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Onde pára o provedor do DN?

20 Setembro, 2009

Muito apropriadamente o último texto do provedor do DN que se escontra on line chama-se   O homem e a instituição mas seria interessante saber o que pensa  neste momento o provedor do DN

64 comentários leave one →
  1. Amêijoa Fresca's avatar
    20 Setembro, 2009 10:51

    Sobre o “jornalismo” do DN…

    A reputação queimada
    de um jornal prendado,
    tanta lama derramada
    num caso encomendado.

    A arte de encomendar
    requer mãos meticulosas,
    deixando alguns a bradar
    verborreias tão pilosas.

    A densa nebulosidade,
    espessa e bolorenta,
    acicata verbosidade
    falaciosa e poeirenta.

    O respeito pela privacidade
    não se aplica igualmente,
    esta prova de autenticidade
    de um regime demente.

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  2. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 11:07

    A propósito de provedor, já leu o outro provedor, o do Público? e não tem nada para comentar? ou está a fazer o papel de “abrantes” da outra clique?

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  3. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 11:07

    R à Helena não interessa o que pensa o Provedor do Público?

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  4. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 11:16

    O provedor do publico arrisca-se a ser apedrejado não tarda nada. Está a dizer a verdade.

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  5. bulimundo's avatar
  6. Fado Alexandrino's avatar
    20 Setembro, 2009 11:18

    O que pensa o provedor do DN toda a gente sabe, ele di-lo todos os dias na SIC-N.

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  7. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 11:36

    oh helena! esse número já andou à roda a semana passada, o seu patrão mais novo não lhe explicou a táctica para conservar o emprego? ainda adormece em cima da prancha.

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  8. Piscoiso's avatar
    20 Setembro, 2009 11:39

    Transcrição de um pequeno pedaço do texto do Provedor do leitor do jornal “Público”, aparecido hoje na pg. 39:
    “O assunto (das escutas) era, pois, suficientemente grave para o PÚBLICO, como o jornal que lançou a história, confrontar a sua fonte em Belém com uma alternativa: ou produzia meios de prova mais concretos acerca da suposta vigilância de a Presidência da República era vítima (que nunca surgiram) ou teria de se concluir que tudo não passava de um golpe de baixa política destinado a pôr São Bento em xeque. Não tendo havido qualquer remodelação entre os assessores do Presidente da República nem um desmentido de Belém, era, aliás, legítimo deduzir que o próprio Cavaco Silva dava cobertura ao que um dos seus colaboradores dissera ao PÚBLICO. Mais significativo ainda, o PÚBLICO teria indícios de que essa fonte não actuava por iniciativa própria, mas sim a mando do próprio Presidente da República – e essa era uma hipótese que, pelo menos jornalisticamente, não poderia ser descartada. Afinal de contas, o jornal até podia ter um Watergate debaixo do nariz, mas não no sentido que os seus responsáveis calculavam.”

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  9. Piscoiso's avatar
    20 Setembro, 2009 11:41

    Falta um que em

    “suposta vigilância de que a Presidência da República era vítima “

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  10. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 11:50

    pastelaria de belém que fornece o bolo-rei presidencial sob suspeita de introduzir microfones camuflados de fava para efectuar escutas ilegais com vistas para o tejo, brevemente tema de campanha.

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  11. Patrício's avatar
    Patrício permalink
    20 Setembro, 2009 12:05

    O Mário Bettencourt Resendes está comprometido com umas personalidades tenebrosas, daquelas que governam o país sem ir a votos. O que ele possa dizer não esclarece nada.

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  12. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    20 Setembro, 2009 12:15

    A notícia do DN não esclarece minimamente aquilo que se questiona hoje em dia no debate político: saber se o PR está a ser vigiado ou não. Pelo que não revela nenhuma matéria de interesse nacional. Também não revela nenhuma “encomenda” relativamente à notícia do Público, porque esta sai no jornal um ano após a conversa relatada no e-mail. Donde, e se tratasse, de facto, de uma encomenda, a notícia seria publicada de imediato e não um ano depois com elementos diferentes daqueles que teriam sido comunicados pelo dito assessor.

    Assim sendo, não tendo a notícia do DN qualquer revelação relativamente à questão de existir ou não vigilância ao PR por parte do governo ou sobre a questão de uma suposta aliança maquiavélica entre a Presidência e o jornal – repito: se assim fosse, as supostas informações do assessor teriam sido, de imediato, publicadas – não há qualquer interesse nacional a atender, não havendo por isso razão para violar o segredo jornalístico alheio neste caso. Estamos, pois, perante uma violação da deontologia jornalística por parte do DN, sem mais.

    Agora, o mais curioso é que se o DN aplicar à sua notícia os mesmos critérios que aplicou às notícias do Público, então só tem um caminho: revelar a fonte.

    Se a tese do editorial do DN é a de que o interesse nacional – revelar o nome da fonte do Público – se sobrepunha ao segredo da fonte, então o mesmo critério de ponderação de interesses se aplicaria à notícia que publicou quinta-feira: porque a partir do momento em que no debate público se questiona se o jornal Público foi objecto de uma intromissão nas suas comunicações electrónicas por parte dos serviços de informação ou se existe um espião no Público ao serviço do governo – explicações possíveis e verosímeis para a obtenção e divulgação do e-mail interno trocado entre jornalistas do Público -, então torna-se imediatamente do interesse nacional saber como é que o DN obteve o e-mail que publicou. Donde, o DN terá de revelar a sua fonte segundo os próprios critérios que definiu no seu editorial. Pelo que a pergunta da Helena Matos faz todo o sentido: o que tem o Provedor do DN a dizer sobre este caso e por que razão o mesmo ainda não se pronunciou sobre o assunto?

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  13. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 12:28

    oh barros! grande dose de bronkit asnática. a notícia do jn é público e a do público é a presidência, ninguém revelou as respectivas fontes e todos sabem quem são.

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  14. Piscoiso's avatar
    20 Setembro, 2009 12:35

    O Barros atira o barro à parede do DN, quando é o Público/PR que está em causa.

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  15. Desconhecida's avatar
    Mr. Hyde permalink
    20 Setembro, 2009 12:57

    Caríssima Helena, mais que o provedor do DN, conviria ouvir, com caráter de urgência, o alvo de tantas, tão graves e sombrias conjeturas: o presidente Cavaco Silva.

    Em tempo: como eu adorava amêijoas, fossem ao Natural, à Bulhão Pato, à Algarvia. Enjoei! Agora avanço no Berbigão, nas Cadelinhas, no Mexilhão. Porra!

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  16. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 13:00

    alguém já se interrogou sobre o eventual interesse de escutar o presidente e a grande loja do boliqueimiano? prefiro ouvir uma sinfonia da soares da costa para bobcat e caterpillar.

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  17. Desconhecida's avatar
    ze dos Tumatez permalink
    20 Setembro, 2009 13:01

    No Publico há censura! O meu blog não é anexado, ao passo que os blogs do ipos do tcostume estão sempre no top e à frente dos que postaram mais recentemente.

    Censura juntamente com a velhinha lei da cunha, tão do agrado dos tugas.

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  18. Desconhecida's avatar
    ze dos Tumatez permalink
    20 Setembro, 2009 13:03

    No Público também há censura! O meu blog não é anexado, ao passo que os blogs do tipos do costume estão sempre no top, à frente dos que postaram mais recentemente.

    Censura juntamente com a velhinha lei da cunha, tão do agrado dos tugas.

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  19. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 13:08

    #17 + 18 – esperimenta mudar de nome

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  20. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 13:10

    #19 – com “x”

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  21. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 13:16

    se o PR está a ser vigiado ou não

    – e é o cidadão que vai descobrir pelo presidente se está a ser vigiado ou não. O senhor manda a suspeita para os jornais e baseado em coisas ridiculas como um assessor do governo que vai em visita oficial à Madeira e pela acusação feita pelo ps de assessores estarem a fazer o programa do partido. E tal coisa motiva o presidente a mandar a boca para o jornal?! Para os portugueses irem todos adivinhar se está a ser vigiado ou não, tipo videntes?

