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Política da avestruz

26 Janeiro, 2010
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É a que vem sendo seguida em Portugal nas últimas décadas: cabeça na areia à espera que se atenuem a tempestade ou o sol abrasador. Impensável, por motu próprio, tomar medidas difíceis para resolver as nossas debilidades estruturais. Este orçamento vai pelo caminho habitual: aumento dos salários na função pública, um conjunto de medidinhas ditas sociais e direccionadas para este ou aquele grupo (vg., porque terão de se beneficiar as famílias monoparentais ou as micro e pequenas empresas no pagamento da taxa social?), temperado pela tributação agravada aos bónus dos banqueiros e bancários, os maus da fita e os culpados dos défices, como é sabido.

Claro que nada disto vai funcionar e o objectivo de baixar o défice de 8,7% (só???) para 8,3% não irá sossegar minimamente as agências de rating.

17 comentários leave one →
  1. Desconhecida's avatar
    Marafado de Buliquei-me permalink
    26 Janeiro, 2010 18:46

    O que queriam ?
    Uma revolução Bolivariana com o Chavez ?
    Decidam-se Kum Kaneco !

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  2. e-ko's avatar
    26 Janeiro, 2010 18:54

    ao ler esta posta, fica-se com a impressão que quem o escreveu está ligado à banca… engano-me?

    e as agências de rating, no fundo, no fundo, que importa… sim, porque já se descredibilizaram bastante nestes dois últimos anos!…

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  3. Desconhecida's avatar
    JoaoMiranda permalink
    26 Janeiro, 2010 19:04

    ««e as agências de rating, no fundo, no fundo, que importa… sim, porque já se descredibilizaram bastante nestes dois últimos anos!…»»

    Em quem acha que os mercados acreditam mais, nas agências de rating ou no Estado português?

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  4. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    26 Janeiro, 2010 19:37

    “e as agências de rating, no fundo, no fundo, que importa… sim, porque já se descredibilizaram bastante nestes dois últimos anos!…”

    Os factos que as agências de rating dizem são falsos?
    Pelos vistos queria uma bolha especulativa Portuguesa ainda maior, mais de 100% de dívida do PIB não é suficiente.

    E…o Estado Português diz à décadas que a Educação resolve os nosso problemas…por qualquer motivo estranho não se descredibiliza…para certas pessoas.
    O mesmo foi dito da entrada na CEE…e continua a não se descredibilizar…para certas pessoas.
    O “Técnico Competente” jura a pés juntos que o defice fica em 5,9% afinal são 8,7% e não se descredibiliza…para certas pessoas.
    O “Menino de Ouro” diz que faz referendos e não aumenta impostos, faz o contrário, e não se descredibiliza…para certas pessoas.

    Os Estádios do Euro 2004 estão às moscas- nem vou entrar no facto de os contribuintes pagarem Circo- não se descredibiliza…para certas pessoas.

    Quer mais? Há muitas mais…

    O Estado nunca falha nem nunca se descredibiliza, é como o “Aquecimento Global” serve para frio e calor…

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  5. Desconhecida's avatar
    Anónimo permalink
    26 Janeiro, 2010 19:43

    Então e as grandes obras públicas
    Desde que chegou a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite não parou de embirrar contra as obras públicas, primeiro porque era contra, depois porque o dinheiro devia ser para os pobrezinhos, a seguir porque não havia dinheiro, depois porque o financiamento das obras secava o crédito ao sector privado, mais tarde e graças ao contributo de Cavaco por causa da relação custo benefício, por fim, por causa do endividamento externo.
    Chegados à discussão do Orçamento eis que Manuela Ferreira Leite nos surpreende com exigências negociais vagas e sem se referir uma única vez às grandes obras contra as quais tanto tinha lutado.

    Coincidência, ou talvez não, também Cavaco se esqueceu do tema, deixou de pedir estudos a associações empresariais amigas, deixou de manifestar a sua preocupação com o impacto no endividamento, nunca mais questionou a relação custo/benefício e nunca mais disse que as estradinhas municipais rodeadas de muitos eucaliptos desenvolviam mais o país do que o TGV.

