O centralista e o vigarista
José Pacheco Pereira diz-se desconfortável com o projecto de revisão constitucional do PSD. Na “Quadratura…” ficou claro, aliás, que já iniciou a sua pequena guerra contra a actual liderança laranja – situação que apenas andava adiada desde que Rangel perdeu as eleições internas. Diz umas coisitas acerca do método do processo. Mas o seu libelo principal precipita-se sobre a abertura constitucional à regionalização através da viabilização de regiões-piloto. Pacheco Pereira insurge-se contra o facto de que o texto do projecto retire alguns dos muitos obstáculos perfidamente colocados na empreitada marcelista de 1997 que visavam impedir que a Constituição cumprisse um dos seus próprios princípios.
Pacheco Pereira é coerente na sua visão obsessivamente centralista do País – mas suspeito que a sua atitude não tem qualquer relação com ideologias nem com reformas constitucionais ou administrativas. Com demasiada pressa para chegar ao pote, Pacheco Pereira, sintomaticamente mal acompanhado por Preto, baseado nas sondagens e na verborreia dos defensores do regime como ele está, julga vislumbrar alguma fraqueza interna da liderança de Passos Coelho.
Bem sei que os ratos são os primeiros a abandonar o barco quando o crêem em risco – mas, por vezes, até as ratazanas mais experimentadas e graúdas se enganam. Não seria a primeira vez, pois não?…

Hoje, num telejornal, ouvi dum social democrata que combateu nem sempre de modo sincero Manuela Ferreira Leite, que o PSD alertou há muito tempo o governo e o país, para o despesismo e para os descontrolados e perigosos “investimentos”. Autor: Pedro Passos Coelho. Esqueceu-se de dizer que esses alertas foram, não há muito tempo, repetidos por MFLeite.
Caro CAAmorim, infere-se do início deste seu post, que Luís Filipe Menezes, Ângelo Correia e PPCoelho nunca moveram “nenhuma pequena guerra” conta a liderança de MFLeite… E que, considerado quase ‘crime’, será qualquer discordância ou “pequena guerra” de alguém contra PPCoelho…
Outra “matéria”: Regionalização.
Porquê uma “região piloto” ? Porquê, tão unanimemente aceite pelos defensores da Regionalização, só o Algarve na ‘incubadora experimentalista’? O que é uma “região piloto” e quem a suportaria verdadeiramente ? Como seriam escolhidos os seus governantes ? Quem avaliaria as consequências e utilidades ? Quem e quanto tempo passado decidiria, se fracassada, a cessação da ‘pilotagem’ ?
Caro CAA, ao colar de ânimo leve António Preto a José Pacheco Pereira, “para chegar ao pote”(?) é, não só “mauzinho”, mas também menospreza as capacidades intelectuais e culturais de JPPereira… Percebe-se facilmente porquê.
O país não pode nem deve nos próximos anos, suportar investimentos megalómanos. De acordo. Mas, deve suportar uma “região piloto” ? Avançar para uma discussão a nível nacional e, por desejo de alguns, referendar de novo a Regionalização ?
Não se constataria, numa Regionalização e para tantos, tantos oportunistas, os mesmos vícios, idênticas teias, milhares de sinecuras, novas corrupções ?
Seriam, os governantes regionais, diferentes, mais honestos, menos mentirosos(e habilidosos), e mais capacitados do que os governantes em S.Bento, na Gomes Teixeira ou no Terreiro do Paço ?
Nâo são muitos autarcas e governantes, os causadores de tanta desconfiança e recusa por uma Regionalização ?
Quanto às “fraquezas internas” de PCoelho: são visíveis. Assistiremos (aliás, já assistimos !, disfarçadamente…) às primeiras “ratazanas” a abandonar a “toca” de Coelho…
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“Pacheco, Martins e Preto são três rostos do desconforto dentro do partido…” escreve-se no texto linkado.
Decididamente nunca vi o rosto de Pacheco confortável.
