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Esta patetice acaba quando?

6 Outubro, 2010

Os donos da República impuseram vários tabus. Um deles prende-se com a II República. No politicamente correcto Portugal vai na III República mas não se pode nomear a II enquanto tal. O resultado é obviamente anedótico como se percebe nesta página da AR:

« A 1ª República (1910-1926) – Inclui os trabalhos parlamentares da “Assembleia Nacional Constituinte” (1911), da “Câmara dos Deputados” (1911-1926), do Senado da República (1911-1926) e do Congresso da República (1911-1926);
O Estado Novo (1935-1974) – Possui os textos referentes aos Diários das Sessões da “Assembleia Nacional” (1935-1974) e da “Câmara Corporativa” (1935-1974);
E a 3ª República (1975-)

Ora se existiu  uma I República,  se agora estamos na III  e se no meio existiu o Estado Novo, onde estará a II República?

35 comentários leave one →
  1. Carlos Dias Nunes's avatar
    6 Outubro, 2010 14:40

    A estupidez campeia.
    Para essa gente, pelos vistos, há 3ª República sem ter havido 2ª.
    Que melhor prova do estado a que chegámos?

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  2. floribundus's avatar
    floribundus permalink
    6 Outubro, 2010 14:50

    o rectângulo começa em 5 de Outubro de 1910. salta de 1926 para 1974.
    a mim roubaram-me 43 anos de contribuinte.
    coisas do ex-seminarista do minúsculo oriente.
    são mais fascistas que os da II república

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  3. Joaquim Mota's avatar
    Joaquim Mota permalink
    6 Outubro, 2010 15:21

    Pois os mais engraçados são os, já aqui referidos num post no Blasfémias, que consideram que estamos na 2ª República (além dos então referidos, alguns enumerados pelo postador a seguir a comentário meu, o herdeiro da 1ª república e proprietário da actual, Mário Soares, referiu-se a esta como a 2ª).
    Digamos que para esta historieta oficial durante 48 anos existiu um «estado de coisas», e nos prós e prós do regime actual só existem duas versões possíveis sobre o estado das coisas entre 1910-1926:
    – Regime no essencial bom e puro, tirando o hiato da ditadura, obviamente contra a maioria que interessa, de Sidónio e seus seguidores (só pela doce hipocrisia desta gente não se diz que tiveram o que mereceram).
    – Gente cheia de boas intenções prejudicada por uma realidade adversa (e pelos inimigos do bem comum), daí que as coisas não tenham ficado em muito bom estado mas as gentes que as tutelaram eram muito boas e ideologicamente avançadas (talvez demais para um país atrasado).

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  4. Licas's avatar
    Licas permalink
    6 Outubro, 2010 15:23

    De onde se drpreende que com aqueda do salazarismo os Tugas
    perderam até a qualidade de contarem . . . USEM OS DEDOS, CARAMBA!!
    É assim: 1, depois 2, e finalmente 3.
    DE ACORDO?

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  5. miguel's avatar
    miguel permalink
    6 Outubro, 2010 15:31

    Não tarda nada estamos na quarta.

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  6. Luis Melo's avatar
    6 Outubro, 2010 15:52

    Mas o que acho engraçado é que a república nasceu em Lisboa (agora está moribunda) e vai morrer em Lisboa sem sequer ter chegado ao resto do país.

    Em 1910 alguém perguntou aos transmontanos, alentejanos, beirões, madeirenses, açorianos, algarvios, minhotos ou nortenhos, se queriam a república?

    Estes, que nunca beneficiaram nada com todas as alterações do sistema político, raramente são consultados, mas depois são os que mais sofrem com as asneiras dos “cérebros” de Lisboa.

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  7. CL's avatar
    6 Outubro, 2010 16:01

    Provavelmente, consideram “segunda república” o período da ditadura (de 1926 até à primeira eleição da assembleia nacional) durante o qual, por razões óbvias, não há diários das sessões. Mas nesse caso, a actual seria a 4.ª e não a 3.ª…

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  8. Bandarra's avatar
    Bandarra permalink
    6 Outubro, 2010 16:04

    Quanto custaram estes festejos do 5 de Outubro ???
    A patetice só pode terminar quando forem buscar o “gajo” a Coimbra ou o FMI a N.Y. OK!!!

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  9. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    6 Outubro, 2010 16:12

    É altura dum Estado Novo.