    De repente a direita esqueceu-se desta sua grande bandeira e Paulo Portas considerou ser mais importante contratar mais meia dúzia de polícias, para conseguir o voto das velhinhas assustadas, do que discutir investimentos de muitos milhares de milhões de euros.

    Porque será que os líderes da direita mudaram de opinião ou optaram por silenciar as suas opiniões catastróficas? Imagino, todos imaginamos, mas não digo.

    O que digo é que mais uma vez constato que neste país o futuro não é discutido com um mínimo de seriedade, uma boa parte da nossa classe política está mais interessada nos seus negócios do que com os “pobrezinhos” que todos os dias usam nos seus discursos.

    in http://jumento.blogspot.com/

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  6. Outside's avatar
    Outside permalink
    26 Janeiro, 2010 20:14

    “Este orçamento vai pelo caminho habitual: aumento dos salários na função pública, um conjunto de medidinhas ditas sociais e direccionadas para este ou aquele grupo (vg., porque terão de se beneficiar as famílias monoparentais ou as micro e pequenas empresas no pagamento da taxa social?), temperado pela tributação agravada aos bónus dos banqueiros e bancários, os maus da fita e os culpados dos défices, como é sabido.”

    Caro LR,

    Concordo obviamente com o Titulo do post, muito bem aplicado ao modo de estar existente do desenrascanço, siga para bingo, quem vier depois que venha por bem (de preferência da mesma côr) e se não fôr..enfim paciÊncia!

    Mas discordo obviamente e com conhecimento (não bancário) …

    1. Que se devem aumentar os salários da função pública (congelados durante dois anos!!! e com a nova lei de progressão de carreira nem pote no fim do arco-iris se vislumbre) sendo que o que é urgente é superar a regra do “saem 2 entra um” e efectivamente haver uma devida avaliação profissional dos funcionários, idêntica à praticada nos privados, porque é evidente a anormalidade de elementos que nada fazem, nada produzem, e são remunerados de forma exactamente idêntica à dos que vestem a camisola pela empresa (neste caso o estado ou autarquias) em que trabalham, esforçam-se, excedem-se.
    2. Que são as famosas micro/pikenas/médias empresas que se encontram em maior sufoco tributável, é tudo uma questão de balizamento inexistente, observem-se os lucros semanalmente expostos das mega empresas e facilmente se conclui que esse sufoco, nessas empresas, para chegar à ameaça, possível perda de sustentabilidade ou emprego é necessária uma escandalosa perda de bónus, prémios daqueles que as administram e mesmo frequentemente empresas com declarado prejuízo premeia os seus accionistas e administradores – não encontro essa possibilidade num gerente/director de uma p/m empresa !!
    3. Banqueiros e bancários ??? Desculpe …essas expressões são eufemismos certamente – chamemos-lhes especuladores e inconscientemente dotados de hábitos de luxúria. A situação mundial e nacional (4,2 MILHÕES DE EUROS !!!?? só a um banco!!!). O que é isto pá !!! Esta malta anda brincar e usurpar (maior paradoxo impossível) com o dinheiro, os fundos de quem ???
    A maior buçalidade salvar estas instituições usando a expressão “serviço público”!
    Serviço público SOMOS TODOS NÓS !

    HAJA DECÊNCIA, HONRA, CARÁCTER, PALAVRA….E TRABALHO, MUITO TRABALHO !!!

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  7. MJRB's avatar
    26 Janeiro, 2010 20:34

    Coitados dos banqueiros…
    Desafortunados bancários…
    Sacrificados bancos…
    (Afinal há gente infeliz, carago !)

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  8. MJRB's avatar
    26 Janeiro, 2010 20:42

    Manchete do Expresso, 23 de Janeiro:

    “LEIS MAL FEITAS CUSTAM 7,5 MIL MILHÕES AO PAÍS”
    Quem o afirmou foi Susana Brito, jurista técnica do Conselho de Ministros.

    (Vale a pena ler a notícia).

