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“façamos trabalhar a nossa gente”

10 Novembro, 2009

«Portugal tem hoje excelentes elites universitárias, científicas, culturais, técnicas e artísticas que, raramente, surgem nos meios de comunicação social, aos quais só interessa a politiquice rasteira, as intrigas, as desgraças e os pequenos e grandes escândalos que escapam, não se sabe como, ao “segredo de justiça” – donde resultam verdadeiros linchamentos de pessoas na praça pública -, e depois desaparecem, sem que se saiba porquê e nada aconteça. Isso, sim, é uma verdadeira vergonha nacional – que afecta gravemente a moral e a credibilidade públicas e a economia nacional – a que é urgente pôr cobro. E cumpre ao Governo fazê-lo, se possível entendendo-se com as oposições. Para tanto, talvez seja o momento de voltar ao plano anticorrupção apresentado por João Cra-vinho. Quanto ao resto, tenhamos confiança em nós próprios – e na nossa juventude – e saibamos tirar partido das riquezas que temos, tanto no plano das energias como da nossa vasta área marítima, como da nossa privilegiada posição atlântica e do turismo e façamos trabalhar a nossa gente, que tão boa conta de si dá quando está no estrangeiro.» – Com o tempo o dr Mário Soares está assim a adquirir um estilo próximo duma folha paroquial dos anos 50 do século XX ou mesmo XIX. Que irritação os jornais só falarem de problemas com tantas belezas na nossa terra para mostrar aos forasteiros. (Creio contudo que hoje o dr Mário Soares concordará que valerá a pena falar disto  ) Mas não é realmente a concepção editorial do dr. Márioa Soares que me fascina. O que realmente remete para o Portugal de “As Pupilas do Sr. Reitor” é aquele fabuloso “façamos trabalhar a nossa gente”. O problema sotôr é que a nossa gente ou alguma dela está farta de trabalhar e de ver o Estado gastar mais de metade da riqueza nacional. Para sustentar a oligarquia do Estado social, aquela que se desloca de carro de serviço para ir comprar alfaces e manda o motorista fazer recados, enquanto está num colóquio sobre as políticas de integração e sua articulação com as diversas medidas estruturantes com vista  a uma política geradora de igualdade. A não ser que por fazer “trabalhar a nossa gente” queira Mário Soares referir a nomemclatura do PS. Por acaso até que não seria má ideia.

31 comentários leave one →
  1. tonibler's avatar
    10 Novembro, 2009 09:03

    Se o Mário Soares falasse tantas vezes em “liberdade” como fala em “elites”, talvez acreditasse que ele é de facto republicano e não um mero pantomineiro.

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  2. Desconhecida's avatar
    dói muito? isso passa permalink
    10 Novembro, 2009 09:21

    Já tenho preparadas as flores para colocar na campa do Mário…espero que não murchem entretanto.

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  3. Piscoiso's avatar
    10 Novembro, 2009 09:30

    Há uma outra análise às palavras de Soares que poderia ser feita.
    Às palavras que seguem ao “façamos trabalhar a nossa gente”,
    que tão boa conta de si dá quando está no estrangeiro.
    É caso para pensar como podemos ser bons e reconhecidos no estrangeiro, enquanto por cá somos corridos e vilipendiados.
    Vêde por exemplo o caso de Barroso, esse Durão.
    Se continuasse por cá, andava por aí de laranjada na mão, arrotando sobre os correligionários.
    Foi para a estranja, é o maior.

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  4. balde-de.cal's avatar
    balde-de.cal permalink
    10 Novembro, 2009 09:50

    nesta republica nacional-socialista o lixo humano tomou conta do poder e pretende mante-lo a todo o custo.

    o resto é conversa fiada.

    de nada serviu a minha preparação de anos fora desta pocilga

    the end is nigh

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  5. Romão's avatar
    Romão permalink
    10 Novembro, 2009 09:58

    O trágico de nos descobrirmos numa espiral de corrupção institucionalizada é percebermos que não somos país para ter mais que um sucateiro como Padrinho.

