Ideal seria a auto-avaliação do rating
As agências de rating são instituições que concentram informação e divulgam análise sobre países e empresas. É uma actividade que está protegida pelas mesmas leis que protegem a liberdade de expressão.
As agências de rating não definem o custo do crédito. Quem define o custo do crédito é o mercado. Cada agente no mercado pode jogar contra os ratings definidos pelas agências. Pode perder ou ganhar. Eu não emprestaria dinheiro ao Estado português a 4,5%. E vocês?
O governo não devia preocupar-se com a opinião das agências de rating. Devia preocupar-se com a opinião dos credores e potenciais credores da dívida portuguesa. É que esses atribuem mais credibilidades às agências de rating do que ao governo português.
Portugal nem sequer precisa de se preocupar com o mercado internacional de crédito ou com as agências de rating. Basta para isso que o orçamento tenha superavit todos os anos. Claro que quem tem défices de 8% sujeita-se à opinião que cidadãos estrangeiros possam ter sobre a credibilidade do Estado português.
Pedro Adão e Silva defendia ontem que estes serviços de rating deviam ser dados por uma autoridade pública idónea sob controlo do banco central europeu. Ou seja, dava jeito que os ratings fossem atribuídos, em regime de monopólio, por um burocrata sobre quem se pudesse fazer pressão política, como se faz actualmente com o BCE. O senso político deve prevalecer sobre o mercado neoliberal. Mas será que o mercado iria na conversa?
Bom mesmo era se os ratings de Portugal pudessem ser atribuídos pelo amigo Constâncio, ou até pelo governo. Ou se o governo pudesse decidir os ratings com um telefonema, tal como faz com as linhas editoriais das televisões e dos jornais. No fundo, a melhor análise de rating é o sistema implementado para a avaliação dos professores: muita burocracia que no fim se reduz à auto-avaliação.
Tudo isto revela uma sociedade pouco habituada a ser avaliada por autoridades externas e independentes. Uma sociedade que facilmente recorre a teorias da conspiração para desculpar as suas próprias debilidades. Uma classe política medíocre que reage mal a toda a opinião que não controle. Um desejo de controlo de tudo o que seja opinião independente. Uma incapacidade de viver para alem do “estou muito satisfeito comigo”.


Não percebi o que é q o Faisal tem a ver com o tema????
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Completamente de acordo.
Muito Bom!
As consequencias é que já não são tão boas. É pena…
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Uma “opinião independente”? Deve estar a brincar.
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A fotografia não poderia ser mellhor.
Ninguém viu nada! Fomos roubados!
Pasma-se com as anestesias gerais que nos querem aplicar.
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Eu só ainda não compreendi como eles prevêm baixar o défice. É que não surgiram medidas nenhumas que sugerissem estarem a tentar controlar a despesa. Pelo contrário, vão desorçamentar ainda mais, a começar nas ditas obras públicas, assumindo as empresas públicas o endividamento.
A menos que eles estejam a contar com a subida das receitas fiscais numa eventual retoma. Mas isto é que é combater o défice? lolololololol
É impressionante a estupidez desta gente. E este gajo, o da despesa pública, era professor da área. lolololololol
O gajo é tido como bom técnico. Mas onde? De 1995 a 1999, esteve no descalabro orçamental. De 2005 a 2010, volta a cometer os mesmos erros.
Penso que era melhor pagar ao gajo para estar em casa, sem fazer asneiras, que estar na cadeira do poder a destruir Portugal.
Não há nenhuma alma caridosa que o contrate para estar paradinho, sem fazer asneiras?
anti-comuna
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“Eu só ainda não compreendi como eles prevêm baixar o défice.”
Estão a tentar deixar para o que vier a seguir.
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Como pode um governo apresentar um orçamento em que as receitas fiscais estão abaixo da despesa, sem incluir juros a pagar?
Como é possível apresentarem um orçamentao destes e depois queixar das agências de rating? Mas são estúpidos ou quê?
Devem ser muita estúpidos, face à política económica e orçamental dos últimos 5 anos. Eu pensava que estava no limiar da estupidez mas estava enganado. São mesmo estúpidos. Nunca vi nada igual em toda a minha vida. Nunca! É preciso ser-se muito estúpido para cometer este tipo de erros.
Fónix! A estupidez humana não tem limites.
anti-comuna
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“Estão a tentar deixar para o que vier a seguir.”
Talvez seja assim. Mas quem tem a massa não lhes vai dar muito tempo.
Eu penso que os nossos banqueiros deviam fazer um acto de contricção e pressionar para correr com esta dupla. É que é muita estupidez junta. O tarolas do Pinócrates, como é mesmo atrasadinho do miolo, ainda se entende. Mas um gajo que foi professor de macroeconomia, numa universidade prestigiada como a que ele foi professor? É mesmo burro o gajo. Deve ter perdido o juízo quando veio para Lisboa. Glup!
anti-comuna
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e esta?
