Ensino público universitário e discussão livre
6 Julho, 2009
Será o ensino público universitário um promotor da discussão intelectual livre? Pelos vistos não. Segundo alguns dos seus defensores, a mera frequência do ensino universitário público inibe o futuro licenciado de fazer críticas à existência de um sistema universitário público. O aluno que se inscreva no ensino universitário público está a abdicar à partida do sua capacidade de avaliar intelectualmente o sistema público de ensino e até a própria organização política da sociedade. A universidade pública gera intelectuais castrados.
31 comentários
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Caro Doutor Miranda,
Quem disse isso? Qual a sua representatividade?
A qualidade do seu post, se calhar releva as suas origens públicas castradas…
Cumprimentos,
Paulo
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Projecto de revisão constitucional do PSD pago pelo erário público
Assembleia da Madeira pagou pareceres para iniciativas do PSD
28.06.2009 – 08h06 Tolentino de Nóbrega
Encomendados por ajuste directo a juristas da área social-democrata, pareceres custam em média mais de 25 mil euros
A Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) tem pago pareceres jurídicos para fundamentar, ou justificar a posteriori, projectos de resolução, iniciativas legislativas ou meros caprichos eleitoralistas do PSD regional. Custam, em média, mais de 25 mil eu-
A grande verdade
Os meus impostos e de todos nós aqui metidos a fazer falta noutro lado
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«Quem disse isso? Qual a sua representatividade?»
Julgo que a posta está assinada. A ‘representatividade’, como diz, é a do seu autor que fala por si como é costume. E muito bem.
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proteja-se do sol, exposição prolongada da moleirinha pode causar problemas irreversíveis.
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Suspeitas de tráfico de influências foram arquivadas pelo MP em Março
Estado gastou 485 milhões em negócio que valia um quinto
02.06.2008 – 09h31 Mariana Oliveira
O Estado está a pagar por uma rede de comunicações do Ministério da Administração Interna um total de 485,5 milhões de euros, cinco vezes mais do que poderia ter gasto se tivesse optado por outro modelo técnico e financeiro.
Os meus impostos podiam servir quem precisa, assim, serviu para comissões
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Seria interessante o JM fazer uma declaração de interesses. Podia começar por dizer quais os estabelecimentos de ensino superior que frequentou enquanto estudante e se já esteve ligado professionalmente a alguma instituição de ensino superior pública.
Eu, que frequentei a Universidade Pública por escolha própria, não me revejo, de modo algum, nesse conceito de “intelectual castrado”. O problema poderá estar em achar que alguém que frequente o Superior pode ser logo considerado um intelectual (tendo em conta as massas que entram actualmente, a evidência aponta para o contrário).
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Caro Paulo,
Quer um exemplo da opinião que eu critico no post? Leia o comentário #6.
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Caro Mestre CAA,
Eu não falava do Doutor Miranda, mas sim sobre os anagomescos defensores: “Segundo alguns dos seus defensores, a mera frequência do ensino universitário público inibe o futuro licenciado de fazer críticas à existência de um sistema universitário público.” Não se confunda um anagomesco defensor com o PS, por exemplo.
Vejo que o anonimato o perturba. Deve sentir-se mal sempre que visita uma exposição de pintura medieval. Como me preocupo com a sua saúde, se quiser mando-lhe um email com cópia do meu BI.
Caro Doutor Miranda,
#6 tem várias partes. O início pode ser um ataque ad hominem, mas também pode apontar para um caldo cultural — se alguém trabalha numa privada é espectável que pense de maneira diferente de quem trabalha numa pública. O RXC depois autoqualifica-se com “não intelectual castrado” e como alguém que “frequentou uma universidade pública”. Termina pondo em causa a noção de intelectualidade face à massifação do ensino superior — o que todos aqui possivelmente concordamos.
Afinal diga lá quem é que acha que um discente do público não pode criticar o ensino superior? Isso é um boutade de um colega seu ao almoço?
