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“Contra as correntes” *

2 Setembro, 2009
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O nosso traço mais arrepiante é o seguidismo. Adoramos condizer uns com os outros. Por cá, a discordância é tida como falta grave de etiqueta. As pessoas que se julgam mais educadas são as que gostam de abanar a cabeça a ‘dizer que sim’ a cada sílaba do interlocutor.
Este é um caldo de cultura avesso à atitude política independente. Sempre o foi. Mas nos momentos eleitorais mais intensos o problema agudiza-se. A maioria aceita o alheamento acéfalo mas não concebe que quem se interessa por política não abrace um grupo nem perfilhe uma obediência.
Ser da direita liberal é uma solidão neste País.
Pior: ideologias à parte, nenhum líder político me inspira confiança ou sequer respeito. E eu só sei fazer comentário político pensando o que digo e dizendo o que penso.

* Correio da Manhã, 1.IX.2009

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