“O ministro das Finanças britânico aproveitou a sua presença no Fórum Económico Mundial para mandar uma mensagem aos banqueiros: “Saiam das primeiras capas dos jornais e façam o que é suposto fazerem: fornecer crédito à economia”.
“Em vez de sentirem pena de vocês próprios, o melhor que têm a fazer é trabalhar em conjunto com os Governo” para criar um sistema financeiro mais forte, afirmou o responsável das Finanças britânico em Davos, onde estão reunidos centenas de representantes do sector bancário mundial.
“Manter a troca de insultos não funciona. Os bancos devem funcionar no mesmo mundo que o resto das pessoas”, disse Darling em Davos.”
http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=407397
hein?
Se fosse um ministro do tugal, já estavam a ratar na casaca!…
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excelente posta
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E-Ko (10)
«façam o que é suposto fazerem: fornecer crédito à economia”, é um conselho tão «bom» como dizer aos restaurantes: vendam refeições.
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“Tudo isto revela uma sociedade pouco habituada a ser avaliada por autoridades externas e independentes. Uma sociedade que facilmente recorre a teorias da conspiração para desculpar as suas próprias debilidades. Uma classe política medíocre que reage mal a toda a opinião que não controle. Um desejo de controlo de tudo o que seja opinião independente. Uma incapacidade de viver para alem do “estou muito satisfeito comigo”.”
Excelente análise. Exactamente como se vivia nos países socialistas do antigamente.
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“fornecer crédito à economia”.
Mas qual economia? Este ministro “socialista” também trouxe a economia de Inglaterra de rastos! Agora é só ver todos a queixarem-se.
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10, quem lhes deu privilégios e lhes criou regulamentação que permitiu o desvario dos últimos anos foram os governos dos mais vários países desenvolvidos. Isto já para não falar na taxa de juro baixíssima que Greenspan manteve durante tempo demais, que ajudou na criação a bolha especulativa no sector imobiliário nos EUA…E os GSE Freddie e Fannie Mae…E os bailouts…etc…
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“dos mais variados”, obviamente…
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Alguns Liberais-Fundamentalistas, simultaneamente defensores da chamada livre iniciativa e da mão invisível, defendem que, para fazer face às instituições de controlo – tipo Banco Central, devem existir organizações PRIVADAS que combatam o papel destas organizações PÚBLICAS.
Nada de novo a oeste do capitalismo
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UM ESTADO SINO-SOVIÉTICO NA WEST COAST
A administração pública está praticamente paralisada por causa do SIADAP, o novo regime sino-soviético de “avaliação” dos funcionários públicos. Dirigentes máximos e dirigentes intermédios, passando por batalhões de “especialistas” à força, espremem-se para aplicar a maravilhosa invenção do governo do admirável líder, o mesmo que ainda há dois dias, na televisão e com ar amargurado, se lamentava do torpor burocrático do processo de avaliação dos professores. Mais tarde ou mais cedo estes regimes de avaliação perecerão às mãos da sua própria ineficácia e ineficiência. O texto que se segue foi escrito há mais de três anos. Nada mais há a acrescentar.
«O PS aprovou a proposta de lei do governo que fixa a aplicação do Sistema Integrado da Avaliação de Desempenho na Administração Pública (SIADAP). Entre outras coisas, e com a desculpa de que não se “mexia” nisto há décadas, o governo introduz um regime de quotas onde há lugar para os “menos bons” – por exclusão de partes -, para os “muito bons” – não podem exceder os 20% – e para os “excelentes”, sempre menos de 5%. Só a ingenuidade ou o estado de beatitude é que podem levar alguém a acreditar nisto e a imaginar que tudo irá ser conduzido dentros dos parâmetros da isenção e da boa-fé. Não vai. Em primeiro lugar, este “sistema” é posto em prática, não pela sua validade ou bondade intrínsecas (que não são nenhumas), mas porque é necessário reduzir a despesa em promoções e em progressões “automáticas”. Em segundo lugar, o “sistema” não tem nenhum tipo de coerência interna, nem podia ter, já que, dentro da chamada “função pública”, coexistem vários registos diferenciados que o “sistema” pretende tratar da mesma maneira. Depois, o “sistema” destina-se a facilitar o nepotismo hierárquico e o caprichismo dos dirigentes que, assim, podem à vontade exprimir os seus pequenos ódios e as suas pequenas preferências. Até dispôem de “quotas” para o fazer. Finalmente as próprias “quotas” são um perfeito disparate e um convite à bufaria, à discricionariedade e ao carreirismo mais despudorado. Mesmo que existam mais de cinco por cento de “excelentes” ou de vinte por cento de “muito bons”, o “sistema” obriga a “comprimir” artificialmente a “dotação” para cumprir a regra. Por detrás deste aparente lance de “modernização” e de “moralização” dos costumes administrativos, apenas espreitam o amiguismo e as práticas de “sovietização” dos serviços públicos. Nada mais.»
http://www.portugaldospequeninos.blogspot.com/2009/06/um-estado-sino-sovietico-na-west-coast.html
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$e um avaliador incomoda muita gente,
Dois avaliadores incomodam muito mais.
