Saltar para o conteúdo

Menos escolhas, mais liberdade

17 Outubro, 2009

No post sobre a monarquia, linkado abaixo, Tiago Moreira Ramalho escreve o seguinte:

o povo inglês até pode ter os mais democráticos sistemas eleitoral e participativo; isto pode ser tudo verdade, mas não deixa de lhes faltar uma última liberdade: a de escolherem o seu líder máximo, a de escolherem quem os representa lá fora, a de dizer, defender e propor um líder alternativo. É este o problema.

Este argumento é curioso porque não faltam elementos não democráticos nas democracias liberais. Por regra, numa democracia liberal também não se pode escolher um presidente por mais de 2 mandatos, não se pode escolher leis discriminatórias e racistas, não se pode referendar a constituição etc. Os regimes seriam melhores se se pudesse escolher tudo? Não. Seriam piores. As democracias liberais são regimes em que a liberdade dos governados é maior porque determinadas escolhas políticas lhes estão vedadas. Tiago Moreira Ramalho comete o erro de pensar que tudo o que é democrático é bom, logo tudo deve ser democrático. Não é bem assim.

30 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    17 Outubro, 2009 10:39

    o Rei é escolhido por Deus o que é que querem mais estes pobres paisanos plebeus. A monarquia é que é. Viva el rei.

    que coisa mais ridicula, mas enfim, cada qual é como é

    Gostar

  2. anónimo permalink
    17 Outubro, 2009 10:49

    oh miranda! e quem era o rei? não entendem para escolher um prevedor ou um líder parlamentar e iam agora estar de acordo num país com 10 me(l)gas de pretendentes à broa.

    Gostar

  3. 17 Outubro, 2009 10:53

    Pol Pot também pensava assim…

    Gostar

  4. anónimo permalink
    17 Outubro, 2009 11:13

    a cunha e a herança são os grandes ideais portugueses.

    Gostar

  5. 17 Outubro, 2009 11:23

    É óbvio que nem tudo que é democrático é bom.
    Cargos técnicos são ocupados por nomeação curricular e não por eleições.
    Já os cargos políticos, que representam a comunidade, em democracia são eleitos.
    Depois há as zonas intermédias em que os eleitos democraticamente nomeiam toda a família para os cargos mais influentes, criando uma espécie de monarquia nalguns municípios, num trono vitalício, que só não é hereditário porque os filhos normalmente se estão nas tintas.

    Gostar

  6. 17 Outubro, 2009 11:28

    João,

    A resposta ao seu texto e ao do Rui Albuquerque vai aparecer no blogue do Expresso daqui a uns 15 minutos.

    Abraço,

    TMR

    Gostar

  7. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 11:40

    Para além de não se poderem escolher leis discriminatórias e racistas não se pode escolher quem nos “escolhe”, porque a nacionalidade é aquela onde o “mundo” se sente bem.Principalmente quando é por conta dos que não os podem escolher…

    Gostar

  8. 17 Outubro, 2009 11:41

    Afinal JoaoMiranda é filho de D. João VI, sobrinho de D. Sebastião. Dos nossos reis com perturbações psiquicas e taras, dos nossos reis sifilíticos mas que por serem reis permaneciam nos cargos por vontade de deus. Ámen.

    Gostar

  9. João Neto permalink
    17 Outubro, 2009 11:42

    Muto bem!

    Gostar

  10. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 11:49

    A assembleia nacional de esquerda sob a batuta do ex-MAI Antóniop Costa que “ouviu” as associações que financiava aprovou o maior banquete ao mundo por conta dos poucos contribuintes que de facto pagam.Sem limites.Basta escolherem-nos e pronto, nós pagamos e cuidamos.Quantos já são?1000000?Entre “nacionalizados, legais e muito ilegais qu por aí andam a enriquecer-nos?
    A um mulato a assembleia dizer NÃO?Seria racismo gritante.Então os indígenas foram escravizados em especial os pobres e trabalhadores.Que os “esquerdistas” esses têm os seus reservatórios de votantes garantidos como se vê pelo constante aumento da sua influência eleitoral…É a invasão silenciosa e pacífica que africaniza o indígena e escraviza o contribuinte por conta de outrem…
    É uma riqueza a insegurança,o aumento da droga e prostituição pois é isso o que a democracia esquerdista alcançou.Porque a cobardia impera nas direitas mais interessadas em terem “certificado” de “democrata” passado pelos que não têm força para serem ditadores…

    Gostar

  11. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 11:50

    Basta ir ver quem assegurou a vitória eleitoral em Lisboa do António Costa…a africanidade agradecida…

