Já os viram?*
A caminho da Torre do Tombo onde leio cartas enviadas pelos portugueses aos seus governantes – não há nada mais revelador do país pobre e manhoso que somos que esta pedinchince de casas, empregos e cargos – tenho levado os últimos dias a confrontar-me com uns cortejos de jovens que ora gatinham, ora rastejam, oram ajoelham diante dos alunos mais velhos. Falo naturalmente das praxes. Enfim, tanto quanto se sabe é praxado quem quer logo apenas me resta interrogar se tanta aula em que o professor é o melhor amigo dos alunos, tanta família em que os pais fazem de conta que são tão ‘curtidos’ quanto os os filhos, tanto medos dos traumas na educação não estarão a produzir uma geração que enfia penicos na cabeça simplesmente porque uns colegas lhe dizem que o devem fazer. Mas para lá desta dúvida tenho uma outra inquietação e aí sim acho que devemos fazer alguma coisa: como é que as universidades recebem os seus novos alunos? Que cerimónias solenes marcam esse momento? Quem discursa? Infelizmente do pequeno inquérito que fiz parece que para lá das praxes pouco mais existe. Quando as instituições não cumprem o seu papel outros ocupam o seu lugar. É dos livros!
*PÚBLICO

Cara Helena Matos,
Se acaso está a falar de uma cultura de rigor e dedicacao aos estudos nas universidades, e também, porque aquela antecede esta, uma cultura de celebrar os nossos “melhores” cérebros e de fazer destes exemplos para os demais, esqueca. Não vale a pena ter isso nas nossas universidades se os estudantes chegam lá da maneira que chegam.
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No post, a única novidade é que a HM foi à Torre de Tombo.
Parabéns.
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qual é a sua ideia? desculpar os praxamentos e os crimes cometidos em nome da tradição praticados pelos hooligans universitários
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Gostei muito foi do seu artigo publicado hoje no PUBLICO.Saúdo,muito em especial,a coragem.
Talvez não fosse má ideia publicá-lo aqui,Há muita gente que não lê o PÚBLICO.
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Hoje não desanca no PS? Faz publicidade à sua actividade profissional, ao seu jornal, já não é mau.
Digo isto, claro, porque este seu artigo, bem espremido, não deita sumo.
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Cara Helena Matos
Creio que já critiquei umas opiniões suas aqui, se me lembro, na questão dos direitos e grandeza das línguas em Espanha, o Euskera, o Galego, o internacionalismo do Catalão etc (até o Aranês e o Leonês têm a sua expressão e consequentes direitos) – discordando respeitosamente claro, mas com veemência.
Venho agora saudá-la em concordância por este artigo de lucidez nestes assuntos.
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De um modo geral as praxes são manifestação da mais pura grunhice.
É de arrepiar que um acto de iniciação-entrada numa universidade – seja tão reles, tão baixo, tão nada digno.
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http://o-povo.blogspot.com/2009/10/o-gajo.html
Muito bem a Helena Matos.
Tem piada que alguém comente a sua coragem. Significativo.
Teoricamente, este artigo deveria ser encarado com normalidade.
Mas claro, não faltará quem culpe Paulo Rangel pela asfixia.
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#4 -“Talvez não fosse má ideia publicá-lo aqui,Há muita gente que não lê o PÚBLICO.”
há muita gente que deixou de ler o público por isso mesmo. talvez seja arriscado repetir a dose aqui na tasca.
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2, Piscoiso:
Você acha que não há limites para a imbecilidade? Pelo seu caso, até parece.
Mas, um dia destes, vai ter de parar e pensar um bocadinho – coisa que, pelos vistos, não faz há muito tempo.
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9, Anónimo:
Idem.
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Em tempos (nomeadamente nos “anos 60 e 70” do séc. passado), algumas faculdades tinham as chamadas “Semanas de Recepção aos Novos Alunos”, organizadas pelas Associações de Estudantes que expressamente repudiavam a existência de praxes.
Naturalmente, isso acabava por estar relacionado com a luta contra a ditadura, em que as AAEE tinham um papel importante.
Nessas “semanas” (e nas seguintes, evidentemente…), os alunos mais velhos (e mais politizados) procuravam meter IDEIAS nas cabeça dos caloiros – em vez de PENICOS.