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CAAmorim,
Presumo que não quer nem prevê, um unanimismo à volta de PPCoelho…
Pode-se combater tão crescente e por vezes desatinadamente Cavaco Silva e não se deve tocar na (ainda) “flor de estufa” , nos seus primeiros Passos ?
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MJRB, Absolutamente de acordo. Apenas discordo da frase “menospreza as capacidades intelectuais e culturais de JPPereira”. Eu diria “ainda tem que comer muita farinha Maizena” para sequer perceber essas capacidades.
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Caro MJRB,
Ainda a defender MFL? Persiste na apologia da estratégia que ofertou uma nova vitória eleitoral a Sócrates?
«Hoje, num telejornal, ouvi dum social democrata que combateu nem sempre de modo sincero Manuela Ferreira Leite, que o PSD alertou há muito tempo o governo e o país, para o despesismo e para os descontrolados e perigosos “investimentos”. Autor: Pedro Passos Coelho. Esqueceu-se de dizer que esses alertas foram, não há muito tempo, repetidos por MFLeite.»
MFL, da última vez que foi ministra das Finanças, prometeu extinguir 72 institutos públicos que Guterres tinha procriado – 3 anos depois, após muita retórica inconsequente, tinha extinguido 2… Ou melhor, dois institutos públicos gutérricos tinham-se fundido num só, donde o número desses poços sem fundo de despesa pública permanecia materialmente igual.
Penso que isto diz muito acerca da estrutura política da Dama que V. ampara. O resto também pode ser enxergado na sua defesa do Preto…
Vire a página e olhe para a frente.
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Querem que o PSD volte a perder eleições? Chamem o Pacheco Pereira.
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Vire a página e olhe para a frente é o que se deve dizer sempre ou só quando a nova situação nos agrada? Foi o que o CAA disse aos menezistas, quando o Menezes se demitiu e a Manuela Ferreira Leite foi eleita?
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Caro CAAmorim,
Permito-me nem sequer pensar comparar PPCoelho com MFLeite. Ou PPCoelho com Paulo Rangel.
“Insisto” em MFLeite, porque o cerne do seu post centra-se de certo modo em pessoas, (nomeadamente JPPereira) seus apoiantes enquanto líder do PSD e não como ex-ministra das finanças, de quem, discordei pontualmente. Não a “amparo” , porque não necessita.
Nunca, e não seria hoje, que eu defenderia APreto. Unicamente entendo despropositada e “mázinha” a sua colagem a JPP.
Não teria quaisquer constrangimentos em votar no PSD-de-PPCoelho, se constatasse linearidade e não hesitações nas suas propostas, se o entendesse melhor do que JSócrates, se o visse muito bem acompanhado e aconselhado, se, como líder da oposição do arco-do-poder lhe tivesse notado nível de estadista e, consequentemente, capacidades para ser PM.
Desconfio, muito, de PPCoelho, seus vices e mentores — perante políticos, “olho-os de frente”, e raramente me engano.
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Vices… como o MAC?
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Ramiro Marques,
JPPereira nunca se candidatará a líder do PSD.
O problema fulcral é este: PPCoelho conseguirá vencer as próximas legislativas ? Se não conseguir, os seus mentores e defensores acusá-lo-ão de incapacidade ? Fátuo líder ? Inocuidade argumentativa ? De, como adversário dum Sócrates fragilizado, nem assim o removeu de S.Bento? Voltarão a apostar em PPCoelho ?
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PPCoelho teve já um forte revés eleitoral, com as suas propostas sobre despedimentos, ensino e saúde.
Dificilmente convencerá milhares que votariam no PSD como esperança dum futuro muito melhor do que este, minado e perturbado por Sócrates.
