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Da importância do escândalo*

23 Outubro, 2009

José Saramago é um razoável escritor e um excelente divulgador da sua obra. Num tempo não muito distante, em que ele ainda não era Nobel e em que os demais escritores (ou melhor dizendo autores de livros pois ser escritor é uma coisa situada uns patamares acima)  desdenhavam enfastiados das filas que o povinho fazia à espera de um autógrafo, já José Saramago passava horas em sessões de lançamento a perguntar às  senhoras que apareciam com os seus livros debaixo do braço a quem queriam que os dedicasse. E  uma vez ouvido o nome ele lá escrevia as frases que lhe ditavam. Mais, Saramago era assim antes do Nobel e continuou a ser assim depois do Nobel. Na Festa do Avante!, numa biblioteca remota ou num pavilhão polivalente, Saramago sempre teve claro que os livros para serem lidos têm de ser vendidos e que o escritor é o principal  vendedor da sua obra. Não sei que queixas têm os editores de Saramago mas certamente que entre essas queixas não se conta o ele não se esforçar por promover os seus livros.
Nos últimos anos, desfeito o efeito que o Nobel teve como exponenciador das vendas dos seus livros e sem que das suas mãos saísse algo que cativasse tantos leitores quanto o “Memorial do Convento”, Saramago e o seu universo mais ou menos realista encontrou-se em concorrência com uns livros pejados de vampiros, códigos e irmandades que provavelmente para seu e certamente para meu espanto atingem vendas vertiginosas. Não sei se foi nesse momento que lhe ocorreu a ideia do escândalo mas a verdade é que na falta de um Sousa Lara  que lhe possa dar motivos para se dizer discriminado, Saramago nos promete um escândalo por cada livro que faz sair.  Como no mundo da cultura fica tudo calado à espera que outros digam a Saramago o que eles não ousam para não ficarem mal na fotografia e no da política ninguém está para ser apelidado de Sousa Lara, Saramago tem cada vez mais dificuldades em arranjar um escândalo. Ninguém quer um escândalo com Saramago e ele a precisar – ou a achar que precisa – de um escândalo. É aqui que entra a Igreja Católica ou ICAR como numa espécie de sinal distintivo alguns fazem questão de escrever. Arranjar uma polémica com a Igreja Católica é um investimento com risco zero e grande retorno mediático. Mais ou menos o inverso do que sucede quando, mesmo na dita livre Europa,  se arranja uma polémica com religiões que cujos fiéis têm outro entendimento da tolerância. Veja-se o inferno terreno em que se transformaram as vidas de Salman Rushdie ou do director do jornal dinamarquês Jyllands-Posten após a publicação dumas caricaturas de Maomé e percebe-se que há polémicas e polémicas. Não admira portanto que José Saramago quando interrogado sobre se num próximo livro iria falar do Corão, tenha respondido: “Não tenho a intenção de abordar o Corão, tenho mais que fazer, estou a escrever outro livro que não será tão polémico como este”.
Política e ideologicamente não se esperava outra coisa de Saramago. Literariamente faz muito bem, pois se deixar de perseguir os escândalos talvez se fixe na Literatura. E como já estou farta de tanto livro de cabalas e dragões, um bom romance de Saramago vinha mesmo a calhar.
*PÚBLICO

236 comentários leave one →
  1. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 13:52

    Não seja tola e não assobie para o lado, porque a HM sabe perfeitamente que o sacana desta vez não foi à ICAR que fez a provocação- foi aos seus santinhos e idolatrados judeus.

    E isso tem piada. Porque v.s idolatram todos os wilders e chamam à trampa de FITNAA liberdade de expressão e caracterização realista de uma religião e de um povo.

    Pois agora este propagandista rival fez o mesmo e de forma mil vezes mais inteligente.

    Pegou na descendência de Caim e nas barbaridades dos seus genocídios e atirou com ela, dizendo que Deus nem existe.

    E que, não existindo, não há-de ser a ICAR a enxofrar-se com a provocação mas os judeus- pois a barbárie- segundo o tipo- é apenas a História deles.

    E isto é óbvio que tem piada, apesar da labreguice do pensamento e da desconsideração a toda a Bíblia.

    Tem piada porque ele fez o inverso de todos os ateus militantes que v.s idolatram- atirou com a culpa para cima da descendência e genealogia dos culpados humanos e não de Deus.

    E, é claro, que se fosse para cima do Corão era ótpimo, porque esses são os mundialmente conhecidos por terroristas islâmicos.

    Como foi para cima dos protegidos por todas as leis de anti-semitismo, v.s bem rabiam.

    A mim dá-me é gozo estes 2 pesos e 2 medidas. Mais nada. A ele deve dar gozo o 2 em 1.

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  2. Paulo Nunes permalink
    23 Outubro, 2009 13:53

    Pessoas como Saramago, sempre grandes defensores do comunismo e críticos do capitalismo, depressa se rendem aos benefícios óbvios que o capitalismo, e a falta de escrúpulos do mesmo, lhe trazem.
    É o exemplo perfeito da hipocrisia de muitos comunistas que para aí andam.
    É caso para dizer façam o que eu digo…

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  3. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 13:55

    Foi 2 em 1 e de forma hipócrita porque o sacana não pegou na Tora e foi na tora que se inspirou e não na Bíblia.

    Porque a Bíblia são perto de 4 mil anos de História até ao nascimento de Cristo e apenas o Novo Testamento é a base a partir da qual se fundou a Igreja de Pedro.

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  4. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 13:57

    Pois, é isso tudo, mas também foi, neste caso, um par de bandarilhas contra a bovinidade dos unanimismos em torno de “Povos Eleitos”.

    Ora os cristãos nunca se disseram povos eleitos e sempre defenderam a universalidade do ser humano. São todos descendentes de Adão e Eva- não para um cristão gente menos que humana por não pertencer às tribos de Israel.

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  5. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 14:01

    Claro que, no geral sou capaz de dar porrada a triplicar no sacana.

    Mas não a dou escudada nessa v. duplicidade de critérios político-religiosos.

    Porque v.s idolatram trampas de FITNAS e andam com aquele labrego do Wilders nas palminhas.

    E este é Nobel, é sacana, mas é inteligente. E com um sentido de humor do melhor.

    O gajo entalou meio mundo. Porque, se lhe pegam pela afronta religiosa- ela tem de ser católica- pois é a Bíblia que ele insulta.

    Mas aí, ele assobia para o ar e garante que não têm motivo para isso porque a Bíblia para os católicos é um livro de inspiração divina e ele não acredita em inspirações dessas.

    E é aí que a porca torce o rabo e ficam todos às aranhas porque então quem é que deve enfiar a carapuça?

    Isto é o oposto das antigas provocações deles onde quem era insultado era Deus e não os homens.

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  6. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 14:05

    o caim tem autor com quem podem discutir o argumento, o resto é uma colectânea apócrifa de lendas, crenças e mitos cujos textos são apresentados como dogmas de um grupo de fanáticos que quer mandar na opinião dos outros.

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  7. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 14:07

    E a HM que é uma fanática pela Mossad tem sempre de vir com o maniquísmo do se não é a religião dos judeus tem de ser a dos rivais políticos da faixa de Gaza.

    E porque não a macumba ou outra qualquer?

    Que raio de mundinho mais pequenino e maniqueu é o seu que apenas entende tudo em torno desse par: judeus e muçulmanos?

    Que merda é essa. Acaso tem dúvidas que não há o menor paralelo entre o poder do lobby judeu e o poder do lobby muçulmano?

    Eu não tenho- bastam as leis da ONU e da UE e toda a proibição em tocar- nem que seja em tom de brincadeira- nos pencudos.

    Já fazer colar a barbárie do terrorismo da Alcaeda a uma religião- a muçulmana e a imbecilidade de nela englobar apenas os “terroristas de turbante” é lei entre v.s e chamam a isto “liberdade de expressão”.

    É mas é liberdade de propaganda e há-a bem paga por Israel. E até nos nossos jornaos porque a Esther não trabalha a água.

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  8. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 14:11

    Englobar os terroristas de turbante com a imbecilidade de estes terroristas de turbante poderem ser uma ficção de marroquinos berberes ou pretos de carapinha.

    A v. estupidez é essa- apenas fazem agit prop política em torna de uma deturpação de aproveitamentos ideológicos de uma religião- o Coráo- com várias seitas.

    Também a judiaria tem os ortodoxos que são anti-sionistas e capazes de dizerem isto que eu acabo de escrever.

    Mas esses v.s escondem debaixo do tapete. Porque esses até podem ser escritores que vão para a cadeia ou são ostracizados como o foi o Finkelstein.

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  9. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 14:13

    Quanto aos imbecis que chamam crenças de fanáticos passo. Esses sim, partilham da ignorância do Saramago. E essa sim é que deve ser desmontada.

    O resto é puro ressabiamento político-ideologico por eles vos ter ido aos tampinhas.

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  10. 23 Outubro, 2009 14:23

    Eu não sei se Saramago é um razoável escritor. Sei que a divulgação da obra compete normalmente ao editor, naturalmente com a colaboração do autor, se o dito editor achar isso conveniente.
    A Academia sueca do Nobel achou que ele era bom escritor. Quem sou eu para a desdizer.
    Comprei o Memorial do Convento, mas não cheguei a lê-lo todo. Não me cativou.
    Desde miúdo em que fui obrigado a ler, mas raramente lia um livro todo.
    Lia Eça saltando os pedaços com conversa de treta, para ler e reler as páginas mais picantes. Camilo só mesmo com o dicionário ao lado, pois estava sempre a tropeçar em palavras que desconhecia, e quando saltava algumas, começava a não perceber o que é que ele queria, e passava ao livro seguinte.
    Saramago apanha-me já numa situação em que ninguém me obriga a ler, e fora do âmbito profissional, só leio o que me dá gozo.
    Mas o facto de Saramago não me dar gozo, não quer dizer que não o respeite, ou que não admita ser ele um grande escritor. Eu é que posso não estar à altura de o apreciar.
    Tal como Manoel de Oliveira, de que não chupo os filmes.

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  11. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 14:31

    “Tal como Manoel de Oliveira, de que não chupo os filmes.”

    agora é digital, já não dá para chupar, só se for o dedo.

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  12. José permalink
    23 Outubro, 2009 14:34

    A confissão, pelo elogio da ignorância.

    “Lia Eça saltando os pedaços com conversa de treta, para ler e reler as páginas mais picantes. Camilo só mesmo com o dicionário ao lado, pois estava sempre a tropeçar em palavras que desconhecia, e quando saltava algumas, começava a não perceber o que é que ele queria, e passava ao livro seguinte.”

    Eu logo vi…

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  13. 23 Outubro, 2009 14:35

    “11.
    Pelos vistos vc engole tudo, só porque é digital.

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  14. 23 Outubro, 2009 14:42

    #12.
    Eu não sei quantos anos vc tem e quanto tempo leva a ler um livro, e quais as opções na escolha dos livros que lê de uma ponta à outra e do tempo que isso demora, mais o que lhe resta para ler outras coisas. Como o tempo não é elástico, se leu tudo de uma ponta à outra, com capas e contra-capas, autógrafos incluídos, vai-lhe faltar o tempo para ler outras coisas que desconhece.
    Faça as contas, porque o resto é cagança.

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  15. Anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 14:46

    12.

    Que é ignorante, já se sabia pela “cólidade” dos comentários do coiso… Só quer atenção, as “tias” não lhe ligam nenhuma.

    13.
    “Pelos vistos vc engole tudo, só porque é digital.”
    É como você mais as “tias”. Tudo digital.

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  16. Tiago Órfão permalink
    23 Outubro, 2009 14:46

    Outra que acha que o Saramago precisa desta publicidade. Eu não sei se o pessoal é desonesto intelectualmente ou se é mesmo cego a esse ponto, utilizando um argumento que qualquer puto saído da escola primária podia desenvolver.

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  17. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 14:47

    sou mais de cuspir fora, mas convenhamos que o sabor da película é mais doce que o cd e que o cd não é grande coisa para palitar os dentes. são os hábitos que nos tornam um povo rico.

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  18. helenafmatos permalink
    23 Outubro, 2009 14:50

    14. Dexe a blogosfera por duas semanas e na primeira leia os Maias. Na segunda leia a Perfeição (também do Eça), três ou quatro sonetos do Camões e um pedacinho dum sermão do padre António Vieira. Pode ser o dos peixes. Vai perceber muitas coisas entre elas que o Saramago é um razoável escritor.

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  19. tina permalink
    23 Outubro, 2009 14:54

    Bem observado e bem escrito HM. Não só nos livros como no resto, Saramago é um provocador à procura de atenção. Aproveita para chatear quem não gosta. E com a idade vai mostrando cada vez mais como é.

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  20. 23 Outubro, 2009 14:56

    #18.
    Guarde esse pa(ma)ternalismo para os seus filhos, se quiser evitar o ridículo.
    VÁ VOCÊ como dizia o jingle do outro.

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  21. Tiago Órfão permalink
    23 Outubro, 2009 15:04

    Eu não concordo que Saramago seja apenas razoável e espero que não seja assim visto apenas por ser comunista, mas todos temos direito à nossa opinião. No entanto Eça era de facto brutal, e mandava umas bocas para a igreja mesmo deliciosas e não era para vender livros de certeza.

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  22. 23 Outubro, 2009 15:07

    libertem-se, emancipem-se:

    Pascal Quignard, La Barque silencieuse (Mediapart)Enviado por Mediapart. – Videos de noticias alternativas

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  23. Anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 15:18

    20. Piscoiso

    Vc. é que não evita o ridículo.
    Leia os clássicos que a HM recomendou e deixe-se de merdas.

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  24. 23 Outubro, 2009 15:26

    Se uma ínfima parte das pessoas que “acendem fogueiras” tivesse – ao menos! – folheado o livro, já não seria mau de todo.
    Há, aliás, um prémio (possivelmente os 3 volumes de «História das Religões», de Chantepie de la Saussaye) para quem detecte duas pequenas gralhas – ver [aqui].