    O presidente coitadinho não tem guarda costas para ver se anda alguém a persegui-lo nem tem poderes para descobriri se está ou não a ser vigiado. Preceisa de um jornalista do publico!!

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  22. Anónimo's avatar
    20 Setembro, 2009 13:40

    EU COMPREENDO, MAS…

    Eu compreendo que o Presidente da República, até pelas coisas graves que tem certamente para dizer face aos ataques que lhe têm sido dirigidos, não queira falar em período eleitoral. O que diria perturbaria e muito o período eleitoral. Mas temo que só depois das eleições é que se vá saber demasiadas coisas sobre esta governação e sobre o Primeiro-ministro. E temo que isso seja um fardo muito difícil de gerir, ganhe quem ganhar as eleições. Seja no caso Freeport, seja na questão da eventual espionagem aos seus opositores, seja no ataque à TVI e ao Público, seja nos múltiplos negócios que estão por esclarecer, da OPA da Sonae à crise do BCP e à interferência da CGD, seja no caso BPN e nos nunca esclarecidos movimentos do dinheiro da Segurança Social, seja na tentativa de compra da PT da Media Capital e etc,. etc. Um etc. demasiado grande.
    Pacheco Pereira

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  23. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    20 Setembro, 2009 13:44

    O Barros atira o barro à parede do DN, quando é o Público/PR que está em causa. – Piscoiso

    Como de costume, não percebeu nada.

    Se a Presidência da República se queixa de estar a ser vigiada e os e-mails internos do Público são publicados no DN, isso significa que a notícia de sexta-feira deste jornal está a dar razão às suspeitas de asfixia democrática, porque gera, desde logo, uma suspeita de que o jornal Público esteja a ser objecto de vigilância ou que alguém desse jornal esteja a funcionar como espião. A única forma de desmentir essas suspeitas seria o DN revelar como obteve o referido e-mail interno do Público. Doutra forma, não só não se dissipam as suspeitas, como o DN se torna um agente ao serviço de métodos impróprios de um Estado de Direito, métodos esses prosseguidos pelo governo.

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  24. Desconhecida's avatar
    filipe castro permalink
    20 Setembro, 2009 14:06

    Qual seria o comentário de JBarros e demais se o DN tivesse omitido o nome da fonte Lima? Como seria a apreciação feita ao conteúdo do email?

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  25. Piscoiso's avatar
    20 Setembro, 2009 14:06

    Ó Barros, não me atire o barro a mim, que não tenho culpa das intenções do PR, que vc pretende branquear, desviando para o DN, aquilo que teve origem na Presidência da República.
    A única forma de desmentir as suspeitas sobre o PR, seria ele apresentar provas de que está a ser sujeito a escutas por S. Bento.
    Como não as apresenta antes das eleições, para que as suspeitas possam ter efeito nas ditas, está objectivamente a interferir no acto eleitoral. Se calhar pela negativa, com o tiro a sair pela culatra.

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  26. Desconhecida's avatar
    filipe castro permalink
    20 Setembro, 2009 14:11

    “Se a Presidência da República se queixa..”. A Sonae devia cobrar por este serviço ao cliente. Se o Presidente não tem acesso a serviços independentes para analisar eventuais queixas ao governo, então mais vale entregar a chave.

    Também gostava que JBarros se pronunciasse sobr eo timing da notícia. Entre o email de 17 meses antes e saída notícia não aconteceu nada. Porquê “aquele mês de agosto”? Existirão outros emails, telefonemas, sinais de fumo??

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  27. Desconhecida's avatar
    filipe castro permalink
    20 Setembro, 2009 14:15

    Sobre violação de privacidade aconselho vivamente a leitura do provedor dos leitores do Publico. Nele se adianta que sexta feira o respeito pela privacidade dos colaboradores do referido jornal foi colocado em segundo lugar na urgência de encontrar a toupeira. (sim pq aquilo dos serviços secretos foi resultado de um amanhecer sem café)

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  28. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 14:18

    Acho que se devia fazer a pergunta e o PR devia responder

    – porque queria ele que saísse uma noticia há 18 meses sobre a possibilidade de o governo estar a vigiar a presidencia?

    O publico devia responder

    – porque não saiu a noticia e só agora? O presidente voltou atrás ou o publico não encontrou nada? Foi por causa de ter surgido a crise economica e como tal não era altura?

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  29. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 14:56

    O Provedor do DN ainda não terá recebido recados para compôr o texto.
    (O ASSilva anda muito ocupado…).

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  30. bulimundo's avatar
    20 Setembro, 2009 15:09

    Já alguém notou a grande boca do Belmiro para o ministro Santos silva?
    Disse mais ou menos isro: O ministro da propaganda do governo não me pode impedir de falar …pelo menos enquanto eu não tiver um defeito físico…quer dizer compara o Santos Silva ao Himmler e ele aos judeus e alemães com defeito físico que eram eliminados e ninguém diz nada…boa…

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  31. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 15:17

    O que interessa verdadeiramente neste caso das escutas, a partir de agora: o que Cavaco Silva dirá e fará após as eleições.

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  32. Confucio's avatar
    Confucio permalink
    20 Setembro, 2009 15:23

    «Na sexta-feira, o provedor tomou conhecimento de que a sua correspondência electrónica, assim como a de jornalistas deste diário, fora vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do Público»,

    Ó D. Helena, e isto não a preocupa?

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  33. Piscoiso's avatar
    20 Setembro, 2009 15:24

    O que Cavaco dirá após as eleições é irrelevante. Dirá que houve um mal entendido ou coisa do género, porque a intenção seria manter as suspeitas antes das eleições, intervindo ilegitimamente no acto eleitoral.

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  34. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 15:26

    “o que Cavaco Silva dirá e fará após as eleições”

    demite-se
    se tiver vergonha na cara

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  35. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 16:26

    FALTAM 7-DIAS-7 ! PARA ACABAR O FESTIM !

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  36. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 16:39

    “no debate público se questiona se o jornal Público foi objecto de uma intromissão nas suas comunicações electrónicas por parte dos serviços de informação ou se existe um espião no Público ao serviço do governo”

    Só se for no debate público dos distraídos. O próprio JMF já explicou que foi uma confusão entre “reply to all” e “forward” que fez com que o mail se transviasse.

    Mas o José Barros anda distraído. porque só vê boas intenções na notícia do Público. Até não reparou no pormaior de fazer parecer que a notícia teria origem na Madeira. Porque seria ? Disfarçar o que é límpido e cristalino para quê?

    PS: Em Portugal já houve um PR que foi escutado. Foi Jorge Sampaio. No âmbirto do processo Casa Pia. O JBarros acha que não devia ter sido escutado?

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  37. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 16:47

    “a pergunta da Helena Matos faz todo o sentido: o que tem o Provedor do DN a dizer sobre este caso ”

    Já que ele não se pronuncia porque não reparar no que diz o Provedor do Público?

    Que diz entre outas coisas que:

    1.”haverá uma agenda política oculta na actuação deste jornal?”
    2. “o passo seguinte do PÚBLICO deveria, logicamente, consistir em confrontar o próprio PR com as suas responsabilidades políticas na matéria”.
    3.”como pode o PR fazer declarações altruístas sobre a situação nacional e ao mesmo tempo caucionar (se não mesmo instigar) ataques abaixo da cintura lançados de Belém sobre São Bento?”
    4. “a sua correspondência electrónica e de outros jornalistas do diário foi vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do PÚBLICO”.
    5.a actuação de Luciano Alvarez de não contactar RPFigueiredo (numa investigação com 16 meses ligou-lhe na noite da véspera da notícia para o local de trabalho; hora em que era sabido que não o iria encontrar) foi contra o Livro de estilo do Público?

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  38. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 16:51

    “Se a Presidência da República se queixa de estar a ser vigiada” e em dezasseis meses não faz nada excepto lançar a confusão nos jornais, não é credível.

    E ter uma PR sem credibilidade é mau. Muito, mas mesmo muito mau.

