o mais vilão dos patrões
O Direito do Trabalho português, cujos princípios estruturantes foram consagrados na Constituição de 76 e que praticamente se mantêm inalterados desde então, é um dos principais responsáveis pelo descalabro a que chegou a III República. Ele assenta no pressuposto de que as relações de trabalho dependente são relações de força e de conflito entre as partes (patrões e trabalhadores) e nunca de cooperação, Nesse mundo, os donos dos meios de produção – os empresários – detêm um poder ilimitado sobre a autonomia dos trabalhadores assalariados, a quem exploram e de quem abusam inevitavelmente. Por outro lado, o trabalho ocupa uma posição de dependência e de sujeição perante os detentores do capital, e não é capaz de fazer prevalecer os seus interesses se a lei não os proteger. Este mundo é o da luta de classes marxista. Aqui não existem indivíduos com interesses concretos e preocupações próprias, mas conjuntos indeterminados e massificados de homens e mulheres com estatuto social determinado nos livros de sociologia marxista – os «exploradores e explorados», «patrões e empregados», «capitalistas e trabalhadores» – que obedecem inevitavelmente a uma racionalidade de classe – a dominante e a dominada – e não a uma racionalidade individual.
Não se pode condenar que esta tenha sido a mentalidade a que os portugueses aderiram, quase em uníssono, nos idos da década de 70, logo após a Revolução de Abril, e que ela se tenha vertido sobre os livros das leis desse tempo. Por razões de ordem histórica que não vêm agora ao caso, ela impôs-se, na altura, a quase todos como evidente e determinou a evolução das relações sociais de trabalho e, consequentemente, pautou desde então a evolução das nossas empresas e da nossa economia. Pior do que isso: criou sub-repticiamente nos portugueses uma mentalidade conflitual com a qual vêem o mundo do trabalho, em vez de o encararem como um espaço de cooperação, de colaboração e de progresso conjunto. Esta forma de ver as coisas não funciona e provocou, como veremos, os efeitos exactamente contrários aos pretendidos.
Numa sociedade livre, as relações entre as empresas são de concorrência: todas podem colocar os seus produtos no mercado e os consumidores escolhem os que forem mais capazes de satisfazer as suas necessidades. A livre-concorrência é incompatível com empresas dirigidas por empresários irracionais que não considerem o trabalho e os trabalhadores os principais activos das suas empresas. É evidente que numa economia de mercado poderão existir empresários irracionais que maltratem os bons trabalhadores, pagando-lhes mal, não os promovendo, explorando-os abusivamente e até despedindo-os sem critério. Empresários que não invistam as mais-valias no crescimento da sua empresa, desde logo, não aplicando parte substancial delas na melhoria do factor trabalho, no fim de contas, o activo mais importante de qualquer empresa. Não há duvida que podem existir empresários com esta mentalidade, os célebres capitalistas exploradores, gordos, suados, com chapéu alto e charutos fumegantes na boca, directamente saídos da mitologia e da iconografia marxistas da guerra-fria. Mas, numa economia de mercado, não serão empresários por muito tempo. Os seus concorrentes e os consumidores cuidarão de lhes explicar porquê…
Só que a economia portuguesa não é uma economia de mercado. Ela é uma economia onde concorrem empresas de capitais privados, cujas regras de actuação no mercado são, porém, ditadas pelo estado e não pelas regras normais da oferta e da procura. Nesta orientação ideológica da III República, o Direito do Trabalho foi um instrumento dito da «protecção» dos trabalhadores, mas, na verdade, ele esteve inteiramente ao serviço da luta de classes. Os resultados foram os exactamente contrários aos anunciados: o desemprego tem aumentado exponencialmente, as empresas fechado em catadupa, os salários são cada vez mais baixos, e as relações de trabalho baseiam-se na desconfiança e não na colaboração, o que leva cada empresário a rodear-se das maiores cautelas antes de contratar alguém. Por outro lado, proibição legal da flexibilidade laboral significa que empresários e trabalhadores não são livres de compor os seus interesses concretos, mas que têm de acatar a mediação do estado, um mediador que está obviamente ausente dos reais problemas de cada empresa, de cada empresário e de cada trabalhador. As empresas são, assim, proíbidas de ajustar o seu activo «trabalho» às contingências do mercado, sendo obrigadas a acatar exigências legais, por vezes, impossíveis de cumprir, como os horários de trabalho inflexíveis, os salários mínimos obrigatórios, a estabilidade contratual ao fim de três renovações dos contratos, os subsídios de férias e de natal obrigatórios, as causas legais e exclusivas para o despedimento, etc.. Se a isto acrescentarmos a pesada tributação que impende sobre as empresas e os factores produtivos, uma regulamentação com exigências técnicas por vezes absurdas, uma justiça lenta onde a execução das dívidas, desde logo as do estado, é um calvário sem fim, teremos o cenário actual do qual resultou a falência de empresas em catadupa, a perda do valor das que ainda assim resistiram, e a perda de capacidade concorrencial com as empresas estrangeiras, seja no mercado interno português, seja no mercado único europeu, seja noutros mercados externos. Por outras, palavras, o profundo empobrecimento em que o país se encontra.
