R.P.
A propósito de previsões sobre a actual crise, pode-se ler Ron Paul, em 2003:
Ironically, by transferring the risk of a widespread mortgage default, the government increases the likelihood of a painful crash in the housing market. This is because the special privileges granted to Fannie and Freddie have distorted the housing market by allowing them to attract capital they could not attract under pure market conditions. As a result, capital is diverted from its most productive use into housing. This reduces the efficacy of the entire market and thus reduces the standard of living of all Americans (…) Congress should act to remove taxpayer support from the housing GSEs before the bubble bursts and taxpayers are once again forced to bail out investors who were misled by foolish government interference in the market.

Exactamente. Este é outro que nunca ninguém levou (nem leva) a sério…
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Se os talking-heads oficiais dizem que ninguém previu a crise é porque ninguém previu a crise. Nem quem a efectivamente previu (e na altura, era ridicularizado e visto como louco). Ainda recentemente o nosso brilhante PM nos voltou a lembrar disso (não se fosse dar o caso de termos andado a bisbilhotar vídeos no Google de quem, sabe-se lá por que artes mágicas, falava da crise que ninguém previu antes dela acontecer, e ficarmos com ideias erradas…).
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Ron Paul acertou nisto e em muitas outras coisas mas o fundamentalismo em relação a outros assuntos acaba por minar a sua credibilidade. Ainda me lembro que a sua solução para a guerra do Iraque era simplesmente abandonar o país imediatamente e deixá-los à sua sorte.
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#3.
a sua solução para a guerra do Iraque era simplesmente abandonar o país imediatamente e deixá-los à sua sorte
Assim como os portugueses fizeram nas ex-colónias?
Não acha uma boa solução?
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Não. O processo de desvolonização é uma das coisas que mais nos devia envergonhar.
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Caro Joaquim, Ron Paul nunca se teria metido no “atoleiro” do Iraque (tal como o definiu acertadamente Cheney no fim da 1ª Guerra do Golfo, quando lhe perguntaram porque não removeram, na altura, Saddam do poder). A sua política externa baseia-se em trocas comerciais bilaterais, e não na presente política de permanente ingerência noutros países, recorrendo (justificando…) ao complexo industrial-militar que domina os EUA (e o qual é, na sua perspectiva, um perigo real para as liberdades dos cidadãos, tal como avisou Eisenhower após o fim da Guerra).
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«deixá-los à sua sorte.» É o sonho de qualquer povo, governarem-se a si mesmos.
Acresce que é um principio bastante útil para todos. Evita interferencias de estranhos, e estes poupam uma croas, para além de não se meterem onde não são chamados, criando ainda mais confusão. É só vantagens.
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Eu acho que sim eu nem percebo a utilidade da Constituição e do Estado!
Enfim… vocês liberais-conservadores nunca aprendem pois não ? ainda vos custa a crer que a fase de maior crescimento no mundo ocidental foi debaixo de políticas keynesianas e de regulação estatal da economia.
Enfim.
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Isto não diz a palhaça anti-liberal da Ana Gomes … a boca aberta desterrada para Estrasburgo … á rasquinha
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8
ó pá vai dar banho ao cão … num veterinário keynesiano
acha ? e o imperio tuga , o espanhol , o inglês foram o quê … passeatas terceiro mundistas ?
tenha juízo e vá lá ver os corninhos do Pinho…esse keynesiano
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Joaquim Gagliadini Graça disse
2 Julho, 2009 às 5:31 pm
Ron Paul acertou nisto e em muitas outras coisas mas o fundamentalismo em relação a outros assuntos acaba por minar a sua credibilidade. Ainda me lembro que a sua solução para a guerra do Iraque era simplesmente abandonar o país imediatamente e deixá-los à sua sorte.
olhe que não …ou talvez sim … vá vendo como se comportam as várias comunidades no ultimo seculo
na partilha sykes picot havia a ideia de dar o poder aos curdos ( já não haveria arménios … trucidados pelos turcos e com a ajuda curda … quem ficou com os bens dos primeiros )
aparentemente ( e parece que sim …apesar ) eram mais civilizados que arabes sunitas ou xiitas mas em menor numero . e ficou em bagdad com os chalupas
hoje arabes sunitas e xiitas á pancada
curdos lá em cima satisfeitos mas ameaçados no seu enclave
já nem falo dos judeus iraquianos já fugidos á 50 anos , ou dos cristãos caldeus que vivem cercados , sob autodefesa junto ao curdistão
ainda nos queixamos dos balcãs
helas não fazer nada implicaria hoje estarmos todos no terceiro reich
dilema fo.ido … crassus tinha a mesma ideia e fo.eu-se.
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“Evita interferencias de estranhos, e estes poupam uma croas”
Estava justamente a recordar os americanos mortos na 2ª Guerra Mundial. Claro que foi mau que eles tivessem interferido. O Gabriel estaria agora, provavelmente a cantar loas ao Reich dos Mil Anos. E dada a ideia de Hitler sobre a “autarchia” económica, não estou a ver bem com quem é que o “comércio bilateral” se faria.