    O PR anda perturbado. Desde o caso BPN nunca mais foi o mesmo. Olha se a PJ o escutasse como escutou o Sampaio. As conversas que ele terá tido com o Dias Loureiro deviam ser bem interessantes. Será que é isto que a PR teme?

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  39. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 16:54

    “Você também não é inocente, pois não ?” — Cavaco Silva, sexta-feira.

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  40. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 16:56

    Aleluia !

    Mr. CAA acabou de abrir a caixa de comentários do seu post de hoje !

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  41. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    20 Setembro, 2009 16:59

    A única forma de desmentir as suspeitas sobre o PR, seria ele apresentar provas de que está a ser sujeito a escutas por S. Bento. – Piscoiso

    O Piscoiso tem a capacidade de argumentação de uma daquelas peixeiras que o Louçã se recusa a cumprimentar.

    O Presidente falará depois das eleições e dirá o que tiver a dizer.

    Até lá o que sabemos é que alguém que se desconhece soprou a notícia ao DN, que este violou o segredo de fonte de jornais alheios e que, ao fazê-lo, aumentou os níveis de desconfiança relativamente aos métodos utilizados por este governo socialista, designadamente, métodos de intromissão nas comunicações electrónicas de jornais ou de utilização de espiões. Donde, a notícia do DN vem dar razão às suspeitas do Presidente da República.

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  42. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    20 Setembro, 2009 17:03

    “Você também não é inocente, pois não ?”
    portanto assume a culpa e tenta arrastar a jornalista com ele.

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  43. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 17:03

    ‘GIRÍSSIMO’: TANTAS VEZES O LOUÇÃ TEM FALADO ULTIMAMENTE NO ‘EXEMPLO’ MANUEL ALEGRE…

    POR QUE SERÁ ?

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  44. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 17:08

    “VOCÊ TAMBÉM NÃO É INOCENTE, POIS NÃO ?” — Cavaco Silva.

    Obviamente que ele não fez a pergunta só à jornalista. Teve outra amplitude… Para quem a quiser entender, “meia palavra basta”, neste caso uma cirúrgica e significante pergunta que sabia editada nas tvs, rádios e jornais.

    Capice ?

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  45. José Barros's avatar
    José Barros permalink
    20 Setembro, 2009 17:29

    Ninguém do Blasfémias comenta isto?

    http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=21929184-459C-4FC3-9BC2-5DDFFF1C00F5&channelid=00000009-0000-0000-0000-000000000009

    Isto é um sinal para outros juízes e procuradores. Portem-se bem.

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  46. MJRB's avatar
    20 Setembro, 2009 17:34

    O que estão a fazer ao Juíz Rui Teixeira é…o desespero ! Um desespero perigoso ! — vale tudo !
    Desespero sem ponta de vergonha naquelas caras e nas que pediram o ‘favor’…

    (Extra)ordinária justiça…

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  47. Confucio's avatar
    Confucio permalink
    20 Setembro, 2009 18:05

    Eu, tal como o sr. Silva, também já fui inocente mas, entretanto, perdi os três.
    Agora sou culpado, tal como o sr. Silva.

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  48. chiça penico's avatar
    chiça penico permalink
    20 Setembro, 2009 18:06

    O Blasémias,quando a bêsta do piscoiso asneira,transforma-se no Blasfoda-se. Foda-se…

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  49. Desconhecida's avatar
    yugu permalink
    20 Setembro, 2009 19:53

    O DN até os tipos da música censura:

    http://criticademusica.blogspot.com/2009_09_01_archive.html#427509007172069290

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  50. toino's avatar
    20 Setembro, 2009 20:27

    Este texto foi publicado pelo jornalista Joaquim Vieira na «Grande
    Reportagem» entre 3 de Setembro e 1 de Outubro de 2005. Curiosamente,
    duas semanas depois, o jornalista foi demitido e, um mês depois, a
    histórica revista terminou a sua publicação. Até hoje.

    O POLVO,
    po Joaquim Vieira

    «Além da brigada do reumático que é agora a sua comissão, outra faceta
    distingue esta candidatura de Mário Soares a Belém das anteriores:
    surge após a edição de Contos Proibidos – Memórias de Um PS
    Desconhecido, do seu ex-companheiro de partido Rui Mateus. O livro,
    que noutra democracia europeia daria escândalo e inquérito judicial,
    veio a público nos últimos meses do segundo mandato presidencial de
    Soares e foi ignorado pelos poderes da República. Em síntese, que diz
    Mateus? Que, após ganhar as primeiras presidenciais, em 1986, Soares
    fundou com alguns amigos políticos um grupo empresarial destinado a
    usar os fundos financeiros remanescentes da campanha. Que a esse grupo
    competia canalizar apoios monetários antes dirigidos ao PS, tanto mais
    que Soares detestava quem lhe sucedeu no partido, Vítor Constâncio (um
    anti-soarista), e procurava uma dócil alternativa a essa liderança.
    Que um dos objectivos da recolha de dinheiros era financiar a
    reeleição de Soares. Que, não podendo presidir ao grupo por razões
    óbvias, Soares colocou os amigos como testas-de-ferro, embora reunisse
    amiúde com eles para orientar a estratégia das empresas, tanto em
    Belém como nas suas residências particulares. Que, no exercício do seu
    «magistério de influência» (palavras suas, noutro contexto), convocou
    alguns magnatas internacionais – Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi,
    Robert Maxwell e Stanley Ho – para o visitarem na Presidência da
    República e se associarem ao grupo, a troco de avultadas quantias que
    pagariam para facilitação dos seus investimentos em Portugal. Note-se
    que o «Presidente de todos os portugueses» não convidou os empresários
    a investir na economia nacional, mas apenas no seu grupo, apesar de os
    contribuintes suportarem despesas da estada. Que moral tem um país
    para criticar Avelino Ferreira Torres, Isaltino Morais, Valentim
    Loureiro ou Fátima Felgueiras se acha normal uma candidatura
    presidencial manchada por estas revelações? E que foi feito dos
    negócios do Presidente Soares? Pela relevância do tema, ficará para
    próximo desenvolvimento.

    A rede de negócios que Soares dirigiu enquanto Presidente foi sedeada
    na empresa Emaudio, agrupando um núcleo de próximos seus, dos quais
    António Almeida Santos, eterna ponte entre política e vida económica,
    Carlos Melancia, seu ex-ministro, e o próprio filho, João.
    A figura central era Rui Mateus, que detinha 60 mil acções da Fundação
    de Relações Internacionais (subtraída por Soares à influência do PS
    após abandonar a sua liderança), as quais eram do Presidente mas de
    que fizera o outro fiel depositário na sua permanência em Belém –
    relata Mateus em Contos Proibidos.
    Soares controlaria assim a Emaudio pelo seu principal testa-de-ferro
    no grupo empresarial.
    Diz Mateus que o Presidente queria investir nos média: daí o convite
    inicial para Sílvio Berlusconi (o grande senhor da TV italiana, mas
    ainda longe de conquistar o governo) visitar Belém.
    Acordou-se a sua entrada com 40% numa empresa em que o grupo de Soares
    reteria o resto, mas tudo se gorou por divergências no investimento.
    Soares tentou então a sorte com Rupert Murdoch, que chegou a Lisboa
    munido de um memorando interno sobre a associação a “amigos íntimos e
    apoiantes do Presidente Soares”, com vista a “garantir o controlo de
    interesses nos média favoráveis ao Presidente Soares e, assumimos,
    apoiar a sua reeleição”.
    Interpôs-se porém outro magnata, Robert Maxwell, arqui-rival de
    Murdoch, que invocou em Belém credenciais socialistas.
    Soares daria ordem para se fazer o negócio com este.
    O empresário inglês passou a enviar à Emaudio 30 mil euros mensais.
    Apesar de os projectos tardarem, a equipa de Soares garantira o seu
    “mensalão”.
    Só há quatro anos foi criminalizado o tráfico de influências em
    Portugal, com a adesão à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção.
    Mas a ética política é um valor permanente, e as suas violações não
    prescrevem.
    Daí a actualidade destes factos, com a recandidatura de Soares.
    O então Presidente ficaria aliás nervoso com a entrada em cena das
    autoridades judiciais – episódio a merecer análise própria.