Esta mentalidade terá de mudar radicalmente, caso queiramos voltar a fazer de Portugal um país com uma economia forte e competitiva, com crescimento económico sustentado, com empresas sólidas, baixa taxa de desemprego e salários altos. O exacto contrário de tudo o que temos agora, fruto de uma legislação e de uma mentalidade que pretendiam proteger os trabalhadores e acabaram por os condenar à pobreza e ao desemprego. De resto, o patrão-estado, talvez o mais vilão dos patrões, acabou de nos anunciar que nem mesmo ele é já capaz de respeitar as regras laborais que impõe às empresas, ao fazer de princípios fundamentais do Direito do Trabalho que ele mesmo legislou letra morta para os seus funcionários. Fê-lo à bruta, usando de uma violência ilegítima, à margem das regras mais elementares do Estado de Direito, enfim, como um velho capitalista selvagem da mitologia marxista.
Ficam, então, as perguntas: se o estado não cumpre, não cumpre porquê?; e com que legitimidade poderá obrigar os outros a cumprir as normas que ele mesmo desrespeita?

Perdoe-me perguntar-lhe: em que “mundo” vive? Em Marte ou em Vénus? Ou em Urano?
É que aqui é o planeta Terra, habitado essencialmente por terrestres.
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E você, meu caro, conhece outro mundo que não seja Portugal?
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O autor deste post está a pretender municiar ideologicamente aqueles sectores do patronado que, respaldados por um governo de delinquentes, preparam a pilhagem final do poder de compra dos portugueses?
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Excelente análise à situação em que actualmente estamos e às causas que a tal nos conduziram.
Mas, como se pode comprovar pelos comentários, os marxistas não conseguem compreender a realidade. Mais do que cegos, são burros! Não há recuperação possível para esta canalha.
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Domingos,
Não insulte quem não conhece. É feio e estéril.
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http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/table.do?tab=table&language=en&pcode=teilm020&tableSelection=1&plugin=1
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Desemprego em Portugal em Setembro de 2009 – 10,2%
Desemprego em Portugal em Agosto de 2010 – 10,7%
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Pergunta: Isto é que é um aumento exponencial?
Resposta: Pode ser. A taxa de crescimento exponencial é que deve ser muito pequena.
Pergunta: E este crescimento deve-se à rigidez das leis laborais?
Pesposta: Sim.
Pergunta: Mas nos EUA, no mesmo período, parece que o desemprego aumentou de 5,8% para 9,3%. É um aumento exponencial?
Resposta: Não!
Pergunta: E tem alguma relação com as leis laborais norte americanas, mais flexíveis?
Resposta: Não!
Pergunta: E na Irlanda, onde aumentou de 6,3% para 11,9% e também são mais flexíveis?
Resposta: Não! Não!
Pergunta: E na Espanha, onde aumentou de 11,3% para 18,0% e também são mais flexíveis?
Resposta: Também não! Também não!
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Arnaldo,
Parafraseando a doutas palavras do Domingos: é tudo burrice da canalha marxista.
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Onde está “no mesmo período”, corrijo para de 2008 a 2009.
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No mesmo período de 2008 a 2009, em Portugal, aumentou de 7,7% para 9,6%.
