Subsidiar importações
O programa de incentivos à utilização de energias renováveis dirigidos ao sector residencial pretende atingir 65 mil habitações em 2009, num investimento de 225 milhões de euros. (link)
Para este programa serão necessários 65 mil painéis solares. Este número é provavelmente muito superior àquilo que é produzido habitualmente no país (caso contrário o incentivo só vai incentivar aquilo que seria feito de qualquer das formas). Isto implica que não existe capacidade instalada para os 65 mil painéis solares. Também não existe nenhum incentivo para criar essa capacidade de produção porque ninguém garante a procura no próximo ano. Portanto, este programa de incentivos servirá para subsidiar a importação de painéis. Ou seja, Sócrates vai subsidiar a economia do resto do mundo com o dinheiro dos contribuintes portugueses.

É de loucos. Sócrates prefere subsidiar as economias exportadoras de painéis do que apoiar as famílias portuguesas com filhos.
Sócrates está a dar as últimas. Agarrou-se ao poder e não o larga. Tem de ser o povo a despedi-lo.
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Sócrates está a ajudar estas duas as empresas e a matar as outras. Subsidiar é dar um subsídio, não é empurrar 65000 famílias para duas empresas, anunciando como subsídio uma redução de preço na forma de desconto de quantidade.
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Há muitos “ses” no racíocinio JM,todos óbvios, mas como já é tarde e o governo não merece o mais pequeno esforço para o defender, fico-me por aqui!
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No blasfemias deixou-se de discutir o sistema (neo)liberal ou até mesmo a crise..
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A atribuição a duas empresas, da possibilidade de serem as únicas contempladas com a preferência dos bancos que assinaram um acordo com o Governo, e a quem as famílias portuguesas devem forçosamente dirigir-se para obterem financiamento e/ou benefícios fiscais, terá como consequência:
1- um “rebuçado” para as instituições bancárias, que vêm aumentar a procura de crédito, em tempo em que as famílias se iriam refugiar na poupança (as que ainda podiam);
2- a constituição de um duopólio, que se refletirá nos preços de venda que vão praticar e na qualidade dos equipamentos que irão instalar (provavelmente made in China e a custos irrisórios de aquisição ao fabricante);
3- a falência anunciada de todas as outras empresas que se constituiram para concorrerem nesse nicho de mercado e que, sendo preteridas pelos bancos, não poderão vender os seus serviços a um preço concorrencial (com consequente desemprego dos trabalhadores já contratados e perda do capital investido pelos empresários – na sua maioria micro e pequenos empresários);
4- A intervenção estatal num mercado nascente, uma vez mais, asfixiou-o em vez de o incentivar. Mas, já estamos habituados…
Post-scriptum: O post do blasfémias discute (e bem) este sistema. Quanto a discutir a crise, fica bem patente como a intervenção estatal pode agravá-la em vez de a resolver.
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A bem da verdade, subsidiar coisas como medicamentos e tratamentos complexos também nos deixa a financiar multinacionais. Cortemos essa tralha toda!
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««A bem da verdade, subsidiar coisas como medicamentos e tratamentos complexos também nos deixa a financiar multinacionais. Cortemos essa tralha toda!»»
Não percebi o argumento.
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O Pinóqui já não sabe o que há-de fazer para enganar e engonhar os tugas.
A derrota já está certa.
Ele que vá vender palhetas para o Burkina Faso.
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“Não percebi o argumento”
Nao era de esperar outra coisa de alguem que diz que este subsidio apenas “servirá para subsidiar a importação de painéis”, chama-se desonestidade intelectual aka burrice selectiva.
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Não custa muito perceber isto. O PS está a fazer o que estão a fazer governos de direita e esquerda pela UE toda, a pedido explícito do Barroso: “estimular” (?) a economia. O problema é que na Europa havia outras formas de combate à crise: porque o BCE pode baixa um nadinha os juros e termos um policy mix com défices (ie. impostos futuros) menores. Mas todos os governos europeus estão a copiar medidas do pacote do Obama. A diferença é que nos EUA a política monetária acabou em 16/12 quando a taxa da FR chegou a 0%. Nós ainda estamos em 2%. Por isso se o Obama TEM que fazer investimento público, nós não tínhamos. E outra diferença: nos EUA houve meses para estudar os sectores onde investir. Nós limitamo-nos a decalcar: banda larga, renováveis, recuperação de escolas e mais não sei o quê. Leiam o plano do Senado. Está lá tudo. Isto que se faz por cá chama-se copiar. E não tem de dar bom resultado.
Contentemo-nos com a ideia de que há quem esteja pior: o Putin tem os dias contados, por exemplo. Convido a ler:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/02/2-reflexoes-putin-e-crise-semana-de.html
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País abre falência:
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http://www.hedgeweek.com/articles/detail.jsp?content_id=294300
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O argumento deste post não faz qualquer sentido porque na água quente solar existe capcidade de produção instalada, com tecnologias portuguesas e por aí fora.