    A empresa Emaudio, dirigida na sombra pelo Presidente Soares, arrancou
    pouco após a sua eleição e, segundo Rui Mateus em Contos Proibidos,
    contava “com muitas dezenas de milhares de contos “oferecidos” por
    (Robert) Maxwell (…), consideráveis valores oriundos do “ex-MASP” e
    uma importante contribuição de uma empresa próxima de Almeida Santos.”
    Ao nomear governador de Macau um homem da Emaudio, Carlos Melancia,
    Soares permite juntar no território administração pública e negócios
    privados.
    Acena-se a Maxwell a entrega da estação pública de TV local, com a
    promessa de fabulosas receitas publicitárias.
    Mas, face a dificuldades técnicas, o inglês, tido por Mateus como “um
    dos grandes vigaristas internacionais”, recua.
    O esquema vem a público, e Soares acusa os gestores da Emaudio de lhe
    causarem perda de popularidade, anuncia-lhes alterações ao projecto e
    exige a Mateus as acções de que é depositário e permitem controlar a
    empresa.
    O testa-de-ferro, fiel soarista, será cilindrado – tal como há semanas
    sucedeu noutro contexto a Manuel Alegre.
    Mas antes resiste, recusando devolver as acções e esperando a
    reformulação do negócio.
    E, quando uma empresa reclama por não ter contrapartida dos 50 mil
    contos (250 mil euros) pagos para obter um contrato na construção do
    novo aeroporto de Macau, Mateus propõe o envio do fax a Melancia
    exigindo a devolução da verba.
    O Governador cala-se.
    Almeida Santos leva a mensagem a Soares, que também se cala.
    Então Mateus dá o documento a ‘O Independente’, daqui nascendo o
    “escândalo do fax de Macau”.
    Em plena visita de Estado a Marrocos, ao saber que o Ministério
    Público está a revistar a sede da Emaudio, o Presidente envia de
    urgência a Lisboa Almeida Santos (membro da sua comitiva) para
    minimizar os estragos.
    Mas o processo é inevitável.
    Se Melancia acaba absolvido, Mateus e colegas são condenados como corruptores.
    Uma das revelações mais curiosas do seu livro é que o suborno (sob o
    eufemismo de “dádiva pública”) não se destinou de facto a Melancia mas
    “à Emaudio ou a quem o Presidente da República decidisse”.
    Quem afinal devia ser réu?
    Os factos nem parecem muito difíceis de confirmar, ou desmentir, e no
    entanto é mais fácil – mais confortável – ignorá-los, não se confia na
    justiça ou porque não se acredita que funcione em tempo útil, ou por
    que se tem medo que funcione, em vida, e as dúvidas, os boatos, os
    rumores, a ‘fama’ persistem.
    E é assim, passo a passo, que lentamente se vai destruíndo de vez a
    confiança dos portugueses nas instituições.
    Por incúria, por medo, por desleixo, até por arrogância, porventura de
    fantasmas e até… da própria sombra.

    Ao investigar o caso de corrupção na base do “fax de Macau”, o
    Ministério Público entreviu a dimensão da rede dos negócios então
    dirigidos pelo Presidente Soares desde Belém. A investigação foi
    encabeçada por António Rodrigues Maximiano, Procurador-geral adjunto
    da República, que a dada altura se confrontou com a eventualidade de
    inquirir o próprio Soares.
    Questão demasiado sensível, que Maximiano colocou ao então
    Procurador-geral da República, Narciso da Cunha Rodrigues. Dar esse
    passo era abrir a Caixa de Pandora, implicando uma investigação ao
    financiamento dos partidos políticos, não só do PS mas também do PSD –
    há quase uma década repartindo os governos entre si. A previsão era
    catastrófica: operação “mãos limpas” à italiana, colapso do regime,
    república dos Juízes.
    Cunha Rodrigues, envolvido em conciliábulos com Soares em Belém, optou
    pela versão mínima: deixar de fora o Presidente e limitar o caso a
    apurar se o Governador de Macau, Carlos Melancia, recebera um suborno
    de 250 mil euros.
    Entretanto, já Robert Maxwel abandonara a parceria com o grupo
    empresarial de Soares, explicando a decisão em carta ao próprio
    Presidente. Mas logo a seguir surge Stanley Ho a querer associar-se ao
    grupo soarista, intenção que segundo relata Rui Mateus em Contos
    Proibidos, o magnata dos casinos de Macau lhe comunica “após consulta
    ao Presidente da República, que ele sintomaticamente apelida de boss.
    Só que Mateus cai em desgraça, e Ho negociará o seu apoio com o
    próprio Soares, durante uma “presidência aberta” que este efectua na
    Guarda. Acrescenta Mateus no livro que o grupo de Soares queria
    ligar-se a Ho e à Interfina (uma empresa portuguesa arregimentada por
    Almeida Santos) no gigantesco projecto de assoreamento e
    desenvolvimento urbanístico da baía da Praia Grande, em Macau, lançado
    ainda por Melancia, e onde estavam “previstos lucros de milhões de
    contos”.
    Com estas operações, esclarece ainda Mateus, o Presidente fortalecia
    uma nova instituição: a Fundação Mário Soares. Inverosímil? Nada foi
    desmentido pelos envolvidos, nem nunca será.

    As revelações de Rui Mateus sobre os negócios do Presidente Soares, em
    Contos Proibidos, tiveram impacto político nulo e nenhuns efeitos. Em
    vez de investigar práticas porventura ilícitas de um Chefe de Estado,
    os jornalistas preferiram crucificar o autor pela “traição” a Soares
    (uma tese académica elaborada por Estrela Serrano, ex-assessora de
    imprensa em Belém, revelou as estratégias de sedução do Presidente
    sobre uma comunicação social que sempre o tratou com indulgência.)
    Da parte dos soaristas, imperou a lei do silêncio: comentar o tema era
    dar o flanco a uma fragilidade imprevisível. Quando o livro saiu, a
    RTP procurou um dos visados para um frente-a-frente com Mateus – todos
    recusaram. A omertá mantém-se: o desejo dos apoiantes de Soares é
    varrer para debaixo do tapete esta história (i)moral da III República,
    e o próprio, se interrogado sobre o assunto, dirá que não fala sobre
    minudências, mas sobre os grandes problemas da Nação.
    Com a questão esquecida, Soares terminou em glória uma histórica
    carreira política, mas o anúncio da sua recandidatura veio acordar
    velhos fantasmas. O mandatário, Vasco Vieira de Almeida, foi o autor
    do acordo entre a Emaudio e Robert Maxwell. Na cerimónia do Altis,
    viram-se figuras centrais dos negócios soaristas, como Almeida Santos
    ou Ílidio Pinho, que o Presidente fizera aliar a Maxwell. Dos notáveis
    próximos da candidatura do “pai da pátria”, há também homens da
    administração de Macau sob a tutela de Soares, como António Vitorino e
    Jorge Coelho, actuais eminências pardas do PS, ou Carlos Monjardino,
    conselheiro para a gestão dos fundos soaristas e presidente de uma
    fundação formada com os dinheiros de Stanley Ho.
    Outros ex-“macaenses” influentes são o ministro da Justiça Alberto
    Costa, que, como director do Gabinete da Justiça do território,
    interveio para minorar os estragos entre o soarismo e a Emaudio, ou o
    presidente da CGD por nomeação de Sócrates, que o Governador Melancia
    pôs à frente das obras do aeroporto de Macau.
    Será o Polvo apenas uma teoria de conspiração?
    E depois, Macau, sempre Macau.»

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  51. toino's avatar
    20 Setembro, 2009 20:29

    António Rodrigues Maximiano, Procurador-geral adjunto da República (falecido) casado com a Cândida de Almeida-do-Freeport.

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  52. Anónimo's avatar
    20 Setembro, 2009 20:39

    Cândida Almeida: No centro do turbilhão

    Coordenadora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP). Foi membro da
    comissão de honra da candidatura de Mário Soares à Presidência da República nas eleições
    de 2006.