    Gostar

  12. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 12:02

    Portanto isto não tem mesmo solução sem a queda do regime.A mais impostos segue-se mais importação de pobres, todos os anos aumentados à carga.Sem critério.Sem discriminação.Sem utilidade.Sem justificação.Às escondidas.Sem números.Só por caridade.E magnanimidade.A reconstruir o império cá dentro e sem exploração do preto pois que quem paga é só o branco…
    E com números crescentes garantidos.Basta ir visitar as escolas onde dezenas e dezenas de milhar de ilegais andam a fazer os 6 aninhos ao fim dos quais são “portugueses” cheios de direitos e carregados de “desigualdades”.
    Por mim a coesão nacional foi-se.A propaganda censória pode clamar pela “pobreza” que não me comove.Que mostrem a sua maior “obra”, a cintura “negra” que rodeia e está nas grandes cidades e que nos expliquem o que é que a rapaziada faz e do que vive…
    A maior traição feita em Portugal ao povo que um dia era o mais coeso da Europa…

    Gostar

  13. 17 Outubro, 2009 12:11

    João, não há grande volta a dar. Um sistema político em que os ciodadãos não são iguais perante a lei, havendo cidadãos de primeira e de segunda é tudo menos compatível com o argumento de que é mais liberal.

    Gostar

  14. Hawk permalink
    17 Outubro, 2009 12:14

    É óbvio que uma democracia absoluta se destruiria a si própria. Na prática, há que criar um sistema de pesos e contra-pesos que garanta algum equilíbrio; infelizmente a natureza humana tem uma componente de irracionalidade muito forte. E mesmo a racionalidade não resolve tudo.
    Agora, esta dicotomia monarquia/ república esconde a verdadeira questão, que é a do Poder. Marx – cujo desprezo pelas monarquias apenas era igualado pelo desprezo que votava à república tem páginas (hoje esquecidas, ou mesmo nunca lidas) tem onde analisa a questão com bastante perspicácia. E Lenine de algum modo, também.
    Declaração de interesses: não sou marxista, mas reconheço o interesse do marxismo.

    Gostar

  15. stop permalink
    17 Outubro, 2009 12:21

    wow por esta é que eu não esperava.. a palavra dita escraviza-nos, cuidado.

    Gostar

  16. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 12:25

    O que tem que ser feito com urgência é uma CÂMARA CORPORATIVA por onde terão que passar todas as leis antes de chegarem à AR.Onde políticos e especialistas, patrões e sindicatos as avaliarão em profundidade.
    Ou será que o Salazar era burro?

    Gostar

  17. Hawk permalink
    17 Outubro, 2009 12:29

    Esta questão república/ monarquia é um excelente revelador dos estados de alma lusitanos. Todos aproveitam para exteriorizar as suas enfáticas profissões de fé (monárquicas ou republicanas, tanto faz) e abjurarem publicamente o conceito oposto. Mas a verdade é que por muito que batam com a mão no peito, a grande maioria dos políticos portugueses padece de uma visão “monárquica” (ou “monocrática”, como diria o falecido Prof. da Univ. de Coimbra, Cabral de Moncada) do poder. O caso mais exemplar foi o do Mário Soares que incarnou perfeitamente a figura de um rei constitucional. Cavaco não lhe fica atrás. E numa leitura atenta do discurso político de Sócrates detectamos imediatamente uma concepção “monocrática” do Poder. E então do Portas é bom nem falar… Conclusão: há muitos monárquicos que não sabem que o são. Viva a “Res publica”!

    Gostar

  18. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 12:30

    Escravizar sim senhor.Trabalhar sem contrapartidas.Pagar tributo de ocupação.

    Gostar

  19. Falcão peregrino permalink
    17 Outubro, 2009 12:38

    Sou republicano.Mas acho que a presidência da república deveria ser reservada a um militar treinado ao longo da vida na “defesa” dos interesses nacionais,ou outro membro de corporação que tivesse no seu regulamento o mais rigoroso apartidarismo.Que por acaso não vejo…

    Gostar

  20. JoaoMiranda permalink*
    17 Outubro, 2009 13:32

    ««João, não há grande volta a dar. Um sistema político em que os ciodadãos não são iguais perante a lei, havendo cidadãos de primeira e de segunda é tudo menos compatível com o argumento de que é mais liberal.»»

    LA-C,

    Liberalismo visa a maximização da liberdade individual. Não a igualdade.

    Aliás, eu não me importo que o Rei seja um cidadão de segunda (sem direito a voto, politicamente limitado, obrigado a manter-se no mesmo emprego para a vida), desde que ele não se importo.

    Gostar

  21. 17 Outubro, 2009 13:41

    pois, pois, isto de dizer que o rei (e família) são os cidadãos de segunda, e os súbtitos são so de primeira, é uma belíssima forma de desconversar. Mas registo que tu, como liberal não és contra que haja ciodadãos que, aos olhos da lei, sejam de segunda categoria.

    Gostar

  22. Calpúrnia permalink
    17 Outubro, 2009 14:05

    Pois, se calhar é melhor ter alguém cuja autoridade política é apenas e só legitimada pela tradição do «tempo eterno». De facto sempre é um pouco mais do que a autoridade digital de João Miranda para proferir estes dislates.