Para uma discussão um bocadinho mais consistente da política energética e ambiental do governo que sugiro, passe a imodéstia: http://ambio.blogspot.com/2009/02/perplexidades-de-um-ignorante-sobre.html
Em qualquer caso ainda ninguém sabe muito bem em que se traduz em concreto o que foi anunciado mas parece evidente que o modelo de escolher duas empresas, desestruturando a oferta, para um estímulo de um ano só não faz sentido.
E a crítica deveria centrar-se no modelo, não na aposta na água quente solar que se houvesse um mínimo de trabalho de reflexão nos partidos e nestes fóruns seria um evidente consenso.
henrique pereira dos santos
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“A bem da verdade, subsidiar coisas como medicamentos e tratamentos complexos”
Neste caso seria subsidiar o medicamento X, o Y , mas não os restantes, obrigando a ir à farmácia A e B.
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Pelo menos o choque tecnólogico está a dar resultados. Anda todo o mundo admirado por portugal estar quase na frente no uso de redes sociais da internet e assim. Anda tudo na net a mexer. A seguir vem o topo nas renováveis.
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João
O DL 80/2006 obriga à instalação de paineis solares para aquecimento de águas sanitárias.
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“O DL 80/2006 obriga à instalação de paineis solares para aquecimento de águas sanitárias.”
Só em novas construções
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Não estou inteiramente por dentro do assunto, mas tenho ideia que em Portugal há efectivamente apenas 2 empresas que produzem paineis (e exportam). Se não estou em erro uma é a Vulcano e a outra é uma que se chama qualquer coisa Sol ou Solar. Será que as 2 empresas referidas na notícia não são precisamente essas duas, e a intenção seja precisamente a inversa apontada pelo JM, ou seja, apenas beneficiar as 2 empresas que produzem efectivamente em Portugal? Se realmente for isso, o JM espalhou-se.
Talvez algum leitor do Blasfémias nos possa esclarecer.
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É incrível como quase ninguém que comenta percebeu sequer o post.
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#17
O João que vá perguntar à associação, que eles respondem! Vá lá João, pergunte-lhes se ficaram de fora porque não são produtores de painéis ou por qualquer outra razão!
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Pois, João “semos” todos burros!
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João Miranda:
“Para este programa serão necessários 65 mil painéis solares. Este número é provavelmente muito superior àquilo que é produzido habitualmente no país (caso contrário o incentivo só vai incentivar aquilo que seria feito de qualquer das formas). Isto implica que não existe capacidade instalada para os 65 mil painéis solares.”
A lógica está errada.
Em primeiro lugar, o “provavelmente” devia fazê-lo parar logo aí. Se não sabe qual é a capacidade instalada, não devia tirar “conclusões”.
Em segundo lugar, não serem produzidos 65 mil painéis por ano em Portugal não implica necessariamente que não exista essa capacidade instalada. Pode implicar apenas que não existe essa procura e a capacidade produtiva está sub-aproveitada.
Se fôr o segundo caso, ao se subsidiar a compra de painéis solares, a procura deverá subir sem ser necessário o recurso à importação.
Não digo que concorde com esse subsídio mas a crítica do JM foi construída a partir de premissas de que não faz ideia se correspondem à realidade.
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Caro Joaquim,
Leia com atenção o texto que criticou. Há lá um pequeno pormenor que lhe escapou.
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Joaquim disse
“(…) crítica do JM foi construída a partir de premissas de que não faz ideia se correspondem à realidade.”
Alguma diferença para as premissas de que o governo Socretino parte quando raramente mostra saber o custo real das maravilhas que propagandeia nas suas múltiplas sessões de powerpoint? 🙂
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Se não houver capacidade produtiva instalada…que pode ser alavancada com pequenos investimentos como seja aumento de número de horas de trabalho.Embora eu não concorde nem um bocadinho com esta estória de se escolherem empresas.O ajuste directo dá nisto. É uma batota reles!
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De acordo com esta notícia do Público (http://jornal.publico.clix.pt/magoo/noticias.asp?a=2009&m=02&d=20&uid=&id=296410&sid=57446) existem pelo menos três empresas produtoras de colectores solares em Portugal.
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Caro João,
Um pormenor que não me escapou foi o de que o João confunde “produção” com “capacidade produtiva”.
Se me escapou alguma coisa, continua a escapar. É capaz de fazer o favor de indicar o que me escapou ou ficamos pelo “se não viste não sou eu que te vou dizer”?
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A água quente solar é uma energia com elevado potencial em Portugal, inexplicavelmente sub-explorado (basta comparar o aproveitamento actual de países como a Alemanha, país de menor disponibilidade do recurso), pelo que se justificam, a meu ver, incentivos à utilização que possibilitará poupanças futuras.
A questão das importações também penso que cai pela base pois, mesmo que exista alguma falta de capacidade de produção nacional, o fluxo inicial é compensado nos anos seguintes pela diminuição das importações de combustíveis fósseis, contribuindo também para a redução da dependência estratégica.
Cumprimentos.
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««A água quente solar é uma energia com elevado potencial em Portugal,»»
Se tem tanto potencial assim, não precisa de subsídios.