    O DCIAP avocou, em Setembro passado, o processo Freeport, a cargo desde 2004 do
    Ministério Público (MP) do Montijo e da Polícia Judiciária de Setúbal. Por altura desta
    transferência já a polícia inglesa tinha iniciado diligências. Em Novembro, Cândida
    Almeida reuniu-se com magistrados e investigadores ingleses na sede do Eurojust, em Haia.
    O Eurojust, criado em 2002, é um órgão da União Europeia (UE) de cooperação judiciária em
    matéria penal, actualmente presidido pelo português José Lopes da Mota.

    Na reunião de Haia, Cândida Almeida terá tomado conhecimento do DVD, em poder dos
    investigadores ingleses, em que Charles Smith, sócio da empresa de consultoria
    Smith&Pedro, que intermediou o licenciamento do Freeport, admite alegadamente o pagamento
    de luvas a José Sócrates, ministro do Ambiente na altura em que a construção do outlet
    foi autorizada, em 2002. A responsável portuguesa recusou a proposta dos investigadores
    ingleses para a constituição de equipas mistas de investigação.
    http://www.dossiers.publico.clix.pt/noticia.aspx?idCanal=2708&id=1365180

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  53. Anónimo's avatar
    20 Setembro, 2009 20:40

    Cândida Almeida recusou duas vezes investigar Freeport

    Publicado em 14 de Maio de 2009

    Pinto Monteiro criticou em Fevereiro paragem na investigação, mas o processo não foi
    avocado mais cedo por decisão da directora do DCIAP
    http://www.ionline.pt/conteudo/4318-candida-almeida-recusou-duas-vezes-investigar-freeport

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  54. toino's avatar
    20 Setembro, 2009 20:43

    COMUNICADO

    1. Em 13 de Março de 2007, um ilustre Advogado denunciou ao Senhor
    Procurador-Geral da República um crime de falsificação de documento
    autêntico, envolvendo a licenciatura em engenharia civil na UNI –
    Universidade Independente de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
    2. O Senhor Procurador-Geral da República nomeou, por despacho de 30
    de Abril de 2007, a Procuradora-Geral Adjunta Maria Cândida Almeida
    para dirigir o respectivo inquérito e a Procuradora-Adjunta Carla Dias
    para a coadjuvar.
    3. No decurso do inquérito foram determinadas e realizadas vinte e
    nove diligências, das quais vinte e sete inquirições, duas buscas e
    recolha de variada documentação proveniente da Câmara Municipal da
    Covilhã, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, Instituto
    Superior de Engenharia de Lisboa, Direcção-Geral do Ensino Superior,
    Inspecção-Geral do Ensino Superior e Ordem dos Engenheiros.
    4. Da análise conjugada de todos os elementos de prova carreados para
    os autos resultou não se ter verificado a prática de crime de
    falsificação de documento autêntico, p. e p. pelo art.º 256º, n.º 1 e
    n.º 3, do Código Penal, na modalidade de falsidade em documento, ou de
    crime de uso de documento autêntico falso, p. e p. pelo citado
    preceito, n.sº 1, al. c) e 3, envolvendo a licenciatura em engenharia
    civil de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
    5. Em consequência, determinou-se o arquivamento dos autos nos termos
    do art.º 277º, n.º 1, do Código de Processo Penal, por despacho
    exarado em 31 de Julho de 2007.
    A PROCURADORA-GERAL ADJUNTA
    __________________
    (Maria Cândida Almeida)
    A PROCURADORA-ADJUNTA
    ___________________
    (Carla Dias)
    http://www.pgr.pt/portugues/grupo_soltas/noticias/COMUNICADO.pdf

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  55. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 22:15

    “designadamente, métodos de intromissão nas comunicações electrónicas de jornais ou de utilização de espiõe”

    Afinal, perante a insistência, assumo que o José Barros não é distraído. É apenas mal intencionado.

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  56. Desconhecida's avatar
    ordralfabetix permalink
    20 Setembro, 2009 22:20

    “Este texto foi publicado pelo jornalista Joaquim Vieira na «Grande
    Reportagem» entre 3 de Setembro e 1 de Outubro de 2005.”

    Este texto foi publicado pelo jornalista Joaquim Vieira no Público de hoje:

