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Em Barcelos os crocodilos voam

20 Março, 2009

Só não sei se voam baixinho à semelhança do que acontecia na anedota protagonizada pelo filho do agente da KGB que dá título a esta crónica. Mas é óbvio que continuam a voar como bem se percebeu esta mesma semana em Portugal, quando a existência de uma turma exclusivamente para ciganos passou a ser “um caso intermédio de integração” e não uma prova de racismo.
Os crocodilos voadores agora já não nascem à sombra do terror inspirado por uma polícia, como era o KGB, mas sim na incubadora do politicamente correcto. E no argumentário deste último o racismo é um dos termos preferidos, não só porque acusar alguém de racismo implica mais ou menos torná-lo pestilento mas também porque sob o pretexto do combate ao racismo, se multiplicam e sustentam associações, programas, projectos, parcerias e actividades cuja utilidade e objectivos ninguém questiona não venha de lá a  acusação do nefando racismo.
A turma para ciganos de Barcelos nasceu no berço das políticas multiculturais, logo deixou de ser racismo e passou à qualidade de “caso intermédio de integração” no dizer da responsável pelo Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), Rosário Farmhouse. Em primeiro lugar não se percebe a que título surge este comissariado nesta questão. São estes ciganos por acaso imigrantes? Nenhum deles se disse estrangeiro (muito francamente o único sinal de imigração visível neste caso é o apelido da própria Alta-Comissária) donde, logo à partida, cabe perguntar se não será uma forma de excluir os ciganos fazer uma instituição como o perfil do ACIDI intervir nesta matéria?
Passando para a turma propriamente dita, parece-me óbvio que todas as escolas deviam poder organizar-se da forma que lhes parecesse mais adequada. É também inquestionável que opções como as turmas de repetentes ou de alunos com dificuldades especiais que resultam num lado podem falhar noutro. Donde a existência de uma ou mais turmas com alunos que têm capacidades excepcionais ou problemas de aprendizagem me parecer que deve ficar ao critérios das escolas e das famílias das respectivas crianças. O que já me custa a aceitar é que todas as crianças ciganas daquela escola, apesar de terem idades diversíssimas, apresentem um padrão comum de dificuldades, padrão esse que, pelos vistos, mais criança alguma daquela escola partilha. Esta opaca coincidência remete para um problema que não propriamente por boas razões temos evitado discutir: em que medida é que muitas das iniciativas nascidas ao abrigo de programas certamente muito bem intencionados e com designações poéticas como “Escolhas” não acabam a impedir os ciganos de fazerem exactamente escolhas como todos os outros portugueses? E de serem tratados como adultos. Por exemplo, um não cigano com 19 anos que não saiba ler seria alfabetizado de igual modo? Ou seja, acabaria numa escola primária, sentandinho ao lado de crianças pequenas? 
Muitos destes programas ditos de combate ao racismo funcionam em circuito completamente fechado. Quem os promove justifica as suas políticas e os seus cargos fazendo sucessivos alertas em colóquios vários por eles mesmos organizados sobre o problema que supostamente deviam ajudar a resolver mas que invariavelmente se está sempre a agravar. E que, garantem, se agravará ainda mais caso o programa não seja dotado com mais meios e mais técnicos. Avaliação externa não existe nem sobre os resultados nem sequer sobre algumas opções orçamentais. Por exemplo, uma breve consulta no portal que dá conta dos Ajustes Directos da Administração Pública mostra que entre Setembro de 2008 e Março de 2009 os responsáveis do “ESCOLHAS – Programa de Prevenção da Criminalidade e Inserção dos Jovens dos Bairros mais Vulneráveis” afectaram nada mais nada menos do que 146 mil euros à produção e distribuição duma revista que é pura propaganda ao programa e a quem o promove. Os “Jovens dos Bairros mais Vulneráveis” precisam deste tipo de revista? Duvido mas tenho a certeza que a dita revista ajudará a construir uma imagem positiva do programa e dos seus responsáveis junto dos leitores do PÚBLICO  e da “Visão” onde a mesma revista é encartada. E sobretudo duvido que uma criança cigana ou qualquer outra que fique sob a tutela destes programas e ao abrigo da agora tão incensada mediação cultural consiga ser tratado individualmente como as outras crianças e não apenas como mais um membro da “comunidade problemática” e “habitante do bairro vulnerável”. Por exemplo, quais são as hipóteses de um cigano chegado a estas escolas não frequentar necessariamente estas turmas acordadas com a ” matriarca da comunidade cigana”? Ou uma vez lá colocado conseguir mudar de turma? 
Por outro lado se as famílias ciganas podem decidir que os seus filhos frequentam uma turma constituída exclusivamente por crianças ciganas, os pais não ciganos podem decidir o mesmo para os seus filhos? Por exemplo, chineses, cabo-verdianos, indianos, ucranianos, albicastrenses ou flavienses podem também acordar a constituição de turmas exclusivas para os seus filhos? Os ucranianos têm fortíssimas razões para quererem turmas unicamente constituídas por ucranianos: as crianças ucranianas são inegavelmente melhores alunas que as outras, trabalham muito mais e as suas tradições nada têm a ver com as portuguesas. Seria isto racismo ou “um caso intermédio de integração”? Depende. Se os ucranianos se colocarem sob a tutela da DREN, das pastorais da Igreja Católica, mais dum comissariado qualquer e do SOS Racismo será certamente “um caso intermédio de integração”. Provavelmente os seus filhos deixariam também de ser bons alunos. Fazendo votos para que tal jamais aconteça só me resta constatar que  os crocodilos não só voam como voam para onde o medo empurra o vento.