«« inexplicavelmente sub-explorado »»
Se calhar não é competitiva quando comparado com as alternativas.
««(basta comparar o aproveitamento actual de países como a Alemanha, país de menor disponibilidade do recurso)»»
A Alemanha limita-se a pagar subsídios mais elevados.
«« pelo que se justificam, a meu ver, incentivos à utilização que possibilitará poupanças futuras.»»
A conclusão devia ser ao contrário. Se é assim tão bom, porque é que precisa de subsídios?
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Mais uma “excelente” medida… como vêem…
Continuam a pensar que as medidas do governo vão salvar a crise?
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Este governo está cheio de excelentes medidas… como a da inversão do IVA na construção de que poucos falam e muito poucos conhecem. è uma alteração ao código do IVA que pura e simplesmente OBRIGA os pequenos fornecedores de equipamentos que requeiram montagem a importar os equipamentos a fornecer. Fantástico!!!
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O solar térmico é de facto um bom investimento que, com os abatimentos actuais, tem um retorno de cerca de 5 anos. O rendimento é muito elevado: 70 a 80%. Atendendo a que o tempo de vida útil será no mínimo de 15 a 20 anos com manutenção reduzida prova que vale a pena.
O que coloquei, ainda não fez um ano, já me poupou 4 garrafas de Gás Propano de 33Kg no valor de mais de 80Euros cada.
Intervencionar o mercado é que não me parece recomendável.
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Parece que ficamos pelo “se não viste não sou eu que te vou dizer”. O que também pode querer dizer “não lhe escapou nenhum pequeno pormenor mas, não respondendo, fica a ideia de que lhe escapou alguma coisa e que o que escrevi (o JM) até pode fazer sentido, mesmo que ninguém veja muito bem como”.
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Paineis solares térmicos produzidos em Portugal, existem 2 marcas Junkers / Vulcano e Fogão Sol, conhecidas neste momento. Uma 3ª marca Ao Sol, infelizmente já não se fabrica, Faliu, e não foi apoiada pelo Governo.( Faliu e Pronto )
Seja como fôr apoiar sempre os mesmos ( Bancos ), não é justo para os contribuintes.
Eu não quero pagar metade daquilo que os outros Portugueses compram.
Como não posso impedir sinto-me roubado.
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O Governo arranjou um negocio para as minas, agora tentar arranjar um negocio á medida de quem ficou com as minas;)
Este anuncio do Governo e tudo o que está a fazer é simplesmente acabar com as pequenas e micro-empresas que revendem equipamentos de energias renováveis e todos os instaladores que desembolsaram uma certa quantia monetária para tirarem os cursos obrigatórios(CAP) e agora só podem ser instaladores dentro do protocolo se tiverem capacidade para instalarem 2000 sistemas solares por mês.
Caros amigos isto é um negócio feito á medida!!!
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Parece-me que existe muita desinformação na blogosfera, antes de mais nada é de notar que o facto de se discutir as politicas energéticas do País é por si só uma vitória para quem acredita nas energias renováveis e no potencial do País.
Para quem não sabe, quando o programa solar foi pensado seria apenas para empresas que de facto produzissem paineis solares em Portugal, logo excluia as empresas importadoras de paineis duvidosos (nomeadamente os made in China como referido antes)e ao mesmo tempo promovia a pouca industria nacional existente e gerando riqueza.Será também importante saber que estas empresas nacionais não são instaladoras, os paineis não aparecem nos telhados das habitações por sms ou email via fábrica. São as pequenas empresas instaladoras que efectuam as instalações, parece-me mais uma vez que se está a promover a viabilidade económica destas pequenas empresas. Podemos argumentar que só algumas empresas (clientes das empresas produtoras)seriam favorecidas, para mim um mal menor, na verdade estas “receberiam um prémio” por serem fieis ás marcas desde á muitos anos. Não vou referir marcas nem distinguir grupos mas na verdade é também á custa destas empresas produtoras que muitos dos instaladores solares tem formação e apoio técnico para não se cometerem alarvidades como as do passado.Já agora parem um pouco para pensar quis são a empresas pequenas que podem garantir o periodo de garantia e manutenção de 6 anos para os sistemas solares, será que assim que esta febre do incentivo do estado acabar algumas destas fecham portas, deixando o propriatário sem ninguém a quem recorrer?
è preciso entender que as marcas que inicialmente se associaram oa projecto tem uma imagem, reputação e nome a defender, e como é obvio não sou hipócrita a ponto de dizer que estas não viram uma oportunidade de facturar mais uns euros…
É facil dizer mal, mas quando o fizerem informem-se melhor, hoje algumas empresas portuguesas (que são produtoras)preconizam e apoiam instalações que outros paises ditos mais evoluidos por esse mundo fora nem imaginam sere possivel, estamos á frente de muitos paises que já instalam sistemas solares á mais anos. Procurem ver algumas instalações prediais efectuadas (não se fazem só moradias em Portugal)e procurem um paralelo em outros países.
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