despedir a um ritmo de 30 000 funcionários/ano) nós, neste jardim temos 1 para 17. ????

    Outro aspecto é a labiríntica e ridícula burocracia.

    Tudo junto temos um rapaz grande, cheio de músculo, que demora meia hora a fazer uma conta de somar 2+2.

    Quanto ao privedo, enquanto durar a carga fiscal e a actual legislação laboral, boa sorte a todos.

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  43. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Fevereiro, 2009 12:50

    Mamar na teta do estado e insurgir-se contra os que mamam na teta do estado é mais do que falta de vergonha na cara.

    e vergonha na cara rende alguma coisa à ordem ou a prazo?

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  44. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Fevereiro, 2009 14:36

    Se o JM passa uma parte significativa do seu tempo a criticar quem não acrescenta nada à discussão dos seus posts, e outra a responder a comentários “fracos” potque não aproveita a oportunidade para, aqui, rebater o comentário #7 do Carlos Santos ?

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  45. Zé's avatar
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    25 Fevereiro, 2009 15:51

    “Por amor de Deus, só quem nunca foi a um desses sítios me pode dizer que a primeira leitura do dia do horário de trabalho não é o record ou a bola. Ou os míticos cafezinhos da manhã que duram entre meia a uma hora.”

    Sempre trabalhei no privado e essa sempre foi a realidade. Ou o Sr. Anjinho acha que o português passa em média 10 horas no escritório a trabalhar? Anjinho…

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  46. Zé's avatar
    permalink
    25 Fevereiro, 2009 15:52

    @#44

    É claro que o Miranda não vai responder. Ele só se mete com quem pensa que pode.

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  47. DSC's avatar
    DSC permalink
    25 Fevereiro, 2009 17:51

    “Sempre trabalhei no privado e essa sempre foi a realidade. Ou o Sr. Anjinho acha que o português passa em média 10 horas no escritório a trabalhar? Anjinho…”

    Acho que você disse tudo.

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