*PÚBLICO 19  de Março

25 comentários leave one →
  1. OLP's avatar
    OLP permalink
    20 Março, 2009 09:36

    Do melhor que se pode escrever e pensar sobre esta problemática.

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  2. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Março, 2009 09:48

    #2 para quem tiver paciência ou tempo para tratar da roupa de cama da senhora. a seguir vem um edredão de penas de corcodilo. valha-me deus, o que uma pessoa faz para mostrar que existe.

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  3. O Silva's avatar
    O Silva permalink
    20 Março, 2009 09:56

    Grande parte das pessoas de etnia cigana, não se querem integrar na comunidade onde vivem. Este é um problema de muitos anos…
    Já agora, eles vivem onde? Numa barraca como o costume? Num terreno público ou privado?

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  4. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Março, 2009 09:57

    #2 fiquei com pena do crocodilo, tá emendado

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  5. manuel gouveia's avatar
    20 Março, 2009 10:02

    Um excelente artigo. Por vezes sabe bem ler algo fora do discurso fácil e inflamado (mea culpa). E provar que é possível discernir esta sociedade!

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  6. Desconhecida's avatar
    Filipe permalink
    20 Março, 2009 10:56

    Racismo? Não me parece. Etnicismo talvez.

    E se os pais dos outros miudos não quiserem que os filhos deles tenham aulas conjuntamente com os ciganos?

    Gostava de ver uma única das pessoas que se indignaram com a situação a mostrar que os seus filhos tenham colegas de turma ciganos.

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  7. bloom's avatar
    20 Março, 2009 11:19

    Tenho a impressão que em (quase) todas as postas ou artigos da Helena Matos se poderá acrescentar o disclaimer seguinte: there is more in the picture than meets the eye. Que bom seria se o mundo fosse assim simples como a Helena o descreve… Mas, pronto, fiquemos assim: a culpa do racismo é das próprias organizações que o pretendem combater. Tão politicamente incorrecto, tão giro…

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  8. AGG's avatar
    AGG permalink
    20 Março, 2009 11:30

    eu já tive colegas de turma ciganos…. eram impecáveis, nem apreciam às aulas. O problema só existe agora pq para continuarem a receber o Rendimento mínimo é obrigatório que os filhos frequentem activamente a escola. Mais uma boa medida dos caviares, a escola inclusiva, tão inclusiva que para conseguir que os que querem aprender aprendam têm de colocar turmas especiais e para embelezar a coisa chamar-lhe “caso intermédio de integração”, esquecendo-se que a integração é um processo de dois sentidos….

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  9. Desconhecida's avatar
    fernando permalink
    20 Março, 2009 11:48

    Nem racismo, nem xenofobia, nem etnicismo.
    A culpa, mais uma vez, é do estado. O estado não deve permitir que NINGUÉM viva naquelas condições. Claro que tratando-se da “seita” que é e com um historial destes, é complicado ajudá-los…

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  10. The Studio's avatar
    20 Março, 2009 11:54

    #7 “Mas, pronto, fiquemos assim: a culpa do racismo é das próprias organizações que o pretendem combater. ”

    Ha’ aqui uma nuance. Nao se tratam de organizacoes que pretendem combater o racismo, mas sim de organizacoes que afirmam que pretendem combater o racismo. Entre o que se diz e o que se faz vai uma grande distancia. Por exemplo, onde estava o SOS Racismo quando houve a limpeza etnica de ciganos da Quinta da Fonte? A SOS Racismo e’ financiada pelo Estado (por todos nos) na qualidade de instituicao que combate o racismo, mas depois tem a sua agenda politica propria. Nao e’ por acaso que os dirigentes da SOS Racismo sao tambem dirigentes do BE. A SOS Racismo limita-se a dar voz aos ideais do BE, com um tempo de antena proprio, e pago pelos contribuintes.