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Não existem nas universidades a recepção ao caloiro cheios de discursos?
Porqeu raio quem não sabe faz de conta que sabe tudo!
O mal deste país é que todos sabem tudo de tudo e opinam nos jornais como se fossem reis da sabedoria
Ainda por cima praxes com penicos na cabeça existem desde a austria, aos states passando pela frança. Há uns anormais que aproveitam a coisa para dizer que o nosso país e os nossos jovens é que são uns parvos. Olhem para o espelho! Sois vós os parvos que comentam isto.
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Suspeito que a Helna de Matos é assim como é porque não teve praxe. Dá-lhe sempre para odiar tudo à volta.
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óh psicó logo clínico! traduz o impropério ou estavas a vociferar baixinho.
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…país pobre e manhoso…’
porque é que esta feiosa ainda não emigrou??
sempre despoluía a paisagem e dava lugar a outro no jornal de referência do director bufo
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As Universidades não recebem os alunos com qualquer tipo de cerimónia, discurso ou actividade.
A solenidade já não existe nem dentro de portas.
Alunos são nºs para justificar orçamentos.
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Isso das praxes há por todo o mundo, nas mais diversas intituições.
Cerimónias iniciáticas.
Ponto.
O que me espanta nos posts de HM, é toda a corte que logo a seguir lhe tece comentários elogiosos (inexistente nos outros blasfemos; será por ser mulher?), insultando (#10-11.) quem faça contraditório.
É o liberalismo da treta.
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Não estarás com inveja piskinho? Também queres um elogiosito? Hum?
A propósito, já te apetece responder-me à pergunta que te fiz ontem?
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Mrs. Helena Matos,
Excelente artigo de opinião o seu, hoje editado pelo Público, sobre MSoares/PS/clãs vs Cavaco Silva e vs ‘estranhos’ à famiglia “socialista”…
(Óptima e verdadeira ! peça para a montagem/entendimento do puzzle, sobretudo pelos mais jovens).
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Camarada Piscoiso ,
Vossa Mercê ainda perde tempo com liberais ( psicólogos , psiquiatras e outros tais ), então não sabe que para eles todos sofrem de amnésia lacunar ! Eles só aceitam o contraditório quando o mesmo é executado pela guerrilha ( é remédio santo ) .
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Exma. HM,
” não estarão a produzir uma geração que enfia penicos na cabeça simplesmente porque uns colegas lhe dizem que o devem fazer.”
Concordo, opinião pessoal obviamente, com as praxes num contexto de inserção académica, não pejorativa, do “caloiro” que chega à universidade, último grau estudantil pré vida laboral.(ponto)
Após este esclarecimento solicito que faça a analogia desta sua frase com a vivência nas Jotas partidárias ou não acha igualmente interessante ???
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Cara Helena Matos,
Agradecia que se informasse sobre praxes antes de falar delas…. Sabe o mais importante da praxe é que ela depende de quem a faz. Existe boa praxe e má praxe tal como existem bons e maus jornalistas.
O problema é que os jornalistas apenas aproveitam a má praxe para enviesar a opinião publica. Estamos portanto na presença de mau jornalismo.
Saudações cordiais.
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olhó besunta do mjrb! acordaste agora ressaca eleitoral e guronzaste com as aventuras de helena a caminho do tombo, como diria shakespear all’s well that ends well, o que não foi bem o caso.
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Não sei se uma Faculdade é o espelho das desordens de uma Nação, mas é certamente uma nação à parte, em que por uns anos as leis do exterior funcionam só tènuemente.
Na Clássica o Reitor é o Magnífico Reitor. Custa às outras Faculdades engolir isso, porque são prolixamente vindas do nada, e servem a futura plebe intelectual, indispensável para prosseguir com a nulidade institucional que tão bem perpetua as oligarquias da mediocridade.
As praxes não são carnavais iniciáticos, nem reflexos seródios de actividades medievais. Encharcar a cara com excremento, coisa que se faz nos comandos, onde se formam os homens de “rija têmpera” no fundo é o quê? Reproduz o processo de ensino, a opinião que se tem sobre a transmissão do conhecimento?