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Em Junho deste ano a Estónia estava em 18,6%. A Espanha, em Agosto, em 20,5%. A Irlanda, em 13,9%. Os EUA, em 9,6%.
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http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2010/10/matem-se-e-esfolem-se.html
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A certa altura parceu-me que o RUI A. ia na direcção certa. A inexistência de uma real economia de mercado. É exactamente esse o problema de Portugal. Uma enorme franja empresarial detentora de grande parte do PiB português que vive apoiada no estado. Quer directamente, quer indirectamente. O estado tem proporcionado monopolios aos privados atraves das privatizações.
Esse sim foi o grande erro do pós-25 Abril. Não as privatizações em si mesmas, mas faze-lo criando monopolios ao invés de ter proporcionado concorrência numa primeira fase e privatizado depois. Na práctica, hoje, é completamente indiferente se a EDP é do estado ou privada. Tal estado nada acrescenta ao país. Sendo monopolista preferia-a do estado.
Ora não existindo um verdadeiro mercado, não vejo como prioritário alterar substancialmente a lei do trabalho sem que antes se reconstruam as bases de uma verdadeira economia de mercado. Essa sim deveria ser a prioridade das prioridades. Fomentar a concorrência, o empreededorismo… e consequentemente o emprego e novas leis do trabalho que viriam a ajustar a nova realidade.
RB
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Infelizmente, os empresários em Portugal são uma minoria, o que existe é patronato, algo oposto.
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Está a mudar. Muitos novos empresários são pessoas bem preparadas para terem sucesso. O empresário analfabeto e incapaz de fazer melhor do que concorrer com a China será cada vez mais raro. E tem de ser assim, porque, sem empresários decentes, não é possível desenvolver a economia.
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E mama tudo à conta do zé-que-trabalha.
Fora-de-portas é afirmado que os trabalhadores portugueses são do melhor. Então, por que é que …
dentro-de-portas não somos um país “tendencialmente” rico?
Porque somos invejosos, gananciosos, incultos, pacóvios, patetas.
Em países em que a Direita está no poder, como na Alemanha, o ministro da Economia “sugere” aumentos de vencimentos. Outro país. Em França, o ministro da Educação vem dar as boas vindas nas tv ELOGIANDO o trabalho duro e essencial dos professores francesespara o desenvolvimento do país e da nação.
Andam a lamber quantos cús em simultâneo (não vá o diabo tecê-la)?
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Desculpe. Este post é pró-naif.
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O que é uma empresa? É uma organização constituída por PESSOAS. Todas trabalham para a finalidade da empresa. Todos devem ser remuneradas de acordo com os resultados obtidos, que se devem ao trabalho de todos.
Estarei a ver bem a “coisa”…?
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Acho que sim. Continue.
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Uma boa análise do Rui A.
A nossa legislação do trabalho é mais uma sequela do período de 1974-75 que vivemos e duma grave entorse de esquerda (ou melhor, da chamada esquerda) que subsiste no nosso texto constitucional. Onde ainda hoje se podem ler pérolas como a orientação em política externa “fim dos blocos militares”, a orientação de politica agrícola “fim dos latifúndios”, etc. Ainda há quem ache que não é urgente mudarmos a Constituição, para ver se encontramos um consenso nacional mais centrado e logo, mais produtivo, e capaz de nos tirar da péssima situação em que nos encontramos?
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Arnaldo Madurira,
Verifico que você compara a economia portuguesa à norte-americana e a nossa crise estrutural à crise circunstancial pela qual os EUA estão a passar. Veremos, daqui por uns tempos, como estarão as estatísticas relativas aos dois países…
Por outro lado, verifico também que você acredita nas estatísticas, uma das duas formas de mentir, em política… Parece-me que ignora os 2 milhões de pobres que já temos, numa população de 10, como também se está a esquecer dos milhares de «empregos» que por aí há para compor estatísticas à custa de subsídios públicos encapotados, e de «emprego» público, com o sempre desconhecido número real de funcionários, de todo em todo, em torno de, pelo menos 800 mil. Sabe, já agora, quantos funcionários públicos tem a federação brasileira? Cerca de 1 milhão, sendo que esse número cresceu exponencialmente com o último governo Lula. Numa população de cerca de 190 milhões de almas. Parece-me, também, que está a desconsiderar o empobrecimento real da classe média (ainda a temos?), as situações dificílimas pelas quais passam as nossas empresas, ets.
