Porque hoje é sábado
9 Março, 2010
Este poema de Vinícius de Moraes é a única legenda que me ocorre para este quadro sobre a relação entre as mortes nos hospitais portugueses e os dias da semana.
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Este poema de Vinícius de Moraes é a única legenda que me ocorre para este quadro sobre a relação entre as mortes nos hospitais portugueses e os dias da semana.
claro que me parece que seja também a altura com mais acidentes de viação mortais….
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Os hospitais quase param, mesmo para doentes graves na urgência. No hospital de Santo António alguns utentes chegam a ficar mais de dois dias com outros em total desespero a passar constantemente ao lado. Os corredores são enfermarias. Por vezes vão para casa e voltam porque não há uma única cama e o ciclo repete-se porque à medida que percebem que naquela semana não há recursos as pessoas que podem não ficam ali a fazer nada no sábado e domingo. Segunda-feira começa tudo a andar. Aliás, só falta os hospitais fecharem ao fim-de-semana. Até a grande sala de espera ao lado da urgência do Santo António é fechada naquele período e os acompanhantes amontoam-se no espaço minúsculo que resta, parte dele um corredor, juntando pessoas com máscara e sem máscara, podencialmente com gripe A, ficando muitos acompanhantes cá fora expostos à humidade num coberto que serve as ambulâncias à chegada. O bar fecha. A gente sente-se humilhada por estes gajos do TGV, do Euro 2004, da Expo 98 e de todas as fantasias!
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É para isso que se vai pagar mais impostos. Para que eles possam estar descansados em casa ao fim-de-semana, com melhores salários.
Sabem quem paga os excessos do funcionalismo público? os cidadãos, vítimas do desmazelo do funcionalsimo e das sanguessugas estatais.
Quem faz sacrificios em Portugal? Todos, excepto o funcionalismo público.
Portugal vive num espécie de neoesclavagismo. Os políticos controlam a roça e o funcionalismo público são os feitores.
anti-comuna
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Um dos melhores postais que já li por aqui nos últimos tempos.
Tem poucos comentários porque… que mais há para dizer?
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Haverá sempre alguém nas hortas ao domingo,
Não no nosso domingo,
Não no meu domingo,
Não no domingo…
Mas sempre haverá outros nas hortas e ao domingo!
Álvaro de Campos
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E viva o Serviço Nacional de Saúde!
Continuem assim que vão longe.
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Googlando por “death rate versus weekday” há diversos hits se verifica que a taxa de mortalidade é maior aos fins de semana. Por vários factores: mais doentes; demoram mais a quererem ir a um hospital; menos profissionais de saúde a trabalhar; mais acidentes; etc. Até lhe chamam lá pelos USA o “weekend effect”. Esta posta é carece de desenvolvimento, dita assim é muito simples
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Que curioso, será que nos outros paises também é assim? Se fossem jornalistas valeria a pena ir investigar, sendo apenas um blogue ficar pela rama basta…
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conheci-o na presença duma amiga no Boul’mich
porque um brasileiro gritou “olha o viniculus”
agradeço um momento de folga para visitar
http://www.viticodevagamundo.blogspot.com/
saúde e fraternidade
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talvez viagens mais longas que o dia-a-dia e o futebol que mata muita gente.
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até é “estranho” que se morra mais no fim de semana nos hospitais… é que a maioria das altas da semana fazem-se o mais tardar à sexta e durante o fim de semana não há quase doentes nas enfermarias.
lembro-me duma cirurgia pesada, que implica uma das maiores cicatrizes – ablação dum rim, depois duma primeira operação desastrosa que não resolveu o problema que o tal rim tinha – a que fui submetida há 3 anos… tinha entrado num domingo ao fim da tarde, para ser operada na segunda à tarde, e porque sabia que na cirurgia precedente tinha saído ao fim de uma dezena de dias, isto num hospital, que na altura tinha gestão privada, desloquei-me de carro que deixei num estacionamento livre perto do hospital e porque não pedi a ninguém para lá ir levar-me nem buscar-me – sempre fui muito independente e uma cirurgia não é um bicho de sete cabeças – chegada a sexta-feira, é com grande surpresa que ouço o cirurgião e chefe do serviço de urologia do H.de S.José anunciarem-me que tinha alta nessa tarde, mal eu me aguentava nas pernas… e pedi para ficar, pelo menos mais 24 horas, explicando que tinha de ir a conduzir para casa pois não tinha previsto que alguém me fosse buscar… resposta: “ah, isso já não é connosco, tem de pedir às enfermeiras… ”
lá fiquei, com a benevolente aceitação dos enfermeiros, já sem necessidade de grandes cuidados médicos, e passei uma parte de sexta à tarde a treinar o meu voo do dia seguinte, andando nos corredores do hospital que estavam desertos e os quartos vazios a cerca de 80%, com o pessoal de serviço a confraternizar e a ler as revistas deixadas por alguns pacientes e com os serviços de urgência muito reduzidos no pessoal e na frequentação e isto até sábado à tarde.
moral da istória: no hospital que tinha gestão privada, e que tinha também pouco pessoal ao fim de semana, facturaram mais cinco dias à SS quando só mais dois ou três teria sido suficiente e num hospital público tinha de ir para a rua, antes de me aguentar nas pernas, e não é líquido que esses dias não tenha sidos também facturados, só porque o pessoal de serviço, sem o controle de médicos e direcção, queria ficar à vontade… e tanto num hospital como noutro também não há médicos nem especialistas nos serviços!… e nas urgências muito se tem de esperar por especialistas que são pagos para lá estar!…
e depois dizem que todo este mau funcionamento e má gestão não é devida também aos comportamentos de corporações!…
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