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O tempo das dívidas.

25 Setembro, 2009
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1. Segundo consta, um número crescente de pessoas recorrem ao crédito e ficam, em consequência, com dívidas.

 A dívida da compra da habitação.

 A dívida da compra do automóvel.

 A dívida da compra do novo modelo de televisão.

 A dívida da ida de férias ao Brasil.

 Uma nova dívida, desta vez para ir ao Algarve.

 Um acidente automóvel. Compra-se um segundo automóvel e pagam-se as prestações dos dois.

 Estamos, em alguma medida, no tempo das dívidas. A vida já não deriva do que se ganha, mas antes da capacidade de endividamento.

 2. Eleições.

 Dívida pública.

 Investimentos com dinheiro que o país não tem, e que ficará a dever.

 Na verdade, porque é que o eleitor, se está ele próprio carregado de dívidas, não irá votar no partido que propõe o modelo que tão bem conhece – e que vai funcionando, enquanto existir alguém para emprestar?

 Carpe diem, e quanto às dívidas, outros tratarão do assunto.

 Lamentável? Talvez. Mas enfim, na verdade ninguém disse que a Democracia era perfeita.

 3. Como nota, vejamos como se pensava algumas décadas atrás, o que nos permitirá ver como as coisas mudaram. Pergunta-se: quem disse, inter alia, o seguinte:

 “Nós não queremos, em Portugal, constituir ou criar uma sociedade de burocratas, uma sociedade de homens que vivem à mesa do Orçamento e à sombra do Estado. Queremos, em Portugal, criar uma sociedade de homens livres que tenham a capacidade de iniciativa própria, capazes de contribuir para a riqueza nacional”

 “as pessoas em certo momento deixaram de pensar que era necessário trabalhar duramente”

 “há efectivamente uma “décalage” entre aquilo que o país produz e aquilo que o país consome”

 “Nós temos de nos habituar a viver com aquilo que temos. Esta é a verdade fundamental. Portugal tem de se habituar a viver com aquilo que tem”

 “O Estado garante o direito ao trabalho … mas não o direito à preguiça, ao abandono, ao desrespeito ou ao abuso”

 Resposta em http://ablasfemia.blogspot.com/2005/04/leituras-vencer-crise.html

 4. Após o tempo das dívidas, poderá seguir-se o tempo dos credores.

 José Pedro Lopes Nunes

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