Por último, caro Arnaldo Madureira, não compreendo como você pode, com a análise económica que faz de Portugal, dizer mal do governo de Sócrates. Olhe que o Ministro das Finanças não apresenta um panorama tão optimista como você.
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Quanto às críticas sobre a «ingenuidade» do post, sugiro que os críticos observem, e já agora, comentem o que se passa nesta matéria nas economias emergentes, como a brasileira e a indiana. Ou em economias fortes, como a norte-americana, que está em crise, mas cuja economia continua a ser a mais forte do mundo, e que obviamente recuperará os índices mais tarde ou mais cedo. Certamente que muito mais cedo e muito melhor do que em Portugal… A questão é esta: a legislação do trabalho condiciona, obviamente, favoravel ou desfavoravelmente, a economia de qualquer país. Acham bem a legislação laboral portuguesa, feita em 75, ao abrigo do marxismo e da luta de classes? Fiquem-se com ela. Agora, não digam que as relações laborais se esgotam nessa panaceia ordinária e cujos resultados estão, em Portugal, bem à vista e que não existem outros modelos diferentes e melhores. Se acham que não, continuem como estão. Daqui por uns anos, voltamos a falar…
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O problema não será mais dos nababos do que dos marxistas? Ora vejam onde começa o desastre:
http://www.youtube.com/results?search_query=alguem+se+candidata+a+ser+parlamentar&aq=f
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…
Está toda a gente muito confusa. Está perfeitamente correcta a afirmação de RUI A. quando escreve «Acham bem a legislação laboral portuguesa, feita em 75, ao abrigo do marxismo e da luta de classes?»
Quando se deu a abrilada, em 74, Portugal estava a progredir a um ritmo excelente e foi a confusão gerada pelos comunas-militares (da treta) que entusismou os papalvos que um mês antes aplaudiam de pé e aos urros Marcelo Caetano. Toda a gente sabe, mas eu estava lá e muitos viram pela TV.
Desde então, o pessoal deixou de trabalhar como devia e passou a fazer o menos possível. A escola,
a todos níveis passou a bagunça e foi progredindo até termos um falso engenheiro como primeiro ministro e, mais recentemente, haver gente a arranjar canudos em dois ou três anos com as “Novas Oportunidades”, se calhar, para disfarçar o flop do nosso primeiro-canalizador e perito em esgotos e fossas da câmara da Covilhã (que o mais certo é não saber fazer)…
Com a deterioração do ensino nunca mais temos gente para fazer progredir Portugal. Os que já trabalharam e deram o litro estão agora a ser maltratados e nem lhes passa pela cabeça misturar-se com a canalha governante. Alguns ainda vão fazer comentários às televisões mas, trabalhar com estes aldrabões, está quieto!
E, se porventura o tentassem, nem conseguiam nada e eram pérolas a porcos.
Nuno
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Não faço ideia se o autor do post e o comentador Nuno, ainda vivem da mesada dos pais, mas parece-me que andam a leste daquilo que se passa na vida real, dentro das empresas.
Na vida real, as leis laborais não impedem que os bons gestores dinamizem as empresas, motivem os empregados e alcancem os objectivos traçados.
Na vida real, as leis de trabalho não atrapalham quem é sensato e tem vontade trabalhar.
Na vida real, não há lugar para kalimeros revanchistas.
Na vida real, a crise não se vence com donzelas em pranto.
Na vida real, as pessoas bem formadas sabem que a liberdade e a responsabilidade aceitam os direitos dos trabalhadores, como um avanço civilizacional e nunca como um obstáculo.
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Mais do que o Nuno diz acerca do ensino e da educação em que não formaram nada nem ninguém mas tão só lhes venderam diplomas, o único ensinamento que passou nesta última geração foi que havia luta de classes na idade média (e anteriormente) e que sempre haverá luta de classes até ao fim dos tempos.
A grande maioria não consegue fazer a distinção entre aquilo que se convencionou chamar ciências exactas tomando tudo quanto é sociologia como se exacta também fosse e aplicável a todas as relações “fisico-químicas” do universo.