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  6. OLP's avatar
    OLP permalink
    10 Novembro, 2009 10:06

    As interpretações são como as flores, conforme a estação do ano.
    Como diria o outro…..quem vos dá autorização para fazer leituras interpretativas?
    Essa parolice de invocar os que vão para o “estrangeiro” devia ser acompanhada que no tal de “estrangeiro” não há tantos “Mários Soares” como aqui, que impedem, obstaculizam remetem para a o “degredo” (económico, social, cultural e político) quem não seja do “seu clube”.
    Os mesmos “Mários” que sendo os “pais da pátria” (democrática?) criaram o atoleiro em que nos encontramos.
    Este mesmo Mário (faz tão pouco tempo) aparecia na TV (em vez das tais elites–porventura-culturais, cientificas e outras)juntava uma bosta mal-cheirosa dizendo que as pessoas podiam ser “acusadas” em Portugal sem saber de quê e que, no caso presente da “face oculta” junta a bosta mais mal-cheirosa ainda que “estranha” que os mandatos sejam tão específicos.
    Felizmente para e no “estrangeiro” os mários deste mundo não tem tanta visibilidade e importância.
    No “estangeiro” a maior parte dos mários fugiram para as argélias.
    Este nosso já deveria estar a viver em Angola há muito tempo.

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  7. Piscoiso's avatar
    10 Novembro, 2009 10:10

    Quando vier o fascismo outra vez,
    Mário vai para Angola.

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  8. Desconhecida's avatar
    Critico permalink
    10 Novembro, 2009 10:42

    Se este “senhor” se preocupasse mais com as medidas do governo e a sua desajustação á realidade,faria concerteza melhor figura,isto de chutar bitaitos para o ar com os quais quase toda a gente concorda e ninguém se preocupa não resolve nada, e no fundo não são remetidos para as raízes dos problemas. Este jogo do empurra partidário é somente erróneo.
    Mas acho que tais opiniões não se ajustam com o autor.

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  9. Desconhecida's avatar
    José permalink
    10 Novembro, 2009 10:43

    Mário S. é um trabalhador nato. Sempre trabalhou na vida e no duro ganhou o pão com o suor do rosto. Este regime podre muito lhe deve, por isso mesmo.

    As tais elites que andam por aí escondidas são as que costumam dizer bem dele e que o aplaudem como padrinho do regime.

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  10. Desconhecida's avatar
    Souto Mayor permalink
    10 Novembro, 2009 10:57

    Se nós temos deputados, eleitos, na presente legislatura, que estão pronunciados em julgamento e são do ppd/psd.

    Estão a falar de quê?

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  11. Desconhecida's avatar
    José permalink
    10 Novembro, 2009 11:29

    Não há hoje elites universitárias científicas, culturais, técnicas e artísticas, neste nosso cantinho que tenham algum relevo se estiverem fora da alçada destes padrinhos da política. Isso vê-se claramente na altura das eleições presidenciais em que as tais elites correm a dar o nome por conta do candidato que apoiam e de quem esperam depois apoios diversos.

    É assim que funciona a estrutra mafiosa: padrinhos que orienta, mesmo ideologicamente e os lugares-tenente, mais os soldados e sabujos da ordem.
    Quem não se integra na ordem mafiosa não conta. É por isso que a Maçonaria viceja.

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  12. Desconhecida's avatar
    Rxc permalink
    10 Novembro, 2009 11:33

    3, é o maior? Diz quem? Foi escolhido porque é maleável e dado a “consensos”, muito diplomata portanto, ou sem espinha, conforme o gosto…Um verdadeiro “puppet” nas mãos das grandes potências.

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  13. Desconhecida's avatar
    Maria Vai Com Outras permalink
    10 Novembro, 2009 11:39

    Razão tinha Rui Manchete, presidente da mesa do Conselho Nacional do PSD, quando afirmou recentemente: «Para muitos militantes, o PSD transformou-se numa máquina de conquista de poder.» Se o PSD tivesse ganho as últimas legislativas íamos conhecer o que é o «folclore transmontano» a sério.