$e dois avaliadores incomodam muita gente,
Três avaliadores incomodam muito mais.
$e três avaliadores incomodam muita gente,
Quatro avaliadores incomodam muito mais.
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Para si, o mercado é um espaço ideal, onde a informação flui de forma capilar e idêntica por todos os operadores. Mas não vê que as agências de rating definem e manipulam essa informação, muitas vezes por interesse próprio? Da credibilidade dos ratings depende, em grande parte, o funcionamento transparente e fiável do mercado, pois eles contribuem para diminuir as assimetrias de informação.
E não se esqueça da espantosa confissão do CEO da Moody’s, há uns meses: «Ratings quality has surprisingly few friends». E fica tudo dito.
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««Mas não vê que as agências de rating definem e manipulam essa informação, muitas vezes por interesse próprio?»»
A sério? E só o LR é que topou?
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Esta gente em vez de se debruçar sobre o essencial, o estado calamitoso das contas públicas e a falta de soluções que este regime mostra.
Claro, se não for da crise, dos especuladores, dos bancos, até pode ser das agências de rating.
Estas são entidades excelentes? Não. Por não serem é que estes gajos deviam preocupar-se com o que os investidores estão a fazer. Porque eles é que lidam com o problema e perdem dinheiro se eles fizerem maus investimentos.
Esta gente é mesmo parola. Até tivemos um tipo do IGCP a mandar comunicados dirigidos às agências de rating, pensando que são elas que estabelecem as taxas de juro. lololololol
Quem não sabe viver em economia de mercado…
anti-comuna
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Penso que podiam por o rating…
na ASAE ou no Instituto Portugês de Acreditação ( os tais burrocratas dos anti-carrossseis )… ou melhor ainda naquelas inefáveis empresas de Certificação Energètica criadas pelo Governo lá com os reostatos , termometros ou essas merdas para fingir que andam a caçar fantasmas de KVA e a roubar dinheiro aos tugas tótós para obter uma folha de papel dita certificado …
O Pedro Adão e Silva tb dava um bom CEO da coisa , aconselho o Perez Metelo e o macaquinho da SICNoticias das quartas-feiras ás 23h ( não sei o nome …mas o tipo parece um daqueles pequenos chimpanzés do não vejo , não ouço , não falo … nada contra o governo ) na Administração
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o rating é o ultimato britânico de inicios do sec XIX … todos para Africa
assentar tijolo …
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Na minha opinião, o problema das agência de rating está no sistema de incentivos. Quem lhes deveria pagar deviam ser os compradores de títulos avaliados pelas agências; e não, como acontece, os vendedores desses mesmos títulos. Claro está que no tema actual do risco Portugal não vejo em que é que esse (mau) sistema de incentivos possa a estar influenciar, negativa ou positivamente, a opinião das agências…
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Caro João Miranda
Não estará enganado quando diz “Portugal nem sequer precisa de se preocupar com o mercado internacional de crédito ou com as agências de rating. Basta para isso que o orçamento tenha superavit todos os anos.”?
É que parece que o estado não se endivida só para cobrir o excesso de despesa relativamente às receitas. Parece pelo contrário que se endivida em determinado ano X do total das despesas (incluindo o défice) e só repaga isso no final do ano com os impostos arrecadados. É pelo menos a impressão que transparece ao ouvir-se as notícias: o governo está sempre num jogo precário de equilibrismo. Vive, de certa forma, como aquelas famílias que se endividam no princípio do mês, e pagam esta dívida no final do mês quando recebem os salários. Se o crédito não for renovado mês a mês, não têm uma reserva para aguentar o mês seguinte.
Se isto for assim, as taxas de juro importam, mesmo que se tenha um superávit. Estou enganado?
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“Na minha opinião, o problema das agência de rating está no sistema de incentivos. Quem lhes deveria pagar deviam ser os compradores de títulos avaliados pelas agências;”
Para cada título vendido há milhares de compradores. Assim, o vendedor contrata uma única vez a agência de rating que publica o resultado. O incentivo, está no bom nome da agência.
Se pretender uma notação de rating na minha empresa para uma emissão de obrigações a nível europeu a preços Investment Grade, não me parece que possa contratar a Maria Joaquina, Ratings e Notações, Lda para me dar uma notação.
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Os portugueses estão-se cagando para os ‘ratings’, os portugueses querem é Obra Pública para Criar Emprego e Alavancar a Economia.
O resto são tonteiras e joguinhos especulativos dos mesmos que nada fizeram ou previram no que toca à Crise Mundial.
Qual foi a agência de rating que adivinhou a Crise Mundial ???
NENHUMA!
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