Este é bastante fecalóide: atente-se na posição do receptor mopderno de conhecimentos: sentado. Sempre sentado. Sentado na sanita do saber. Sentado no escritório, sentado diante do computador. Qualquer dia enterram-nos sentados. Sempre ocupa outro espaço.
Eu, em vez da tepidaziçação de tudo e todos, de práticas toleráveis e tolerantes – oh, a água chilra da tolerãncia, esse monstro de molezas igualitárias! – advogaria o ressucitar do duelo. O caloiro teria que bater-se em duelo para demonstrar que tem dignidade para resistir à pressão osmótica e lobotomizadora das nossas Escolas Superiores, onde distintos corcundas do Pensamento, ejaculam o pensamento democrático trivializante da era.
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Correctíssimo Helena! Correctíssimo!
Faz parte da dessacralização do mundo com o repúdio do ritual, abandono, vazio.
As Instituições integradoras perderam a auto-consciencia, emergiram em dúvida existencial e decairam.
O sagrado e o profano confundem-se e resta apenas o sentido lúdico e estético de agir e o sentido utilitário de pensar.
O exemplo da Helena é uma pequena amostra, menor mas simbólica ou amplificada, desta amálgama decadente em que nos enredámos.
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Talvez ainda mais interessante, muitos parecem aceitar porque estão mortinhos por fazer a mesma coisa a quem a seguir vier.
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Muito bem, sim senhora! Grande chapada!
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“geração que enfia penicos na cabeça simplesmente porque uns colegas lhe dizem que o devem fazer”
Talvez que “enfiar penicos” seja mais simples, curtido e fácil do que essa treta de estudar. Para mais, com tudo testado, já feito e pronto a usar nas máquinas do Magalhães.
Depois, decorre da política que hoje em dia se vê, com a seita dos mais espertos a levar a chusma de jornalistas e comentadores arregimentados, serviçais, atrás de si.
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«Porque não convidar [o] Dr.Dias Loureiro a apresentar o próximo livro» “O Menino de Oiro II”?
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Clap! Clap! Clap!
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e depois de serem andarem a rastejar armam-se em heróis de cinema:
http://criticademusica.blogspot.com/
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ou seja, depois de andarem a rastejar armam-se em heróis de cinema:
http://criticademusica.blogspot.com/
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Por que será que, salvo raras excepções, os comentadores deste blogue são uma corja de idiotas imbecis?
Influências do “extinto” CAA?
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#34
Há que concordar que há muito comentador acéfalo por aì à solta, e aqui não é excepção…mas deixe que lhe diga que para um Psicólogo Clinico fazer o comentário que fez…Também lhe saíu o canudo na Farinha Maizena ???
Psicólogo…vc ainda dá mais má fama a uma classe que me causa sempre alguma desconfiança!
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Depois de serem praxados selvaticamente armam-se em heróis da salvaguarda do silêncio absoluto nas salas de cinema de culto…
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Ei-los a sair da toca.
O primeiro foi o Visto de Fora.
Venham os colegas dele!
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Declaração de interesse
Tenho muita admiração por Helena Matos, acho que é das pessoas que melhor escreve e concordo quase sempre com tudo o que escreve.
Gostava muito de a ver como Ministra Da Educação.
As praxes as boas e as más são apenas a manifestação de soberba e poder de uns sobre outros.
Hoje fui humilhado amanhã vai ser a minha vez.
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“Isto” é mesmo assim, e enquanto se ligar ao que o pessoal da “comunicação” acha, vai continuar a afundar. Com o pessoal do palhaço sokas, então… Portanto, o melhor é deixar afundar.
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Grande parte dos praxados e humilhados aceitam-no só porque no ano seguinte já poderão praxar – e humilhar.
É assim, como noutras coisas, em Portugal.
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Quando me quiseram “praxar”, os dois palhaços que se aproximaram de mim levaram logo dois socos no focinho.
Que vão praxar as putas que os pariram!
Aliás quando andava na “academia” o meu desporto favorito era provocar e socar os veteranos.
Hoje passam por mim e desviam-se do passeio.
Remédio santo.