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  25. 23 Outubro, 2009 15:41

    “Je vous salue, Marie”, de J-LGodard, também provocou provinciana e retrógrada reacção sobretudo em Lisboa, com o então presidente da câmara Nuno Abecassis à frente duma manif…

    A Sousa Lara também não lhe faltou nadinha para dar um bom inquisidor…

    Agora (a Igreja Católica está assim tão fragilizada ? A sociedade portuguesa, afinal, é tão patética ?) toda esta polémica à volta dum livro que é um exercício/entendimento incindindo sobre Caim…

    Ora leiam o mais recente livro de Nick Cave: “The Death of Bunny Munro” e depois ataquem-no, excomunguem-no, chamem-lhe “velho” e vendilhão…

    Ou leiam a crónica de Vasco Pulido Valente no Público de hoje.

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  26. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 15:49

    #18 – ” Vai perceber muitas coisas entre elas que o Saramago é um razoável escritor.”

    oh helena! essa condescendência é própria de quem confunde o prémio nobel com o prémio do móvel, aquela coisa tosca que lhe atribuíram ali para os lados de paços de ferreira. presuntos & água benta à descrição.

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  27. 23 Outubro, 2009 15:52

    Piscoiso,

    A ler clássicos, recomendo-lhe que leia os clássicos que realmente interessam no mundo da literatura (se ainda não os leu). Não vá agora gastar euros nas romancisses trágico-miseráveis que os jornaleiros lhe recomendam por aqui. Para mentalidades exclusivamente dadas aos escárnio já cá temos 10 milhões.

    Se tem pouco tempo para ler, ocupe-se apenas de quem cria.

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  28. aix permalink
    23 Outubro, 2009 15:55

    Já que estamos nos domínios da Bíblia regozigemo-nos com a sentença máxima do Livro da Sabedoria: os livros? quem os escreveu que os leia. A HM não cairia no ridículo do conselho ao Piscoiso

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  29. portela menos 1 permalink
    23 Outubro, 2009 15:59

    agora que a sra helenafmatos escreveu um texto neutral, aparecem os SS do costume a desancar!

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  30. 23 Outubro, 2009 16:03

    “The difference between literature and journalism is that journalism is unreadable, and literature is not read”

    Oscar Wilde

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  31. Manuel Duarte permalink
    23 Outubro, 2009 16:08

    Tem toda a razão Zazie: morte aos judeus e a quem os apoia. Tanta parvoíce, meu Deus. Ainda há alguém que a aguente?

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  32. AAC permalink
    23 Outubro, 2009 16:10

    Rozoável escritor? Discordo em absoluto. Escreve bem e só não entende o estilo dele quem não tem hábitos de leitura. Assim, também Eça é horrível pois é imensamente descritivo e abusa dos adjectivos, se fosse um polémico de esquerda hoje em dia, seria assim descrito. Até me lembro de me dar sono ler os serões passados por Carlos da Maia no Consultório de Lisboa, pq seria…

    Não é que Saramago precise de muita publicidade, depois do Nobel então sempre que escreve um rabisco é notícia. A questão é obviamente o tema do livro que leva a estas considerações, que ele ideologicamente explora e também não esperaria outra coisa de um dinossauro comuna.

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  33. Pedro Alves permalink
    23 Outubro, 2009 16:16

    # 7 Quanto a pencudos Zazie, não sei se já alguma vez esteve em França – bate a judiaria aos pontos. Há mais penca em França por km 2, e são descendentes de tribo ariana os Francos sem “sangue infecto” e não obstante são portadores de pencas mais avantajadas e em maior número do que em Israel. Entre nós, recordo Bocage portador de formato nasal “não pequeno”, avantajado. Nos espanhóis cada rei medieval cada nasal, e eram descendentes de godos, visigodos, e mais ariana gente, são notáveis, por exemplo entre os Trastamaras assinaláveis pencas. Não falemos dos Bourbons, que Goya retratou.

    Há é claro um estereotipo do judeu, pencudo, dolicocefalo, de baixa estatura, sinuoso, barrigudo, com pêlo no ouvido, que dá bastante jeito para caricaturas. Mas a realidade racial é outra. São semitas, como os árabes. E como nestes há todo o tipo de pencas, de crãnios, de cor de pele e de cabelo.

    Fernando Pessoa, portador de não insignificante grau de sangue judeu, tinha, um tipo misto de ibérico e de judeu português (segundo ele próprio o afirma).

    Há ainda a penca romana, assinalável, avantajada, patente em bustos, estátuas e pinturas do tempo dos césares, e antes do império. E resta acrescentar, pasra não alongar muito, as estátuas de proto-Apolos, na Grécia, onde também o deus da beleza e da harmonia ostenta tremenda penca.

    Penso que está a usar “pencudos” em relação aos judeus como estereotipo. mas a verdade é que na Europa pré-clássica, não infectada pela judiaria, há mais penca do que em todo Israel no sentido lato.

    Quanto ao mais, é evidente que há um lobby sionista activo, com propósitos imperiais, globalistas e em torno dele gravitam “willingly” não judeus como os Rockfellers e Du Ponts, além de Rotchilds. Tem sem dúvida um poder descomunal, e não tem senão um interesse epidérmico nos judeus propriamente ditos.

    para culminar Deus deve achar mais graça ao Saramago do que ao cónego Moreira das Neves, o que não é dificil. E a defesa de Deus feita pelo Tolentino de mendonça, teólogo emérito, não deixa Deus em bons lençõis. Mas certamente Deus ri, algures, à gargalhada, abraçado a Voltaire.

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  34. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:24

    Há quem aguente, pois.

    E sabe quem é que aguenta a caricatura que v. deu do que eu disse- gente como v. e como a HM.

    Porque o que eu desmontei foi a forma maniqueia como v.s avaliam tudo.

    V.s não respeitam as religiões mas são capazes de idolatrar ideologias e mitificar povos.

    E fazem pior- fazem o que a HM recomenda- que a coragem e boa literatura é a provocação contrária- ao Islão- aos muçulmanos.

    Porquê?

    Se uma provocação religiosa e ignara é algo imbecil, por si próprio que lógica é que consegue recomendá-la se for feita a um duplo do presente político com que se embirra?

    A v. lógica é papel químico do Saramago.

    Precisamente porque o erro de Saramago é confundir um Deus criador e os mitos fundadores com a história milenar de povos e suas migrações.

    Alguém se atreveria a cair no ridículo e dizer que um livro sagrado é um perigo e um mal porque é livro de povos indo-europeus?

    Não, isso soa a caricato. No entanto é disso que se trata. E não há grande diferença nesses passados. E nada disto é laico ou profano ou religioso- é conquista territorial, brutal, passada há milénios.

    Qual a diferença- a diferença apenas existe quando num mundo que se pretende civilizado, num mundo que se diz ocidentalizado, democrata, humano, sem tabus de raça ou de religiões ou de fronteiras, se faz precisamente o mesmo em função do Poder.

    E isso sucede naquelas bandas do Próximo Oriente, e de outro bem mais a Poente, onde a religião feita ideologia ainda serve para incentivar as “tropas”.

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  35. 23 Outubro, 2009 16:28

    Mr. Pedro Alves, 33

    No seu último parágrafo, sintetizou e bem, “a matéria”.

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  36. 23 Outubro, 2009 16:29

    Adenda:

    “a matéria Saramago vs Deus”.

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  37. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:29

    E eu respeito todas as religiões. Agora o que não sou é obrigada a render culto a ideologias que se lhes colam.

    E não tenho antipatias por raças ou por credos, mas posso perfeitamente achar que aquela barbárie é toda igual e imbecil é quem anda com tribalismos de kipa, achando que “são dos seus”.

    Que se fodam, um bom de um Urbano II é que eles precisavam todos. Não era de um Saramago jacobino.

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  38. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:32

    ó caraças, v.s são analfabetos?

    Não sabem o que é a propaganda contra os goyim feita pelos sionistas?

    É nisto que o Saramago dá porrada. Em mais nada. Mas dá com o ponto de vista do Estalinista que se baba contra as religiões e toma de ponta judeus mas não toma idênticos islâmicos porque, se o mundo fosse como ele gosta- era tudo passado à bomba em nome da igualdade e do paraíso terreal comunista.

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  39. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:36

    Ora, alegoria por alegoria, barbárie por barbárie, eu preferia uma recordação de Cruzada onde aquela malta foi toda tomada pelo que são- pelo mesmo.

    E isso sim, é que até é um bom balanço civilizacional. São mesmo tudo o mesmo- porque não existe o povo judeu ou o povo muçulmano- existiram hebreus, sumérios, hycos, cananeus, filisteus e muitos outros e o que por lá resta a guerrear-se apoiado em Alás ou em D-eus- é tudo farinha do mesmo saco.

    (incluindo a farinha armagedónica que alimenta isto em nome do culto de outro deus muito mais moderno- o de Mamon.

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  40. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:39

    Mas os jacobinos não respeitam religiões. E apenas se lembram delas quando lhes vão ao credo ideológico.

    Por isso é que este texto da HM, tal como o do CAA e do PMF são papel químico do que pretendem criticar.

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  41. Amonino permalink
    23 Outubro, 2009 16:43

    .
    Porque é que Dª Helena anda a discutir isto ?
    .
    São Fés, radicais dum lado e doutro. Quais talibãs ou alcaedistas.
    .
    Na ‘pisa da uva’ fica quem vende mais livros. E quando as Fés são vendas de livros …..
    .
    Isto só interessa ao pessoal das seitas. Mas a LUZ e a RAZÃO estão, e são, acima de qualquer seita ? Não são os senhores todos que bramam contra os Fundamentalismos e Radicalismos ? Afinal como é ? Em que ficamos ?
    .
    Grande show de ignorância e obscurantismo que estão a dar.
    .
    O sec XXI já está acima disso tudo. Ainda não viram ? Nem os colocadores dos novos Ministros, Governo, Oposição etc ?
    .

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  42. General permalink
    23 Outubro, 2009 16:45

    Zazie voça mercê deixa-me Zonzie.

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  43. General permalink
    23 Outubro, 2009 16:47

    Zazie “vossa” e não “voça” , perdoe-me mas fico completamente Zonzie.

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  44. Pedro permalink
    23 Outubro, 2009 16:48

    #29…totalmente de acordo. Quando se olha mais para o mensageiro do que para a mensagem é o que dá. Acho que deve ser a primeira vez em que leio um post de Helena Matos e concordo palavra por palavra com o exposto:)

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  45. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:52

    Wika- v. bem pode vestir-se de “Generala” mas meta uma treta na cabeça- os seus idolatrados celtas pagãos também são indo-europeus e cometeram as mesmíssimas barbaridades com sacrifícios humanos- em particular crianças.

    A barbaridade de passado era assim- corpo a corpo.

    A do presente é feita do alto dos céus, bastando clicar num botão e largar a bomba.

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  46. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 16:54

    E o Deus a que se rendem- todos- não é Alá, nem Javé- é Mamon.

    Todos a quatro, sem precisarem sequer de coluna vertebral a idolatrarem o Mamon da pos-modernidade a que chamam “civilização moderna”.

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  47. abdullaaaaaah maomé permalink
    23 Outubro, 2009 16:59

    Betinhas!
    Cócós!
    Dandys!
    da TSF,DN,Público,JN,I,RTP, etc….

    Atenção:

    NÃO ANDEM DE CALÇAS DE GANGA!

    NÃO MOSTREM OS CABELOS!

    ANA GOMES: deita as calças para o lixo!

    MIGUEL PORTAS: CUIDADO COM A MARISA!

    MÁRIO SOARES: CUIDA DAS NETAS, SOBRINHAS, AMIGAS, PAPAGAIAS, etc….

    Os vossos ídolos islâmicos não perdoam!

    http://aeiou.visao.pt/sudanesas-condenadas-a-20-chicotadas-por-vestirem-calcas-de-ganga-e-nao-taparem-o-cabelo=f534357

    Claro, as mentes PROGRESSISTAS e JACOBINAS calam-se CHEIAS DE COVARDIA!

    Quando passarem por nós na rua, mandamos um sorriso de profundo desprezo…

    escumalha!!!

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  48. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:04

    É mais que óbvio que eu não gramo o Saramago e nem literariamente me agrada.

    Mas desta vez a coisa teve piada porque os entalou bem entalados.

    E é óbvio que nada tem a ver com necessidade de publicidade ou de vender livros.

    Um quadrado com ideologia faz tudo por gozo. E este usa o status do Nobel e a velhice para ajustar contas com os seus ódios de estimação.

    Afinal de contas deram-lhe o Nobel, ou não deram. Deram, ele não o comprou por muito que desencantem lobby comunista a promovê-lo e se façam ceguinhos perante o óbvio lobby judaico que domina o Nobel.

    Deram-lhe e ele usa-o à sua maneira. Está velho e a velhice refina tudo. A este, neste caso, só acho piada por lhe ter refinado uma coisa que nem tinha- o sentido de humor.

    Mato-me a rir com o cinismo com que ele deixa a carapuça para quem a quer enfiar. E diz que com os judeus, se está ele pouco lixando se levam a mal.

    Mais ninguém com a visibilidade que ele tem faz isto.

    E eu curto coisas que desafiam as manadas, por muito que os deteste a todos.

    Trata-se de um equilíbrio dos pratos da balança- trata-se de justiça.

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  49. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:06

    E, antes que desatem a rabiar com o que parece uma contradição fica o esclarecimento- a facção do lobby judaico é a esquerdalha- a mesma que agora se instalou na Casa Branca- a de tradição ateia e revolucionária. Tanto o podem dar a um Saramago como a um Arafat.

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  50. 23 Outubro, 2009 17:17

    Fico deveras sensibilizado com a preocupação de alguns comentadores sobre o que leio ou deixo de ler.
    eheheh
    No mínimo é uma tentativa de intrusão na minha vida privada.
    Mas eu percebo-os, numa vã tentativa de se superiorizarem, dando conselhos. Arrumando os outros como discentes, sem sequer os conhecerem, quando esses esses outros, porventura possam ser seus docentes.
    Mas a net permite destas insuflagens gratuitas do ego.
    O que é estranho é não terem a noção do ridículo.

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  51. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:30

    ó coisa pisca. Se não queres que te gozem não andes para aqui a contar as tuas memórias com a Nikon ao ombro e os políticos do Oásis e as tias do bolhão.

    Quem fala de si por ausência de capacidade abstracta és tu.

