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Inventar culpados

25 Março, 2009
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É arte em que os políticos pedem meças a qualquer um.

Ontem, a meio de um zapping, deparei-me na SIC-N com a figura seráfica do Tó Zé Seguro, muito igual a si próprio, bramindo contra a existência dos off-shores, num discurso tão palavroso quanto falho de conteúdo e fundamento. O tema era, naturalmente, a crise e aqueles centros malditos eram apontados como os grandes causadores da dita. Seguem-se, pelo que se tem lido e ouvido, a especulação financeira e os altos salários dos executivos. Tudo descamba, no fundo, na diabolização dos “ricos e poderosos”, algo sempre útil para ir iludindo e excitando a populaça.

Estou na enorme expectativa que em breve seja anunciada a invasão de Gibraltar, do Liechtenstein, das Ilhas Cayman ou do Canal. Acto obviamente bem mais justificável que a invasão do Iraque e muitissimo mais eficaz e barato do que baixar os impostos.

Entretanto, na Europa e nos USA está na forja legislação “da pesada” que visa reforçar – e de que maneira – os poderes dos Bancos Centrais.

8 comentários leave one →
  1. tonibler's avatar
    25 Março, 2009 11:15

    Já agora do Luxemburgo, da Holanda, da Irlanda e de todos os malandros que dão borlas fiscais…

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  2. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Março, 2009 11:32

    a suiça não conta?

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  3. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    25 Março, 2009 12:03

    os outros dois também são brilhantes?

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  4. Desconhecida's avatar
    O puto novo no bairro permalink
    25 Março, 2009 14:23

    O próprio António José Seguro é um off-shore de Sócrates. O homem errou a carreira, dava um eclesiástico ancien régime, que chegaria a cónego na Madeira, e quiçá a bispo de uma cidade industriosa, como a Guarda.
    Puro teatro de Polichinelo, de borla. Gosto imenso de ter um misto de reality show com sátira involuntária.

    Entretanto é o governo que mais boa consciência tem de si mesmo. São ainda mais certinhos do que os escoteiros. mais do quema boa acção por dia.

    Eu começaria a ponderar a transformação do PS numa religião a sério. Já é uma religião laica, uma religião do Estado, com o qual se confundiu.

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  5. Aristes's avatar
    25 Março, 2009 14:27

    Calma, não precisa de invadir nada. Basta proibir que os bancos façam transferências.

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  6. Desconhecida's avatar
    Amonino permalink
    25 Março, 2009 16:31

    .
    A furia ditatorial de certa Europa contra os “offshores” é um bluff. A Europa não é o Mundo. Aliás é uma pequena parte do Mundo. Ou dança com ele ou é engolida. As “evoluções”:

    -Regional Banks Are the Future
    (“small is beautiful” aplicavel ÀS pme aos “paus para todas as colheres”, as Grandes se lhes pedissem os empréstimos bancários era “Bubble” das “bubles”)

    http://blogs.wsj.com/economics/2009/03/24/regional-banks-are-the-future/
    .
    “Depuis le cuisant échec de Pierre Laval, en 1935, on croyait la déflation définitivement proscrite par les manuels d’économie. La voici pourtant qui ressurgit. Sur les conseils pressants de Jean-Claude Trichet, trois gouvernements européens viennent de réduire les salaires de leurs fonctionnaires. Une façon d’être « compétitif », leur a affirmé le président de la Banque centrale européenne. Le jour de la leçon d’histoire, le petit Jean-Claude avait séché, probablement.
    politiques courageuses de modération des dépenses, s’agissant en particulier des salaires. La prudence budgétaire ne devrait pas se relâcher. » Car selon lui, « des augmentations de salaires importantes dans le secteur public pendant les périodes favorables ou normales ont fourni des signaux erronés aux négociations salariales dans les autres secteurs. »
    C’est ainsi que trois gouvernements ont décidé de réduire les salaires de leurs fonctionnaires : 7% en Irlande, près de 8% en Hongrie, 15% en Lettonie. Trois pays où, il est vrai, les rémunérations du secteur public se sont très sensiblement accrues ces dernières années. Mais la production nationale s’y est également frénétiquement développée. De sorte que, depuis 1997, les salaires des fonctionnaires en pourcentage du PIB ont été stables en Lettonie ; ils ont augmentés de 0 ,5% en Irlande, où le PIB est il est vrai un dénominateur suspect ; enfin ils ont régressé de 1,7 point de PIB en Hongrie depuis 2003”:
    .
    (Mapas de percentagem Despesa Publica/PIB, quadros Pessimista e Optimista dos proximos anos, EUA crescem-Europa afunda-se agarrada aos “monos seculares dos sótãos” etc)

    http://dechiffrages.blog.lemonde.fr/
    .

    A “salvação” das elites, nobels e académicos está nelas (por enquando os outros sexos ainda são isentos por “elevadas razões e altas autoridades do fisco” ….)
    Proposed bill would tax prostitution at $5 per session
    http://www.lasvegassun.com/news/2009/mar/23/proposed-bill-would-tax-prostitution-5-session/

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  7. PKS's avatar
    PKS permalink
    25 Março, 2009 16:42

    Ricos e poderosos?

    E eu que pensava que a crise era por causa dos empréstimos subprime, ou seja empréstimos concedidos a pobrezinhos indolentes.

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  8. js's avatar
    José Simões permalink
    25 Março, 2009 21:41

    “Tudo descamba, no fundo, na diabolização dos “ricos e poderosos”, algo sempre útil para ir iludindo e excitando a populaça”

    O mal não é, evidentemente, os ricos mas sim ladrões (inc. aldrabões) – principalmente os que ficam ricos.

    José Simões

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