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  10. Gabriel Silva's avatar
    6 Outubro, 2010 16:38

    Acho que é por respeito ao Estado Novo que determinou ele mesmo não se chamar II República, mas …. Estado Novo

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  11. Gabriel Silva's avatar
    6 Outubro, 2010 16:40

    CL,
    se fossemos por aí, estaríamos pr’a aí na 9ª, tantos foram os períodos «sem diários de sessões» existentes na Iª, por via das suspensões e dissoluções arbitrárias do parlamento

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  12. Gabriel Mithá Ribeir's avatar
    Gabriel Mithá Ribeir permalink
    6 Outubro, 2010 16:46

    Cara Helena, é por essas e outras que os nossos alunos miúdos e graúdos sistematicamente confundem monarquia com ditadura e república com democracia e conferem validade universal a essas percepções. Quatro conceitos que só são úteis se forem pensados autonomamente uns em relação aos outros. Algo de profundamente errado deve estar a acontecer com a história, como ela se faz e como ela se ensina. Para que conste, em Moçambique neste ano de 2010 entrevistei uma estudante da 7ª classe (lá é no feminino), sem dúvida inteligente e que gostava de história, mas que me dizia mais ou menos (cito de cor) que o país conquistou a independência em 1975 para acabar com a escravatura feita pelos portugueses. Filho de peixe…

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  13. helenafmatos's avatar
    helenafmatos permalink
    6 Outubro, 2010 16:48

    CL,
    claro que há diários das sessões.

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  14. rui a.'s avatar
    rui a. permalink
    6 Outubro, 2010 16:50

    É a mesma coisa que o Luis XVIIII de França. Não deixa de ter alguma graça que a III República portuguesa se tenha inspirado num precedente histórico monárquico e reaccionário!

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  15. Carlos Loureiro's avatar
    6 Outubro, 2010 17:21

    Helena,

    Referia-me ao período entre Maio (ou melhor, Junho) de 1926, data em que foi dissolvido o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado), através de um dos primeiros decretos de Mendes Cabeçadas, e Janeiro de 35.

    Penso que entre este decretoe a primeira sessão a Assembleia Nacional, em Janeiro de 1935 não terá havido sessões para documentar em diário.

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  16. Berto's avatar
    Berto permalink
    6 Outubro, 2010 17:50

    Têm piada, estas continhas da treta, se esta é a I, II, ou III república, e mais o estado novo e bláblábla´… Vamos por partes: Durante centenas de anos existiu monarquia em Portugal, que foi (mal ou bem) derrubada em 5 de Outubro de 1910; em 28 de Maio de 1926 um golpe de estado militar vem “pôr ordem nas coisas acabando com regabofe”; mais tarde Salazar toma o poder, controla as finanças, e impõe um regime repressivo de cariz fascista muito ao gosto da época.
    Em 25 de Abril de 1974 um golpe de estado militar pretende instaurar a democracia e devolver o poder ao povo. O resto já todos nós sabemos e sobre isso todos podemos divergir e encontrar argumentos de sobra e contraditórios sobre como estamos hoje. Tudo bem. Mas parece que continuamos a não aprender nada com a história, especialmente a recente, e perdemos tempo em discussões acéfalas sobre se a monarquia era melhor ou pior, se a República lixou isto tudo, se o Salazar não tivesse morrido e mais treta e treta. Qual a importância de chamar a este regime II, III ou XVI República? Isso contribui alguma coisa para a nossa felicidade?

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  17. Essa agora's avatar
    6 Outubro, 2010 18:18

    Ó Berto, e se V. não fosse parvo, gostava de ser o quê?

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  18. Nuno Castelo-Branco's avatar
    6 Outubro, 2010 18:29

    – O culto ao miserável e ridículo trapo.
    – A exaltação pacóvia ao Venerando, da qual o actualmente em funções, já vai imerecidamente beneficiando.
    – A Portuguesa, sempre apresentada como se de um Te Deum se tratasse.
    – Os nomes das ruas, onde o Costa, o Almeida e outros que tal, foram colocados em lápide votiva.
    – A simples consulta aos manuais primários e de liceu da 2ª República que “nunca existiu”.

    Podemos continuar a desfiar o rosário de provas que atestam o dever de todos os próceres da 3ª, infelizmente ainda existente, têm para com Salazar, pois de facto, foi ele o salvador da megera. Isso é o que mais lhes faz doer. Salazar foi o salvador do trapo, enquanto “estes” – Cavaco na primeira linha -, transfomam-no numa mortalha.