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  14. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    10 Novembro, 2009 11:46

    O José, pelos vistos, nunca foi convidado para apoiar quem quer que seja, é pena, a figura que é, o seu apoio, era meio caminho andado para o sucesso dum pustativo candidato

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  15. Desconhecida's avatar
    Mario S permalink
    10 Novembro, 2009 11:48

    Eu sempre fiz ronha

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  16. Desconhecida's avatar
    Mario S permalink
    10 Novembro, 2009 11:53

    “Eu” ministro do Mar?

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  17. JB's avatar
    10 Novembro, 2009 11:54

    «O problema sotôr é que a nossa gente ou alguma dela está farta de trabalhar e de ver o Estado gastar mais de metade da riqueza nacional»

    Ver o Estado, um governo de há poucos anos, atribuir no Diário da República:
    90 mil contos,
    à Fundação Mário Soares,
    naquele ano.

    Com MS no governo e Melancia em Macau, apagar a punição de um tal Alberto Costa, dada pelo seu superior hierárquico no governo de Macau.

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  18. Desconhecida's avatar
    Zé Leitão permalink
    10 Novembro, 2009 12:17

    É uma pena discutir o autor do texto e não o que está escrito no texto.
    É quase sempre assim. Não interessa o que se escreve mas sim quem escreve. Isto vale para qualquer um.

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  19. Desconhecida's avatar
    anónimo permalink
    10 Novembro, 2009 12:28

    #11- as obsessões por cantinhos, elites, máfias e sabujos de um suposto magistrado falam por si. com justiça administrada por coitadinhos, invejosos e frustrados estamos feitos até à implosão do sistema. já não falta muito, com um bocado de sorte pose ser que o costa2 deixe cair o muro.

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  20. Carlos Noronha's avatar
    Carlos Noronha permalink
    10 Novembro, 2009 12:34

    Fosse o Jose xerife e acabavam todos linchados. Falam, falam, não os vejo a fazer nada!

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  21. OLP's avatar
    OLP permalink
    10 Novembro, 2009 12:47

    O que seria dos alemães se vivessem dos fantasmas do século passado?
    Teriam a maior economia europeia? Um dos maiores índices de desenvolvimento?
    Será por acaso, que inversamente, Portugal o tem?
    Continuam nas memórias romantizadas do século passado, enquanto os oligarcas cultivam essa memória para os entreter.
    Tem o país mais atrasado da Europa, o mais endividado de todos, com menor desenvolvimento e ainda raciocinam em termos de fascismo?
    Os novos “fascismos”, para lhe dar um exemplo, são as remessas de dinheiro de off shores para comprar bancos em Portugal.
    São os anti-fascistas de ontem que os compram.

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  22. JJ Pereira's avatar
    JJ Pereira permalink
    10 Novembro, 2009 12:49

    O verbo “trabalhar” , na boca desta vacuidade parasitária, roça o obsceno.
    Fala como um capataz, melhor, como o que sempre foi – chefe de quadrilha e charlatão.

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  23. Desconhecida's avatar
    O puto novo no bairro permalink
    10 Novembro, 2009 13:05

    Nada de novo na Frente Ocidental. Antes de Mário Soares sempre houve a convicção que o trabalho era para o preto. A moleza e preguiça hereditária dos portugueses explicam perfeitamente a pobreza do país, esmaltado com centros comerciais e auto-estradas que são o máximo para os novos miseráveis.

    É uma pobreza de chicos espertos, folclórica e milenária. Está tão entranhada nos genes que todos se riem de nós. Sobretudo lá fora. Essa ideia peregrina do “portuga” reconhecido lá fora, pelos seus méritos e virtudes laborais é boa. Olhem só no Brasil, onde há mais anedota sobre tugas merceeiros do que sobre bichas.

    Os pretos, agora apanharam o tique. Podiam dizer, o trabalho é pró branco. o Estado Social-Mamadeira, a Porca Estatal com 10 mil tetas bem espremida lá vai dando para tudo. Até…

    Até que a grande Mammona colapse, em vascas e pinotes de agonia-

    Nota “vascas de agonia ” tirei do Camilo Castelo Branco. Que robustez e vigor, faz parecer anémicos quase todos os escritores contemporãneos com problemas e dúvidas existenciais.