    Ninguém está interessado em saber que dás erros começados por O ou que não entendes o Camilo.

    Se não queres que fulanizem as respostas não te ponhas para aqui a falar de ti, como se fosses vedeta.

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  52. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:32

    Pior, a falar de ti em comentário ao post. Porque depois bem sabes insultar e dizer que quem comenta é que não diz nada.

    Vê-te primeiro ao espelho antes de armares aos cucos com os outros.

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  53. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:36

    “Intrusão na minha vida privada” diz o palonço que cheira a dos outros e faz porteirice e expõe a sua como se os outros lhe tivessem perguntado alguma coisa.

    Ontem até andaste para aí num monólogo e chegaste a entrar em diálogo com gente imaginária para contares como conheces o tipo que foi para a justiça.

    Chegaste a escrever frases tão idiotas a começarem por “perguntam v.s como é que eu sei isto”

    ehehehe Ninguém te tinha perguntado nada e tu é que falaste de ti por peneiras.

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  54. 23 Outubro, 2009 17:37

    #51.
    Ó menina, julgava que lhe ia dar a minha vida numa bandeja, era?
    A ficção é um exercício de escrita e estas caixas de comentários não são apenas para as suas dissertações incontinentes.

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  55. Pedro Alves permalink
    23 Outubro, 2009 17:43

    Zazie,

    eu sou um crente sem Igreja,embora as Igrejas andem á minha procura. Mas mudo de freguesia sempre que uma Igreja se levanta à minha frente, seja ela a Igreja do canibalismo místico, sucks, ou a do canibalismo profano, a dos ateus, jacobinos, re-suck .

    Não se ofenda. Não a quis caricaturar. Por ter usado uma caricatura “pencudos”, muito do que v. diz não é caricatura. Eu não vou malhar facilmente no Policarpo, ajudado pelo Saramago. A Bíbilia para mim não é um relato feito por tribos primitivas que eu vou descodificar como um antropólogo estruturalista. É mais do que isso. É literatura pura, que é a única coisa que (me)interessa.
    Interesso-me pelos Vedas, também, que são literatura pura. E por todos os textos do que Levy Bruhl já chamava os mitos fundadores. Quanto ao Saramago só neste país (e na América) fazia tantas ondas. Tem talento para marketing do seu livro? Ele já não precisa de vender. Deve ser mesmo outra coisa. Gozo de velho.
    Olhe que o meu escritor favorito é o Céline, porque não quer ter vendas de nenhum tipo nos olhos. Saramago foi celiniano pela primeira verz na vida? Nunca é tarde. O Espírito sopra onde quer.

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  56. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:44

    A tua vida interessa-me tanto quanto a de milhares de bactérias que podem andar no ar.

    Acredita. A vantagem destas tretas virtuais é mesmo essa. Nem é preciso dar-se os bons dias por cruzar na rua.

    És html indiferente. Com a vantagem de ser mais higiénico que se fosses meu vizinho e me tivesse de cruzar contigo na escada.

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  57. 23 Outubro, 2009 17:48

    #56.
    A espuma dos seus dias nem as mãos me lavam.

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  58. José permalink
    23 Outubro, 2009 17:51

    Coisa por coisa, a verdade é a exposta pelo próprio: não conseguiu ler um livro do Eça ou do Camilo.

    E isso diz o qué é preciso dizer: para serel lidos se calhar deviam ter sido escritos e desenhados, em bd, como agora se faz.

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  59. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 17:53

    Ok, ok, desculpe se eu li à pressa. temos em comum o mesmo escritor. O Céline e o Dostoiévski são os meus preferidos.

    Já quanto à Bíblia lamento dizer-lhe que está enganado. Não é um livro de histórias.

    As grandes descobertas arqueológicas comprovam praticamente tudo o que vem no Antigo Testamento. De povos, a nomes de reis, faraós, construções- datas. Tudo certo. E tudo confirmada com a decifração dos hieroglifos e estudo das tabuinhas da mesopotâmia-

    E os manuscritos do Mar Morto não são ficção. A Bíblia é o livro mais importante da humanidade. Pode soar a redundante mas é.

    Quanto ao que eu sou ou deixo de ser nem eu própria sei. E não me preocupo com isso.

    Tenho é este vício de fazer de advogado do Diabo. Ontem andei a malhar no Saramago à conta da defesa das crenças religiosas e hoje quase que o defendi, à conta da fezada ideológica dos que o atacam.

    Eu acho piada ao confronto daquilo a que se chama liberdade e que é uma mentira cheia de palavrinhas doces e hipocrisia à mistura.

    Tanto se chama liberdade de expressão ao insulto como insulto à expressão de uma crença. Depende sempre dos personagens em jogo.

    E gosto de morder esta modernidade que descobriu uma aldrabice que vende.

    Consideram sempre superior o pensamento que seja ideológico e desconsideram-no se tiver a forma de crença.

    Uma crença é pensamento. Por muito que os robots não cheguem lá.

    E uma crença religiosa é o lugar certo para a fé, Em saindo desse lugar acaba por subir à cabeça e dar esquentamento ideológico.

    Mil vezes mais estúpido, mais obscurantista, mais fanático.

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  60. 23 Outubro, 2009 17:56

    #58.
    Fico perplexo pelo seu interesse na minha pessoa.
    É que eu não me interesso por si.
    É homossexual?
    Não consumo.

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  61. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:00

    Mas o Pedro Alves fez aí o diagnóstico certo e por aí é que também quase sinto simpatia pelo Saramago de agora e esqueço o do passado.

    “é gozo de velho”, diz v.

    Pois é. E com um finamento de humor e maldade fina como nunca tinha tido.

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  62. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:01

    refinamento.

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  63. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 18:02

    #59 – tens toda a pinta de ser fã da celine dion

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  64. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:03

    Não te interessas nada pelo José virtual, excepto quando lhe farejas o traço e até lanças boatos que foi deputado e que é militante do PSD.

    Estás a ver como tu precisas de te ver ao espelho antes de projectares os teus defeitos nos outros?

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  65. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:05

    lá vem o reformado da carbalhosa.

    Olha, não preciso. Não topas o meu nick. Sou artista de musicóle mais famosa que essa ranhosa.

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  66. 23 Outubro, 2009 18:08

    #64.
    Não tenho qualquer problema em admitir que me enganei na projecção que fiz do José para um personagem real, o que para mim não tem qualquer significado.
    É html, como dizes.

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  67. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 18:12

    #61 – à medida que te apercebes das asneiras que disseste vais corrigindo o tiro com o que vais apanhando aí pelos artistas da bloga. com o saramago passaste ao estatuto da ventoínha
    agora vais para a cama com o dostoiévski, vê lá se o pões a peniscelina.

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  68. 23 Outubro, 2009 18:13

    De qualquer modo há uma diferença entre figuras públicas e anónimos, quanto à abordagem da vida privada.
    Julguei que o José era público, quando é anónimo.
    E se na verdade é público, sendo para mim anónimo…
    parabéns!

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  69. Pedro Alves permalink
    23 Outubro, 2009 18:15

    Zazie,

    Deixe-me dizer-lhe que aprecio os seus posts. Tem consciência e energia e cultura própria e irreverência perante alguns mitos da direitada e da esquerdalhada, o que é raro e de saudar.

    Talvez não estejamos em tanta divergência em relação a considerar a Bºibilia como documento literário e documento arqueológico, etnográfico e muitíssimo relvante no plano psicológico e simbólico. A literatura para mim tem um sentido mais amplo do que contar histórias. Por exemplo, quando daqui a milénios Dublin for arrasada o Ulisses de James Joyce servirá para os antropólogos,se os houver, para reconstituir a cidade de Dedalus e do seu comparsa.
    O último irmão Karamazov, por outro lado, vai estar presente no Juízo Final, dos dois lados da bancada. Somos gente empírico-transcendental, anjos e demónios ao mesmo tempo.
    Eu entendo que v. defenda, não gostando literariamente, Saramago (bem quem leu Céline e Dosto. não admira)porque ele teve uma atitude de contradição com uma pluralidade de mundos ao mesmo tempo. E goza com isso. Eu vi a entrevista dele com a Judite de Sousa, e não gostando da obra escrita, apreciei uma certa inteireza e consistência do homem. Não vou ser saramaguista por isso. Mais au diable son dû.

    O que v- diz da “modernidade” é interessante e importante. Há uma soberba modernista nas micro conquistas de alguns instrumentos técnicos, e pouco mais, que é de facto monumentalmente risível. Discutir Caim no tempo do TGV, lançar um novo olhar demorado sobre os nossos mitos fundadores – e que raio somos descendentes de toda humanidade – é absolutamente crucial, e não apenas relativamente interessante.

    Curiosamente nós somos um povo sem Biblia. De facto nem os padres a lêem (com excepções, claro). Os anglo-saxónicos, não. Leram-na, Comentaram-na até à exaustão. Os caminhos do Senhor são sinuosos. Que melhor ironia do que usar um soi-disant ateu para promover um ionteresse na leitura da Bíblia? Por isso é que eu vi Deus de braço dado com Voltaire, e talvez com Eça. Deus, o único ateu.

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  70. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:35

    «porque ele teve uma atitude de contradição com uma pluralidade de mundos ao mesmo tempo. E goza com isso. »

    É isso mesmo. V. diagnosticou melhor o que eu fiz instintivamente.

    É isso e é esse “arcaísmo” de trazer a Bíblia para o centro de uma polémica de algo que a modernidade matou- a própria noção de de génese civilizacional.

    E isto é bem capaz de valer mais que o livro- só por ser irónico.

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  71. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:39

    E tem toda a razão- só um ateu pode revitalizar o que a moleza dos curas de passeata já dissolveu no politicamente correcto.

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  72. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 18:42

    O Saramago desta vez surpreendeu-me porque trocou as voltas ao discurso ateu que já é instituição.

    Ele foi irracional e maldoso com algo que é intocável nos nossos dias- os mitos da bondade humana e dos povos mártires.

    E fê-lo com humor negro.

    ahahahahaha

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  73. 23 Outubro, 2009 20:15

    “a blasfémia é a melhor defesa contra o estado de bovinidade”, mais uma blasfémia:

    http://www.lemonde.fr/europe/article/2009/10/22/l-eglise-de-suede-approuve-le-mariage-religieux-des-homosexuels_1257321_3214.html

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  74. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 20:36

    Isso nada tem de Blasfémia- isso é a norma e o estertor decadente das igrejas laicas.

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  75. joao permalink
    23 Outubro, 2009 21:48

    um provocador gratutito e ordinário ” Deus é um filho da puta ” assumido pelo próprio Saramago na TV há minutos. Disse ainda que se excedeu mas não pediu desculpa nem disse que não pensa assim. Apenas disse que não o deveria ter dito em público. Grande homem, grande alma, grande poeta… E ainda terminou, dizendo que a carta dos direitos humanos deveria consagrar o direito à dissidência…estaria a pensar nos países comunistas, tipo Cuba, China, Coreia Norte, Urss, no Avante , enfim na doutrina ( verdadeira biblia ) comunista ?

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  76. joao permalink
    23 Outubro, 2009 21:53

    “Tenho é este vício de fazer de advogado do Diabo. Ontem andei a malhar no Saramago à conta da defesa das crenças religiosas e hoje quase que o defendi, à conta da fezada ideológica dos que o atacam”Zazie sic. atacam ? com epitetos como de filho da puta não foi certamente.Esse sim, é um ataque soez e baixo e ofensivo para milhões de pessoas…mas foi o grande sapiente Saramago a proferi-lo, logo não é importante. Coragem era clamar contra o Corão e chamar f.d.p. a Alá. Mas o grande Saramago, o único acto de coragem que teve foi no PREC com as costas quentes, a sanar os dissidentes….

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  77. Romão permalink
    23 Outubro, 2009 21:55

    Oscar Wilde meets Noël Coward. Cool.

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  78. Eduardo F. permalink
    23 Outubro, 2009 22:12

    Saramago e Maitê Proença! Trivialidades para entreter o parolo. Parece a trilogia “Fátima, Fado e o Futebol” de outros tempos.

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  79. 23 Outubro, 2009 22:14

    olhem deus nos olhos:

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  80. tina permalink
    23 Outubro, 2009 22:18

    João, perfeito, tantos presunçosos da treta que se julgam irreverentes e superiores, mas dando o mundo em que viver, escolheriam exactamente aquele que tanto pretendem desprezar. Intelectuais saloios de meia tigela.

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  81. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:18

    ò Joãozinho, explique-me lá v. esta sound byte.

    Porque é que v. acha um nojo um sujeito chamar filho da puta a Deus e Deus é sempre um único, dêem-lhe o nome que derem e depois considerava um acto digno fazer o mesmo desde que os ofendidos tivessem a religião muçulmana.

    É capaz de explicar apenas isto?

    Palavra que gostava que um de v.s desenvolvesse a lógica e a passagem de uma ofensa a uma virtude em mudando de destinatários.

    Porquê? é digno ofender crenças se quem nelas acredita ainda dispõe de menor distanciação e mais sente?

    Ora diga lá, já que a HM também entupiu.

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  82. Anonima33 permalink
    23 Outubro, 2009 22:19

    Recentemente ouvi alguém dizer que é provincianismo discutir coisas tão insignificantes como estas que aqui motivam opiniões. Com a liberdade de Imprensa, em queda livre e o acontecimento comezinho catalogado de provinciano, que tema fica então para discutir? Sou do contra, mas o que tenho a escrever é pouco: estou-me nas tintas para o Saramago, para a sua necessidade de publicitar a obra, para a sua cor política ou aquela de quem se pronuncie sobre a polémica. Também não me assusta a pressão social que criticar a Igreja implica. Atenho-me antes à mensagem. Gostava de ver aberto o debate renovador da Igreja. Depois de ouvir uns e outros, a dada altura concluí que a Biblia é só para eruditos. Para não adulterar o que nela está escrito, o melhor é que, quem lhe pegue, tenha sempre ao lado um teólogo. Só ele tem o poder de entender o texto sagrado! Fantástico! Mas depois não se admirem que os Saramagos do mundo façam interpretações menos fiáveis do Antigo e/ou do Novo Testamento. Aos olhos de Deus somos todos irmãos. Uns mais que outros, pelos vistos.