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  19. Licas's avatar
    Licas permalink
    6 Outubro, 2010 18:48

    Ou eu muito me engano, ou as repúblicas são contadas apenas
    quando se fazem novas Constituições, as dissoluções nã contam
    de per si para NADA . . .

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  20. helenafmatos's avatar
    helenafmatos permalink
    6 Outubro, 2010 19:14

    em 1933 Portugal teve uma nova constituição

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  21. Luzograalense's avatar
    Luzograalense permalink
    6 Outubro, 2010 20:05

    E a ironia (aparte a pide e censura que abomino, o atraso, o proteccionismo em algumas vertentes económicas, a delação rasteira, a injusta proibição das Sociedades Iniciáticas que não têm culpa de outras pseudo-Maçonarias e um reaccionismo do qual não gosto) a II República foi talvez no formato a mais verdadeira República das três – muito mais próxima do formato da República de Roma antiga e do ideal do grande grego Platão (Mas não confundo a utopia aristocrático-espiritual de Platão com a aristocracia Romana). Mas continuando: a 1ª e a 2ª partidocráticas e pluripartidárias não estiveram(e não têm estado até agora) nem lá perto claro. De facto a 2ª República foi a mais República das três (até agora) e do modelo europeu antigo.

    A Constituição de 1933 em 90% ou mais era muito mais próxima da de 1976 e perfeitamente liberal e democrática, tirando-lhe as excepções(aparte estas mesmas excepções raras que blindavam aquele tipo de Estado e Regime autoritário e de partido único nacional) bastava uma revisão após a Revolução democrática.

    3 Repúblicas até agora.

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  22. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    6 Outubro, 2010 20:28

    5 de Outubro de 2010 por Tiago Mota Saraiva/5dias

    A comissão organizadora do centenário dispôs de dez milhões de euros do Orçamento do Estado para cumprir o programa desta terça-feira, Dia da República.
    «Considero que o orçamento das comemorações da República é quase obsceno», tendo em atenção «a situação em que o país vive», disse Paulo Teixeira Pinto, lembrando, contudo, que estes gastos foram aprovados com «bastante antecedência».

    O ex-presidente da comissão executiva (CEO) do Banco Comercial Português (BCP), Paulo Teixeira Pinto, saiu há cinco meses do grupo com uma indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso de receber até final de vida uma pensão anual equivalente a 500 mil euros.

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  23. Luzograalense's avatar
    Luzograalense permalink
    6 Outubro, 2010 20:29

    Constituição d 1933 que era a Constituição da República então.

    Mas claro que a II República (“Estado Novo”) embora mais perto no modelo e na fachada (não no Corporativismo nem na eleição da “aristocracia” governante e deputados que favorecia os mais poderosos económicamente, influentes ou apaniguados da União Nacional, aqui e ali alguns com mérito) – podia-se reconhecer contudo que não era de berço(faça-se justica formalmente), afinal era um República do século XX (A Roma antiga era de Aristocracia de berço, mas referia-me aqui como modelo noutro sentido mais lato), mas esteve também muito longe desses grandes Ideais clássicos Utópicos. (refiro-me ao modelo, que na prática e ideais mais longe ainda).

    Atenção que a Antiguidade(em Roma ou na Grécia nalguns casos) quando defendemos o direito aristocrático do mérito e do espírito hoje para governar, electivamente ou indirectamente(seja qual for o berço familiar e de estrato social de origem, do mais baixo ao mais alto na riqueza) não é nesse aspecto o modelo que hoje as pessoas hoje querem – nem querem, claro, aquelas sociedades de escravos e de impiedade nalgumas outras vertentes. Era uma comparação lata dos modelos.

    O Esatdo Novo era mais parecido com algumas Repúblicas antigas no modelo, mas longe ainda assim.

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  24. AB's avatar
    6 Outubro, 2010 20:51

    Já ninguém liga ao argumento soarista de pretender defender que esta em que vivemos é a II República.
    O argumento decisivo é: quantas Constituições tivemos desde a implantação da República?
    1911, 1933 e 1976, três !
    I, II e III Repúblicas, portanto.

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  25. josé vladimiro's avatar
    6 Outubro, 2010 21:15

    A direita liberal e nacionalista convive mal com a democracia e os direitos sociais e políticos ( vade retrum santana), como se viu pela ausência de Passos Coelho e Paulo Portas nas Comemorações do Centenário da República.
    Querem chamar a uma ditadura fascista República?

