Buttiglione (2004)/Jeleva (2010) – 0, PE – 2.
Novamente, após a inquirição feita no Parlamento Europeu, Barroso tem que substituir um possível Comissário, indicado pelo governo de um Estado-membro. Nesta caso, trata-se da búlgara Rumiana Jeleva, indicada para o cargo de Comissária Europeia da Ajuda Humanitária.
Há diferenças significativas relativamente ao que se passou em 2004, com o “caso Buttiglione“. Desde logo, agora, foi a própria indigitada que saíu pelo seu pé. Foi a melhor solução (talvez a única) para quem iria ser “chumbada” pelo Parlamento Europeu e para quem, mesmo internamente, é acossada com um alegado escândalo de corrupção. Note-se que o parecer que iria ser dado pelos eurodeputados colocava o enfâse na incompatência e na inadequação da pessoa em causa, para o desempenho do cargo de Comissária.
Por outro lado ainda, ao contrário do “caso Buttiglione“, o episódio Jeleva não teve os contornos de confronto ideológico e de “chumbo” político que, em 2004, envolveu o ex-candidato a Comissário italiano. Por isso, também politicamente, provocou apenas um pequeno embaraço institucional – aparentemente, já resolvido de forma pronta pelo respectivo governo búlgaro – que se repercutirá num atraso na nomeação da nova Comissão Barroso II (prevista, agora, para 9 de Fevereiro). Quer dizer, sob o ponto de vista político, o episódio Jeleva, não causa (causará) mossa a Barroso e à futura Comissão.
Não deixa de haver, no entanto, um (relativo) vencedor político resultante de todo o processo: o Parlamento Europeu. Pela segunda vez consecutiva, afirma-se, de facto, como uma Instituição de controlo político da Comissão, dando uma imagem de efectividade no desempenho das suas competências e, nessa perspectiva, reforçando o seu peso político (a pouco e pouco, “grão a grão, enche a galinha o papo”) no funcionamento institucional comunitário.
Nas eleições para o Parlamento Europeu de 2009, a coincidência de Barroso estar já informalmente indigitado, pelo Partido Popular Europeu, como candidato a Presidente da Comissão, politizou, também, em alguma medida, o confronto (pelo menos) entre os partidos daquela “família” política europeia e os Socialistas – excepção feita a Portugal, onde o PS, maioritaria e oficialmente e, desde logo, por razões “nacionalistas”, declarou o seu apoio à recandidatura de Barroso. (Ana Gomes e o próprio Vital Moreira – no início, se bem que não no fim….obediência partidária oblige! – foram das poucas excepções que confirmaram a regra).

Um bocado parecido com Lopes da Mota / Eurojust em que o funcionário
*voluntariamente* deixou o cargo.
Claro que foi elogiado pelos correlegionários socialistas, (leiam bem, não é corre legionários) por esta prova de probidade pessoal (!!!!!!!!!!!)
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e aquela do ‘Euro Nordic Core’ a despachar o candidato português ao Banco Europeu …..
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