Claques de nível
Fernando Gabriel, ainda sobre o discurso de Václav Klaus no Parlamento Europeu:
(…) Para criticá-los desde logo por se esquecerem da prioridade da integração “negativa” – a remoção das barreiras à livre circulação de bens e factores de produção. No frenesi da união política, do “aprofundamento” e demais jargão sob o qual o aparelho institucional supranacional esconde a sua crescente sede de poder, Klaus recordou que a União Europeia ainda não é sequer um mercado comum efectivo, muito menos uma união económica. A mensagem foi recebida com uma demonstração de elevação europeísta: apupos e pateadas. (…)
(…) O primado da lei é uma característica central da UE, mas raramente é explicitado o seu propósito político fundamental: proteger os governados da arbitrariedade política. O primado da lei não depende da aprovação directa ou indirecta dos governados, pelo que a legitimidade do Parlamento Europeu como legislador, através dos mecanismos de co-decisão, não depende dos procedimentos de escolha dos representantes, ou seja: o ‘deficit’ democrático é uma falsa questão. O que “confere” legitimidade à lei é a autoridade do procedimento legislativo através do qual é gerada, o seu carácter não instrumental e a neutralidade perante interesses divergentes. Todas estas propriedades normativas são abundantemente desrespeitadas pela legislação europeia, havendo ainda a acrescentar, como recordou Klaus, o desprezo pelas tradições e costumes locais, que só podem ser acomodados ao nível da legislação nacional: a lógica da subsidiariedade há muito que foi esquecida por Bruxelas. Neste ponto, duas centenas de deputados exibiram uma chocante falta de educação política e abandonaram o plenário, incapazes de ouvir um dos mais importantes discursos que ali terá sido feito. (…)
Vale a pena ler todo o artigo.

Permita-me outro grande discurso: o de Obama no Capitólio esta noite. Análise em http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/02/discurso-do-estado-da-ncao-de-obama-o.html
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não tem nada a ver com sócrates, o vendedor de anúncios.
neste momento sou apenas contribuinte
cidadão só na europa central civilizado
a periferia de portugal não é geográfica mas
politica
cultural
civica
o rectângulo está na merda
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Vejamos:
– 1. «prioridade da integração “negativa” – a remoção das barreiras à livre circulação de bens e factores de produção»….. Mas, realmente, onde é que se esqueceu a integração negativa? É, de facto, nos últimos anos a primeira vez que ouço tal coisa. A que tipo de obstáculos discriminatórios (quer dizer, nacionalmente discriminatórios) é que Klaus se referia? Daí até se dizer que o mercado comum não é uma realidade efectiva, vai um pequeno passo que carece (mais uma vez) de explicitação! O que é que Klaus quer mais, em termos de mercado ùnico? Por onde ir? Será que se referia à parte da Soberania Fiscal – que ainda não é (nem pode ser, no actual estádio de intefgração e de poder dos estados) “comunitarizada”?
– 2. «O que “confere” legitimidade à lei é a autoridade do procedimento legislativo através do qual é gerada, o seu carácter não instrumental e a neutralidade perante interesses divergentes» -…… Pronto. Afinal – e ao contrário do que uma certa perspectiva que não consegue ultrapassar os quadros mentais do “estado-nação” (normalmente, perspectiva de esquerda clássica, para quem, apesar de tudo, o Estado é ainda a razão de ser de tudo, em termos de organização política) – o déficte democrático europeu não se prende com a reporesentação (mais ou menos) directa dos cidadãos, com mais ou menos eleições directas ou referendo! Tudo bem….também acho que a legitimidade do processo de decisão normativo reside no respeito pelos princípios do “estado de Direito” (comunidade de direito) e naquilo que Klaus refere.
Só que a questão da legitimidade não tem que ver com a questão que normalmente se debate relativamente ao déficite democrático. Provavelmente Klaus queria referir-se a legitimidade democrática supra nacional, “europeia”…tudo bem, mas realmente onde é que o processo de decisão normativo não tem aquilo que ele disse não ter?
Sinceramente, quer o texto do investigador Ferando Gabriel, quer o suposto discurso de Kalus (que não é transcrito, mas sim comentado) parecem ser um chorrilho de frases não fundamentadas e, para quem vai analisando estas coisas, sem qualquer sentido.
3. Tem razão, contudo, nalguns pontos: a questão sacrossanta ecológica e, por vezes, a não consideração, como deveria ser, da subsidiariedade. Porém, sobre a primeira, o mal é, antes de mais, nacional e mundial (quer dizer, é uma moda)! Sobre a segunda, é um dos aspectos que fundamentaria melhor o tal déficite democrático (ao invés do chorrilho de coisas sem demonstração que enunciou) e, curiosamente, um dos aspectos que o Tratado de Lisboa tentou melhorar sob o ponto de vista de decisão normativa (até mesmo com a previsão da intervenção dos parlamentos nacionais).
Digo curiosamente, por Klaus se opôs veementemente ao Tratado de Lisboa – que, afinal, consagra alguns remédios (poucos, muitos, é outra questão!) para a doença que ele reclama!
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Um triste, este Vaclav. Mas os checos votaram na EU tal como ela é, federal. Ninguém os obrigou a entrar. Ponham esse empata na rua …Traidor !
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TEM TODA A RAZÃO A SOLIDARIDADE EUROPEIA NAÕ EXISTE.
O QUE EXISTE É O SALVE_SE QUEM PODER E A DITADURA DO MAIS FORTE . VEJAM O CASO DA AIRBUS CRIADA COM DINHEIRO EUROPEU E QUE FAVORISA APENAS A FRANçA E ALEMANHA.
O PROJETO GALILEU ABSORVEU JÁ MILHARES DE MILHOES DE EUROS E NAÕ FUNCIONA.
A INCAPACIDADE DO BCE E DE TRICHET . EM JULHO AINDA AUMENTOU OS JUROS E DIZIA QUE A CRISE ERA SO DOS BANCOS AMERICANOS.
TEM RAZÃO O PRESIDENTE CHECO . O SEU DISCURSO É DAS COISAS MAIS IMPORTANTES QUE ACONTECERAM NA UE DESDE A SUA CRIAçÃO
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