As caras novas*
Sendo de bom tom criticar o cinzentismo dos deputados e o seu apagamento face às lideranças dos respectivos grupos parlamentares, a verdade é que, desde o modo de funcionamento do parlamento à própria cobertura informativa da Assembleia da República, nada parece ser propício à figura dos deputados independentes. Por exemplo, quando foi a última vez que ouvimos falar de uma intervenção de Luísa Mesquita?
Convém recordar que o caso Luísa Mesquita nasceu em 2006, quando a então deputada pelo PCP recusou ceder o seu lugar no parlamento às “novas caras” que, segundo o Avante, iriam renovar o Grupo Parlamentar do PCP. Este partido procedia então a uma substituição de deputados e, se Abílio Fernandes e Odete Santos aceitaram ceder os seus lugares, o mesmo não aconteceu com Luísa Mesquita. Em 2006 o PCP ainda falava, no Avante, dos valiosíssimos contributos de Luísa Mesquita para a vida parlamentar, mas à cautela retirou-lhe a confiança política e passou-a das comissões de Educação e Negócios Estrangeiros para a Comissão de Saúde. Em 2007, era óbvio que Luísa Mesquita não ia ceder o seu lugar de deputada. O resultado veio rápido e inquestionável, como é habitual no PCP: Luísa Mesquita foi expulsa do partido e desde aí até agora manteve-se no parlamento como deputada independente “não inscrita”. Pese ter continuado a intervir na AR e embora a sua área de intervenção por excelência, a educação, tenha sido política e socialmente muito sensível tanto em 2008 como em 2009, a verdade é que praticamente deixámos de ver e ouvir Luísa Mesquita. As “caras novas” que o PCP colocou na AR não se destacaram em nada e a voz dos comunistas em matéria de educação deslocalizou-se da AR para a FENPROF, ou se preferir passou da cara antiga de Luísa Mesquita para a não menos antiga cara de Mário Nogueira. Enfim, o discurso das “caras novas” é como o velho anúncio dos candeeiros bem bonitos, modernos e originais: entra no ouvido e, devidamente interpretado, quer dizer apenas que as direcções resolvem mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma. Bem mais séria e sem fundo musical é a dúvida que resulta deste caso: qual o espaço quer no parlamento quer na comunicação social para os deputados independentes?
*PÚBLICO

não há deputados independentes. isso é marketanga para nichos de idiotas.
GostarGostar
A boa pergunta é feita ao contrário, que espaço têm os partidos numa verdadeira democracia?
GostarGostar
É o retrato da política á Europeia, no Parlamento Europeu também é assim . As cartas estão marcadas para que um deputado de um chamado grupo político tenha muito mais vantagens do que um deputado “independente”.
GostarGostar
tinha piada um parlamento de independentes, ganzados, ecoparvos e outros vadios.
GostarGostar
Tenho muito pena que Manuel Alegre não esteja novamente nas “listas”.
Assim já não chega aos cinquenta anos de deputado.
GostarGostar
Manuela Ferreira Leite parece estar a gostar de ser líder…
SIM È VERDADE, pena é que não fale.
Sobre MFL não é possível escrever mais do que isso, ela não diz nada.
Temos de ter paciência. A cobardia e fraqueza esconde-se atrás do silêncio.
Os eleitores merecem mais respeito.
VIVA PORTUGAL
GostarGostar
Saberá V.Exª quem é João Oliveira que substituiu que substituiu Abílio Fernandes? O seu trabalho na Assembleia da Répública foi de tal forma inteligente e eficaz que desta vez é o cabeça de lista da CDU por Évora.João Oliveira é Advogado, com 30 anos, é membro da DOR de Évora do PCP, foi membro da Assembleia de Freguesia da Horta das Figueiras, Évora e é deputado na Assembleia da República, onde integra várias comissões e grupos de trabalho.Enquanto estudante, integrou a Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra, o Senado da Universidade de Coimbra, a Direcção da Associação de Estudantes da Escola Secundária Severim de Faria e do seu Conselho de Escola.
GostarGostar