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  26. Daniel Santos's avatar
    6 Outubro, 2010 21:29

    obviamente roubada. Em Portugal pouca coisa é segura.

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  27. aequanimus's avatar
    aequanimus permalink
    6 Outubro, 2010 22:04

    já há quem diga que a I república foi a monarquia parlamentar após a constituição de 1822 .. lol

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  28. Eduardo F.'s avatar
    6 Outubro, 2010 23:02

    Este é um fenómeno muito parecido àquele que se observa em certos hoteis onde o botão do 13º andar não está disponível no painel do elevador. Não sei, tal como neste caso, se não se trata de algum problema “técnico”.

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  29. Licas's avatar
    Licas permalink
    6 Outubro, 2010 23:35

    josé vladimiro
    Posted 6 Outubro, 2010 at 21:15 | Permalink
    A direita liberal e nacionalista convive mal com a democracia e os direitos sociais e políticos ( vade retrum santana), como se viu pela ausência de Passos Coelho e Paulo Portas nas Comemorações do Centenário da República.
    Querem chamar a uma ditadura fascista República?
    ____________
    VOCÊ ou é muito jóvem (e não viveu a época Salazarista) ou gosta de apor
    etiquetas (à boa maneira Stalinista) para se odentificar com as ditas Revoluções Populares.
    O Salazarismo copiu alguma coisa do Fascismo Italiano (Mocidade Portuguesa /Balilas),
    o tal Estado Corporativo que nunca chegou a implementar, o Monopartidarismo à imitação
    Soviética diga-se, os Sindicatos Nacionais.
    Também do Stalinismo copiou uma relativamente discreta Polícia Política e os Tribunais Plenários.
    Beneficiando da Guerra Fria foi pouco incomodado pelo Ocidente em vista do anti-comunismo
    o que levou a eternizar o regime. Porem, uma característica que lhe seria fatal foi o de deliberadamente ignorar o que a partir dos anos 50 se estava a passar no Mundo (a Índia independente do Reino Unido em 47 e a derrocada do Colonialismo em África) com o resultado
    que se viu.
    Foi-lhe fatal por isso e pela verdadeira ânsia de se alcançar a liberdade das pessoas em vista
    de um Portugal de cidadãos, do que resultou o 25-A cuja causa próxima foi uma guerra sem esperança de ser levada até ao fim.

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  30. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    7 Outubro, 2010 05:17


    E – continuando o Licas – sugando o pobre Povo Português até ao tutano que já entrou numa recessão de que não irá sair facilmente. Não tão lentamente assim, o Povo vai ficando cada vez mais miserável.
    Nunca pensei ouvir, de forma tão escancarada, as verdades que se têm vindo a ouvir nas televisões que já vão conseguindo libertar-se das trancas socialistas. Os socretinos já não conseguem impedir que toda a gente grite em altos berros que os socialistas são uma fraude e uma mentira pegada.
    Nuno

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  31. João Pedro's avatar
    João Pedro permalink
    7 Outubro, 2010 11:11

    É isso, José Vladimiro. Democracia deve ser empastelar jornais que incomodam, invadir conventos em nome da laicidade ou assassinar chefes de estado de que não gostamos. Aliás, quem não for de esquerda não pode ser democrata. Mais, uma verdadeira democracia devia era proibir a direita, essa ideia de fachos.

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  32. Luzograalense's avatar
    Luzograalense permalink
    7 Outubro, 2010 17:05

    Oh Vladimiro:
    Ai a 2ª República com bandeira e Assembleia e Constituição republicanas, não foi Republicana por ser monopartidária ou ditatorial?

    Então e a 1ª República) com assassinatos também(mais ainda) em constante guerra civil, ditaduras e governos nomeados, anarquia, formigas brancas a assassinar pelas ruas Heróis Repúblicanos e chefes políticos e a atacar a religião Cristã e Religiões(e a liberdade religiosa em si) foi República? A República(durante a 1ª República) em Sidónio Pais que restaurou a ordem já foi República pelo seu conceito? Não? Olhe que foi.

    E agora, quando é que Portugal é República? (na 3ª) – Quando está o PS no poder? E quando está o PSD? Ou seria só República para si se lá estivesse o PCP ou o BE?

    E no periodo Revolucionário pós 25doA? E no ano até haver eleições e ser aprovada a nova Constituição? E nos tempos do Conselho de Revolução?

    O que é República para si?