Cumprimentos,
Paulo
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Eu que sou do público, nunca me inibiram de fazer críticas à existência de um sistema universitário público.
Nem nunca abdiquei de avaliar intelectualmente o sistema público de ensino e até a própria organização política da sociedade.
Já a minha tia Soledade, que é do tempo do Salazar, concorda com o senhor doutor João Mirtanda.
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Enquanto não ouvir vozes de dentro do ensino público a exigir a sua extinção por motivos ideológicos, João Miranda tem razão e efectivamente as universidades públicas levam à criação de individuais castrados uma vez que não representam o espectro total de pensamento.
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Uma coisa é questionar a própria exietência do ensino universitário público; outra coisa, como é óbvio, é avaliar esse sistema. Independentemente disso, é claro que um gajo saido da pública pode dizer tudo, incluíndo pôr em causa a própria existência de um sistema que lhe deu formação e lhe forneceu o ganha pão. Até pode dizer que frequentar o ensino público é “parasitar” aqueles que não o frequentam. A hipocrisia é livre. E os comentários à hipocrisia também, é óbvio.
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Há quem dentro do sistema de Ensino Universitário público o questione, critique, avalie. E não é o facto de ser seu aluno ou docente que inibirá ninguém, com dois dedos de testa, de o fazer.
Até parece que ser estudante universitário numa Universidade Pública portuguesa é uma espécie de “lugar de nomeação política”….
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Alias, a coisa pode ser levada para outra escala. Os intelectuais que questionam a existência do estado e derivam para a anarquia contam-se por uma mão. O estado castrou-os.
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Oh caríssimo João Miranda, castrada era a tua avó ou tinha então algum problema congénito de miopia. Não pode ser outra coisa a avaliar pelo dislate de tão emérito escriba que é suposto ser seu neto!…
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Ó Miranda,
E no Ensino Privado Universitário questiona-se livremente a qualidade do Ensino Privado Universitário?
Idem para o Concordatário.
(E claro … o registo de interesses: Quem te paga Miranda?)
Cumprimentos,
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#12.
filipeas disse
6 Julho, 2009 às 2:13 pm
…
Até parece que ser estudante universitário numa Universidade Pública portuguesa é uma espécie de “lugar de nomeação política”….
Parece?
Que estudantes são convidados para permanecerem como assistentes? Os críticos do sistema? Ou os outros? (salvo raras e honrosas excepções)
Os resultados da eugenia departamental são bem visíveis… Infelizmente, os maiores cegos são aqueles que não querem ver…
Nota: Não concordo com o uso do termo castrados para designar a falta de liberdade. Preconizo o uso das palavras engaiolados ou submetidos.
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Quem quiser pode ir para o privado.
Para nao perder a força genital do seu intelecto.
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Não: está apenas inibido de chamar parasita a quem recebe, como ele recebeu, apoios do Estado. Apenas isso. Se é de um post ordinário que por aí foi escrito que está a falar.
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“Uma coisa é questionar a própria exietência do ensino universitário público; outra coisa, como é óbvio, é avaliar esse sistema. Independentemente disso, é claro que um gajo saido da pública pode dizer tudo, incluíndo pôr em causa a própria existência de um sistema que lhe deu formação e lhe forneceu o ganha pão. Até pode dizer que frequentar o ensino público é “parasitar” aqueles que não o frequentam. A hipocrisia é livre. E os comentários à hipocrisia também, é óbvio.”
Pois…neste exemplar parágrafo da Esquerda Corruptora ficámos a saber que o trabalhador Comunista numa empresa privada deve deixar de ser Comunista e passar a votar á Direita para manter a lógica. É a empresa que lhe dá o Pão para põr na mesa não é? O Filho do Nobreza deve ser Monárquico, o filho do Povo deve votar nos trabalhistas. Eu dei-te tudo por isso o teu pensamento só pode ser igual ao meu se não és hípócrita. O Socialismo como Instrumento de Corrupção.