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  83. caramelo permalink
    23 Outubro, 2009 22:20

    “José Saramago é um razoável escritor”

    Helena, não é essa a opinião do Harold Bloom, o Papa do Cânone, o paladino dos Clássicos… mas pronto, cada um tem direito à sua opinião e a sua, obviamente, não é menos autorizada do que a do Bloom.

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  84. tina permalink
    23 Outubro, 2009 22:21

    Tal como o mariconço do Saramago, que escolhe bater naqueles que nunca lhe darão volta. E o mundo mariconço, que o aplaude.

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  85. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:21

    Estou à espera. Ou será que v.s esperam que Deus mande uma carta do céu a dizer se se ofende mais em insultando-o em nome de uns humanos que outros?

    Afinal onde está a ofensa e quem são os ofendidos e qual o grande crime se o recomendam como grande feito se tocar noutras pessoas com outra religião e o único e mesmo Deus criador?

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  86. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:22

    Mas ele bateu em Deus ou bateu em pessoas com outra religião e em quais é que devia bater para ter direito a ser considerado um herói temerário?

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  87. OLP permalink
    23 Outubro, 2009 22:24

    O escritor tendo a proximidade da morte, tanto pela idade como pela doença,estando nos tempos actuais a ser escrita a história real da CRIAÇÃO DO HOMEM NOVO E IGUALITÁRIO (que no nacional socialismo foi tido como o diabo na terra) no internacional socialismo foi tido como a salvação da espécie, mas que hoje a despeito da propaganda comunista, já se sabe que foi tão ou mais violento,(que faria parecer meninos de coro os inquisidores e os cruzados), pelas ferozes e extensas atrocidades,das quais foi aprendiz, tendo perdido a esperança evangélica de mudar a mente de todos (se não mudasse matava)para os sóis que brilhavam mais, está isso sim, mais próximo da conversão do que até ele mesmo suspeita.
    À época jovens como ele teriam sido bons inquisidores e muitos foram bons cruzados.
    Apenas o tempo e a história os levaram para outros deuses mais materialistas dialécticos.
    Ele ainda tentou. lhe seja reconhecido,mas hoje perante as evidências, no orgulho e auto-estima feridos, doridos e sofridos,perdeu totalmente as esperanças e….por isso….o último refugio é ter deus na sua cabeça.
    Um avanço incomensurável .
    Mas todos os processos de conversão ou de reconversão são difíceis e dolorosos.
    Ele já teve uma crença pelo que é meio caminho andado.

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  88. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:28

    Eu estou-me pouco lixando para o culto da liberdade jornaleira,

    O que eu queria era perceber onde está a moral destes defensores de liberdades de jornaleiros que é uma moral tanto mais digna quanto mais for capaz de ofender quem mais se melindra.

    Isso é que eu ainda não entendi. E tratados destes intelectuais não faltam.

    Até uma criança é capaz de decorar o que dizem- é sempre o mesmo- que é horrível ofender-se um e uma valentia ofender-se outros.

    Mas depois, o ofendido é uma transcendência- uma metafísica, um Criador em que nem acreditam.

    Afinal acreditam em quê e em que se fundamenta uma indignação moral que só é imoral por ter destinatário terreno que não merece.

    Se tivesse como destinatários milhares e milhares de pessoas que tém outra religião já era uma boa acção.

    Este detalhe baralha-me. Que raio de moral mais estranha.

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  89. José permalink
    23 Outubro, 2009 22:28

    Pois acabei de ver o diálogo Saramago-Carreira das Neves na SIc-Notícias, patrocinado pelo enguioso Mário Crespo e gostei da prestação.

    Fez-me lembrar o debate, aqui há uns anos ( 21. 9. 2000, no teatro Quirino de Roma), entre o então cardeal Ratzinger e o director da revista Micromega, (italiana e que não chega cá, nem sequer à Tema dos Restauradores), Paolo Flores D´Arcais, moderado pelo jornalista Gad Lerner ( não, não é propriamente um Mário Crespo).

    Gostei e passei a olhar de outro modo o assunto Saramago. Julguei que era uma simples manobra publicitária para captar o interesse pelo livro, mas sendo isso é mais que isso.

    E tem interesse.

    PS: Piscoiso: pode estar à vontade. Sei bem o que sou e não deve temer o que se calhar teme. Aliás, não costumo ter preocupações com esse tipo de insegurança pessoal. Para além de confessadamente ignorante de Eça e Camilo, pelos vistos até com orgulho, redunda sempre nessas coisas evitáveis…

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  90. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:30

    Nunca perceberei estes ateus que até ficam crentes por haver um escritor que não insultou milhares de pessoas de quem não gostam.

    ehehe

    Mas adoram quando os jornaleiros são uns panascas do BE lá da Dinamarca, uns conas moles que nem desenhar sabem, mas lá ilustram umas caricaturas no jornal e impingem nas escolas para ofender as criancinhas maometanas.

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  91. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 22:32

    Pois tem interesse. E o Saramago também me surpreendeu.

    Estas pedradas são revitalizantes. O sacana conseguiu despertar muita coisa.

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  92. tina permalink
    23 Outubro, 2009 22:35

    “Saramago e Maitê Proença! Trivialidades para entreter o parolo. Parece a trilogia “Fátima, Fado e o Futebol” de outros tempos.”

    Tem toda a razão Eduardo, mas tente ser mais compreensivo, també temos direito a algum entretenimento.

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  93. indigente permalink
    23 Outubro, 2009 22:36

    Sobre Saramago só me ocorre “Não havia nexexidade”

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  94. José permalink
    23 Outubro, 2009 22:40

    O debate com o Paolo Flores D´Arcais está traduzido por cá, há pouco tempo. Título: Dio esiste? Deus existe?

    Ora bem. Boa pergunta a fazer ao…cardeal Policarpo.

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  95. José permalink
    23 Outubro, 2009 22:43

    No Inimigo Público do Público de hoje vem uma caricatura muito bem conseguida:

    Saramago na pele do ET de Spielberg ( judeu) a mostrar o dedo luminoso a Deus Pai, numa cena copiada do fresco de Miguelangelo, na capela Sixtina. Pormenor essencial: o dedo esticado é o médio…

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  96. Fernando P permalink
    23 Outubro, 2009 22:44

    José Saramago tem dois ou três livros que ficarão na literatura. Por mim, sou um incondicional do O ano da morte de Ricardo Reis. Ouvi o dito na entrevista da SIC e compreendi que é uma idiotia dizer que o homem disse o que disse apenas para vender o Caim. Logo a seguir, na mesma SIC, o marido da Mizé, a Morgado, lá veio dizer que o Saramago foi para Lanzarote para fugir ao fisco. Esse, o tal marido, não ficará na história, a não ser por uma cátedra perdida, e por filhas da putices destas.

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  97. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 22:45

    o das neves hoje não estave abominável

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  98. anónimo permalink
    23 Outubro, 2009 22:53

    #95 – se fosse na sextina dava mongalhada com o sopeiral.

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  99. Dazulpintado permalink
    23 Outubro, 2009 23:08

    Tem razão Tina, uma chusma de cagões.

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  100. tina permalink
    23 Outubro, 2009 23:10

    Thanks. Agora tenho de ir dormir. Boa noite.

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  101. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 23:21

    Pelo menos já deu para o Carreira das Neves dar uma lindíssima explicação do sentido do mito do duplo Abel/Caim.

    Isto não se dá nas escolas, não se fala na televisão, não se conta nos jornais e ainda ontem eu fui insultada apenas por ter recordado a riqueza e profundidade do sentido mítico do sacrifício de Abel/Caim.

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  102. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 23:23

    Ele recordou também o Todo o Mundo e Ninguém do Auto da Lusitânia de Gil Vicente, que já não faz parte dos programas escolares.

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  103. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 23:24

    #95 eehhehehe

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  104. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 23:26

    Agora o Pureza foi para lá a tentar vender teologia da libertação.

    O palerma a dada altura ainda se descaiu e ia dizendo que a Bíblia alimenta a revolta

    ahahahahaha

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  105. zazie permalink
    23 Outubro, 2009 23:31

    Mas valeu a boa explicação do Abel e Caim e isso é coisa que pouca gente percebe ou se interessa, mesmo sendo crente.

    E ainda teria sido mais interessante se ele o confrontasse com o duplo sumérico de Emesh e Enten porque a diferença da profundidade da Bíblia é de tal ordem que nem se alcança pela proximidade histórica.

    A diferença das religiões é também isto- questões de profundidade de pensamento e sensibilidade que não têm tempo- por muito que precisem do seu enquadramento.

    São de tal modo geniais que se aproximam das eternas questões filosóficas que não são mais inteligentes se forem modernas.

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  106. 24 Outubro, 2009 00:11

    #89. JOSÉÉÉ
    Diga lá se não é assédio seu maroto.
    O que é que vc tem a ver com o que leio ou deixo de ler?
    Quer saber que número calço, que lhe arranjo uma historinha com os meus chinelos para depois vc fazer a provocaçãozinha… seu maroto.
    Já lhe disse que não consumo homossexualidade mas vc não deslarga.

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  107. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 01:13

    correcção- não era o Carreira das Neves que queria referir pois nem vi o debate. Era o outro padre novo mais o Pureza do BE.

    Quem explicou muito bem o muito foi este. O Carreira não vi.

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  108. José permalink
    24 Outubro, 2009 01:19

    O Piscoiso está cada vez mais parecido com o Dâmaso…

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  109. José permalink
    24 Outubro, 2009 01:20

    O Salcede.

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  110. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 01:57

    Exacto. Desse gostei. Vi agora o vídeo com o Carreira e mais o Saramago e é incrível como o Saramago lhe deu um bailinho.

    Que coisa maluca. Já não há padres católicos? Deram todos em quê? em internacionalistas a falarem dos irmãos evangélicos e a deitarem
    fervura na água?

    ahahah

    É demasiado anormal não se perceber que a Bíblia tem passagens literais porque são históricas e essas sim, são aquilo que o Saramago ainda disse ao de leve- conquistas territoriais.

    Eu fico parva com estes Carreiras tão doutos que nem aqui querem chegar e depois também nem se atrevem a falar nos mitos paralelos que de outros textos que nada retiram à Bíblia mas que mostram como as questões são de ordem de pensamento simbólico

    Eles nunca poderão explicar que há símbolo se o tratam como um relato único escrito por fulano (como este tonto disse) quando são sempre sedimentações de tradições orais.

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  111. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 01:58

    Ainda acabo a defender o Saramago. Até foi mais educado, mais inteligente e colocou questões a um padre erudito que não soube responder.

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  112. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 02:00

    água na fervura. ahahahah realmente até pareceu o contrário.

    O livro do Saramago tem uma capa que diz tudo e quem visa a mensagem.

    Claro que é agit prop bem política.

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  113. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 02:04

    ahahah que estupides- o Dâmaso Salcede é o Piscoiso.

    Sei lá o nome do padre

    “:O))))))

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  114. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 02:09

    Bom, mas não há a menor dúvida- não é fait divers- tem mesmo interesse.

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  115. zieza permalink
    24 Outubro, 2009 05:25

    Saramago é um grande escritor.
    O maior de Portugal, após o Século XIX.

    Bastava o Memorial do Convento, que li, com dedicatória simples, e alguém me roubou. Mas também o Evangelho Segundo Jesus Cristo, que tantos elogiam, entre eles o Padre Carreira das Neves, meu professor de Sagrada Escritura, que jamais deixo de admirar, grato por de mais do que me ensinou. E bastava o Ano da Morte de Ricardo Reis, ho, God, um portento de beleza criativa. Se não o Cerco de Lisboa, para quem leu. Aquele deputado europeu não leu, ou tremia de vergonha, pelo menos, ante o testemunho de valor e exaltação patriótica. Do mais não sei grande coisa, à parte aquela deriva Ibéria sobre o Atlântico, Jangada de Pedra, tão fácil, tão simples, que qualquer de nós faria, se tivesse a paciência, o gosto e o génio criativo saramaguês, coisa rara, felizmente, que é que faz a diferença entre o ser e não ser.

    Agora, o que me ficou do debate repeitoso do teólogo e do escritor, ficcionista histórico, disse P C das Neves, é que os dois, à parte a fé, coisa das núvens, acredito e fio se me dás crédito, isso que até os bancos sabem, Saramago acha que deus, criado à imagem dos homens, não afiança mais que o preconceito, generalizado, que é bom ter deus, ter religião, qual esteio da vida, sem mais fundamento que o estabelecido, porque me convém… ficou-me a ideia mestra do Caim, invejoso, fratricida, e protegido de deus. Enquanto Abel tem azar. Como assim?
    É o que confunde este Saramago. Com razão. Então Bush e os seus capangas, com o moço inglês, atiram-se, contra o Mundo, as Nações Unidas, à invasão premeditada de um povo, matam a eito (isto é Camilo), saqueiam, roubam, pintam a manta, atiram a História à lama, e, Cains, Cains, nada lhes acontece, enquanto um Hussein, um chefe da Al Qaeda, são tantos, tantos, mortos na Somália, mortos no Iraque, Pakistão e mais e mais, e eu refiro-me ao grande, sempre por achar, além de um ‘Karezevitz’, da Sérvia, a julgar pelo Tribunal das Nações, por uns milhares de mortos, dizem, contra os maus, muçulmanos, por sinal, e o outro, que atentou contra os US, uma embaixada, um barco e as Torres Gémeas, mentira, segundo muitos, enquanto o primeiro o fez contra uns Kurdos, opositores da guerra que os US travavam com ele contra o Irão, fornecendo-lhe as armas e os pesticidas, baratos, enfim, uns Abéis, aptos aptos a abater e sacrificar, porque são fracos e os maus… Enquanto aos Cains nada acontece, porque são quem manda. Eles são os bons.

    E diz P C das neves, a Bíblia é assim, fala dos tempos, de antes e de agora, como as coisas são. (E não sente assim, que me lembro dele, muito bem. Mas, pragmático, não complica, segue em frente, coerente, ou traía a fé.)

    Só que Saramago não aceita, não compreende, se não é pragmático, e, honestamente, não lhe dá razão. (Já o CAA diz que é puro marketing, outros o seguindo, inclusive bispos, quais uns manelinhos da BD Mafalda, assim quadradinhos, céus!)