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  24. Aborígene's avatar
    Aborígene permalink
    10 Novembro, 2009 13:14

    Eu só espero que o Mário torne a fazer uma das suas:descolonizar Portugal!
    PS
    Tudo o que tiver preto não é nosso!

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  25. Aborígene's avatar
    Aborígene permalink
    10 Novembro, 2009 13:16

    E sem bens como é de inteira justiça.Basta-nos termos que cá ficar com a merda deles!

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  26. tina's avatar
    tina permalink
    10 Novembro, 2009 13:16

    É difícil encontrar alguém tão hipócrita como Mário Soares. Tudo o que ele diz é sempre para os outros fazerem, nunca para ele próprio. Desde o seu socialismo à Colégio Moderno, à distribuição de riqueza pelos pobres – mas ele agarra-se com unhas e dentes à sua ao ponto de receber subsídios do Estado para a Fundação, até às intriguices nos jornais das quais ele é perito nos seus artigos de opinião.

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  27. Aborígene's avatar
    Aborígene permalink
    10 Novembro, 2009 13:25

    Já agora toda a gente opina menos o Rui Mateus…

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  28. Eduardo F.'s avatar
    Eduardo F. permalink
    10 Novembro, 2009 20:53

    Zé Leitão disse
    10 Novembro, 2009 às 12:17 pm

    «É uma pena discutir o autor do texto e não o que está escrito no texto.
    É quase sempre assim. Não interessa o que se escreve mas sim quem escreve. Isto vale para qualquer um.»

    Do extrato do texto de Mário Soares transcrito, só julgo de destacar o seguinte:

    «(…) talvez seja o momento de voltar ao plano anticorrupção apresentado por João Cravinho.»

    Mas repare-se que (ainda) tem dúvidas…

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  29. Piscoiso's avatar
    10 Novembro, 2009 21:05

    Quem não tem dúvidas e raramente se engana, é o outro.

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  30. Zé Preto's avatar
    11 Novembro, 2009 06:57

    “(…) não é habitual, entre nós, que o exercício da chefia do Estado suscite tão abundante produção bibliográfica, originária da sociedade civil e não de um aparelho de propaganda oficial (…). O ‘Caso Emaudio’ revela uma promiscuidade programática entre funções públicas e negócios privados, uma vez mais com o rosto de Mário Soares em fundo – mas agora um Soares investido no cargo de Presidente da República (…). A Emaudio foi uma «holding» que tinha como principal objectivo maximalizar o lucro de cada um dos seus investimentos, garantir o controlo de interesses na comunicação social favoráveis ao Presidente Soares e apoiar a sua reeleição em 1991”.

    Rui Mateus

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  31. Zé Preto's avatar
    11 Novembro, 2009 07:02

    “Mário Soares está ainda longe de ter sido o responsável, como se diz, por
    vivermos neste simulacro de democracia. O que se passou foi que, no segundo
    1.º de Maio depois de 74, quando Soares se pretendia juntar aos comunistas,
    foi por estes rejeitado. Só mais tarde, e por ter percebido que se não se
    afastasse do PC teria a sorte que tiveram as dezenas de centros regionais
    daquele partido, que foi terem ido pelo ar na sequência de reacções
    populares, aproveitou para inventar o chamado socialismo democrático, que
    nunca ninguém percebeu muito bem o que é, mas que é do que tem vivido até
    agora.
    Soares, como governante, foi ainda pouco menos que uma nulidade. Nos
    Governos Provisórios foi o desastre que se sabe. Em 1978 foi demitido pelo
    Gen. Eanes por má governação. Em 1983-85 frustrou completamente os acordos
    de coligação com o PSD, que permitiriam a Portugal desenvolver-se e
    modernizar a economia. Em 1983-85, com Soares no poder, a inflação chegou a
    uns impensáveis 24% e o défice desses governos alcançou a vergonhosa marca
    de 12%! O País estava quase sufocado pela dívida externa e viveu, até essa
    data (1985), praticamente com as estruturas do Estado Novo e com empréstimos
    do FMI”.

    Rui Mateus

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