    Gostar

  23. jorge paulo permalink
    17 Outubro, 2009 14:28

    O Tiago Moreira Ramalho escreve uma série de asneiras acerca das Monarquias. Esqueceu-se entre outras coisas que as Monarquias europeias são constitucionais, e algumas até referendadas como é o caso de Espanha. Imagine-se o que seria a Espanha se fosse uma Républica; provavelmente a Espanha como País não existia, e no seu lugar existiam 5 ou 6 países. 5 ou 6 Portugais. Vão lá perguntar aos espanhóis se querem disso. É um facto indesmentivel que os países mais evoluidos da Europa, são monarquias, e não adianta dizer que já eram ricos há muito tempo, porque por exemplo os Paises Baixos do principio do seculo XX eram mais pobres que Portugal na mesma época. Não se desenvolveram apenas poque são Monarquias, mas a estabilidade politica a esse nivel ajudou e muito. De resto em Portugal, metade dos portugueses nunca estão satisfeitos com o PR que têem, consoante são de esquerda ou de direita, uns e outros. Sem ser essa imensa manifestação de liberdade que é eleger um Presidente, o que é que a Républica trouxe de bom a este pobre País? Péssimos governos entre 1910 e 1926, depois uma ditadura de 48 anos, e de 1974 para cá é o que se vê.

    Gostar

  24. lucklucky permalink
    17 Outubro, 2009 17:21

    Parem de chamar ao que temos Democracias Liberais. Não existe Democracia Liberal em nenhum pais do mundo. Todas são Democracias Sociais até ao dia em que existir na Constituição limites aos Impostos e Dívida.

    Gostar

  25. 17 Outubro, 2009 22:28

    A grande questão é saber o que é se pode escolher e o que é que não se pode.

    Gostar

  26. 17 Outubro, 2009 22:57

    Sonhador…
    Igualdade F. L.

    Caiu o fiel da balança
    Morreu o rei de França
    O povo no poder
    A nobreza a desaparecer
    O clero a tremer
    Os direitos a aparecer
    Seres humanos finalmente?

    Não, a guilhotina, surge de repente
    Vitimas, inocentes, tombam infelizmente
    Mais uma vez a revolução não foi diferente
    Morre muito boa gente.

    Luzes de conhecimento iluminam
    Grandiosas e iluminadas, mentes
    Tanto sacrifício foi em vão?
    Não, não e não diz a multidão
    Que vive nesta espécie de democracia
    Que é aldeia global no mundo da hipocrisia

    Quem têm fome e barriga vazia
    Nega com facilidade a democracia
    Quem tudo tem, dedica-se à orgia
    Do consumo, da loucura, do diferente
    Da aberração que faz sofrer muita gente

    Ninguém quer ser igual, todos querem mais
    Todos querem ser desiguais
    Pois querem mais?
    Mais poder, mais reconhecimento,
    Mais coisas, muitas coisas!
    O povo já não quer mais ser povo
    Quer algo que não é novo
    Todos querem ser reis
    O que lhes falta é povo!
    realista

    Coitadinhos dos vencidos

    Será que vale a pena?
    Ser grande com uma alma tão pequena!
    Terrorista na palavra, ousado no pensamento
    Anseia pela igualdade entre os seres humanos
    A cada momento

    Ditadura, monarquia, democracia e anarquia
    Combinam com demagogia
    Todas possuem, mais valia,

    Monarquia evita lutas de poder
    Democracia cria jogos de poder
    Ditadura é a força no poder
    Anarquia é o salve-se quem puder

    Em qualquer sistema o importante
    É estar na mó de cima
    Pertencer a classe dominante
    Andar na rua com um ar fascinante

    Viver de um modo mirabolante
    Gozar tudo que o sistema que é poder
    Tiver para oferecer.
    Sem esquecer
    Estar sempre do lado triunfante

    O importante é não existir igualdade
    Porque então, não vale a pena ser poder
    Com recompensa tão pequena
    Tanta chatice não vale a pena !!!

    Gostar

  27. 18 Outubro, 2009 01:03

    Por favor, alguém me responda ao desafio que lancei noutra caixa de comentários:

    “Na República Portuguesa, o Presidente é escolhido nuns jantares no Hotel Altis e outros, secretamente, por diversos acordos de interesses de grupos semi-mafiosos. O resto é feito pelas empresas encarregues de tal: o tratamento da imagem, das palavras que deve dizer, no martelar insinuoso das 8horas da noite, nos debates com os especialistas do costume, e no dia do voto tudo estará seguro: o “candidato” é eleito, desfeita que está toda e qualquer resistência moral e mental que os eleitores sejam (ainda) capazes de apresentar.

    Claro que, na impossível hipótese de haver um referendo ao Regime, tudo isto funcionará (como aconteceu no Brasil) para que a República continue de vento em popa.
    E nesse aspecto, Dom Duarte bem tem ajudado: rodeado pela tralha humana e social que o acompanha, a República nem precisará de fazer campanha.”

    Desde já muito obrigado.

    Gostar

Trackbacks

  1. Direito Natural, Vontade Popular e Poder* « Inconformismo Solipsista
  2. Nem tudo o que é democrático é bom « O Insurgente
  3. Liberdade e liberalismo: brevíssimo apontamento « O Insurgente

Deixe uma resposta para JoaoMiranda Cancelar resposta