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  11. OLP's avatar
    OLP permalink
    20 Março, 2009 12:23

    Não se fale sequer deste tipo de organizações ( e outras) que os desígnios morais delas são tão elevados ..tão elevados que quem quer que seja se simplesmente questionar, leva logo com epítetos do pior que há.
    A primeira reacção é logo perguntar se você faz algo em prol dos mais desfavorecidos lançando-lhe o anátema de que se não estiver engajado numa dessas organizações (diria de caridadezinha) ou pelo menos não contribuir para ela só pode NÃO ser boa pessoa.
    Se for o caso de organizações que “combatem” os “pré-conceitos” então levará um “balde” de insultos catalogando-o dos piores adjectivos que se possam conhecer e o primeiro é o da simplicidade de raciocínio.
    Estes novos inquisidores eticamente superiores vão deixar os antigos envergonhados pela brandura dos seus actos.

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  12. anonimo's avatar
    20 Março, 2009 12:28

    Escola que instalou turma de ciganos num monobloco passa a TEIP

    É uma chatice a liberdade de imprensa. Se não fossem os jornalistas, não se ficaria a saber que, em Portugal, há quem considere que juntar crianças de 9 anos com jovens de 18 anos, numa turma inteiramente constituída por ciganos, faz parte de um projecto a “todos os títulos excepcional” (palavras da directora regional da educação do Norte). Perante as críticas do SOS Racismo, o ME veio em socorro da sua protegida e a resposta chegou no próprio dia em que a polémica estalou: a escola básica Lagoa Negra, em Barqueiros, concelho de Barcelos, vai ser integrada num Território Educativo de Intervenção Prioritária. Porquê? Porque o projecto é bom e precisa de reforços, afirmou, ontem, Valter Lemos. E qual é o projecto? É juntar crianças de 9 anos de idade com jovens de 18 anos de idade numa sala onde estão apenas alunos ciganos. Presume-se que os jovens de 18 anos de idade estejam a seguir um programa semelhante às crianças de 9 anos de idade. Provavelmente, a aprenderem o alfabeto. O que eu pergunto é se os jovens de 18 anos não estariam melhor integrados na sociedade se estivessem a trabalhar ou a aprender um ofício. E se as crianças ciganas de 9 anos de idade não estariam melhor integradas se estivessem numa turma ao lado dos alunos que não são de origem cigana. Mas que sei eu? Afinal, nas palavras de Margarida Moreira, não passo de um “surfista político que não devia pronunciar-me sobre o caso porque não conheço o contexto”.
    http://www.profblog.org/2009/03/escola-que-instalou-turma-de-ciganos.html

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  13. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    20 Março, 2009 12:35

    Estes problemas ficariam resolvidos se os ciganos fossem encaminhados para escolas privadas em vez de escolas públicas.
    Só as escolas privadas sabem como lidar com alunos problemáticos.

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  14. anonima's avatar
    20 Março, 2009 12:55

    Há alunos de etnia cigana por todo o país e por todas as escolas. E como qualquer outro aluno integram as turmas da sua faixa etária e nível de aprendizagem.
    Nunca tal vi pelas escolas por onde trabalhei. Tive alunos de etnia cigana até no meu estágio pedagógico, já lá vão uns 33 anos.

    Isto é vergonhoso.

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  15. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    20 Março, 2009 14:03

    Colocar no mesmo patamar os ciganos com ucranianos, chineses, cabo-verdianos, etc, é não ter em conta as enormes difereças culturais, em termos antropológicos, que existem entre grupos humanos. É ignorar que os ciganos ainda se encontram numa fase cultural pré-civilizacional, de tipo nómada, não tendo sequer chegado aos primórdios da fase agricola e pastorícia e muito menos a esta fase em que nos encontramos. Por isso nenhum cigano está disposto a trabalhar por conta de outrem ou mesmo por exercer actividades de natureza produtiva. Nenhum está disposto a construir seja o que for que interesse á sociedade no seio da qual vivem.
    E essa postura cultural tem passado de geração em geração ao longo de milhares de anos, coisa que os outros grupos citados já ultrapassaram há muito.
    Não há comparação possível.
    Integrá-los é mera utopia.

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  16. PKS's avatar
    PKS permalink
    20 Março, 2009 14:23

    Se se aceita que a comunidade escolha que os seus catraios fiquem juntinhos numa turma à parte, então os não-ciganos deveriam poder fazer o mesmo.

    Por mim, gostaria que na turma da minha filha fossem só meninas todas louras, bonitas como a mãe, e inteligentes como o pai, como ela é.