    “A Bíblia é um tratado de maus costumes”. Ensina que a Justiça é uma treta, feita à maneira dos homens, dos mais ricos, poderosos, que inventaram deus.

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  116. zieza permalink
    24 Outubro, 2009 05:37

    E pensa na nossa Justiça, também, com letra pequena, senhores, por igual sujeita ao poder.

    Porque é honesto, o Saramago.
    Não transige face à injustiça, ao mal.
    Enquanto C das Neves, excelente homem da Igreja e mestre das escrituras, aceita a realidade das coisas, é assim mesmo, como que atenta à ordem e, portanto, deve ser.

    À Zazie, o meu apreço, por uns comentários que li, ao início, sem pretensão de a seguir, por falta de algum entender.

    Aqui,
    #111
    “Ainda acabo a defender o Saramago.” Zazie

    Não precisa. Admiro a sua verve, o seu sentir e saber e, olhe, por de mais já o defendeu.

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  117. 24 Outubro, 2009 08:17

    #108
    Com essa observação, quem prova que não leu Eça é vc.
    Basta olhar para o meu avatar.
    Dâmaso Salcede era gordo e baixo.
    Mas o que vc quer é conversinha.
    Vá ao Facebook que lhe resolvem essas carências afectivas, seu Pedro da Maia.

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  118. 24 Outubro, 2009 08:20

    Pedro da Maia? Nem isso. Talvez o Eusebiozinho!

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  119. 24 Outubro, 2009 08:43

    O que me tranquiliza e não me faz perder tempo, é a percepção de o saramago está a ficar gágá; começou-se a notar há +ou- um ano, nas suas tiradas políticas.
    Paz à sua alma, atormentada toda a vida à procura de Deus.

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  120. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:10

    Ah, mas é claro que a defesa é por outros motivos.

    O Saramago é ignorante. Já o tinha dito e sei-o até por traduções que ele fez.

    Ele tem aquela ignorância ressabiada dos ateus militantes que aprendem por cartilha marxista. Ele repete o que repete qualquer ignaro à bode esperança.

    O problema não é esse. O problema é que tinha pela frente um padre que só puxava dos galões eruditos.

    E esse padre na volta esteve para ali a falar como se fosse um ateu e até um bom ignorante. E nem as perplexidades implícitas nas perguntas do Saramago atendeu.

    Ou seja- o Saramago fez aquelas perguntas que pode fazer uma pessoa comum- uma “ovelha do rebanho” por exemplo.

    E que lhe têm a dar padres destes à Carreiras?

    Nada. Nem a perplexidade e muito menos o conhecimento do confronto da tradição com as tradições milenares da suméria.

    Por isso é que eu disse que o que gostei foi do outro padre que fo ientrevistado juntamente com o comunista do BE- o Pureza.

    Esse sim, esse explicou os étimos das palavras e deu a perceber que a Bíblia, em muitos dos seus rolos (nem sequer é um livro- como estupidamente disseram) são rolos escritos em diversas línguas, nem sequer escritos apenas por judeus) é texto só entendível por estudo muitíssimo profundo.

    E isso é verdade no que toca a grande parte do Antigo Testamento.

    Não o é na mensagem cristã. E os católicos não são evangélicos que reduzem à letra o Deus de qualquer tradução desses textos milenares.

    Ora eu sou ainda mais ignorante que o Saramago no conhecimento da Bíblia e nunca tive a menor formação religiosa.

    E dou muitas vezes comigo a pensar nisto- o que teria acontecido se a tivesse tido, ensinada até por estes Carreiras.

    Não sei. Nunca tive uma crise religiosa, não duvido da existência de Deus tenho um bom pé dentro do catolicismo e outro tanto fora mas nunca cheguei a nada disto por doutrina.

    E espanta-me como é que se pode defender textos de tal modo complexos sem se estudarem as civilizações pré-clássicas, os mitos e as religiões.

    Ou então, sem sequer se ser capaz de formular uma questão filosófica.

    E foi essa pobreza a que se assistiu. O Saramago apenas esteve no papel mais verdadeiro porque tem genuínos problemas religiosos.

    E o padre não parece tê-los nem parece atingi-los. Escapou-se com um palavreado “internacionalista” que nem a identidade verdadeiramente católica foi capaz de assumir.

    Afinal de contas eles são católicos porque acreditam em Deus apenas ou são católicos porque a religião católica é a mais perfeita e não se confunde com mais nenhuma outra e muito menos com aquilo a que ele chamou “os irmãos evangélicos”?

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  121. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 12:10

    como uma desmontadeira de opinião desconstói a sua própria opinião no mesmo caixote de comentários.

    23 Outubro, 2009 às 2:13 pm
    Quanto aos imbecis que chamam crenças de fanáticos passo. Esses sim, partilham da ignorância do Saramago. E essa sim é que deve ser desmontada.

    24 Outubro, 2009 às 1:58 am
    Ainda acabo a defender o Saramago. Até foi mais educado, mais inteligente e colocou questões a um padre erudito que não soube responder.

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  122. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 12:16

    oh zaida! e se fosses dar banho ao cão?

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  123. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:22

    E claro que continuo na minha. A Igreja Católica foi inteligentíssima por não ter largado a Bíblia nas mãos de cada um. Muitíssimo. Cada vez me convenço mais disso e da diferença até civilizacional que provocou.

    Porque há muito mais a juntar-se á Bíblia- existe o magnífico património erudito dos “padres das igrejas, dos seus filósofos”; o exemplo dos santos e tudo isso é catolicismo.

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  124. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:23

    Porquê? a tua máezinha não te lava?

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  125. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:24

    Se a tua mãezinha não te sabe lavar e te sentes sujo, desorelha e lambe-te a ti próprio. ó mongo da carbalhosa.

    Tu já fossilizaste, carago. Ficaste múmia com o PREC.

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  126. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:26

    #121 é demasiada areia para a tua camioneta, não é ó imbecil.

    Não queres tu escrever qualquer coisa sobre o assunto?

    Não tens nenhuma opinião a expressar?

    Andas aqui apenas a perseguir-me para catares palavras soltas?

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  127. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:32

    E sim, desconstruo porque estive a pensar alto.

    E sei justificar o que disse. Já tu queres entender-me a mim, ao Saramago, à HM, a quê?

    Tens algo a dizer?

    Pensaste algo?

    É que tu pareces uma vaca a ver passar combóios. És o mesmo que vai para outros posts atacar-me por eu atacar o Wilders.

    E isso é que é uma contradição pegada. Como é carbalhosas, xuxas coisas piscas e quejandos comunas tanto defendem aquele grunho do Wilders como mandam vir com os blasfemos.

    Nunca se definem- nunca expressam uma opinião- rosnam. como os cães raivosos.

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  128. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 12:32

    pois eu acho que o saramago é um cristão novo deslumbrado com a bíblia e o neves um descrente desiludido com um ring tone assustador.

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  129. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:34

    Está ali, no comentário 120 o meu balanço, ó cambada que nem sabe ler e só morde canelas de quem nem anda aqui a chatear ninguém.

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  130. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:38

    O Carreiras foi uma coisa muito bera, lá isso foi. Mas o Saramago é profundamente ignorante.

    Eu não faço a menor ideia do que pode levar uma pessoa a passar décadas e décadas atormentado em torno de um texto sagrado sem se lembrar de pegar nas fontes que levam a esse texto sagrado e em pegar nos outros textos sagrados de outras religiões.

    Ele tem uma única obsessão como a tem o CAA, como a têm a generalidade dos ateus militantes que, ou ficaram traumatizados com excesso de doutrina em crianças, ou baralhados com a doutrina ideológica marxista.

    É isto e é sempre assim em todos. Se forem os ateus militantes de formação protestante vai dar ao mesmo, com a variante do ateísmo deles ser uma revolta contra o protestantismo e a idolatria ser o positivismo cientóino das luzes.

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  131. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 12:40

    Mas, o que me levou a respeitar o Saramago foi ter sido genuíno nas suas perplexidades.

    E as perplexidades existem. E são questões a que não se responde como respondeu o Carreira- com aquela espécie de “pedir desculpa por ser católico” e menorizar e banalizar a Bíblia a um qualquer livrinho de alegoria literária escrito por um saramaguito do oriente.

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  132. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 12:44

    #127 – confundes inteligência com malveirice, cultura com uma uma trituradora de papéis, agressividade com falta de educação e a vaidade dá cabo do resto.

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  133. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 13:12

    Mostra lá tu que não és nada disso e diz lá então o que tens a dizer sobre o Caim, o Saramago, as críticas ao Saramago, as defesas do Saramago.

    Força!

    Consegues andar aqui há 2 dias e não tens mais nada a dizer que te interessares por o que eu sou ou deixo de ser?

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  134. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 13:15

    !3127.

    Estou à espera- mostra lá que tens alguma inteligência para seres capaz de detectar tudo o que falta nos outros sem precisares de mais nada.

    O que tens a dizer sobre este post e sobre o assunto?

    E a pergunta é a mesma para coisas piscas e todos os que aqui aparecem apenas a babarem-se contra quem comenta.

    Eu comento- deu deixo argumentos, interpelei directamente a Helena Matos. Sou capaz de me justificar, e até posso estar a dizer muita imbecilidade. Mas respondo por ela- penso-a- justifico-me. Dialogo- até demais, até com quem nem merece.

    E v.s?
    Rosnam. São a matilha priáptica que apenas sabe que há que rosnar.

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  135. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 13:16

    #127.

    Então? fugiste?

    Não és capaz de mostrar que tu não confundes nada disso, que és culto, que sabes pensar sobre o assunto e que partilhas essas ideias aqui?

    Estou à espera.

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  136. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 13:19

    E mostra lá onde está a tua supremacia de inteligência por achares que não és agressiva nem malcriada.

    Mostra lá.

    A tua boa educação é coisa que te entope. Perdes o pio por seres tão educadinha da silva e nem consegues formular uma ideia mas sabes dizer que os outros é que são ignaros por se exporem?

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  137. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 13:21

    Fugiste, ó palonça?

    eheheheh

    Bem que eu gostava que um de v.s fosse capaz de deixar uma opinião aqui nas janelinhas.

    E nem foi com v.s que me meti mas com a Helena Matos e mais os outros da mesma cantiga de sempre. Da cantiguinha das palminhas para os grunhos das caricaturas e os wilders da mossad e a moral do bom insulto aos crentes muçulmanos.

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  138. 24 Outubro, 2009 13:59

    #134.
    Não estou em competição e muito menos a exibir-me.
    Estou mais no lúdico e vossemecê é uma chata.

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  139. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 14:06

    E tu não és chato mas insultas os outros, não insultas?

    E o lúdico é algo que te impede de ter uma opinião?

    Tens alguma opinião sobre este assunto?

    Eu não sei se tens acerca deste.

    Mas vi que tens uma excelente opinião acerca daquele grunho do deputado holandês- o Wilders.

    E soubeste insultar-me por o ter deixado em cacos.

    E aí também não te definiste.

    Porque é que te agrada uma besta que usa a religião das pessoas- cá na Europa- dos imigrantes, para provocar conflstos sociais em nome de uma parte de um conflito internacional no Próximo Oriente?

    Explica lá?

    É a ideologia socialista que te impele a isto. A defesa do Wilders é uma boa defesa? nada tem de próximo com a defesa da humilhação e da provocação racista?

    E tu gostas disso mas depois, quem não gosta é apelidado de nazi, como tu me apelidas.

    Porquê?

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  140. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 14:11

    E o kamarada da Carbalhosa, o fóssil do PREC que só anda aqui para perseguir o José com toda aquela parafernália do “facismo” e do W”salazarismo” faz o mesmo.

    E também me chama nazi por dar porrada num porco que chega ao ponto de defender a proibição dos imigrantes de religião muçulmana se expressarem na sua própria língua nas ruas da Holanda.

    É a isto que se pode chamar “anti-fascismo” e ser-se de esquerda?

    Se é, bem podem abraçar-se a tudo o que diabolizam porque são gémeos.

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  141. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 14:11

    viró disco e toca o mesmo

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  142. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 14:13

    Ó caralhosa- rachaste?

    Ainda não conseguiste alinhavar uma frase para comentares o post e o Saramago?

    Parece-me que assim não tens grandes hipóteses de te diferenciares do teu sabujo.

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  143. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 14:27

    A sonsice que me incomoda nestas tretas à HM é sempre a mesma.

    É a que ela resumiu nestas palavras:

    «o. Mais ou menos o inverso do que sucede quando, mesmo na dita livre Europa, se arranja uma polémica com religiões que cujos fiéis têm outro entendimento da tolerância. Veja-se o inferno terreno em que se transformaram as vidas de Salman Rushdie ou do director do jornal dinamarquês Jyllands-Posten após a publicação dumas caricaturas de Maomé e percebe-se que há polémicas e polémicas.»

    Nada daquela nojeira foi coisa de “polémica”. E muito menos “polémica paritária nos media” porque quem a escreveu nos jornais humilhou gente que não é jornalista nem tem esse poder de megafones.

    E o porco do jornal é um porco sionista que o fez por contrato com ateus militantes e gente do BE lá daquelas bandas.

    E esses ateus militantes ainda hoje dizem que o caso só serviu para os fortalecer na crença ateia. Literalmente. A crença ateia é o mobil da provocação racista.

    E fizeram pior- não foram apenas as caricaturas foleiras- foram livros de BD do Corão- em insulto primário que incluía um Maomé pedófilo que um deles impingia nas escolas públicas da Dinamarca e queria exigir a que passasse a figurar em todas as bibliotecas da rede escolar.

    Foi isto .E é isto que estes liberais consideram digno de exemplo e chamam liberdade de expressão, e estariam sempre prontos para propagandear.

    E foi isto que a fanática da HM criticou ao Saramago- não ter feito a porcaria usando a religião muçulmana.

    Não ter feito um FITNA.

    O meu nojo com estes imbecis é sempre este.

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  144. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 14:30

    vou repetir. o saramago leu a bíblia e ficou cliente quando os que a vendem já não acreditam no produto, apesar de viverem do negócio. alguma coisa com barbas havia de substituir o kapital. troco mais informações pela identificação do ring tone do padre carreira.essas manifestações de má educação resvalam na carapaça da minha indiferença, portantos estás à vontade no adjectivanço.