Vamos lá a ter calma nesse radicalismo Gabriel. Recomendo-lhe umas leituras de Raymond Aron, exemplo do que deve ser a análise desapaixonada e não ideológica da realidade.
No que aqui interessa, isto serva para dizer que há interferências boas e interferências más. E que as que são boas para uns podem ser más para outros.
E que, portanto, uma interferência boa, é aquela que me beneficia a mim ou aos meus.
E que, o ser boa ou má, nunca é um juizo definitivo, já que a História não pára.
Por exemplo, algures num belo dio de 1941, Hitler acharia que a interferencia na URSS era uma coisa boa. Uns tempos mais tarde, deve ter achado que foi uma coisa má.
and so on…
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“a fase de maior crescimento no mundo ocidental foi debaixo de políticas keynesianas e de regulação estatal da economia.”
Bastante falso, nas as crenças são imunes aos factos. A estes crentes furiosos basta recitar uns slogans que vão ouvindo ai pelas igrejas do costume, e ei-los a recitar perante os outros as mais claras patetices, mas com a mesma convicção com que recitam salmos.
P.S. A regulação estatal da economia aconteceu na URSS. Havia até um Ministério para isso, o GOSPLAN.
Fartou-se de crescer…o MInistério, não a economia.
Quem cresceu bem com politicas keynesianas foi a Alemanha nazi, entre 1933 e 1938.
Foi um foguete, pleno emprego, etc.
Não é difícil…basta colocar metade dos desempregados a abrir buracos e outra metade a tapá-los. Ate se acabar o dinheiro, claro. Depois…bem , depois ….
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Caro Rx, sem querer discutir os méritos (ou a falta deles) da intervenção, o facto é que os EUA já estavam no Iraque. Desmobilizar todo o contingente de uma só vez teria sido catastrófico para a região e para a própria segurança interna.
Caro Gabriel,
“É o sonho de qualquer povo, governarem-se a si mesmos.
Acresce que é um principio bastante útil para todos. Evita interferencias de estranhos, e estes poupam uma croas, para além de não se meterem onde não são chamados, criando ainda mais confusão. É só vantagens.”
Deixando de parte a intervenção fundamental dos americanos na II Guerra Mundial, acredita sinceramente que os iraquianos se governavam a si mesmos?
Mais, acredita que, pertencendo à União Europeia, Portugal se governa a si mesmo?
Acha que o povo português preferia estar fora dela?
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Caro Joaquim,
«Deixando de parte a intervenção fundamental dos americanos na II Guerra Mundial»
sim, concordo que seja melhor deixar de lado, tanto mais que não foi propriamente uma «intervenção»: o Japão, a Alemanha e a Itália declararam guerra aos EUA. Não foram estes últimos que resolveram entrar na guerra e «intervir»…..
«acredita sinceramente que os iraquianos se governavam a si mesmos?»
Não fará grande diferença no que acredito ou deixo de acreditar. A questão é mesmo de principio: cada povo, cada sociedade que se governe a si mesmo. Bem, mal ou assim-assim.
Não creio fazer parte das atribuições de um estado velar pelo «bom governo» de outro estado e, caso tal não sucedesse, dever interferir.
«acredita que, pertencendo à União Europeia, Portugal se governa a si mesmo?»
Não vejo qualquer correlação entre ocupação do Iraque e pertença à UE.
Mas prontos: Portugal aceitou, através dos seus orgãos próprios e legitimos (gov+parlamento) que a UE tenha supremacia sobre as suas leis. Não concordo, mas não ponho em causa a legitimidade. Pode reverter a situação quando assim o entender. O Iraque não solicitou que os americanos fossem para lá, tratou-se «apenas» de uma invasão e consequente ocupação clássica.
«Acha que o povo português preferia estar fora dela?»
Não sabemos porque nunca foi perguntado, mas penso que não. Pelo menos, continuam a votar maioritariamente em partidos que pretendem continuar na UE. Tal não invalidada que certamente discordarão de muitos dos seus aspectos práticos e até institucionais.
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“tanto mais que não foi propriamente uma «intervenção»”
Ah, vejo que já começa a ver nuances. É bom sinal. Nada como ver matizes para evitar posturas maniqueístas e radicais.
“Não creio fazer parte das atribuições de um estado velar pelo «bom governo» de outro estado ”
Como posição de princípio, muito bem. Eu, por exemplo, não interfiro no modo como o meu vizinho governa a sua casa. Mas se ele se recusar a dar umas palmadas no filho que atira pedras para a minha piscina, então eu tenho de intervir.
Começo por lhe chamar a atenção e por aí adiante até chegar à zagalote.
É que no mundo real, não somos anacoretas, nem os estados vivem isolados. E é o mundo real que o Gabriel devia interpelar, não as fantasias do que “devia ser”. Nada é como “devia ser”.
Ali no Corno de Africa, a Somália produz piratas que colocam em causa direitos de circulação de outros países, com prejuizos para o Gabriel (restrições ao comércio, produtos mais caros, etc). Eu acho que o meu governo devia intervir e votaria com gosto em que se propusesse defender os meus interesses, em desfavor dos interesses dos piratas.
E você?
Não acha que os piratas estão a intervir na sua vida?
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