Mas até foi óptimo: soube-se atempadamente das suas intenções, e anteviu-se outras, que se PM, atingiriam fatalmante as classes mais desfavorecidas e a classes média e média alta…
Destino do carago: Sócrates, Coelho…FMI provavelmente já a fazer as malas…
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“Com demasiada pressa para chegar ao pote (…)” Se há alguém da área política em Portugal que nunca tenha mostrado fascínio pelo “pote”, esse alguém é precisamente JPP, das pessoas mais íntegras que a política nos deu nestes 36 anos. É lícito, claro, criticá-lo quando se discorda dele, mas esse tipo de linguagem, tal como a malévola colagem a Preto, não beliscam JPP, apenas definem quem assim procura denegri-lo.
E é extraordinário que alguém que nunca criticou a postura desleal de PPCoelho para com Manuela Ferreira Leite se abespinhe quando um deputado do PSD emite uma crítica ao actual líder.
Também me parece absuivo dizer que JPP tem uma visão “obsessivamente centralista” do país. Ou entre a regionalização e o modelo actual não há meios-termos? Por outro lado, quer-me parecer que a simples prudência financeira e orçamental recomendaria que essa bizantina ideia fosse mais uma vez adiada para as calendas gregas.
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Em 1996, Fernando Nogueira, Durão Barroso e Santana Lopes concorreram a lider do PSD. Só o Fernando Nogueira foi eleito. Quando se demitiu, por ter perdido as eleições desse ano, Durão Barroso era o desejado. Tendo ele recusado, avançou Marcelo Rebelo de Sousa. Santana Lopes fez uma teatrada, concorre, não concorre e não concorreu. Mais tarde, por volta de 1998, Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleito, pairando as ameaças não concretizadas das candidaturas de Durão Barroso e Santana Lopes. Quando Marcelo Rebelo de Sousa se demitiu, por causa de Paulo Portas, Durão Barroso era, naturalmente, o que estava na calha e foi eleito lider do PSD com 300 votos brancos na lista da CPN. Estávamos em 1999, a um mês das eleições europeias, sem candidatura e Santana Lopes atolado em trabalho na Figueira da Foz. No ano seguinte, em Viseu, concorreram Durão Barroso (51%), Santana Lopes (33%) e Marques Mendes (16%) – Passos Coelho foi o candidato de Marques Mendes a secretário geral, se não estou desmemoriado. Em 2004, quando Durão Barroso se demitiu, para ser presidente da Comissão Europeia, sucedeu-lhe Santana Lopes, perante a oposição de uma pequena ala do partido que preferia Manuela Ferreira Leite. Manuela Ferreira Leite afastou-se de Santana Lopes. Marques Mendes também, nesse Congresso de Barcelos deixou-se ficar a uma distância prudente, fazendo um discurso muito crítico. Pouco depois, em 2005, quando Santana Lopes perdeu as eleições e se demitiu, Marques Mendes e Filipe Menezes concorreram a lider do PSD. Marques Mendes ganhou (56%), mas Filipe Menezes já estava na calha. Aliás, já tinha dito aqui no Porto que o que interessava era ser candidato. Se tivesse 30%, no congresso seguinte iria ter melhor resultado. Pois teve, foi em 2007 eleito lider do PSD. Quando se demitiu, em 2008, não se sabe ao certo porquê, mas há impulsos que nem têm explicação, concorreram Manuela Ferreira Leite, Passos Coelho e Santana Lopes. Manuela Ferreira Leite ganhou com cerca de 40%, Passos Coelho teve um pouco mais do que 30% e Santana Lopes um pouco menos do que 30%. Quando Manuela Ferreira Leite se demitiu, depois de ter perdido as eleições de 2009, era a vez de Passos Coelho. Passos Coelho ganhou confortavelmente (60%), contra Paulo Rangel (30 %) e Aguiar Branco (3%).
Conclusões:
1º Para ser lider do PSD, até parece que basta começar a concorrer 1 ou 2 congressos antes.
2º Ganha quem tem mais votos. Os votos vão sendo acumulados ao longo do tempo. É muito importante aprender a negociar votos. E não vale a pena procurar outras explicações.