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  145. José permalink
    24 Outubro, 2009 16:01

    Alguns judeus eruditos estudam a Bíblia desde que se conhecem. Palavra por palavra, expressão por expressão, texto por texto. Passam a vida nessa exegese, para chegar a um nome: o Nome que não se conhece e apenas se aproxima de um som. Os asiáticos balbuciam-no em toada.

    Os teólogos cristãos há séculos que fazem o mesmo, de um ponto de vista mais lato porque incluem a fé na Palavra do Mensageiro Jesus Cristo.

    o padre Carreira das Neves é um dos representantes dessa escola teológica que herdou o conhecimento escolástico e desenvolveu ideias de séculos que os jesuítas estudaram e apresentaram. Santo Agostinho, o númida e S. Tomás de Aquino são os doutores da Igreja que o padre Carreira conhece melhor, porque não houve mais ninguém que conseguisse avançar mais na teologia cristã do que eles.
    O cardeal Ratzinger não dizia muito mais, porque não é possível.

    Ontem, o padre Carreira das Neves disse uma coisa que costumo dizer sempre ( porque aprendi no mesmo sítio): a ciência de um crente não prova que Deus existe. Mas a ciência de um ateu também não consegue provar o contrário.

    Por isso, resume-se tudo a uma questão de Fé. A Ciência, ultimamente, anda a tentar demonstrar que a Fé é um vírus.

    Mas é muito antigo. Pelo menos da idade do Homem e que não sofeu mutações genéticas.

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  146. José permalink
    24 Outubro, 2009 16:08

    O ferreira, sobre isto, deve ter ouvido falar, vagamente, em Esculápio. E agora vai ao Google para saber quem é.

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  147. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 16:53

    O padre Carreira das Neves não soube explicar Abel e Caim- nem o fez literalmente, nem por aproximação mítica.

    Também não soube explicar essa moral divina do Antigo Testamento que os judeus sabem e os evangélicos também. E defendem-na como um mandamento divino. Esse deus que confraterniza com “satã” (satã, era mesmo satã- ou era Lúcider ou anjo caído- ele não distinguiu nem explicou- deixar passar como se fosse o demo) é aceite assim- de forma literal, pelos evangélicos. E a isto o Carreira das Neves nada disse, nada contrapôs.

    Apenas falou em simbologia, em alegorias, para depois aceitar que há muitas e nem separou as que só podem ser alegorias das que poderão ser reminiscências de outras tradições (a dada altura ainda andou perto ao referir que aquilo na época nem era propriamente monoteísmo).

    E deixou que Deus ficasse por aqui- por poder ser isto tudo- de forma literária, sem sequer perguntar ao Saramago se ele não acredita em Deus, então como pode acusar Deus de escritos dos homens.

    Deixaram-no todos ir-se embora sem lhe fazerem esta pergunta óbvia- a quem se dirigia- se não foi Deus que ditou aquilo que o atormenta há tantas décadas.

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  148. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 16:57

    errata: deixou passar como se fosse o demo. Podia ter deixado passar como se fosse uma reminiscência de Belial.

    Não sei se lhe caía a crença na lama, ou se o Deus dele anda ao sabor da literatura. Porque nem por um segundo se lembrou de falar no Deus que se faz homem e como Cristo sim, é a base da Igreja Católica.

    E de tal modo que na Idade Média ainda era controversa a inclusão do Antigo Testamento- a Velha Lei- a A Sinagoga- figurada de venda- nos portais de catedrais.

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  149. anonimus permalink
    24 Outubro, 2009 16:58

    O josé bem tenta atrelar-se à carroça da zazie, mas não tem pedalada

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  150. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:00

    E eu dou de barato que ele seja erudito. Mas não dou de barato aquele “descartar” de perguntas impertinentes que não interessa se foram feitas por um tipo com o Nobel- porque podiam ser feitas por qualquer pessoa a quem aconselham a leitura da Bíblia.

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  151. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:04

    E volto a repetir que gostei de ouvir o outro padre- o que foi entrevistado juntamente com o Pureza do BE.

    Nem sei nada deles. Mas é certo que se estivessem a par até parecia que estavam a falar de bíblias diferentes.

    E esse falou com emoção e contrapôs a profundidade dos sentimentos que o Antigo Testamento também tem.

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  152. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:09

    O detalhe que me incomodou no Carreira das Neves foi dito de raspão mas ele disse-o.

    Quando o Saramago falou de Sodoma e do castigo divino que nem poupou crianças (coisa perfeitamente natural na altura, se não lhe chamarem “acção divinaQ”) ele ainda deu uma justificação desnecessária, que era uma necessidade natural de defesa de um povo que não se queria contaminado.

    Esta treta irritou-me. Para isto vou ali ao Trento na Língua e tenho o Rambo Evangélico a dizer o mesmo.

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  153. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:11

    Em resposta a esta “necessidade natural de um povo que não se queria contaminado” o Saramago ainda teve tempo de meia palavra onde falou de conquistas territoriais.

    O imbecil do Crespo interrompeu sempre que alguma coisa mais interessante ia ser formulada.

    E foi pena.

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  154. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 17:21

    #145 – viste & reviste o cresponews com atenção e optaste pelo empate técnico. a religião só vende enquanto não há provas, até lá vamos boicotando a investigação e governando a vidinha impondo as nossas verdades com interpretações manhosas de coisas supostamente acontecidas. se deus existisse dizias mal dele, como não acreditas serve para justificar tudo.
    o esculápio é um laboratório, em ansião, para onde remeto as fezadas para análise clínica.

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  155. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:52

    Este sabujo da carvalhosa é um ogre mal-formado.

    Que grande pulha que deve ser este tipo. Fede de má-fé e ressabiamento sem justificação.

    Que caraças. Ou o José lhe largou um balde de merda em cima quando era pequeno ou este tipo é um tarado perigoso.

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  156. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:56

    impondo verdades- coisa que este animal faz é impor até o pensamento e a consciência aos outros. ~~

    Grande pulha estalinista. Como é que ogres destes podem falar em imposição de crenças por fé, quando eles até entram na cabeça e nos sentimentos dos outros para garantirem que os conhecem melhor que os próprios.

    ó cabrão- atreve-te comigo que não sou branda como o José nem tenho a caridade dele.

    Atreve-te comigo e eu digo-te o que é capaz de adivinhar.

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  157. anonimus permalink
    24 Outubro, 2009 17:58

    Balde de merda é a sua verborreia.

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  158. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 17:59

    “como não acreditas” um ogre destes até nega a verdade dos outros.

    Tu és aquilo que já retratei- o angriest dog in the word do David Lynch- o rosnador priáptico.

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  159. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 18:00

    Apanhaste com ele quando ias a passar debaixo da janela não foi.

    E isso é trauma de infância que tens por essa maldade do José.

    Porque tu falas do José com demasiada proximidade para ser apenas uma embirração virtual-

    Conta lá o que ele te fez quando eras badocha mongo.

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  160. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 18:01

    Largou-te um balde de merda em cima. Foi isso. E ainda se nota o cheiro da que engoliste.

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  161. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 18:02

    caím… caím… caím

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  162. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 18:03

    Conta lá os detalhes. Também lhe fazes esperas à porta de casa ou limitas-te a viver aqui na blgosfera para vomitar essa merda fossilizada que ainda está dentro?

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  163. anonimus permalink
    24 Outubro, 2009 18:05

    Borrou a escrita.

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  164. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 18:24

    #161 – caím… caím… caím

    ring tone oficial do das neves

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  165. José permalink
    24 Outubro, 2009 18:59

    Zazie:

    Conheço um Ferreira que é boticário para aí numa vilória qualquer e que é boa pessoa e do meu tempo. Este ferreira que por aqui destila a sua essência, apesar do mesmo ofício, é apenas um cómico que não se revê na triste figura que faz. Isto por aqui nem lhe serve de espelho.

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  166. José permalink
    24 Outubro, 2009 19:00

    Mas tinha piada se fosse o mesmo, lá isso tinha. Ainda me ria mais…

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  167. José permalink
    24 Outubro, 2009 19:10

    Quem era o padre que debateu com o Pureza ( que é do meu tempo e segundo dizem, católico…)?

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  168. ------------ permalink
    24 Outubro, 2009 19:21

    zazie

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  169. Per Caso permalink
    24 Outubro, 2009 19:27

    #145

    O José sabe e, honesto, pensa, dominando o vasto conhecimento:

    “Santo Agostinho, o númida e S. Tomás de Aquino são os doutores da Igreja que o padre Carreira conhece melhor, porque não houve mais ninguém que conseguisse avançar mais na teologia cristã do que eles.”

    Já Sthendal avançou, em “A Cartucha de Parma”, numa iluminação que deixou abismado o mesmo Nietzsche, quando eu procurava, entre os males da fome, da injustiça e da guerra, como era possível Deus permiti-lo, proteger Caim, o fratricida, e assim o Bush, depois de tudo o que fez, sem pena, ele e o moço inglês, além do nosso e mais a chusma de serviçais, lacaios, que sabemos, iluminou-se-me a mente, neste pensamento claro, tão simples, “Deus não tem culpa, se ele não existe.”

    Mas é isso. E nós à roda, à roda, como o Saramago, como que perplexos, “como é que Deus?…” Deus, nada. Mas os poderosos, que lá fazem a guerra pelo mais domínio, dinheiro e petróleo, por limpar as armas, num grande negócio, maior do que a droga.

    E enquanto nos deixamos enredar na onda, contra o Saramago, o chato, que vem perturbar-nos desta ordem sã, cristã, sectária, católica, que se está nas tintas para os milhões da guerra, da miséria e fome, lá longe, escudados nesse Deus mais rico e mais fino, condizente à nossa superioridade, melhor não pensar, não mexer no que bem está, sem ir ao fundo de nada, porque temos fé, Carreira e os bispos, com o povo todo ou quase.

    E Deus não tem culpa, se não existe. Nós temos a culpa.

    Mas ora acontece que com o nosso Deus, o deus de Caim, do Bush e do Obama, como dos burrosos e grandes da Europa, lá bem nos importa a culpa, se podemos com ela, mais ricos, mais fortes que os filhos dos deusses mais fracos, esses Palestinos, pakistões, iraqueses, indianos…

    Que lá se desunhem. E, olha, enquanto era tempo, escolhessem a Europa, Paris ou a América.

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  170. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 19:34

    “e segundo dizem, católico”

    ahahahaha

    Daqueles que usa o catolicismo para dar mais força à fé comuna.

    “:O)))))

    Desta vez ia apelando à revolta

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  171. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 19:37

    O bacano do Vasco Barreto também teve à perna um tal Eufigénio e aquilo era uma doença. Até foi obrigado a fechar os comentários.

    E não é que, na volta, esse Eufigénio conhecia-o mesmo e era vingança de coisa de escola.

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  172. José permalink
    24 Outubro, 2009 19:41

    Frei Fernando Ventura, capuchinho. Precisamente da ordem que mais tem estudado a Bíblia, salvo o erro.

    E confirma Saramago: o deus de Saramago não existe.

    Ahahahah!

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  173. José permalink
    24 Outubro, 2009 19:43

    Este ferreira não há-de ser um castro laboreiro…a não ser no estilo.

    Mas tinha piada, lá isso tinha.

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  174. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 19:50

    Pois não. Mas eu gostei deste fradinho. E não gostei lá muito do Carreira das Neves.

    Mas sou ignorante nestas coisas e nem conheço estes padres. Agora a explicação que ele dá de Abel e Caim já a tinha estudado por confronto com mitos idênticos- anteriores- da Suméria e coevos, de vários lados.

    Ele teve esta virtude de acentuar que não se pode falar de tradições que reportam ao Génesis com meras literaturas ou relatos históricos.

    E a Bíblia tem isso tudo.

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  175. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 19:54

    Este Ferreira é um fóssil e mumificou lá com a pancada da Ditadura.

    No outro dia até estropiou uma cena qualquer passada na UC com o tipo da justiça e o Américo Tomaz. Foi o Hajapachorra que o corrigiu.

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  176. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 19:57

    estas duas pêgas, zeckle and joseckle, pousam em blogues alheios, inundam as caixas de comentários com basófia promocional, tratam o pessoal com se fossem iluminados descendentes do rei dos frangos e ainda se acham vítimas.

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  177. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 20:01

    Queres o ninho só para ti, ó sabujo da carbalhosa.

    O Pureza é outro que não existe. Aquilo parecia um programa revolucionário e ainda teve o desplante de dizer que o espírito da Bíblia é o mesmo da resistência do Saramago.

    Uma palhaçada. A resistência de quem morre em luta contra a injustiça ehehehe

    Foi mesmo esta a vida de Saramago comunista.

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  178. anónimo permalink
    24 Outubro, 2009 20:11

    #179 – há coisas corrigíveis e outras não têm conserto. pelos vistos o perseguidor é controlado.

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  179. José permalink
    24 Outubro, 2009 20:33

    Não, não é castro laboreiro. É poodle. Lambedor de utopias cadentes.

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  180. Prof Denzil Dexter permalink
    24 Outubro, 2009 22:43

    zazie, o tipo nao pergunta ao Saramago por que razao ele se dirige a Deus e o acusa se nao acredita por uma razao simples: o Saramago esta’ a demonstrar de forma implicita e metaforica que o Deus da Biblia nao pode ser o Deus infinitamente bom (o Amor) e omnipotente como a igreja conta aos crentes e a todos que queiram ouvir. Eles todos fogem com o rabo ‘a seringa! Quanto mais fogem, mais sorrisos e elogios oferecem ao Saramago. Nao e’ preciso ser um exegeta da Biblia para perceber o que o Saramago diz, e’ preciso estar anestesiado.

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  181. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 22:57

    Que Deus da Bíblia?

    Não me digas que também vais repetir o sábio que chamou à Bíblia um livro.

    Um maluco qualquer que apareceu numa caixinha de comentários, e que garante ser doutorando, com ar muito sério, deu a ideia de se escrever um novo livro da Bíblia, de forma clara, já que todos concordam que este está mal feito

    ahahaha

    Esta sim, é uma boa parábola da descrença ateia.