    Quanto à Res pública (República), esta existe sempre, em todos os regimes e na Monarquia, os Reis Portuguese desde a idade Média a mencionam sempre. O João de Barros estava sempre a pôr “República” “Grei” Portuguesas (e portanto Republica Portuguesa) na boca dos Vice-Reis da India, Capitães etc. sobretudo nos momentos de apelo às armas e em todas as batalhas decisivas; como ex: Francisco de Almeita antes de Diu(1509)

    Mas aqui o conceito remete para a etimologia e antigs conceito.

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  33. António Lemos Soares's avatar
    António Lemos Soares permalink
    7 Outubro, 2010 23:00

    As Esquerdas têm um problema mal resolvido com as «Repúblicas.»
    Para elas, só deveriam ter existido a I.ª e a III.ª
    Como é obvio, houve uma II.ª: autoritária e de Direita.
    É a velha confusão entre Democracia e República.
    Segundo este errado pensamento, a União Soviética não teria sido uma República; a Alemanha Nazi, também não; e muito menos o teria sido, a China de Mao.
    Se estes exemplos, não foram Repúblicas, foram o quê?
    A mais velha Democracia do Mundo, é a Monarquia de Inglaterra, desde 1688.

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  34. Luzograalense's avatar
    Luzograalense permalink
    8 Outubro, 2010 08:54

    Isto não tem que ser um “engolir” de sapo.

    Mas a República era algo de muito precário em 1919 e 1926, que todos viam como temporárea até à restauração da Monarquia(Constitucional obviamente e liberal, excepto para os Integralistas ou Tradicionalistas).

    Em 25 de abril de 1974, a manutenção da República é já um dado adquirido para maioria dos políticos e povo. Porquê?

    Porque pelos idos de 1951, anos depois da II Guerra, o Regime(Estado Novo) não caíu nem o ocidente vencedor pressionou muito para tal. Estabelizou-se e er adquirido. Claro que também alguns pensariam que se reformaria e Salazar não duraria para sempre – seja como for, por motivos diferentes, uma boa parte das figuras do regime salazarista monárquicas, com grande peso, pensam que é chegada a hora da Restauração(ou da sua promessa após Salazar ou mesmo durante Salazar), como já Franco prometia em Espanha(no caso espanhol, após Franco). Quem viria a segurar a República? essencialmente dois homens – mais até, mas sobretudo estes dois, com grandes desaguisados com o outro “partido” dentro do regime: Oliveira Salazar e Marcelo Caetano(Caetano com enorme acção e discursos sobre o tema em 1951).

    É a vida! Mas a eles o devem, os Republicanos(democratas ou não).

    E os grandes momentos de ruptura política desde 1820-1834 são o 28 de Maio de 1926 (fim de determinado liberalismo) e 1974(democracia), como disse Pacheco Pereira(e não 1910).

    Outra coisa é o acontecimento sobretudo de 1908, sejamos Monárquicos ou Republicanos – é uma tragédia que marca decisivamente e negativamente o país(na minha opinião) O assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe Luis Filipe.

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  35. António Lemos Soares's avatar
    António Lemos Soares permalink
    9 Outubro, 2010 10:10

    Quando Marcelo Caetano foi a Coimbra em 1951, explicar ao congresso da união nacional, porque não havia condições para restaurar a Monarquia nesse momento, deu, sem querer, a melhor fundamentação possível, para o regresso do país, mais cedo ou mais tarde, à forma monárquica de regime.

    Considerou muito bem que, já não existiam Monarquias «proprio sensu» no mundo.
    Deu o exemplo de Inglaterra, para demonstrar o seu pensamento: o que havia no Reino Unido, desde 1688, era uma «República com Rei.» Nada de mais próximo, defendo eu, ao que sempre sucedeu em Portugal, com a excepção dramática e nefasta, da segunda metade do século XVIII.

    Aquilo que, na prática, disse Caetano, foi que só era possível haver Monarquia com Democracia!

    Era óbvia esta ideia nos anos 50 e evidente que, o autoritário Estado Novo, nunca restauraria a Monarquia… Restaurá-la, significava o regresso ao regime democrático caído em 1910; o que Caetano e os «pseudo-monárquicos» da «situação», jamais aceitariam.

    Marcelo Caetano antecipou o futuro. Infelizmente, o de Espanha… E não o de Portugal.

    Quando Franco faleceu em Novembro de 1975, os democratas espanhóis sabiam que encontrariam no Rei, o melhor apoio para a sua causa. Um apoio que nunca faltou, mesmo nos momentos de maior crise, e que manteve a Espanha unida e livre até hoje.

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