Partidocracia no auge (II)
Um antigo ministro das finanças reuniu-se em sua casa, pela calada da noite, com o actual ministro da mesma pasta e entre eles acordaram a versão final do OE 2011, ou seja, quanto irão mexer nos bolsos dos cidadãos. O registo de tão solene evento para a posteridade, limitar-se-á a uma simples foto, tirada do telemóvel de Eduardo Catroga o qual garantiu, com embevecida comoção, que a mesma será peça relevante de um grato espólio de duras lutas dedicadas à causa pública. Para grande alegria de Marcelo, que pegou no folhetim da foto, tão glosado em toda a comunicação social como o grande destaque das negociações e, na sua “homília” de ontem, criou desde logo um “facto político” com a foto privada e a ausência de fotos oficiais, supostamente pretendidas por uma parte e recusadas pela outra.
Decididamente, a política em Portugal está reduzida a este “registo facebookiano” de “marcar” os protagonistas nas fotos. Entretanto o Parlamento, que até agora não foi ouvido nem achado, cumprirá na próxima semana e com enorme eficácia (apenas 2 dias), o ritual de “discutir” e aprovar o Orçamento. Nesta altura, já todos os deputados receberam as directrizes quanto ao sentido de voto, sendo que as do PSD estão “oficializadas” no último parágrafo deste comunicado:
Assim, ouvida a Comissão Permanente do PSD e garantidos estes objectivos nos pressupostos assumidos pelo Governo e pela equipa chefiada pelo Prof. Eduardo Catroga, o PSD abster-se-á na votação do orçamento para 2011 possibilitando assim a viabilização deste documento apresentado pelo Governo e evitando assim um mal maior para Portugal.
Ouve-se a Comissão Permanente, mas não o Grupo Parlamentar, o que constitui um total e completo atestado de menoridade aos deputados. O regime diz-se representativo, mas ostraciza descaradamente os seus representantes, sujeitos desde há muito a tratos de polé e dir-se-ia que conformados com a função passiva de um relacionamento sado-masoquista.
Sinal porventura do estertor de um regime moribundo. Oxalá.
BLASFÉMIAS 
os ‘senhores deportados’ são apenas funcionários dos partidos encarregados de dizer amen a tudo.
são perfeitamente dispensáveis na quase totalidade. 10 chegam e sobram. os restantes limitam-se a receber a ‘esmola’ paga pelos contribuintes
GostarGostar
E por que não juntar o comportamento dos outros partidos – CDS, PEV,BE e PCP – nos quais as respectivas direcções decididram votar contra, antes de a discussão começar no parlamento, e, nalguns casos, mesmo antes de o orçamento ser conhecido.
GostarGostar
Falta saber quem tirou a foto com o telélé de Catroga.
Foi a sopeira?
GostarGostar
.
Tudo sugere que o PSD (ou o PS) só conseguirá ‘salvar a cara’ se ultrapassassar e desvalorizar este acordo orçamental e exigisse a vinda JÁ do FMI (que obviamente virá com vontade ou não do centrão para resolver piores dificuldades que as actuais). Era a forma de se safar donde se meteu em termos de eleições proximas e seguintes
.
GostarGostar
Luís
Expectativas infundadas dão sempre uma grande desilusão. Quem te mandou pensar que o Passos é diferente e, ainda por cima, um bocadinho “liberal”?
GostarGostar
Oxalá, realmente. Mas o que virá a seguir? O presidencialismo? O semipresidencialismo mas com outros partidos e algumas regras diferentes (nomeadamente no que diz respeito ao sistema eleitoral)?
Oxalá não seja uma ditadura.
De qualquer modo, o problema não se limita ao regime e aos seus protagonistas actuais e recentes. Os cidadãos (empresários e trabalhadores, professores e estudantes, etc.) também têm alguma responsabilidade. Por isso…
GostarGostar
Arnaldo,
E quem te disse que eu pensei tal?
GostarGostar
“Benza-os Deus”, que o Diabo deles se apossou para os levar a São Bento.
Depois de Sócrates em 2005, Sócrates em 2009 — “Tá certo” ! Reelegeram o carrasco.
Depois de Sócrates em 2009, “o-Sócrates-do-PSD” prepara-se para 2011. Só como putativo PM, claro !
O regime está abaladíssimo. Principal culpado: PS-Partido “Socialista” e tudo, e todos, os que dele dependem enquanto poder.
GostarGostar
Ouve-se a Comissão Permanente, mas não o Grupo Parlamentar
Acho bem, são menos e sabem alinhavar duas frases seguidas.
GostarGostar
Isto está, cada vez mais, “Porreiro, Pá”…com o “povão” a pagar e a não bufar, ainda que falando pelos cotovelos, sim, mas ainda muito em surdina.
Entretanto, o Benfica é segundo e, com ele, há já > 6 milhões mais (re)confortados indígenas e, até já se fala, e de novo, no petróleo de Torres Vedras. Portanto, isto vai acabar tudo bem e em grande algazarra. Afinal, já não vai ninguém preso, nem para casa com aquela incómoda coleira…
Mas, é de “cracias” que se trata… quem é que está preocupado com elas?!… Tanto se nos dá – democracia, suciocracia, comunocracia, amigocracia, etc., etc. Temem-se é as “duras”, que nos podem acertar o passo e os exageros. Continue a “festa” e, se possível, com muita música ou, mesmo qualquer romariazita, melhor ainda se abrilhantada por um qualquer “VIPocrático” e com a TV atrás… para que nos vejam batendo muitas palminhas e umas pespegadas beijocas àqueles de quem tanto nos queixamos a tudo e a todos. Uma “choradeiracracia” pegada, esta!
Viva a Tugalândia! Para quando a nova bandeira e, já agora, um hino sem c(an)hões?!…
GostarGostar
Pena é que continuemos a gastar recursos num cadáver. É raro encontrar comentadores que tenham a lucidez e a independencia necessárias à construção de textos iluminadores. Os fazedores de opinião estão qs todos eles demasiado ligados ao sistema e aos interesses para poderem constituir-se como verdadeira massa critica. Obrigado pelo post e convido a ver um texto meu que vai no mesmo sentido.
GostarGostar
Os deputados têm o definitivo poder de votar contra este orçamento e mandar Catrogas e Teixeiras às malvas. Podiam revoltar-se contra quem os reduz à insignificância que têm hoje mas não o farão. São escolhidos a dedo para serem um rebanho obediente não pelo mérito.
Na verdade, prefiro um Orçamento debatido entre Catroga e Teixeira do que entre 200 cretinos daqueles 230 deputados. Não deixo é de lamentar profundamente esta minha preferência e de sonhar com o dia em que será diferente. Como a política está um saco de víboras muito venenosas, prefiro sonhar à distância em vez de meter mãos à obra…
GostarGostar
O que dizem os outros
Inglaterra e País de Gales não reduzem os salários dos professores.
Quem diria, dois países governados pelos malvados dos conservadores, esses inimigos do povo e dos professores. Felizmente que em Portugal, a pátria do socialismo, estamos abrigados desse terrível mal que são os tories.
http://lisboa-telaviv.blogspot.com/2010/10/o-que-dizem-os-outros_24.html
GostarGostar
APOIADÍSSIMO
GostarGostar