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“Vencer-se a si mesmo” *

26 Julho, 2009
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Todos temos modos pessoais de iludir o medo. De vencer os fantasmas que persistem dentro de nós e que nos querem abalar nas horas “em que um frio vento passa por sobre a fria terra“.
A maioria recorre ao sobrenatural. Faz promessas a divindades e a santos. Até há quem use amuletos, confiando que um objecto lhe dê aquilo que só pode vir dentro de si.
Para um pobre incréu, como eu, essas tácticas não resultam. O medo, nas suas infinitas variações, tem de ser vencido interiormente. É em cada um de nós que reside o Deus dos medos e quem tem de o suplantar, o Deus da nossa vontade.
Por isso, evoco sempre Pessoa no poema que tem o seu nome próprio: “Cheio de Deus, não temo o que virá, / Pois venha o que vier, nunca será / Maior do que a minha alma.”

* Correio da Manhã, 23.VII.2009 (escrito na véspera das minhas provas de doutoramento em Direito)

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