    A QUESTÃO PRINCIOAL

    “Na sequência da última crónica do provedor, instalou-se no PÚBLICO um clima de nervosismo. Na segunda-feira, o director, José Manuel Fernandes (J.M.F.), acusou o provedor de mentiroso e disse-lhe que não voltaria a responder a qualquer outra questão sua. No mesmo dia, J.M.F. admoestou por escrito o jornalista Tolentino de Nóbrega (T.N.), correspondente do PÚBLICO no Funchal, pela resposta escrita dada ao provedor sobre a matéria da crónica e considerou uma “anormalidade” ter falado com ele ao telefone. Na sexta-feira, o provedor tomou conhecimento de que a sua correspondência electrónica, assim como a de jornalistas deste diário, fora vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do PÚBLICO (certamente com a ajuda de técnicos informáticos), tendo estes procedido à detecção de envios e reenvios de e-mails entre membros da equipa do jornal (e presume-se que também de e para o exterior). Num momento em que tanto se fala, justa ou injustamente, de asfixia democrática no país, conviria que essa asfixia não se traduzisse numa caça às bruxas no PÚBLICO, que sempre foi conhecido como um espaço de liberdade.
    A onda de nervosismo, na verdade, acabou por extravasar para o próprio mundo político, depois de o Diário de Notícias ter publicado anteontem um e-mail de um jornalista do PÚBLICO para outro onde se revelava a identidade da presumível fonte de informação que teria dado origem às manchetes de 18 e 19 de Agosto, objecto de análise do provedor. A fuga de informação envolvia correspondência trocada entre membros da equipa do jornal a propósito da crónica do provedor. O provedor, porém, não denuncia fontes de informação confidenciais dos jornalistas – sendo, aliás, suposto ignorar quem elas são -, e acha muito estranho, inexplicável mesmo, que outros jornalistas o façam. Mas, como quem subscreve estas linhas não é provedor do DN, sim do PÚBLICO, nada mais se adianta aqui sobre a matéria, retomando-se a análise que ficou suspensa há oito dias.
    Em causa estavam as notícias dando conta de que a Presidência da República (PR) estaria a ser alvo de vigilância e escutas por parte do Governo ou do PS. O único dado minimamente objectivo que a fonte de Belém, que transmitiu a informação ao PÚBLICO, adiantara para substanciar acusação tão grave no plano do funcionamento do nosso sistema democrático fora o comportamento “suspeito” de um adjunto do primeiro-ministro (PM) que fizera parte da comitiva oficial da visita de Cavaco Silva (C.S.) à Madeira, há ano e meio. As explicações eram grotescas – o adjunto sentara-se onde não devia e falara com jornalistas -, mas aceites como válidas pelos jornalistas do PÚBLICO, que não citavam qualquer fonte nessa passagem da notícia (embora tivessem usado o condicional).
    A investigação do provedor iniciou-se na sequência de uma participação do próprio adjunto de José Sócrates, Rui Paulo Figueiredo (R.P.F.), queixando-se de não ter sido ouvido para a elaboração da notícia, apesar de T.N. ter recolhido cerca de seis meses antes a sua versão dos factos. O provedor apurou que na realidade T.N., por solicitação de um dos autores da notícia, o editor Luciano Alvarez (L.A.), já compulsara no Funchal, logo após a visita de C.S., e enviara para a redacção informações que se convergiriam com aquilo que R.P.F. lhe viria a afirmar um ano depois (e que o correspondente entendeu não ter necessidade de comunicar a Lisboa, convencido de que o assunto morrera). Esses dados, contudo, não haviam sido utilizados na notícia (foi por tê-lo dito na crónica que o provedor recebeu de J.M.F. o epíteto de mentiroso, não tendo recebido entretanto as explicações que logo lhe pediu). O provedor inquirira J.M.F e L.A. sobre as razões dessa omissão mas não obtivera resposta.
    Quanto ao facto de não se ter contactado o visado para a produção da notícia, como preconiza o Livro de Estilo do PÚBLICO (“Qualquer informação desfavorável a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre ‘o outro lado’ em pé de igualdade e com franqueza e lealdade”), respondeu L.A. ao provedor: “Ao fim do dia da elaboração da notícia, eu próprio liguei para Presidência do Conselho de Ministros [PCM], para tentar uma reacção de R.P.F., mas ninguém atendeu. Cometi um erro, pois deveria ter, de facto, ligado para São Bento, pois sabia bem que era aí que R.P.F. habitualmente trabalhava, já que uma vez lhe tinha telefonado para São Bento para elaboração de outra notícia”.
    Numa matéria desta consequência, em que se tornaria crucial ouvir o principal protagonista, o provedor regista a aparente escassa vontade de encontrar R.P.F., telefonando-se ao fim do dia (em que presumivelmente já não estaria a trabalhar) e para o local que o jornalista sabia ser errado. A atitude faz lembrar os métodos seguidos num antigo semanário dirigido por um dos actuais líderes políticos (que por ironia tinha por objectivo destruir politicamente C.S., então PM), mas não se coaduna com a seriedade e o rigor de que deve revestir-se uma boa investigação jornalística. Se o jornal já possuía a informação há ano e meio, porquê telefonar ao principal protagonista pouco antes do envio da edição para a tipografia? É um facto que R.P.F., segundo afirmou ao provedor, estava então de férias, mas isso não desculpa a insignificância do esforço feito para o localizar.
    Também J.M.F. reconheceu ao provedor “o erro de tentar encontrar R.P.F. na PCM e não directamente na residência oficial do PM”, acrescentando, porém: “Tudo o mais seguiu todas as regras, e só lamentamos que os recados deixados a R.P.F. não se tenham traduzido numa resposta aos nossos jornalistas, que teria sido noticiada de imediato, antes no envio de uma queixa ao provedor – a resposta não impediria que se queixasse na mesma, mas impediu-nos de noticiar a sua posição e de lhe fazer mais perguntas”.
    O provedor considera, porém, que nem “tudo o mais seguiu todas as regras”. As notícias do PÚBLICO abalaram os meios políticos nacionais, e o próprio PM as comentou, considerando o seu conteúdo “disparates de Verão”. O assunto era, pois, suficientemente grave para o PÚBLICO, como o jornal que lançou a história, confrontar a sua fonte em Belém com uma alternativa: ou produzia meios de prova mais concretos acerca da suposta vigilância de que a PR era vítima (que nunca surgiram) ou teria de se concluir que tudo não passava de um golpe de baixa política destinado a pôr São Bento em xeque. Não tendo havido qualquer remodelação entre os assessores do Presidente da República (PR) nem um desmentido de Belém, era, aliás, legítimo deduzir que o próprio C.S. dava cobertura ao que um dos seus colaboradores dissera ao PÚBLICO. Mais significativo ainda, o PÚBLICO teria indícios de que essa fonte não actuava por iniciativa própria, mas sim a mando do próprio PR – e essa era uma hipótese que, pelo menos jornalisticamente, não poderia ser descartada. Afinal de contas, o jornal até podia ter um Watergate debaixo do nariz, mas não no sentido que os seus responsáveis calculavam.
    No prosseguimento da cobertura do caso, o passo seguinte do PÚBLICO deveria, logicamente, consistir em confrontar o próprio PR com as suas responsabilidades políticas na matéria. Tendo o provedor inquirido das razões dessa inacção, respondeu J.M.F.: “O PÚBLICO tratou de obter um comentário do próprio Presidente, mas isso só foi possível quando este, no dia 28 [de Agosto], compareceu num evento em Querença previamente agendado, ao qual enviámos o nosso correspondente no Algarve. Refira-se que, quando percebemos que não conseguiríamos falar directamente com o PR para a sua residência de férias, verificámos a sua agenda para perceber quando ia aparecer em público, tendo notado que a notícia saíra da Casa Civil exactamente antes de um período relativamente longo em que o Presidente não tinha agenda pública”.
    Em Querença, C.S. limitou-se, porém, a invocar “os problemas do país” e a apelar para “não tentarem desviar as atenções desses problemas”, tendo faltado a pergunta essencial: como pode o PR fazer declarações altruístas sobre a situação nacional e ao mesmo tempo caucionar (se não mesmo instigar) ataques abaixo da cintura lançados de Belém sobre São Bento? E, como qualquer jornalista político sabe, havia muitas maneiras de confrontar a PR com a questão e comunicar ao público a resposta (ou falta dela), não apenas andando atrás do inquilino de Belém.
    Do comportamento do PÚBLICO, o provedor conclui que resultou uma atitude objectiva de protecção da PR, fonte das notícias, quanto aos efeitos políticos que as manchetes de 18 e 19 de Agosto acabaram por vir a ter. E isto, independentemente da acumulação de graves erros jornalísticos praticados em todo este processo (entre eles, além dos já antes referidos, permitir que o guião da investigação do PÚBLICO fosse ditado pela fonte da PR), leva à questão mais preocupante, que não pode deixar de se colocar: haverá uma agenda política oculta na actuação deste jornal?
    Noutras crónicas, o provedor suscitou já diversas observações sobre procedimentos de que resulta sempre o benefício de determinada área política em detrimento de outra – não importando quais são elas, pois o contrário seria igualmente preocupante. Julga o provedor que não é essa a matriz do PÚBLICO, não corresponde ao seu estatuto editorial e não faz parte do contrato existente com os leitores. É, pois, sobre isso que a direcção deveria dar sinais claros e inequívocos. Não por palavras (pois a coisa mais fácil é pronunciar eloquentes declarações de isenção), mas sim por actos. “

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  57. e-ko's avatar
    20 Setembro, 2009 22:47

    ó Helena, porque é que não faz essa pergunta directamente ao provedor? o provedor do público lançou a sua investigação a pedido de uma das partes interessadas na questão das escutas por não ter sido tido nem achado antes da publicação do artigo que levantou a polémica.

    o Marcelo Rabelo do Sousa já disse hoje que o tal assessor da PR devia levar um puxão de orelhas e que tudo não passa dum ridículo mal entendido…

    já agora, aqui vão os comentários que fiz no post do JM:

    e-ko disse
    20 Setembro, 2009 às 6:14 pm

    O erro de Cavaco numa estória muito mal contada: se considerava fundadas as suspeitas de estar a ser vigiado e escutado, deveria ter agido logo. dizer agora que não diz nem faz nada sobre a questão antes de terminadas as eleições, é duma cobardia e falta de sentido de Estado atroz. a serem fundadas as suspeitas, que se arrastam há mais de ano e meio, que visam a governação actual, não é depois das eleições, em que o partido do governo em causa tem algumas hipóteses de voltar a formar governo, que se vai dissolver a assembleia para voltar a fazer eleições.

    ou então trata-se de pura fantasia ou, pior, duma tentativa suja de manchar pela suspeita o mesmo governo, para favorecer a candidata da cor cavaquista.

    ou é verdade e pune-se o governo actual ou não é verdade e é o PR que deverá demitir-se por não assumir com rigor e sentido de Estado o cargo que os portugueses, todos os portugueses, lhe confiaram e porque atira para o descrédito um orgão de soberania que deve, imperativamente, estar bem longe da intriga partidária soez…

    uma boa resposta a todas estas questões:

    “A questão principal

    O caso das escutas de Belém suscita a mais preocupante das perguntas: terá este jornal uma agenda política oculta?