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  182. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:00

    Outra pergunta:

    Foi a Igreja que inventou um Deus infinitamente Bom e aldraba os crentes católicos?

    Porque há outras igrejas que não aldrabam, e não têm um Novo Testamento e essas sim, adoram um Deus Belial sumério?

    Se é isso, plenamente de acordo contigo.

    Esse tem sido o tema de debate por excelência que travo com os evangélicos do Trento na Língua.

    Podes seguir o link do meu quiz ao Rambo Evangélico porque o que por lá foi escrito em nome do Cristianismo nem uma seita satânica era capaz de dizer em tom ingénuo.

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  183. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:03

    Mas, o pequeno detalhe é que a Igreja Católica só foi criada depois da morte de Cristo.

    E estas pessoas que adoravam Deus, e acreditavam nele, existiram desde as trevas dos tempos.

    Também é culpa da Igreja Católica que não exista um povo que não tenha tido deuses e que a noção de Criador tanto seja formulada há 4 mil anos como na Grécia, pelos filósofos?

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  184. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:04

    Mas, se fores para os Incas, encontras o mesmo efeito da tua “Igreja Católica” e se preferires os Celtas (que agora estão muito na moda) encontras pior e com sacrifício de crianças em tempos equivalentes à polis grega.

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  185. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:06

    E já nem te recomendo ires para Àfrica, ou para a China ou para o cu de judas onde nem a Igreja Católica tinha posto o pé e se fazia o mesmo.

    É lixada esta humanidade que não respeita o Darwin e lhe deu em render culto a “fantasias” anti-científicas.

    Se calhar, a culpa ainda foi do macaco.

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  186. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:11

    Mas olha, um bom texto acerca da pureza que o Saramago desejava na Bíblia, escreveu-a o Corcunda (Pasquim da Reacção) um bom texto. Bem perspicaz esse desvendar das purezas morais das ideologias que não conseguem acatar a Vida impura e imperfeita e daí criem aquelas utopias. Tão puras, tão perfeitas, tão morais nos seus fins que, para os atingir, todos os meios são válidos.

    A pureza moral é isso- a tendência de os humanos se armarem em Deus a corrigirem a Obra.

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  187. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:30

    Mas concordo contigo nesta passagem:

    «Eles todos fogem com o rabo ‘a seringa! Quanto mais fogem, mais sorrisos e elogios oferecem ao Saramago. Nao e’ preciso ser um exegeta da Biblia para perceber o que o Saramago diz, e’ preciso estar anestesiado.»

    Tirando o todos, porque foram apenas alguns e aquele Carreira das Neves de que não gostei.

    E nem digo que estejam anestesiados. Porque não tenha a má-fé de duvidar da crença de ninguém.

    Digo que estão demasiado preocupados em serem “universalistas” em serem aceites (incluindo pela ciência- o Carreira teve logo de dizer que gostava muito de Física e de Química).

    Andam todos com vergonha de afirmarem um passado.

    Todos por cá, porque nem sei o que é a igreja católica portuguesa. Indo ler os jornais e o cardeal, é só curas de passeata.

    Por isso mesmo é que o Ratzinger é um grande Papa. Toda esta frouxice de salamaleques e quase vergonha de serem católicos, é bem o inverso do que o grande Papa faz.

    Mas, na pancada de serem bem aceites, por vezes parece que o mundo presente e a política e as ideologias lá merecem umas vassalagens menos simpáticas.

    Eu não completei a frase que me desagradou no Carreira das Neves e que se pode confirmar no vídeo que está aí atrás.

    Ele não disse apenas que se explicava a necessidade de passar tudo à espada para evitar contaminação. Ele disse que quem precisava era o povo de Deus.

    E esta treta sim, é puta rabinice que me encanita tanto como o fanatismo do Corão.

    Caraças, como é que se pode falar em Povo Escolhido e depois dizer, como diz Cristo e a sua mensagem- que somos todos irmãos e filhos do mesmo Deus?

    Deus é sempre o que os jhomens conseguem dele falar. O meu não é este. Já tinha pensado no Natal fazer um post a contar qual é o meu Deus. Basta uma única gravura.

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  188. zazie permalink
    24 Outubro, 2009 23:37

    Que não seja por isso.

    Para o Professor Denzil Dexter:

    O meu Deus é ESTE

    Foi desenhado pelo “mestre das bandeirinhas- o menino Jesus a brincar com a Criação e com papagaio ao lado.

    “:O)

    Gosto muito desta ideia de Kenosis.

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  189. velyn permalink
    25 Outubro, 2009 00:45

    Dio mio, esta Zazie é maluquinha de jogar pedra!

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  190. Anónimo permalink
    25 Outubro, 2009 00:56

    Parece-me que tu é que és mais um palerma que aqui vem para nada dizer.

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  191. 25 Outubro, 2009 13:27

    Numa carta datada de 1954, endereçada ao filósofo Eric Gutkind, o pai da teoria da relatividade escrevia: “A palavra “Deus” é só a expressão da fraqueza humana, a Bíblia é uma colecção de lendas respeitáveis, mas primitivas e rigorosamente infantis.” e acrescento: esta visão da religião e da bíblia é extensível a todos os “textos sagrados” que têm servido para praticar o mal em relação aos ímpios de toda a espécie…

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  192. anti-ekotretas permalink
    25 Outubro, 2009 13:31

    ó E-ko- vai comer palha que o teu ateísmo proselitista tem crime no cartório que até levou sábios a criarem a bomba atómica.

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  193. Satã permalink
    25 Outubro, 2009 15:06

    O problema dos ateus é que a bem dizer não podem nem afirmar a existência de Deus nem negá-la.

    Dizer “Deus não existe”, ou “A não existe” é uma impossiblidade lógica porque primeiro tem que postular a existência de Deus ou de A para a seguir dizer que não existe.

    Assim essa afirmação que serve de base para o discurso ateu subsequente é totalmente irracional.

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  194. José permalink
    25 Outubro, 2009 15:40

    Há aí um sofisma porque eles não postulam coisa nenhuma, a não ser crença na existência de Deus. É isso que negam: a crença.

    Ora, uma crença numa existência é idêntica a uma crença em sentido contrário, com uma diferença subtil: uma, prssupõe um facto positivo. Outra, um negativo e sempre por contraposição àquele. É essa a natureza dos ateus: estarem contra os crentes. E é isso que lhes dá a identidade também negativa e atentatória de direitos das pessoas em acreditar no Transcendente.

    O ateu é sempre militante contra o crente, porque é disso que alimenta a sua própria descrença.

    Logo, um ateu será sempre alguém com tendência a sufocar a crença de outrém. O grau de sufoco é que pode variar, desde o do agnóstico, inócuo, até ao do ateísta que violenta o outro de qualquer modo, para afirmar o seu princípio.

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  195. José permalink
    25 Outubro, 2009 15:42

    O nosso Vital Moreira é o exemplo do ateista a caminho da violência. Primeiro e antes de tudo, verbal. Depois, física, como aconteceu sempre.

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  196. José permalink
    25 Outubro, 2009 15:45

    A guerra entre crentes diferentes, como acontece com judeus e islâmicos/palestinos ou cristãos e judeus, na antiguidade ou entre católicos e protestantes depois disso, é outra coisa: é uma guerra de facções, de posições e de sobreposições.

    È uma guerra entre irmãos. A outra, é uma guerra entre inimigos.

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  197. anónimo permalink
    25 Outubro, 2009 15:47

    “O ateu é sempre militante contra o crente, porque é disso que alimenta a sua própria descrença.”

    uns querem vender e os outros não querem comprar. o resto é marketung dos vendedores para impingirem o produto. cambada de melgas.

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  198. José permalink
    25 Outubro, 2009 16:06

    “cambada de melgas.”

    É isto que define o ateu…a hostilidade do contra. Incomoda-os que alguém acredite. Porquê? Porque querem impor a descrença. Porquê? Porque sim. E porquê? Perguntem-lhes.

    Algum crente procura impor a crença aos não crentes? Não. Procura, antes disso, o convencimento e a aceitação através da evangelização e proselitismo. Porque evidentemente não é possível impor a crença a ninguém.
    Só o comunismo quis fazer isso e só por isso, os descrentes no comunismo se revoltaram contra eles, por causa dessa violência. Por reacção…

    Também por isso mesmo, o capitalismo como modo de produção de coisas, é uma crença que não se impõe, uma vez que se transpõe.

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  199. 25 Outubro, 2009 16:10

    nunca assino um comentário como anónimo…

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  200. 25 Outubro, 2009 16:15

    “202. “Algum crente procura impor a crença aos não crentes? Não. ” – José

    ROTFL

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  201. José permalink
    25 Outubro, 2009 16:19

    As barrigadas de riso trazem quase sempre indisposição…

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  202. Eduardo F. permalink
    25 Outubro, 2009 16:39

    E continuam os jogos florais!

    «Portugal é o país dos achadores. Toda a gente acha. Liga-se a televisão e ouve-se toda a gente a achar.» (Henrique Medina Carreira – Expresso (Única), 24-10-2009)

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  203. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:40

    José, aí duvido- duvido que ainda hoje em dia a guerra entre judeus e palestinianos seja uma guerra de maior irmandade que inimizade caso fosse com ateus.

    Os judeus têm uma particularidade que outras religiões não têm. Aceitam que um judeu possa deixar de ser crente e passe a ser ateu mas excomungam e até impedem sepultura no cemitério deles, se esse judeu adoptar uma religião diferente.

    Basta mudar de fé, acreditando no mesmo Deus. para se tornar um gyim- um não humano- um não judeu.

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  204. Satã permalink
    25 Outubro, 2009 17:41

    Ao dizer Deus não existe, ou Deus é imaginário, tem forçosamente que primeiro reconhecer a presença de Deus como imaginário ou como existente.

    Mas na matemática existem, e são operacionais, os chamados números imaginários. Coisas que não existiam hoje, como o secador de cabeças pensantes, eram imaginárias no tempo das Descobertas-

    Ao dizer Deus é imaginário postula-se que ele pode vir a existir.

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  205. Satã permalink
    25 Outubro, 2009 17:42

    ou que já existe, e é operativo.

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  206. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:43

    Mas estas tretas do Saramago não me incomodaram nada excepto num detalhe que nada tem de literário- essa porca ideia de dizer que o direito à heresia devia estar consagrado na carta dos direitos humanos.

    Bastava perguntar-lhe que raio de heresia podia ser essa -porque heresias ideológicas chamam eles lei e democracia, e até direitos humanos.

    A ideia da heresia religiosa se impor é a ideia mais suja deste totalitarismos de órfãos do demo. Querem acabar com o sagrado.

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  207. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:46

    Heresia para ele é como para o CAA o direito ao bullying e perseguição à crença que é vivida na rua, nas comunidades, nos seus símbolos, no seu calendário, nas suas tradições e que impedem aquilo que todos os ateus militantes sempre quiseram- terraplanar o mundo com a doutrina das ideologias.

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  208. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:50

    Mas o José explicou muito bem esse inexistència de algo que os ateus afirmem.

    Eles são órfãos e combatem a ordem que os outros ainda têm em nome de nada.

    Em nome desse vazio- desse caos que apenas existe para desmembrar todas as ordens que dão sentido às comunidades.

    Por isso é que tendem a ser revolujcionários e por isso é que não há esquerda crente nem comunismo com outro deus a não ser o da revolta.

    Claro que depois idolatram os iluminados das cartilhas destas urtopias.

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  209. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:53

    Refiro-me a ateus militantes, no sentido daqueles que não têm crises e problemas existenciais e religiosos.

    Os que têm, se forem inteligentes até podem equacionar tudo isto em termos filosóficos.

    Mas não é o caso do Saramago porque, por muito que até exista uma perplexidade genuína, ele reduz depois sempre tudo ao anti-clericalismo.

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  210. 25 Outubro, 2009 17:58

    Já faltou mais para o apóstolo José começar a pedir o dízimo para a igreja de Santa Zazie.

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  211. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 17:59

    E aquela coisa doentia e demagógica de chegarem ao ponto de atribuir à Igreja Católica todos os males do mundo por viverem num eterno presente utópico.

    E é por isso que ele tanto ataca a Igreja por não ter dado a ler essa monstruosidade imoral a que reduz vários milénios passados a texto por diferentes pessoas e diferentes sentidos, como de a ter dado a ler e lhe chamar sagrada.

    isto é pura ciganice ignorante e estupidez de fanático.

    E, o que me irritou naquele padre foi ter demasiada preocupação mundana em ser politicamente correcto e não ter dito com todas as letras que esse é a grande mais valia da igreja católica.

    Não só não reduziu o sagrado a textos como soube sempre fazer da Igreja um entrosamento com as práticas e tradições populares a par da filosofia mais erudita.

    E é por isso que até ele tem de reconhecer que é produto do catolicismo.

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  212. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 18:03

    Toma lá um texto do Santo Saramago.

    http://lusavoz.blogspot.com/2009/10/o-mais-santo-dos-santos-as-declaracoes.html

    E não imagino onde encontres grande razão para te achares mais gente por não conseguires atingir o que a Natureza até te proporcionou.

    É da mesma ordem que se tentar gozar com alguém com capacidade artística apenas por a não ter.

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  213. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 18:06

    Por acaso é coisa muito comum em ti

    Até a este propósito achaste que tinhas a atirar aos outros o facto de nunca teres conseguido ler Camilo e Eça só as partes mais picantes.

    Mas, em te cheirando que há crença ideológica a ver se não usas logo o argumento da autoridade e até sacas do Bloom para afirmar que quem nunca leste há-de ser um genial escritor.

    Tens sempre bengala para os apoios das tuas fezinhas menores.

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  214. 25 Outubro, 2009 18:11

    FLOOD

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  215. Satã permalink
    25 Outubro, 2009 18:23

    # 207 Zazie

    O judaísmo é uma religião altamente legalista e contratual. Houve um “Covenant” entre Deus e o povo eleito, basta cumprir os termos do contrato, praticar o bem com um número de acções cumulativamente suficiente, para passar pela porta dos Justos. É como acumular pontos.

    Isso faz dela não uma espécie de relação laboral, mas uma plena relação laboral. O que trabalha na minha vinha e cumpre os pontos todos do contrato, o bom operário é justo e avança pela dita porta celestial.

