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Isso sim, é «mentalidade sectária»

10 Abril, 2009

Quem indica o próximo presidente da comissão Europeia são os 27 chefes de governo/estado da UE. Alguns já anunciaram o seu candidato. O «eleitor» português também já fez a sua escolha. Infelizmente, pelo mais bacoco, insensato e «sectário» motivo: a nacionalidade. Seria de todo preferível que tivesse expresso o seu apoio baseado num qualquer factor político, como por exemplo um muito hipotético e questionável bom desempenho nas funções, a comunhão de propósitos face ao futuro da UE, enfim, qualquer coisinha com o mínimo de substância e que implicasse o uso de dois neurónios. Mas não, preferiu socorrer-se do pior critério possível, mostrando claramente ao eleitor, (como fosse necessário…), que a UE não é, ao contrário da propaganda oficial, a contrução de  um «projecto comum» entre estados, mas tão só a defesa de interesses «nacionais». Se assumisem isso de uma vez por todas, poupava-se muita retórica e deixava-se de tentar enganar as pessoas.
Por outro lado, aos deputados cabe apenas concordar ou não com tal escolha. Em caso negativo terão de aguardar por outro candidato escolhido pelo Conselho Europeu. Portanto, recomenda-se que alguns candidatos estudem e aprendam como funciona a UE e não se ponham a sonhar com coisas inexistentes, como seja a de manifestarem desejos de apresentarem o «seu» candidato. Fica um bocado mal tal insistir em tal disparate.

15 comentários leave one →
  1. CAA's avatar
    10 Abril, 2009 16:57

    Entre outras coisas, o que está em causa foi a opção por aspectos do modelo intergovernamental e a recusa de outras dimensões mais próximas de um modelo federalista. Por mim, a escolha da Comissão, melhor, a do seu Presidente, deveria ser feita por eleição directa. Ou, em alternativa, a Comissão deveria brotar do PE, exclusivamente.

    Agora o que acho extraordinário é que os responsáveis por este estado de coisas híbrido foram os mesmos que recusaram sempre a integração europeia e, sobretudo, o modelo (aproximado ao) federal.

    Ou seja, caro Gabriel, neste caso quem é contra a União Europeia critica a construção europeia por ser ‘a menos’ mas nunca permitindo que esta seja suficiente…

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  2. lucklucky's avatar
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    10 Abril, 2009 17:24

    “bacoco, insensato e «sectário» motivo: a nacionalidade.”: Porquê? a nacionalidade também faz sentido, é uma luta pelos recursos logo ter alguém que mesmo que não nos beneficie impeça outros de nos prejudicar conta e é especialmente importante como fonte de informação. Quanto a sectarismo isso é o que qualquer opinião é.

    Por mim que sou “sectário” nem deviamos estar na União Europeia. Adicionando, embora não seja a principal razão, foi um falhanço completo como se vê pelos resultados.

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  3. PRONTES's avatar
    PRONTES permalink
    10 Abril, 2009 17:39

    Eu acho que apoior apenas por nacionalidade é um pouco de descriminação batendo raias de xenofobia ahahahaha.

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  4. PRONTES's avatar
    PRONTES permalink
    10 Abril, 2009 17:41

    E por que não um eslovaco para compensar aquele anúncio do BE?

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  5. PMF's avatar
    10 Abril, 2009 18:16

    – Mas porque é que se pensa que a escolha de Barroso tem apenas a ver com a nacionalidade? Não foi o critério da nacionalidade que fez com que 19 Estados-membros (para além de Portugal de Sócrates) tivessem já dado apoio á recandidatura de Barroso!

    – Se tal escolha tem que ver com a nacionalidade para o governo português?… provavelmente não terá apenas a ver com isso. De resto, mesmo saíndo da órbita do PPE, quem é que foi avançado, até agora, como possível candidato no sector do PS-E? Ninguém, tirando a mirabolante proposta de Ana Gomes (Guterres!).

    Claro que, por enquanto, a escolha da Comissão deponde da proposta dos governos NACIONAIS! Não percebo – como refere o CAA – porque é que às vezes há excesso de poderes das Instituições e, outras vezes, há excesso de poderes nacionais! Preso por ter cão; preso por ter gato!

    PS – Apesar de tudo, desde o Acto Único (vigência 1987), o PE tem vindo a ter um lento, mas significativo reforço das suas atribuições e competências. Antes, não tinha o poder de impedir a nomeação da Comissão (e já se esqueceram do episódio da Comissão de Barrosos e do proposto Comissário Italiano – salvo erro, Buttiglioni ou qualquer coisa assim), nem o poder de fazer cair a Comissão (moção de censura).