    Na sequência da última crónica do provedor, instalou-se no PÚBLICO um clima de nervosismo. Na segunda-feira, o director, José Manuel Fernandes, acusou o provedor de mentiroso e disse-lhe que não voltaria a responder a qualquer outra questão sua. No mesmo dia, José Manuel Fernandes admoestou por escrito o jornalista Tolentino de Nóbrega, correspondente do PÚBLICO no Funchal, pela resposta escrita dada ao provedor sobre a matéria da crónica e considerou uma “anormalidade” ter falado com ele ao telefone. Na sexta-feira, o provedor tomou conhecimento de que a sua correspondência electrónica, assim como a de jornalistas deste diário, fora vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do PÚBLICO (certamente com a ajuda de técnicos informáticos), tendo estes procedido à detecção de envios e reenvios de e-mails entre membros da equipa do jornal (e presume-se que também de e para o exterior). Num momento em que tanto se fala, justa ou injustamente, de asfixia democrática no país, conviria que essa asfixia não se traduzisse numa caça às bruxas no PÚBLICO, que sempre foi conhecido como um espaço de liberdade.

    A onda de nervosismo, na verdade, acabou por extravasar para o próprio mundo político, depois de o Diário de Notícias ter publicado anteontem um e-mail de um jornalista do PÚBLICO para outro onde se revelava a identidade da presumível fonte de informação que teria dado origem às manchetes de 18 e 19 de Agosto, objecto de análise do provedor. A fuga de informação envolvia correspondência trocada entre membros da equipa do jornal a propósito da crónica do provedor. O provedor, porém, não denuncia fontes de informação confidenciais dos jornalistas – sendo aliás suposto ignorar quem elas são –, e acha muito estranho, inexplicável mesmo, que outros jornalistas o façam. Mas, como quem subscreve estas linhas não é provedor do DN, sim do PÚBLICO, nada mais se adianta aqui sobre a matéria, retomando-se a análise suspensa há oito dias.

    Em causa estavam as notícias dando conta de que a Presidência da República estaria a ser alvo de vigilância e escutas por parte do Governo ou do PS. O único dado minimamente objectivo que a fonte de Belém, que transmitiu a informação ao PÚBLICO, adiantara para substanciar acusação tão grave no plano do funcionamento do nosso sistema democrático fora o comportamento “suspeito” de um adjunto do primeiro-ministro que fizera parte da comitiva oficial da visita de Cavaco Silva à Madeira, há ano e meio. As explicações eram grotescas – o adjunto sentara-se onde não devia e falara com jornalistas –, mas aceites como válidas pelos jornalistas do PÚBLICO, que não citavam qualquer fonte nessa passagem da notícia (embora tivessem usado o condicional).
    A investigação do provedor iniciou-se na sequência de uma participação do próprio adjunto de José Sócrates, Rui Paulo Figueiredo, queixando-se de não ter sido ouvido para a elaboração da notícia, apesar de Tolentino de Nóbrega ter recolhido cerca de seis meses antes a sua versão dos factos. O provedor apurou que na realidade Tolentino de Nóbrega, por solicitação de um dos autores da notícia, o editor Luciano Alvarez, já compulsara no Funchal, logo após a visita de Cavaco Silva, e enviara para a redacção informações que convergiriam com aquilo que Rui Paulo Figueiredo lhe viria a afirmar um ano depois (e que o correspondente entendeu não ter necessidade de comunicar a Lisboa, convencido de que o assunto morrera). Esses dados, contudo, não haviam sido utilizados na notícia (foi por tê-lo dito na crónica que o provedor recebeu de José Manuel Fernandes o epíteto de mentiroso, não tendo recebido entretanto as explicações que logo lhe pediu). O provedor inquirira José Manuel Fernandes e Luciano Alvarez sobre as razões dessa omissão mas não obtivera resposta.

    Quanto ao facto de não se ter contactado o visado para a produção da notícia, como preconiza o Livro de Estilo do PÚBLICO (“qualquer informação desfavorável a uma pessoa ou entidade obriga a que se oiça sempre ‘o outro lado’ em pé de igualdade e com franqueza e lealdade”), respondeu Luciano Alvarez ao provedor: “Ao fim do dia da elaboração da notícia, eu próprio liguei para Presidência do Conselho de Ministros, para tentar uma reacção de Rui Paulo Figueiredo, mas ninguém atendeu. Cometi um erro, pois deveria ter, de facto, ligado para São Bento, pois sabia bem que era aí que Rui Paulo Figueiredo habitualmente trabalhava, já que uma vez lhe tinha telefonado para São Bento para elaboração de outra notícia”.

    Numa matéria desta consequência, em que se tornaria crucial ouvir o principal protagonista, o provedor regista a aparente escassa vontade de encontrar Rui Paulo Figueiredo, telefonando-se ao fim do dia (em que presumivelmente já não estaria a trabalhar) e para o local que o jornalista sabia ser errado. A atitude faz lembrar os métodos seguidos num antigo semanário dirigido por um dos actuais líderes políticos (que por ironia tinha por objectivo destruir politicamente Cavaco Silva, então primeiro-ministro), mas não se coaduna com a seriedade e o rigor de que deve revestir-se uma boa investigação jornalística. Se o jornal já possuía a informação há ano e meio, porquê telefonar à figura central pouco antes do envio da edição para a tipografia? É um facto que Rui Paulo Figueiredo, segundo afirmou ao provedor, estava então de férias, mas isso não desculpa a insignificância do esforço feito para o localizar.

    Também José Manuel Fernandes reconheceu ao provedor “o erro de tentar encontrar Rui Paulo Figueiredo na Presidência do Conselho de Ministros e não directamente na residência oficial do primeiro-ministro”, acrescentando porém: “Tudo o mais seguiu todas as regras, e só lamentamos que os recados deixados a Rui Paulo Figueiredo não se tenham traduzido numa resposta aos nossos jornalistas, que teria sido noticiada de imediato, antes no envio de uma queixa ao Provedor – a resposta não impediria que se queixasse na mesma, mas impediu-nos de noticiar a sua posição e de lhe fazer mais perguntas”.

    O provedor considera porém que nem “tudo o mais seguiu todas as regras”. As notícias do PÚBLICO abalaram os meios políticos nacionais, e o próprio primeiro-ministro as comentou considerando o seu conteúdo “disparates de Verão”. O assunto era pois suficientemente grave para o PÚBLICO, como o jornal que lançou a história, confrontar a sua fonte em Belém com uma alternativa: ou produzia meios de prova mais concretos acerca da suposta vigilância de que a Presidência da República era vítima (que nunca surgiram) ou teria de se concluir que tudo não passava de um golpe de baixa política destinado a pôr São Bento em xeque. Não tendo havido qualquer remodelação entre os assessores do Presidente da República nem um desmentido de Belém, era aliás legítimo deduzir que o próprio Cavaco Silva dava cobertura ao que um dos seus colaboradores dissera ao PÚBLICO. Mais significativo ainda, o PÚBLICO teria indícios de que essa fonte não actuava por iniciativa própria, mas sim a mando do próprio Presidente – e essa era uma hipótese que, pelo menos jornalisticamente, não poderia ser descartada. Afinal de contas, o jornal até podia ter um Watergate debaixo do nariz, mas não no sentido que os seus responsáveis calculavam.

    No prosseguimento da cobertura do caso, o passo seguinte do PÚBLICO deveria, logicamente, consistir em confrontar o próprio Presidente da República com as suas responsabilidades políticas na matéria. Tendo o provedor inquirido das razões dessa inacção, respondeu José Manuel Fernandes: “O PÚBLICO tratou de obter um comentário do próprio Presidente, mas isso só foi possível quando este, no dia 28 [de Agosto], compareceu num evento em Querença previamente agendado, ao qual enviámos o nosso correspondente no Algarve. Refira-se que, quando percebemos que não conseguiríamos falar directamente com o Presidente para a sua residência de férias, verificámos a sua agenda para perceber quando ia aparecer em público, tendo notado que a notícia saíra da Casa Civil exactamente antes de um período relativamente longo em que o Presidente não tinha agenda pública”.