O Caramelo bem demonstra como a Corrupção é o objectivo das Políticas Socializantes. A Educação Pública é só um exemplo entre elas. Mais uma demonstração do Estatismo e da profunda anti-liberdade da Esquerda, não diferente do velho estado Monárquico. Isto não é por acaso, é um objectivo.
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Caro JM, eu fiz a minha declaração de interesses para o assunto em questão. Julgo que eu e outros achariam salutar termos a sua também. É ou foi docente do Superior Público? E se foi, como enquadra isso com a sua ideologia política?
Se quer que lhe diga, considero em grande parte o Ensino Superior (público e privado, com especial incidência para este) como uma fraude. E com Bolonha então, a vai ser um fartar-vilanagem de cursos de “retrete”. Tenho dito.
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18#
Daniel, não posso afirmar que tenha sido esta a motivação do post de João Miranda mas presumo ter tido origem numa breve troca de palavras via Twitter comigo a propósito de uma frase que comentava exactamente o tal post ordinário. A frase era “não se pode cuspir na mão que nos alimenta”.
Trackback das respostas: http://twitter.com/joaomiranda/status/2495931847
E mantenho a minha posição inicial nessa conversa: antes de chamar parasita aos outros, é conveniente fazermos a nossa própria desparasitação prévia.
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Ó lukiluki, tu és óptimo a fazer slogans 😉 De resto, não consegues dizer coisa com coisa. Não admira que tenhas tanto ressentimento contra a educação pública.
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«É ou foi docente do Superior Público? E se foi, como enquadra isso com a sua ideologia política? »
Mas que disparate! O que é que tem uma coisa a ver com a outra?
A ideologia política (muito menos o liberalismo que nem sequer isso é) não é uma fé religiosa com tabus e obrigação de se persignar em face do Demo. A profissão de alguém e o seu lugar de trabalho não derivam do seu posicionamento ideológico.
Bom , até nem sinto bem a dizer estas coisas tão óbvias…
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Argumentos ficaram em casa não foi Caramelo. Toca e foge é o que se pode esperar.
“E se foi, como enquadra isso com a sua ideologia política?”
Adoraria, pergunte a toda a esquerda, como enquadra trabalhar numa ou com uma empresa privada.Já agora tem carro? não vai de transportes públicos? Tem aparelhos de multinacionais em sua casa?Tem dinheiro no banco? Investiu no Mercado? “como enquadra isso com a sua ideologia política”?
O Estado Social também tem de deixar de comprar produtos a empresas de países “Neoliberais” ou de patrões “Neoliberais” uma vez que o Estado não deve comprar trabalho a um Liberal que o critique mesmo que já ache bem tirar-lhe o dinheiro dos seus impostos.
É moral tirar dinheiro e recursos aos anti-estatistas para fabricar uma sociedade Socializante cortando o desenvolvimento de uma sociedade livre e depois dessa corrupção ainda actuam como corruptores do pensamento.Na forma mais branda comportam-se como as piores caricaturas que fazem do Patrão explorador , na pior
é mais uma demonstração do gene da Tirania -polícias do pensamento- que está desde início na Esquerda, já bem demonstrado na Revolução Francesa durante o Reino do Terror. Replicado várias vezes em Regimes conhecidos.
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Caro CAA, por instantes pareceu-me o nosso estimável PM. Cruzes canhoto, se o estilo começa a fazer escola…
Tenho pena que o meu propósito tenha sido mal interpretado. E motivado a defesa da honra por parte de terceiros. Falta minha, obviamente, perante figuras tão gradas da nossa intelectualidade. Mas daquilo que tenho visto, nomeadamente nos EUA, parece-me que a sua afirmação cheia de autoridade pode não ser afinal tão sólida quanto nos querer fazer crer. Por exemplo, seria difícil ver o Keith Olbermann na FoxNews, ou o Peter Schiff como analista da Fed.
