Seita milenarista falha profecia (again)
2 Setembro, 2009
Pelo editorial do “i” de hoje, fico a saber que afinal o capitalismo não acabou. Parece que tinha tudo para cair, mas não caiu. Azar. Fica para a próxima.
Leituras recomendada: Unfulfilled religious predictions

Quem é o parvo que escreve aquilo?
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Quem é o parvo que compra aquilo?
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Miguel Pacheco. Leu transversalmente as revistas americanas e depois escreve destas atoardas para soar bem.
Eu sou um dos parvos que compra aquilo precisamente por causa das 4 primeiras páginas. É o único jornal português em que se pode ler uma opinião um pouco mais consentânea com ideias que não sejam exclusivamente de esquerda. FOi o único jornal português que deu destaque ao livro Madrugada Desfeita, escrito por um anónimo ( militar segundo julgo) e que relata os acontecimentos do 25 de Abril numa perspectiva alternativa tipo ” e se..”
O I é actualmente o melhor jornal português em informação de fundo que não apenas de takes de agências de notícias.
E vende 14 mil exemplares! Tipicamente portuguesa a reacção que antecede: “Quem é que compra aquilo?”
Quem é que compra a Bola, o Record e o Jogo?
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Relativamente a esse livro, bem escrito mas não um modelo de romance, pouca gente lhe deu atenção. Sendo escrito por alguém notoriamente de Direita o jornalismo pátrio lançou-o imediatamente na giena das inutilidades. Deram maior destaque ao livro do Vasco Lourenço e fizeram-lhe entrevistas e tudo, com polémicas à mistura com Ramalho Eanes.
José Gil dizia numa entrevista à Ler que em Portugal não se fez o luto pelo salazarismo e por isso andamos como andamos, sempre a mexer no cadáver adiado.
Esse livro era uma excelente oportunidade para tal, só que a mentalidade dominante de esquerda não deixa mexer no ser estimadíssimo cadáver que lhe faz muito jeito para agitar em épocas eleitorais. Sempre foi assim desde há trinta anos. Qualque dia passamos a conta dos “48 anos de fascismo” e ainda andamos a falar na influência perniciosa desse tempo…
Porca miseria!
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Portugal não só não fez o luto por Salazar como continua profundamente salazarista, de uma forma falsamente soft: agora há milhões de micro-salazares, e dantes havia só um. O próprio. Himself.
O salazarismo é uma atitude mental, que pressupõe provincianismo e encapsulamento.
Leiam o Herberto Helder, por exemplo. Os Passos em Volta. Está lá o horror pequeno e infame de ser português. Quem melhor percebe de Portugal são alguns dos nossos escritores, não os sociólogos nem os filósofos.
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O salazarismo é um mito e como tal, ninguém melhor que os escritores para glosarem o assunto. Pudera que o fizessem, mas não fazem.
Os escritores que temos não glosam coisa nenhuma a não ser a ausência de ideias. O Herberto Hélder não sei porque conheço pouco ( os livros dele esgotam logo) mas afigura-se-me que é apenas mais um que dá uma visão idiossincrática do que lhe parece.
Faslta-nos um Philip Roth, pelo menos. Ou um Tom Wolfe. Isso porque os antigos do sec. XIX já não servem para caracterizar a sociedade portuguesa. O Portugal de Camilo não é o de Aquilino e o salazarismo aparece nos livros deste, mas com laivos de guerra civil. Ora o salazarismo não foi isso, a não ser para os comunistas.
O Salazarismo foi um tempo de algumas décadas em que os costumes mudaram em Portugal e se deu valor a alguns que não são dignos de apreço, como seja o da delação e perseguição política por dá cá aquela palha subversiva. Mas há outros valores dignos de muito apreço e que não são retomados por causa da rejeição geral que os comunistas e a Esquerda impuseram.
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Para entender o salazarismo no seu aspecto mais indesejável, basta conhecer o que se passou na Alemanha de Leste, com a delação de subversivos.
Portanto, esse problema do salazarismo não é típico de Salazar mas dos regimes com tendência totalitária.
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O PCP é a outra face da mesma moeda que o salazarismo representa.
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#7, 8 + 9 – confissões de um filho da …justiça…que temos.