    Em Querença, Cacaco Silva limitou-se porém a invocar “os problemas do país” e a apelar para “não tentarem desviar as atenções desses problemas”, tendo faltado a pergunta essencial: como pode o Presidente fazer declarações altruístas sobre a situação nacional e ao mesmo tempo caucionar (se não mesmo instigar) ataques abaixo da cintura lançados de Belém sobre São Bento? E, como qualquer jornalista político sabe, havia muitas maneiras de confrontar a Presidência da República com a questão e comunicar ao público a resposta (ou falta dela), não apenas andando atrás do inquilino de Belém.
    Do comportamento do PÚBLICO, o provedor conclui que resultou uma atitude objectiva de protecção da Presidência da República, fonte das notícias, quanto aos efeitos políticos que as manchetes de 18 e 19 de Agosto acabaram por vir a ter. E isto, independentemente da acumulação de graves erros jornalísticos praticados em todo este processo (entre eles, além dos já antes referidos, permitir que o guião da investigação do PÚBLICO fosse ditado pela fonte de Belém), leva à questão mais preocupante, que não pode deixar de se colocar: haverá uma agenda política oculta na actuação deste jornal?

    Noutras crónicas, o provedor suscitou já diversas observações sobre procedimentos de que resulta sempre o benefício de determinada área política em detrimento de outra – não importando quais são elas, pois o contrário seria igualmente preocupante. Julga o provedor que não é essa a matriz do PÚBLICO, não corresponde ao seu estatuto editorial e não faz parte do contrato existente com os leitores. É pois sobre isso que a direcção deveria dar sinais claros e inequívocos. Não por palavras (pois a coisa mais fácil é pronunciar eloquentes declarações de isenção), mas sim por actos.”

    Publicada em 20 de Setembro de 2009:

    recomenda-se a leitura dos comentários.

    o que um insuspeito nestas questões escreveu há 3 semanas:

    “Há momentos graves na história de um país – eis um deles. A separação dos poderes exige que a justiça intervenha sem hesitações. E que no dia 27 os eleitores salvem Portugal
    Há momentos na vida de um país que ficam para a história – uns celebram-na, recordando momentos gloriosos e feitos de homens grandes. Outros afundam-na, invocando a vergonha e erros de homens pequenos. O episódio que envolve a Presidência da República e o governo de Portugal afundam uma memória colectiva. Em Agosto, quando surgiu esta história, escreveu-se aqui: Portugal não aguenta outra história que termine sem culpados. E agora? Eis um raciocínio em sete etapas, como os pecados mortais.
    Um: Confirmar-se que Fernando Lima foi enviado por Cavaco para revelar as suas preocupações a um jornalista é passado. Nada sai de Belém sem que o Presidente tome conhecimento. Escolher este método sombrio, também ficou escrito, é que não faz sentido. Um Presidente não fala através de jornais – exerce o seu poder.
    Dois: O que altera este episódio é Cavaco Silva continuar a preferir o silêncio ao exercício desse poder. Os tempos não são neutros – faltam nove dias para as eleições e um homem experiente como Cavaco sabe bem que esta história, assim dita, só prejudica Ferreira Leite.
    Três: José Sócrates tem razões para se queixar e insistir na ideia de que uma enorme maquinação foi montada para impedir a sua reeleição. Suspeitas de um assessor de Cavaco não são factos.
    Quarto: Isto dito, fica o essencial. Em Portugal escutam-se pessoas e instituições. Seja Belém sejam jornalistas, empresários ou procuradores, todos sabem hoje que é simples espiar o que dizem ou escrevem. Um email como o revelado ontem é uma agulha num palheiro – e as agulhas não se descobrem em palheiros. Alguém as apanha porque sabe onde estão.
    Quinto: O i conta hoje que o procurador-geral da República admite finalmente investigar o caso. Tal como o Conselho de Fiscalização da Assembleia da República. Finalmente. Até aqui comportaram-se como protagonistas de uma dessas histórias que afunda a memória de um país, procurando ridicularizar o que não tem lado ridículo. Os pais ensinam aos filhos que não se brinca com coisas sérias.
    Sexto: A justiça, num momento em que a confiança nos políticos se desmorona, funciona como último reduto. Um homem grande, desses que a história celebra, pensou que a política poderia um dia falhar – e concebeu um sistema de governo em que os diferentes poderes se controlam entre si. Isso: Montesquieu. É esse seu esquema de separação de poderes que a Constituição portuguesa consagra. E por isso a justiça agora surge como oásis. Repita-se: Portugal não aguenta outra história que termine sem culpados.
    Sétimo: A confiança que os eleitores depositam naqueles que elegem tem de ser superior a estratégias políticas. Essa confiança será sufragada nestas eleições – e não pode deixar nenhum protagonista incólume. Louçã, por exemplo, continua a apelidar este assunto de tontice! Não é tontice – é assunto de Estado. E é nestes momentos que a sabedoria popular tem de emergir para preservar a sua história de grandeza.”

    por Martim Avillez Figueiredo no i-online

    hoje no dn a propósito duma intervenção militar de limpeza electrónica na PR:

    “O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) garantiu hoje que não foi solicitado à Divisão de Informações Militares (DIMIL) uma operação no palácio de Belém para detecção de eventuais escutas ao Presidente da República.
    “Não foi solicitado à Divisão de Informações Militares qualquer iniciativa nesse sentido, nem poderia ter sido, já que esta não tem nem competência legal nem dispõe de capacidade técnica para o fazer”, refere um comunicado do EMGFA após dois jornais terem aventado essa possibilidade.
    No sábado, o Correio da Manhã revelou que, “desconfiada que estava a ser vigiada por membros do Governo”, a Presidência pediu a “serviços de informação de carácter militar (que não o SIS) para que fosse feita uma limpeza aos gabinetes do Palácio de Belém” na busca de “aparelhos de escutas”, citando uma fonte oficial da Presidência.
    Hoje, o Diário de Notícias refere a DIMIL como um serviço que poderia ter feito a operação, “limpeza” que para o general Garcia Leandro, ouvido pelo diário, constitui uma das prerrogativas do Presidente e se enquadra nas “rotinas de segurança” do comandante supremo das Forças Armadas.
    Idêntica posição expressou ao DN o constitucionalista Bacelar Gouveia, para quem “as limpezas electrónicas de rotina são normais” “

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  58. Desconhecida's avatar
    Jorge permalink
    21 Setembro, 2009 00:33

    O facto é que o provedor do publico põem em causa a divulgação das fontes por jornalistas, diz mesmo que é provedor do Publico e não de outros jornais… ora o DN também tem um provedor.

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  59. Desconhecida's avatar
    Jorge permalink
    21 Setembro, 2009 00:33

    direi antes, um “provedor”.

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  60. e-ko's avatar
  61. rb's avatar
    21 Setembro, 2009 10:17

    O provedor do Público pergunta: “O caso das escutas de Belém suscita a mais preocupante das perguntas: terá este jornal uma agenda política oculta?”
    A Helena Matos, tal como o Rui Barros, assobiam para o lado.

    A justificação do director do DN para a publicação dos emails entre jornalistas do Público é o interesse nacional. Os ditos emails revelam fortes indícios de que houve notícias “encomendadas” pela presidência da república ao Público e que este jornal procurou influenciar os resultados eleitorais ao aceitar tal encomenda e ao publicar uma “notícia” com 16 meses em vésperas da campanha eleitoral, ainda por cima forjando a notícia de forma a parecer que ela surgiu a partir da Madeira, com a novela do assessor que se sentava à mesa sem ser convidado. Isto é grave de mais, a merecer a demissão do PR e do director do Público, e revela onde é que afinal reside a asfixia democrática.
    E também põe em causa a forma como o Público e outros órgãos de informação terão investigado os casos que envolveram o nome do PM, como a licenciatura e o Freeport. Terá sido também sob o lema: “vai-te a eles” …

    Agradeço ao DN, tome nota sr. provedor, a coragem de nos ter aberto os olhos para o que é verdadeiramente o “jornalismo de investigação” e “de referência” neste nosso pobre país.

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  62. rb's avatar
    21 Setembro, 2009 10:35

    Já agora, aqueles que vivem a reclamar contra o facto, não provado, de que assessores do PM escrevem na blogosfera sob anonimato, eu parece-me que os assessores de Cavaco Silva não lhes ficarão muito atrás nas boas práticas.

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  63. e-ko's avatar
    21 Setembro, 2009 16:54

    Isto não é muito limpo nem muito bonito… o Cavaco a sacudir a água do capote:

    http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/10144485.html

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