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Comparo a economia portuguesa à norte-americana e a nossa crise estrutural à crise circunstancial pela qual os EUA estão a passar. Daqui por uns tempos, as estatísticas norte americanas estarão muito melhores e as nossas não. Os EUA não são o único referencial. Alguns países europeus têm leis laborais pouco flexíveis – mas mais do que Portugal tem – e têm boa saúde económica. Mesmo os EUA não são, de maneira nenhuma, o modelo “liberal” que a esquerda europeia acusa. Têm despesa e receita públicas equilibradas, na ordem dos 35% do PIB, dívida pública relativamente baixa e controlada e têm despesa pública em educação e saúde iguais a Portugal!
Se as estatísticas fossem uma das duas formas de mentir, em política, a outra forma devia ser dizer qualquer coisa que é absolutamente desmentida por todas as estatísticas.
Na UE, pobres são aqueles que têm um rendimento inferior a 60% do rendimento médio de cada sociedade. Nos EUA, penso que a definição de pobreza ainda é o triplo de um pacote básico de alimentação. Portanto, os norte americanos também têm os seus pobres, muitos dos quais vivem ao nível da classe média portuguesa.
O governo fez um recenseamento dos funcionários públicos, em 2005. Está na internet, disponível para qualquer pessoa ler. Entretanto, o número diminuíu, facto que vem referido no Relatório do OE 2010, também disponível na internet, no site da DGO. A OCDE tem um estudo referente ao emprego público como percentagem da população activa http://www.oecd.org/document/33/0,3343,en_2649_34139_43714657_1_1_1_1,00.html
Em V Public Employment 9. Employment in general government and public corporations 9.1. Employment in general government as a percentage of the labour force (1995 and 205), diz-se que Portugal tem menos funcionários públicos do que Austrália, EUA, RU, Irlanda, Canadá, Bélgica, Finlândia, França, Suécia e Noruega.
Onde é que desconsiderei o empobrecimento real da classe média, as situações dificílimas pelas quais passam as nossas empresas, ets.? É verdade, mas não tenho de concordar consigo quanto às causas.
Não compreende como eu posso, com a análise económica que faço de Portugal, dizer mal do governo de Sócrates? O Ministro das Finanças não apresenta um panorama tão optimista como eu? Onde é que foi buscar essas ideias?
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Pois. O RUI A. nesse aspecto tem razão. Os EUA sairão da crise e nós continuaremos embrulhados nela.
Porquê?
Vamos ver, a composição do emprego nos EUA e em Portugal são diametralmente opostas. Em porutugal o emprego é maioritáriamente assente no pequeno negócio, nas micro e pequenas empresas, cujos quadros andam pelos 3 ou 4 trabalhadores, São os restaurantes, o comercio, etc etc..
Nos EUA não, o emprego é assegurado por empresas de muito maior dimensão.
Ora, a flexibilidade do despedimento nos EUA asseguram que as empresas possam despedir e consequentemente reequilibrar as suas contas e mais tarde voltar a contratar. Em Portugal não.
Quero com isto dizer que, o desemprego em Portugal é uma consequencia da falência dos pequenos negócios. Nos EUA é consequencia de reestruturação das empresas.
São pois motivos bem diferentes as causas do desemprego de um país e de outro.
Então o que é que é prioritário em Portugal?
Será flexibilizar o despedimento? ´
Na minha opinião tal medida não aporta resultados práticos no emprego em Portugal. Os negócios sendo pequenos e maioritariamente compostos por 3 ou 4 pessoas, que foram à falência pela quebra de consumo, de impostos, da crise etc. e não pelo facto de não haver flexibilidade no despedimento.
Sei bem que ter a possibilidade de despedir para ajustar a estrutura de custos à realidade é fundamental. Mas tal só pode ser uma prioridade se houver empresas que aproveitem essa eventual legislação. Em portugal se houvesse flexibilidade laboral, tal só aproveitava a meia duzia de empresas de média-grande dimensão. As outras estão no limiar minimo da empregabilidade. Se despedirem a empresa não funciona devido ao reduzido quadro de pessoal.