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Calma, a Crise que todos falam revelou apenas a ponta do icebergue… O mercados não estão melhores, o preço do dinheiro é que desvalorizou brutalmente, para fazer face ao investimento nulo… Mas, quando se aperceberem do papel colorido sem valor a 1%, que o Estado Português manda vir a rodos do BCE… Talvez já seja tarde… Talvez o BCE seja administrador de Portugal… E Portugal um País trocado por papeis coloridos!
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Parece que a farsa continua no jornal i ; O preço do dinheiro é definido pelos bancos centrais logo mais regulado que isso não há. Se os juros estiverem demasiado baixo é óbvio que a maioria desata a pedir emprestado, quem é que não gosta de ser rico mais cedo, é preferível pedir emprestado aos 30 e pagar aos 60 do que ser só rico aos 60 onde mais de 2/3 da vida já se foram. Aliás os Governos Ocidentais Sociais fazem precisamente o mesmo, pedem dinheiro emprestado sem controlo : a dívida publica devido aos défices constantes não pára de aumentar.
Ainda não vimos metade do filme e o resultado não vai nada bonito.
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Não confundir capitalismo com fundamentalismo de mercado. O problema actual tem a ver com a globalização: a economia globalizou, a poilitica continua nacionalizada. O que faz com que a economia deixe de ser uma arma politica e se torne superior a esta. Quando a economia deixa de servir a politica torna-se neoplásica no tecido social.
Se repararem a crise surgiu do facto de não existir controle nenhum sobre os investimentos (sendo os investimentos imobiliários os mais graves). Outros factores como o crescimento da economia paralela também são relevantes.
Mas o capitalismo em si é bastante forte… ao contrário de outras seitas seculares…
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Mas são revistas americanas das boas. Bem boas.
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Tipo Business Week? Também leio. Mas está na falência…
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#10:
ferreira: nas reticências fica o teu carácter.
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“Tipo Business Week? Também leio. Mas está na falência…”
qual é a ideia do gajo que escreve isto:
. come queijo tipo serra
. é pedante e tem orgulho nisso
. ler revistas em inglês é o máximo
. não pagou a assinatura e a revista tem problemas financeiros
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A ideia é confundir papalvos anónimos.
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#7
sem dúvida o salazarisamo é um mito, aliás um duplo mito, em parte feito pelas as esquerdas outra parte pelas direitas. Mas é um mito produto das nossas circunstãncias e mentalidade – e aí é que dói. Porque continua na esquerda e â direita (e ao centro, mesmo no extremo centro) a haver um Salazar interior.
Não é consequência directa do ruralismo, apenas, nem do seu tempo, em que abundavam, à direita e á esquerda, outros ditadores. Nem fruto de quse oitocentos anos de história – tem a ver mais com a herança de Pina manique, por exemplo, e com o estrtangulamento causado pelo falso tradicionalismo – porque há um verdadeiro Tradicionalismo Português, aberto à verdadeira modernidade.
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Quem é que compra a Bola, o Record e o Jogo?
Eu não.
Aliás não compro jornal nenhum.
Leio o que há pela net, assino o Público porque custa apenas cinco euros por mês.
Para completar leio os melhores blogs nacionais.
E remato lendo na net os melhores estrangeiros.
Por vezes remato com um café.
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#19:
Um dos indivíduos que melhor escreveu sobre o salazarismo de uma perspectiva esquerdista foi João Medina que aliás tem um livro sobre esse e outros assuntos.
João Medina escrevia as suas crónicas no O Jornal e nessa altura não perdia uma e até as recortei e guardei, tendo já publicado imagens das mesmas.
João Medina devolve-me uma imagem do salazarismo mitificado pelo fascismo e consegue contextualizar, no tempo, os fenómenos que permitem entender por que razão Salazar chegou a ter uma imagem de Mussolini na secretária…
Mas para entender melhor o salazarismo parece-me que é preciso entender melhor a Igreja Católica e o ambiente rural e sem grandes meios de comunicação da primeira metade do séc. XX.
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João Medina escreveu essas crónicas no O Jornal, na segunda metade dos anos setenta.
Quem poderia elucidar um pouco mais sobre o assunto seria José Adelino Maltez, mas já perdi a esperança. De cada vez que o vejo na tv, fico de boca aberta a olhar e a pensar “como é possível?!”
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#21
José,
Obrigado pela dica. Vou ver se encontro essas crónicas.
Se bem que caracterizar Portugal como “Portugal, quinta do Vaticano” (tempo do Salazar) tenha um perfume anti-clerical demasiado carregado. Mas gostamos de hiperboles.
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