    Mas suponhamos que o Justo se farta do legalismo, e quer respirar o ar doutras paragens, e abraça por exemplo o verdadeiro Islão, o sufismo.(não a anedota sunita e a outra). Quebra total de contrato, a que se segue expulsão da raça eleita. Embora continuando a acreditar em Deus, merece menos que a vida de uma mosca frita. Daí a goyinização, que é “the ultimate” maldição.

    Não lhe estarei a dizer nada de novo. É só para recordar qual é o ponto de ruptura com o primeiro cristianismo (não o de hoje que está Vigarizado no sentido lato e translato, mas espermos que o novel Papa Bento, homem de cultura, inteligência e sentido de Tradição – por isso tão vilipendiado é pelos mass media, invertículas da realidade, endireite o que torto está). O primeiro cristianismo não é legalista nem contratual e admite que há uma redenção possível mais do que pelas boas obras, pela “caritas”, ou seja pelo amor. A história do trabalhador da 23 hora demonstra isso. Deus de certo modo é relativamente surdo ao justo, mas abre-se a quem o ama.

    Resta ainda que nesse cristianismo o chamado Reino dos Céus, não tem porta, nem está necessariamente lá num alto etéreo, quântico ou numa quarta ou quinta ou sexta dimensão. Seja como for esse novo Reino dos Céusu se se quiser tem todas as portas. É uma realidade interior.
    Ao perguntarem ao místico alemão católico Meister Eckhart para onde iria depois da sua morte, respondeu desta maneira que parece zen: Não tenho lugar nenhum para onde ir.
    Essa é a compreensão da Boa Nova: o Reino do Céu está aqui, sempre esteve, sempre estará, para quem tiver a altura do desejo. É interior. É uma realidade psicológica e física. O fogo da razão animada, para citar o esquecido Álvaro Ribeiro, coincide com o fogo do Espírito Santo, ou a metanóia, de que falam os mias sábos dos santos ao discorrer sobre a conversão que é um processo naturalmente transformativo.

    São Paulo, às volúpias místicas da caritas, expressas por exemplo no sublime rosto extático de Santa Teresa d’Avila, por Bernini, acrescentará a Graça. Esta não existe no judaísmo. Apenas e rara a misericórdia, porque Javé é um deus ciumento, e também como deus tribal, avaro da sua Graça, além de vingativo e rancoroso. É mesmo feito à imagem do homem. Frates Voltaire viu isso perfeitamente.

    Mas o Deus da nova dispensação vem equipado com qualidades mais misteriosas e enigmáticas. Por isso, no século da falsa clareza cientóide, que é o nosso, desperta mais raiva.

    Mas desengane-se quem pensar que Cristo era anti-tradicionalista. Embora hoje o pensamento pequeno burguès dominante queira ver tudo em termos de ruptura, fractura, corte epistemológico e outros chavôes catitas (o revolucionarismo é uma atitude infantil, para ser caridoso) há uma conexão profunda entre Cristo e todo o Antigo Testamento. Há uma solução de continuidade cultural, o que só fica bem, e demonstra um respeito pela autêntica sabedoria do passado que hoje, os parolos técnicos da “modernidade” não possuem, deslumbrados que estão com a civilização que garantiu electro-domésticos a rodos e lixo por toda a parte. (Do lixo mental decorre o outro, é certo)-

    Perdoe-se-me a alfinetada ecológica – sou um homem de gosto que gosta de ver pétalas nas fontes e rios realmente a correr puros e limpos. E enfim, queria ser breve, mas como advogado de Cristo, não tinha outro remédio – Y atrás de la Cruz está El Diablo – alarguei-me demais, pelo que peço desculpa.

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  216. José permalink
    25 Outubro, 2009 19:21

    Este Satã é uma espécie de professor que gostaria de ter tido quando era estudante. Manobra bem o verbo e a erudição, no rito antigo e engana o auditório com facilidade, porque lhe mostra a possível amplitude de um saber que nunca se esgota, em topos prenhes de tropos e citações.

    É aí, nesse campo plano e extenso, que reside a fonte de enganos. Satã é corcunda, evidentemente. Nessa imperfeição escondida, reside o logro.

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  217. zazie permalink
    25 Outubro, 2009 20:11

    Pois valeu a pena voltar aqui só para ler este Satã.

    São estes os bons momentos da blogosfera. Mas são sempre surpresas escassas.

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  218. Atrapalhado permalink
    25 Outubro, 2009 23:06

    O que a menina sabe, a outros esqueceu…

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  219. 25 Outubro, 2009 23:16

    Para um post sobre Saramago, nada melhor que umas baboseiras a Satã.

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  220. anónimo permalink
    25 Outubro, 2009 23:34

    e trocam de nick para auto-elogios e self-response.

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  221. Atrapalhado permalink
    26 Outubro, 2009 00:38

    #224 em que mundo vives pá? Não era um elogio.

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  222. anónimo permalink
    26 Outubro, 2009 10:00

    #225 – ninguém falou contigo, mas pelos vistos trocas de nick.

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  223. Satã permalink
    26 Outubro, 2009 13:24

    # 220,

    “Satã é corcunda evidentemente” é um tropo caro José pelo qual tenho especial carinho e atenção. Ao tropo e ao José, que me parece ter duzentos joelhos para ajoelhar diante de clichés. De facto, a forma mais trivial de pintar o inimigo do Bem, è fazê-lo repugnante.
    Milton não foi nessa. Mas acha que um corcunda seria sexy para tentar santas ou santos? Desconhece bem a história das tentações, caríssimo José. Primeiro que tudo, são e não são de ordem carnal, sensorial. Para essas o arsenal da Minha beleza é incomensurável. Sou a Estética Superior. De resto, a minha primeira contenção com Deus foi, recordo-lhe, caríssimo, por causa da criação do homem, que embora não sendo corcunda nem disléxico, me parecia ser singularmente ridículo, feio, menor, e pior que acorcundado, estúpido e goyim. Ou chevazh-pentipenóide.
    Milton descreveu um Satâ com Orgulho, e com uma capacidade de sedução intelectual interminável. A estreita caixa craniana do homem kundabofferizado (o pensador espinal Medula de tipo misto). A beleza da lucidez contraposta ao gaguejar infantil, a sedução pela razão. Satã, meu caro, desumaniza, não por necessidade ou complexo de inferioridade (olha só) nem por raiva, mas por Desafio.
    Quando os folhetos de medicamentos não dominavam a cabeça das pessoas, e havia boa aguardente de maçã, o chamado calvados em quantidade e qualidade suficiente, o meu Nome era conhecido com Adversus. Monges irritadiços, de caveira e compleição intelectual frágil, como o cónego Carreira criaram essa imagem do corcunda, disforme: de Satã sentado num trono de merda – imagens todas á sua semelhança, e não à Minha que inspirei Proteu a ter todas as faces e semelhanças, para falar no dourado portugu~es antigo do tempo em que ainda havia Mestres, e não modos-de-usar.

    E queria v. caríssimo ter sido meu aluno? Para mim o tempo não progride infantilmente numa só linha recta, deslocando-se com perigosa monotonia socialista do passado para o futuro. Antes do tempo protónico já eu tinha o corniblastómero – veículo de viagens temporais inteiramente gasoso. Ou sejam se v., caríssimo qusiser ser meu aluno, não é impossível. O preço não lhe vou fazer o insulto de pensar que v. não sabe qual é.

    Fá-lo-ei . eu testo os meu discipulato, passar por provas piores do que as de Hércules. E tudo para quê? Deixo-lhe o cuidado de responder. Não se precipite numa resposta arrogante, ou numa qualquer demonstração erudita de ignorãncia moderninha. Medite primeiro, vá até á montanha. Desligue o sofá, e perdoe-me estes conselhos de avozinho sulfuroso.

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  224. 26 Outubro, 2009 12:54

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  225. José permalink
    26 Outubro, 2009 15:41

    Ahahahah! Boa! Todos os clichés do mafarrico, num simples comentário.

    Primo: a falsa modéstia. Secundo: o orgulho candente, a soberba do ser que pretende à essência do Verbo. Tertio: a erudição diacrónica, para confundir o tempo de uma discussão presente. Portanto, a dissimulação que é a mentira. No caso em dupla dose, benevolente, porque o comentário é uma dissimulação interessante e retórica.

    Satanás, na teologia cristã, mais não é do que o pai da mentira e fica tudo, mas mesmo tudo dito. A Mentira é o contrário da Verdade e da Vida. Da Luz. A luz de Satanás é artifical, de enxofre, como dantes se caricaturava. É a Luz que Satanás pretende e cuja contemplação plena perdeu.

    Por último, corcunda, aqui, é em sentido duplamente figurado. Corcunda, como nick de um autor de blog ( O pasquim da reacção, digno de ser lido) e depois, como símbolo de uma má-formação intelectual, dans le cas écheant. É escolher, como no caso do gato de Shroedinger. Não sei se se trata do Corcunda do pasquim e em caso negativo, le cas écheant, fica na mesma por causa do dito.

    Na coda, o desejo de discipulado tem outra conotação: sempre gostei de pessoas ilustradas que pretendam ensinar algo e entrem na erudição livremente. “Gostei”, escrevi, para mostrar o passado que me agradava como aluno. E continuo a gostar do mesmo modo, não como discípulo, mas apenas como trocador de ideias e impressões.

    Assim fica mais claro.

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  226. José permalink
    26 Outubro, 2009 15:48

    Para tirar partido pleno deste tipo de discussão é preciso pouca coisa, mas nem todos a abarcam. Disponibilidade de espírito, sem feitio para amuos. Conhecimentos que ampliam ou limitam o espectro do que se discute. Suficiente ductibilidade para golpes de rins intelectuais. Ultrapassagem das teorias alheias pelo pensamento próprio já devidamente mastigado nos neurónios.

    Se assim não for, resume-se tudo a uma citação do You Tube…

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  227. Per Caso permalink
    26 Outubro, 2009 16:11

    #219.Satã disse
    25 Outubro, 2009 às 6:23 pm

    “sou um homem de gosto que gosta de ver pétalas nas fontes e rios realmente a correr puros e limpos.”

    E assim se entende a visão, revisitada e algo como há muito perdida:

    “Resta ainda que nesse cristianismo o chamado Reino dos Céus, não tem porta, nem está necessariamente lá num alto etéreo, quântico ou numa quarta ou quinta ou sexta dimensão. Seja como for esse novo Reino dos Céusu se se quiser tem todas as portas. É uma realidade interior.
    Ao perguntarem ao místico alemão católico Meister Eckhart para onde iria depois da sua morte, respondeu desta maneira que parece zen: Não tenho lugar nenhum para onde ir.
    Essa é a compreensão da Boa Nova: o Reino do Céu está aqui, sempre esteve, sempre estará, para quem tiver a altura do desejo. É interior. É uma realidade psicológica e física.”

    Assim, vale a pena. Um homem aprende, reaprende, se já o havia esquecido. Aqui há saber, cultura, honesto pensamento. Num belo escrito, escorreito, culto.

    E Meister Eckart sugere-me, à primeira, autor de um livrinho que li, como Elogio da Perfeição, que deve ser outro. De qualquer modo, semelhante em resumo do seu pensamento: “Quando eu prego, eu costumo falar de desprendimento e dizer que um homem deve estar vazio de si mesmo e todas as coisas, e por outro, que ele deve ser reconstruído no simples bom que Deus é, e em terceiro lugar, que ele deve considerar a grande aristocracia que Deus criou na alma, de tal forma que por meio dela o homem pode alcançar maravilhosamente a Deus, e em quarto, da pureza da natureza divina.” in Wikipedia

    E esse deus está bem, o que deve ser, que nem Saramago contesta.

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  228. Per Caso permalink
    26 Outubro, 2009 16:15

    Sim, o
    Deus de Saramago,
    que se não conteata.

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  229. Per Caso permalink
    26 Outubro, 2009 16:16

    E o puro,
    que não se contesta.

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  230. Per Caso permalink
    26 Outubro, 2009 17:00

    Porque, enfim, é Deus, essa pura ideia que nos impele a ser bons, ser justos, e nos enriquece, se nos transforma de dentro.

    Agora deuses de Caim, do Bush, desses que dão para tudo, servindo aos maus e prepotentes, sob a capa de mais espertos… Satã nos ajude, nos livre da tentação, com sua artimanha exegética.

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  231. Per Caso permalink
    26 Outubro, 2009 17:19

    Sobre o dito livro, que me sugeriu Meister Eckart, descobro agora, era “A Imitação de Cristo”, de Tomás de Kempis.

    Leiam, leiam, que não trai Meister Eckart e, mais, ainda enobrece a Bíblia.

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  232. 29 Outubro, 2009 10:29

    «Escrever é fácil. Um dia esperamos também saber ler» (de uma tira de Scott Adams “Dilbert entre os elbonianos”)

    NA «QUADRATURA DO CÍRCULO» da semana passada abordou-se a polémica gerada pelo mais recente livro de Saramago. Lobo Xavier deu o tom, bem à portuguesa:
    «Não o li, não o tenciono ler, mas acho que (…)». Em seguida, disse alguns lugares-comuns (que, como todos os lugares-comuns, estavam correctíssimos), e juntou algumas palavras sobre o conteúdo do livro (que, como não o leu, não poderiam ser muito acertadas…).
    Pacheco Pereira e Francisco Assis (manifestamente nas mesmas condições) foram mais cautelosos e ficaram-se pelos lugares-comuns: «o que Saramago diz não é nada de novo, a Bíblia não é para ser levada à letra, a liberdade de expressão é sagrada, etc & tal».
    Ora, em toda esta polémica, parece-me que há uma certa confusão: por um lado, o LIVRO propriamente dito. Por outro, as DECLARAÇÕES que o autor fez, em intervenções e entrevistas. Mas o certo é que em breve já ninguém se lembrará destas, enquanto, ao invés, aquele ficará – independentemente da sua qualidade.
    Tendo isso em conta, o desafio que eu coloco [aqui] é simples: dado que não faltam espaços para discutir as DECLARAÇÕES de Saramago, que tal dedicar algum espaço, exclusivamente, ao conteúdo do LIVRO propriamente dito?

    Ou será que Portugal está cheio de ‘elbonianos’, que escrevem muito mas lêem pouco?

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