De qualquer modo, acho isto tão engraçado como ver uma certa esquerda activista anti-capitalismo a navegar online, para comprarem uma estatueta feita de corno de cabra dos Andes, que lhes é entregue em casa por via aérea.
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Ó Rxc, o comentario 23 do CAA, adaptado, serve tambem para esses esquerdistas. Aliás, serve para tudo. Toda a gente se safa como pode, é a vida. Por exemplo, vai-se buscar ao Estado o que se pode, de acordo com as conveniências de cada um. Mas que isso não estrague uma boa teoria, não e?
Lukiluki, quando deixares os discursos e as palavas de ordem, a gente conversa. Olha que ainda estou a espera da tua resposta a um comentario la em baixo algures sobre a construção de escolas. Coisas práticas, luki, coisas práticas. Não te esforçes tanto com essas cenas, que não me impressionas.
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É um discurso com factos, com exemplos, com comparações, tudo “coisas práticas”.
Não me lembro.Tens o link?
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Tou-te a estranhar, luki… Ora bem, a discussão era sobre o ensino público: dizias tu que isso não era preciso para nada, que os privados davam conta do recado, que o estado tirava-te o dinheiro todinno para a escola pública, etc, enfim, aquela trip do costume. Eu sugeri-te fazermos em conjunto um plano de investimento de um empresário numa escola em, vamos lá, fornos de algodres, coisa assim, uma escola com vinte alunos. Ficaste de fazer contas sobre quanto é que seria cobrado a cada aluno.
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Caro João Miranda,
Sou aluno do 4.º ano de uma universidade pública (ISCSP-UTL), estive na Direcção da Associação de Estudantes, fui representante dos alunos na Assembleia de Representantes, fui recentemente eleito representante dos alunos no Conselho de Escola. E não é por isso que me sinto castrado intelectualmente em relação a fazer críticas ao ensino universitário público. Ainda recentemente escrevi isto – http://estadosentido.blogs.sapo.pt/804446.html e já há tempos havia também escrito isto – http://estadosentido.blogs.sapo.pt/376963.html
Abraço
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Caro João Miranda,
Na mesma linha do seu post, porque é que o que se segue também não estaria correcto?
“O aluno que se inscreva no ensino universitário privado está a abdicar à partida do sua capacidade de avaliar intelectualmente o sistema privado de ensino. A universidade privada gera intelectuais castrados.”
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João Miranda, escreve por escrever ou está a fazer algum estudo para tentar perceber quantos respondem aos seus delírios? Infelizmente e contrariamente ao que se depreende do seu escrito tanto as universidades públicas como as privadas andam pelas águas da amargura em termos de excelência. Embora as universidades públicas tenham mais tradição em Portugal é de reconhecer, porque se encontram diariamente exemplos disso, que também estas já foram atingidas pela falta de qualidade e que dizer-se que se é licenciado pelo universidade pública x ou y já não é garantia de qualidade. Isto prende-se sobretudo com a massificação do ensino superior, massificação esta que foi amplamente intensificada com a abertura de universidades privadas. Por outro lado, hoje, se reparar, existem cursos que anteriormente eram meras disciplinas, basta ver os nomes e as especificidades de algun. Enfim mas isto já seria outra conversa…
Relativamente às universidades privadas, existem excepções entre elas e também entre os seus alunos, podem encontrar-se alunos de universidades privadas cuja qualificação corresponde a uma competência de facto mas isso não é universal e o mesmo se passa com as públicas: com o fim dos numerus clausus em certas áreas qualquer aluno passou a entrar para a faculdade à 1ª sem dificuldade e, já se sabe, quando a maioria é fraca tem de se nivelar por baixo.
A leitura do seu comentário faz-me pensar que tirou algum curso numa universidade privada e sente que tem de argumentar contra o ensino público para justificar qualquer coisa,como uma frustração ou será uma castração?
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