3º Paulo Rangel tem uma grande probabilidade de ser o próximo lider do PSD. Talvez Aguiar Branco também venha a sê-lo, se for muito persistente. Castanheira Barros é ainda mais improvável, mas quem sabe? O candidato da facção Passos Coelho deve ser o Marco António Costa, o que pode estragar as contas do Paulo Rangel.
4º Rui Rio é uma carta que continua no baralho. Nunca foi candidato, mas foi candidato a candidato.
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CAA,
A única coisa que não tenho a certeza é quem é o “vigarista” porque se um foi apanhado com uma mala de dinheiro (A.Preto) e outro é conhecido no Partido pelo José Eduardo “Patife” Martins, o que sobra (Pacheco Pereira) é de uma desonestidade mental repulsiva. A sua agenda, sempre dissimulada, é asquerosa. A sua ética inexistente e os seus princípios, vis. Só numa sociedade tão perturbada seria possível um personagem desta estirpe ter o protagonismo e orespeito que tem,
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Desde que a incompetência e arrogância e negociatas escuras do Sócrates chegaram ao poder, quantos posts CAA escreveu a denunciar o descalabro socratino???
Ou seja, apoio por omissão.
para quê?
Migalhas do poder? Talvez….Ou para os amigos de gaia lá chegarem???
Bom, quantos posts o CAA escreveu a dar glórias a esse azelha político LFM?
EH! EH! basta recordar.
Pois CAA pensava que LFM era capaz de derrotar Sócrates e, pasme-se, de governar bem!!!
Agora, o grupo de gaia e CAA e os do ângelo apoiam PPC.
Então e as asneiras, muitas e de azelhas, que têm feito?
A culpa é do Cavaco?
Com CAAs e gaias assim, PPC não tem futuro .
Com o descrédito total de sócrates e a péssima situação económica(embora tenha os media dos gangs da corrupção e da mafia do futebol-olivedesportos tão queridos do CAA- em campanha sem escrúpulos por ele e contra cavaco, como fizeram com MFL), só por muita nabice, mas mesmo muita, o PPC/PSD não ganha as próximas eleições.
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Oh Sr CAA o que o faz correr tão apaixonadamente para a regionalização?Então nós que, pela nossa exiguidade,ou não somos conhecidos no planeta ou,se o somos,é como província espanhola,ainda nos vamos desmembrar? E essa do “sintomaticamente acompanhado”não cola com PP. PP é,para mim,um vulto da sociedade portuguesa que infelizmente,poderá o Sr ser excepção,tem muito poucos.E,já agora,devo dizer-lhe que no PSD quando os tem bons como foi o caso de FL manda-os fora com a água do banho,por isso é que anda assim há tantos anos.
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Sátiro,
«Desde que a incompetência e arrogância e negociatas escuras do Sócrates chegaram ao poder, quantos posts CAA escreveu a denunciar o descalabro socratino???»
Tem andado perigosamente distraído. Sobre os desmandos socráticos, tenho escrito e dito publicamente aquilo que penso e com uma intensidade que pede meças a qualquer um.
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Os incompetentes do PSD e do PS vão ser sempre contra a regionalização, pois com este regime centralista a sua roda de amigos também incompetentes nunca tem de prestar contas, apenas rodar do PS para o PSD. O Pacheco Pereira e os outros próximos de PPC (Paulo Teixeira Pinto e outros) que professam uma teologia neo-liberal ultrapassada preferem o centralismo para mais facilmente imporem cortes nas áreas sociais, para assim poderem manter o desperdicio nas PPP’s da saude e nos elevadissimos salários dos gestores publicos, incluindo os incompetentes do Banco de Portugal.
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Sou totalmente a favor da regionalização já!
Aliás todo o português anti-centralista que ame o seu país e a sua terra terá de defender a regionalização!
Chega de “chulice” lisboeta. Prefiro os caciques…de longe.
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