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  9. e-ko's avatar
    26 Janeiro, 2010 20:48

    “Em quem acha que os mercados acreditam mais, nas agências de rating ou no Estado português?”

    caro JM,

    nestes dois últimos anos, não só as agências de rating se descredibilizaram como sse descredibilizaram os mercados e, acima de todos, a banca!… não?

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  10. e-ko's avatar
    26 Janeiro, 2010 20:50

    claro que sou pela contenção das despesas do Estado… sobretudo dinheiro mal gasto por falta de organização dos serviços, isso sim!

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  11. Zé Bonito's avatar
    26 Janeiro, 2010 21:55

    “E…o Estado Português diz à décadas que a Educação resolve os nosso problemas…por qualquer motivo estranho não se descredibiliza…para certas pessoas”.

    Esse mito já o era no tempo do senhor Marquês de Pombal, percorreu o liberalismo e foi bandeira da República. Os resultados foram sempre os mesmos- poucos ou nenhuns. Mas é muito mais fácil fingir que se mexe na Educação, do que pôr a Economia a mexer (esta sim, o verdadeiro motor de qualquer reforma daquela).

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  12. Abrilistas Anónimos's avatar
    26 Janeiro, 2010 23:29

    “Este orçamento vai pelo caminho habitual: aumento dos salários na função pública” (…)

    Há chavões (imbecis) lançados e enraizados pelo politiquês que já não aturamos mais.
    O senhor sabe o que está a papaguear? Tem alguma noção?

    O senhor sabe o que é o serviço público? (Saúde, Educação, por exemplo). Sabe que não têm preço, são incomensuráveis?

    Sabe que apesar dos roubos (é assim) dos últimos anos, a que fomos sujeitos, o défice quadruplicou?

    Sabe que, enquanto nos roubam, meteram 200000 clandestinos a acotovelarem-se nas repartições? E que ninguém sabe quem lhes paga?

    Imagine que os prestadores de Serviço Público começam a processar por difamação os papagaios destas mentiras.
    Gostava?

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  13. Eduardo F.'s avatar
    27 Janeiro, 2010 00:10

    Quanto ao défice de 2009, a coisa parece ter sido novamente rectificada. Acabei de ouvir Teixeira dos Santos a falar em 9.3%!

    Assim já fazemos uma muito melhor figura no Orçamento para 2010 porque já podemos dizer que baixamos 1 pp e não, apenas 0.4 pp. Extraordinário feito!!!

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  14. Desconhecida's avatar
    Rxc permalink
    27 Janeiro, 2010 10:31

    Abrilista, vê-se bem a merda que enche as repartições públicas. Ó minha grande besta, suponho que você trabalhe de graça, visto que “não tem preço”! Nunca vi ninguém na FP a trabalhar de graça, por isso acabe lá com as baboseiras porque a FP paga-se e muito caro!
    Claro que se tirar as palas dos olhos, pode começar a enxergar melhor a realidade. Como a porcaria de serviços públicos que temos em troca da brutalidade de recursos que gastamos com a FP…Ou está satisfeito com a Educação, Justiça, Saúde, burocracia e regulamentação infindável que é um claro entrave ao desenvolvimento económico (daquele que cria emprego a sério).

    As “conquistas de Abril” pagam-se e muito caro. Ou pensa que o dinheiro (entenda-se riqueza) se cria por decreto?

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  15. Desconhecida's avatar
    Rxc permalink
    27 Janeiro, 2010 10:55

    Já agora, porque razão uns trabalham 35h e quem lhes paga o salário trabalha no mínimo 40h por semana? Se calhar devíamos todos ir para a FP, que aí é que o País avançava!

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  16. Abrilistas Anónimos's avatar
    27 Janeiro, 2010 23:04

    Por cá não se responde a misérias mentais e / ou morais, Rxc.
    Apenas se reage à mentira institucionalizada, como foi o post infeliz – muito infeliz – deste blasfemo.

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  17. Desconhecida's avatar
    Rxc permalink
    28 Janeiro, 2010 12:27

    Desde que o Estado lhe garanta o seu sustento (a que preço?), os outros que se lixem certo? It’s socialism, stupid. Right?

    Ou julga que as “conquistas de Abril” são dons que nos foram conferidos ad aeternum por um qualquer ser divino?

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