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  17. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Março, 2009 14:50

    PKS , pode ter a certeza que para lá caminhamos : a seguir à fase da integração e igualitarização a qualquer custo seguir-se-à a do direito à diferenciação . É sempre assim , a um movimento , que a páginas tantas se descontrola , segue-se o contrário. E com sorte , chegamos ao meio termo , a virtude.

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  18. OLP's avatar
    OLP permalink
    20 Março, 2009 17:46

    É uma vergonha sim senhor.
    Juntar todos os meninos dos 8 aos 18 da mesma etnia numa sala que antes nem a escola frequentavam é uma vergonha.
    Juntar todos eles e fazer de conta que lhes estão a ensinar qualquer coisinha para que os pais recebam o rendimento minimo ainda é mais vergonhoso.
    No final desta primorosa separaçao vão lhes dar um “canudo” de competencias aprendidas não sabendo eles ler nem escrever equiparado no minimo ao nono ano é racismo de certeza na medida em que os outros não incluidos nela terão de aprender qualquer coisinha.
    Estas descriminações positivas só trazem vantagens.

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  19. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Março, 2009 20:10

    Pois, Helena, mais uma vez se comprova que só os palhaços que fazem manifs “contra”??? o racismo, com T-shirts e outros folclores, é que merecem o favor desta corja dos media…

    Mas viver junto de negros ou ciganos, mandar os filhos estudar com eles, ou aceitar namoros “multiculturais”, isso nem pensar!
    Só são anti-racistas nas manifs.

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  20. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Março, 2009 21:37

    “15 – os ciganos ainda se encontram numa fase cultural pré-civilizacional, de tipo nómada, não tendo sequer chegado aos primórdios da fase agricola e pastorícia e muito menos a esta fase em que nos encontramos. Por isso nenhum cigano está disposto a trabalhar por conta de outrem ou mesmo por exercer actividades de natureza produtiva.”

    Ou seja, não passam de clãs de CAÇADoRES-RECOLECTORES dos tempos modernos…

    O que explicaria a imensa espingardaria e muita recolecão de bens por vezes descrita nos tabelóides sensacionalistas.

    Sobre isto há um clássico nas Antropologias com o sugestivo título de “Sociedades Contra o Estado” – do P. Clastres – o que também explicaria o permanente rebuliço das comunidades ciganas e seus patriarcas contra as figuras do ESTADO como o são os polícias e as professoras .

    Enfim, mais uma leitura interpretativa das palavras e arquétipos de culturas …

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  21. o DA's avatar
    o DA permalink
    20 Março, 2009 22:46

    Solução:

    Cheque-Ensino!!!

    Ciganos nos colégios tidos como de ponta.

    Liberdade de escolha, sempre.

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  22. anonimo's avatar
  23. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    21 Março, 2009 01:42

    Vou dizer mais uma coisa , desagradável , e e por isto que eu até não gosto nadinha de partidos. não fosse a bruxa PS a responsável por isto ( que não é nada de especial , o mais correcto era que a escola fosse até eles , em roulotte , -se o objectivo da escola fosse esse , ensinar , e não tretas de politicamente correcto) e a Helena não dizia nada, porque até não há nada a dizer.
    Aqui os policias da minha zona , tadinhos , estiveram mais de um ano em contentores à espera das obras na esquadra. Bué fixes os contentores , não têm nada a ver com os contentores de mercadorias. Quem terá sido o infeliz que os categorizou da mesma maneira e arranjou tantos falsos problemas?

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  24. anonimo's avatar
    21 Março, 2009 11:10

    O caso dos dois carros de professores incendiados, um dentro do parque de estacionamento da escola e o outro numa rua lateral à Escola Básica 2,3 D. Pedro IV, no Mindelo, concelho de Vila do Conde, foi, afinal, um acto de terrorismo. Os jornais de ontem noticiaram que os carros foram previamente regados com gasolina. Sabe-se agora que a causa da destruição dos carros foi o lançamento de cocktail Molotov.

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  25. Desconhecida's avatar
    Tribunus permalink
    21 Março, 2009 18:49

    Mas os ciganos são gente? pelo seu comportamento, são indesejaveis e não tem atitude que os leve a considerar como
    portugueses!
    Veja-se o seu comportamento nos bancps dos hospitais, em que atacam o sprofissionais? Vejam-se qundo agridem professores nas escolas? quando vendem produtos furtados? quando assaltam casa nos bairros sociais? isto è o que ? gente? ainda mamam no rendimento minimo e fazem biscates? quando ofendem oa motoristas dos transportes publicos? a lista è enumeravel……. não merecem o pão que comem!

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