RB
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As empresas privadas existentes só poderão criar mais emprego caso consigam antes vender mais. Ora o mercado interno está estagnado pelo que só pelas exportações (ou por substituição de importações) o emprego subirá. Mas exportar é muito mais dificil que vender no mercado interno, pelo que o problema está aqui : como conseguir exportar mais ?
Dada a elevada taxa de desemprego existente não parece lógico que em face de um aumento de encomendas uma empresa não contrate a prazo os trabalhadores necessários, pelo que a legislação laboral não é de momento o factor decisivo para a não criação de emprego.
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A relaçao entre patroes e trabalhadores e uma historia muinto velha com a revoluçao industrial houve uma migraçao do campo para a cidade as maquinas foram substituindo a mao de obra no campo e noutros sectores as fabricas na actualidade podem fechar e abrir com exrema facilidade e
preço do mercado aberto e da globalisaçao e bom para os poderosos e a mao de obra e sempre o mais fraco nestes jogos.
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«como conseguir exportar mais ?»PMP
Isso. Como fomentar o empreendorismo?
A reter uma tese de Pedro Arroja que, indirectamente aponta o método para o sucesso enquadrado na estrutura cultural e mental dos portugueses. Os portugueses são imitadores, mas com falta de julgamento.
Como tal, não é de esperar que os Portugueses saibam o rumo que melhor lhes convém tomar. Imitam sistemas inadequados à sua própria cultura.
Deste modo a ‘mão invisivel’ em Portugal funciona em prejuizo para o próprio país porque os agentes, imitando, não sabem o que é melhor. Copiam os erros.
Torna-se pois necessário ao povo português ser orientado por quem sabe. Alguem que lhes aponte um rumo, um caminho. Lideres ou a elite.
Se o vizinho teve sucesso num determinado negócio, este é rápidamente imitado por toda a gente, independentemente do que esteve por trás do sucesso do vizinho, mas ‘ é o que está a dar’.
Cabe à liderança de Portugal estudar profundamente as potencialidades sectoriais do país, naquilo que podemos ser melhor do que os outros, em termo climaticos, de terra, de mar etc… e em resultado do estudo promover politicas que fomentem o empreendedorismo nessas areas. Orientar atrávés da fiscalidade (mas não só) o investimento naquilo que temos vantagens comparativas. O povo portugues não sabe. Isto é ponto assente. Não sabe nem procura saber, porque é imitador por natureza.
Por isso é que eu acho que o liberalismo, a mão invisivel funciona em determinados paises, mas não é aconselhavel a outros, nomeadamente Portugal.
RB
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Mais um a delirar com os «amanhãs que cantam», mas agora de bandeira colgate-palmolive, a tal das rsiquinhas. Com um patronato do mais rasca que se pode imaginar, despreparado, pouco industrioso e mercador atávico, chegamos à caca em que estamos. A burguesia lusitana jamais conseguiu criar para o país um caminho de desenvolvimento. Rapina e ostentação. Nada mais. Ou pensam que é por desporto que cinco milhões de portugueses vivem fora de Portuga???
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JS,
O patronato “rasca” é mesmo assim muito melhor que muitas “elites” que só vivem encostadas ao estado ou às empresas quase monopolistas. Ninguem está impedido de ser empresário de “sucesso”, como você deve ser concerteza (ou será que não é ?).
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Concordo com a comparação. Mas não se esqueça que as tais elites são da mesma cepa das parcerias publico-privadas, desde as mais antigas (como os Descobrimentos…) e viveram sempre à sombra do Estado. Com os recursos das Índias, dos Brasis ou de Bruxelas esta gente sempre pintou a manta. Os tais empresários de sucesso nunca tiveram visão estratégica para dar a este país um plano de desenvolvimento e os que agora estão na berra comprovam isso mesmo. Refiro-me aos grandes tubarões nacionais. O Estado é deles, para que então se esforçarem?
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Então a crise dos EUA é “circunstacial”?
ahahah
Este Rui.A é um excelente humorista….ou não faz a mais pequena ideia do que se está a passar nos EUA.
(fará ideia da crise estrutural em que os EUA estão a entrar? saberá a quantia do “National Debt”? Don’t think so.)