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o macaco sapiens é mau
gosta de ser mau
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resposta a: anti-chulos
1: isto é um site bastante vizitado, por isso tem cuidado com as palavras que utilizas. queres falar mal, vai falar em frente aos teus pais, assim eles conseguem perceber que falharam na forma como te educaram.
2: tu estas a mentir. quem anda e andou numa universidade sabe perfeitamente que a praxe tem muita força. se tu tocasses num veterano da forma que dizes certamente terias passado uns dias num hospital:
3: praxe é integraçao, uniao e uma forma que passar caloiros os valores murais da academia.
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Para um imbecil que andou numa universidade, essa de
“valores murais da academia” é muito gira.
Valores murais? Granito? Calcário, Basalto, Xisto?
Tinha graça se um desses valores murais da academia desabasse em cima da tua tola…
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#34, “Influências do “extinto” CAA?”
Dizem-me que o CAA não é ex-tinto, é agora ex-branco e neo-tinto, desde que se mudou para Lisboa e apoia o partido do mulato Costa.
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resposta ao 44: ai disse, pois disse
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resposta ao 44: ai disse, pois disse
se olhares para o teclado deves reparar que o u esta perto do o. quem consegue, devido a muita pratica, escrever sem olhar para o teclado está sujeito a que estes “erros” lhe batam a porta.
em segundo lugar queria dizer que nao tratei mal ninguem, por isso, e em forma de resposta: imbecil és tu e talvez quem nao consegui te dar educaçao e ensinar certos valores mOrais.
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Estou perfeitamente de acordo com a Helena, quando questiona a forma como as Universidades recebem, tratam os alunos.
As novidades da Europa entraram por este país a dentro e chegaram às Universidades.
Mudaram os metodos, as avaliações, os cursos…
– Antes eram de cinco anos, agora são de quatro…
– Antes eram licenciados, agora são mestres ….
– Antes eram mestres, agora doutores …
– Antes eram crecidos agora são meninos…
– Antes eram professores agora são controladores – marcam faltas aos meninos …
– Antes eram frequências, agora são as avaliações continuas …
– Antes eram semestres agora tem oito semanas …
– Antes eram anuais agora só podem ser semestrais …
Tenho saudades dsa velhas pautas, das velhas orais, dos calendários dos exames, da velha Universidade. Agora está tudo na net, é tudo na base de créditos, das plataformas …
Agora a liguagem é nova, os professores tem que saber fazer seviços administrativos como se fossem funcionários de uma qualquer repartição pública, tem de dominar as tecnologias especialmente as novas, se calhar sem receberem formação para tal. A par destas novidades, se calhar as Universidades abandonam as bibliotecas, os centros de informação, fazendo com que os alunos tenham de recorrer ao fast+copy para obter material de poio para estudo.
As universidades deviam receber, apoiar dar o máxmos pelos alunos, é para isso que elas existem, é disso que elas vivem.
Há quem diga que estamos mais modernos, já fomos a Bolonha, será?
Se calhar as praxes, ainda vão sendo o melhor e único meio de receber o aluno.
VIVA PORTUGAL
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Aaaaa,
e já agora o ‘s’ também está perto do ‘z’ em:
“: isto é um site bastante vizitado, por isso…”
Pois, é o que dá ligar mais às praxes e aos valores ‘murais’… comentários para quê…
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Numa das faculdades mais cotadas do país, abundam praxes vergonhosas e degradantes, com a complacência de quem a dirige (os auditórios da faculdade onde decorrem as aulas teóricas são cedidos todas as semanas para actividades praxísticas, bem como a sala de convívio dos alunos). Humilhações, agressões verbais, ameaças de agressões físicas, violência psicológica, bullying e culto do álcool fazem parte do quotidiano dos caloiros até à altura da Queima das Fitas. Assim se perpetua a nossa boçalidade e o nosso provincianismo.
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Caros comentadores –
Não creio que do Post se possa retirar o que quer que seja contra as praxes – está-se nas tintas para as praxes – O problema é que as praxes são tudo! Não há mais nada para além das praxes! A praxe atingiu papel institucional por esvaziamento das formas institucionais de receber, educar, integrar…
Quanto às praxes, em si, para os que podem, gozem muito e aproveitem.
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Viva o Integralismo Lusitano!!…
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