    Uma sugestão do Gabriel é, contudo, muito recomendável: os candidatos (a começar por Ana Gomes) que saibam, ao menos, como é que a coisa (o sistema institucional da União) funciona!!

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  6. Johnny Maynard's avatar
    Johnny Maynard permalink
    10 Abril, 2009 20:05

    Penso eu de que
    Pois

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  7. Fernanda Valente's avatar
    10 Abril, 2009 20:15

    ««…mostrando claramente ao eleitor, (como fosse necessário…), que a UE não é, ao contrário da propaganda oficial, a contrução de um «projecto comum» entre estados, mas tão só a defesa de interesses «nacionais»»

    A UE pretende ser a «construção de um projecto comum» e, penso que isso já os eleitores portugueses perceberam há muito tempo. Não existe é “ainda” uma base de sustentação, em termos instrumentais, que ponha em prática essa linha directora de forma a acelerar o processo. Acresce o facto de a presente crise económica ter surpreendido tudo e todos, obrigando a que cada país individualmente tenha que tomar as medidas necessárias em função da sua realidade económica interna para não cair em bancarrota.

    O motivo evocado por Sócrates para apoiar Durão Barroso, a nacionalidade, não me parece ser nenhum despropósito; primeiro porque a presidência de DB foi omissa sobretudo nas grandes questões internacionais, e segundo, porque ser um português a ocupar o cargo pode trazer vantagens para o nosso país, quanto mais não seja só pelo facto de se ouvir falar…

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  8. JB's avatar
    10 Abril, 2009 21:44

    «mínimo de substância e que implicasse o uso de dois neurónios»
    Se houvesse.
    Quer no eleito (que antes de o ser já o era), quer no presente grande eleitor (o de Lisboa).
    Neurónios, ou fazer pela vidinha de cada um?

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  9. JB's avatar
    10 Abril, 2009 22:30

    D´Água Lisa:
    Este homem não tem um pensamento político, uma ideia, um projecto, remetendo-se singelamente ao papel de cúmplice. Fócrates!

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  10. Gabriel Silva's avatar
    Gabriel Silva permalink*
    10 Abril, 2009 23:46

    PMF,

    «Mas porque é que se pensa que a escolha de Barroso tem apenas a ver com a nacionalidade?»

    se calhar ninguém, excepto o único português que irá escolhe-lo: foi apenas essa a razão que o primeiro-ministro indicou para o seu apoio.

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  11. manuel vaz's avatar
    manuel vaz permalink
    11 Abril, 2009 07:11

    O motivo evocado por mim para não apoiar Durão Barroso, ser cumplice de criminosos, não me parece ser nenhum despropósito.

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  12. Piscoiso's avatar
    11 Abril, 2009 07:42

    Não estou em posição de avaliar se a escolha de Durão é a mais favorável para Portugal.
    Mas prefiro a um sueco, um dinamarquês, um húngaro ou albanês.

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  13. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    11 Abril, 2009 09:25

    Como se não bastasse ser um projecto autoritário a União Europeia impede Portugal de crescer. É como um Paizinho que está sempre presente e impede as pessas de pensarem e raciocionarem pela sua própria cabeça. Por isso é que o discurso público é predomintemente feito de lugares comuns e por isso é que os resultados de 20 anos de Comunidade Europeia são um desastre: Apesar de termos começado de muito atrás a distância mantém-se. E isto tudo apesar de subsídios e arriscarmos nada.

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  14. PMF's avatar
    11 Abril, 2009 11:25

    #13.

    “Como se não bastasse ser um projecto autoritário a União Europeia impede Portugal de crescer”

    Mas, sem a UE, antes de adereirmos, como é que era o nosso crescimento? Julgo que o que nos impede de crescer – com ou sem UE – somos nós!

    Já agora culpa-se a UE pelos subsídios que cá meteram e que NÓS não soubemos rentabilizar! Já agora, a UE tem culpa de nos oferecer condição para e NÓS ficarmos “para…dos”!

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  15. Fernanda Valente's avatar
    11 Abril, 2009 12:12

    #13.

    «cuspir no prato onde comeu» é o termo que melhor define este comentário.

    Se a UE, ao invés de mandar para cá fundos e mais fundos, sem qualquer tipo de controlo sobre a forma como são ou foram gastos, e fizesse como Angola que dá exigindo em troca “esforço braçal” e participação nas empresas portuguesas mais rentáveis, talvez que agora não estivéssemos tão cépticos com os resultados da nossa entrada no clube dos 27.

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