Ou será tudo wishful thinking?
“Com um patronato do mais rasca que se pode imaginar, despreparado, pouco industrioso e mercador atávico, chegamos à caca em que estamos. A burguesia lusitana jamais conseguiu criar para o país um caminho de desenvolvimento. Rapina e ostentação. Nada mais. Ou pensam que é por desporto que cinco milhões de portugueses vivem fora de Portuga???”
Caro João Santos é caso para dizer: game, set and match….mas parece-me ser escusado. LIgam tanto à realidade como os marxistas e, pasme-se, acham que os EUA são…..”liberais”. LOL!
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«fará ideia da crise estrutural em que os EUA estão a entrar?»
É claro que não, embora imagine que determinará o fim do sistema capitalista americano. Marx já o previra em meados do século XIX. É inevitável!
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“É evidente que numa economia de mercado poderão existir empresários irracionais que maltratem os bons trabalhadores, pagando-lhes mal, não os promovendo, explorando-os abusivamente e até despedindo-os sem critério” Ai como eu gosto desta análise,tão perfunda.
Adoro toda a “ingenuidade” da palavrinha, “poderão”….ui , que maus são os que “maltratam”…etc e tal.
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“É evidente que numa economia de mercado poderão existir empresários irracionais que maltratem os bons trabalhadores, pagando-lhes mal, não os promovendo, explorando-os abusivamente e até despedindo-os sem critério” . A palavra “perfunda” é para manter, só faltou mais uns” érrezitos”.O que neste blogue fica sempre bem…
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Rui, por favor não venha com o marxismo.
Nunca fui, não sou e não tenciono vir a ser marxista.
Acho que não lhe fica bem, de cada vez que não gosta de algo, vir falar em algo tão ultrapassado como o marxismo. Adiante.
Deve andar desatento e pouco informado sobre o que se passa nos EUA.
A não ser que aquilo que considera mau em Portugal (ou na Europa) já seja bom nos EUA! É isso?
Rendeu-se às virtudes do Quantitative Easing?
Tem ideia da crise que por lá vai e das constestações que por lá acontecem?
(imobiliário, endividamento, desemprego, despesismo dos Estados (alguns em risco de “default”) e do Governo Federal)
Faz uma pequena ideia do valor da National Debt dos EUA e da velocidade das impressoras do FED?
Faz ou não faz?
(se calhar lá é porreiro, se fosse na Europa era……marxismo).
O marxismo (como se viu) é um fiasco. O que aqui por vezes se defende parece ser a pura inversão (roda-se 180º e já está) do marxismo. Felizmente nunca se pôs em prática (nem nos EUA) pois, caso se pusesse em prática (o que não parece, de todo, possível), teria o mesmo fim que teve o marxismo.
Todos os messianismos acabam mal.
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E, já agora, uma pergunta (mera curiosidade):
– E se o Sr.trichet desse em imitar o Sr.Bernanke e começasse a imprimir €€ a rodos e fizesse uns valentes bailouts a uns quantos bancos e aos “PIGS”?
(se calhar lá nos EUA é muito bom mas, na Europa, seria………………………marxismo)
🙂
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Simão,
Não sei se é ou não marxista e, francamente, não me interessa por aí além.
Posto isto, gostava de entender o que pensa que vai acontecer à economia norte-americana e, penso, por consequência, a esse país, em face do cenário catastrófico que aqui descreveu.
Cumpts.
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“….o que pensa que vai acontecer à economia norte-americana…”
Mutatis mutandi, estão na mesma “embrulhada” que está a UE, logo……
Só um esclarecimento: quem traça estes cenários não sou eu. Basta ter um bom conhecimento do que se passa nos EUA e, por isso, ter consciência que são os próprios americanso a estarem apreensivos.
Noto, com interesse, que não fala do endividamento dos EUA, do Quantitative Easing, dos Estados com problemas financeiros graves (Califórnia, NY, etc…), dos bailouts….
Só se critica a UE.
Felizmente temos a Bundesrepublik Deustchland.
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http://www.usdebtclock.org/
🙂
Lá não há problema, por cá seria marxismo-leninismo.
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http://www.marketoracle.co.uk/Article23522.html
Everybody has it’s problems.
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