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contas por pagar

9 Novembro, 2010
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Um numeroso grupo de portugueses não gosta de ser confrontado com a realidade. Sempre que lhes são colocadas evidências do fracasso do modelo social que defendem, alegam invariavelmente que a “pureza” do sistema nada tem a ver com os “desvios” de que o mesmo sofre. Trata-se de um processo de alheamento de responsabilidades – um transtorno psicótico de autismo político – provavelmente provocado pelo grave estado de depressão generalizada em que os portugueses se encontram, resultado de anos consecutivos de socialismo efabulatório e delirante. Em Portugal, a culpa morre sempre solteira. E, com ela, morrerá, por um destes dias, o país. Entretanto, o sistema social e político que estes portugueses julgam ainda defender está já morto há muito tempo. O que resta dele são contas por pagar.

33 comentários leave one →
  1. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    9 Novembro, 2010 14:52

    É como o comunismo. É bom e maravilhoso, mas depois os tais “desvios”…. ahahhahah

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  2. Rxc's avatar
    Rxc permalink
    9 Novembro, 2010 14:59

    “I like this”

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  3. Hugo's avatar
    Hugo permalink
    9 Novembro, 2010 15:01

    Segundo o que escreve este modelo social fracassou gostava de saber qual o modelo social que defende. Gostaria também que dissesse onde o modelo que defende foi aplicado com sucesso.

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  4. António Parente's avatar
    António Parente permalink
    9 Novembro, 2010 15:04

    Parece-me que as notícias sobre a morte do estado social são manifestamente exageradas. Até Margaret Tatcher não teve coragem para acabar com a totalidade do sistema público de saúde, por exemplo.
    O liberalismo baseia-se num pressuposto que nem sempre se cumpre: os vencidos da vida, os loosers, são conformistas e resignados não pondo em causa a ordem social vigente. Pelo sim pelo não, os nossos liberais esvaziam o estado mas não abolem as funções policiais e de segurança: no caso dos loosers um dia se revoltarem impõe-se o liberalismo com a lei do cacete.
    Todas as famílias políticas – conservadores, sociais-democratas e socialistas – perceberam que uma excessiva desigualdade de rendimentos conduz à inveja social e pode ser o caminho certo para que as elitas sejam despojadas pela força daquilo que não abdicam naturalmente. Por isso se inventaram conceitos tão abrangentes como “caridade” e “estado social”. Só os nossos liberais lusos, com a sua imensa paixão pelo liberalismo, é que não entenderam isso. E o liberalismo tem de sobreviver a tanto amor porque apesar de todos os rótulos negativos que tem é uma coisa boa se for temperado com consciência social.

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  5. Eco da Província's avatar
    9 Novembro, 2010 15:07

    De acordo.
    Mas qual é o futuro? Qual o modelo que ainda não falhou?

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  6. rui a.'s avatar
    rui a. permalink
    9 Novembro, 2010 15:14

    Prezado Hugo,
    O modelo social que defendo inclui:
    1. menos intervencionismo estatal;
    2. maior liberdade civil e económica, no sentido de menor dependência do estado das pessoas e das empresas na tomada de decisões;
    3. menor carga fiscal;
    4. sistema político com maior controlo democrático e judicial;
    5. despesa pública rigorosamente controlada;
    6. privatização das empresas públicas, desde logo das que servem para arranjar tachos políticos aos amigos, como a PT, a RTR, a CGG, etc.;
    6. Saída do estado de sectores considerados sociais, como a educação, substituindo o intervencionismo directo e subsidiador por cheques educação;
    7. fim da segurança social estatizada;
    8. legislação laboral flexível.

    Mais coisa menos coisa, você encontra isto em diversos países europeus, americanos e até asiáticos, obviamente com variações políticas de circunstância.

    Cumps.,

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  7. Eco da Província's avatar
    9 Novembro, 2010 15:18

    De acordo. Mas qual será o futuro? E haverá algum modelo infalível?

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  8. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    9 Novembro, 2010 15:19

    «…colocadas evidências do fracasso do modelo social…»Rui A.

    Fracasso em relação a quem?

    Ouvi dizer que os dois UNICOS países do chamado ‘ocidente’ que mais rápidamente sairam da crise foram a Alemanha e a Holanda, dois paises sociais-democratas.

    Pelo que seguindo a sua lógica, as evidências do fracasso do modelo liberal estão bem patentes nos EUA, na Inglaterra, na Irlanda.

    Mas não, não é nada disso. Os paises considerados tem basicamente o mesmo tipo de problemas; um endividamento semelhante e deficits semelhantes, quer os sociais-democratas, quer os mais liberais.

    O problema não está pois nas sociais-democracias, nem no grau de profundidade do liberalismo dos paises.

    O problema deve ser focado no lado certo da equação. O bem-estar das pessoas.

    As sociedades ocidentais, todas elas, tem um estilo de vida e um bem-estar social a defender:
    1)Temos um nivel de esperança de vida a manter, de mortalidade infantil a preservar… temos um nivel de educação generalizado e desenvolvido… e tudo isto são coisas que os estados precisam de continuar a oferecer e a preservar.
    2)Temos tambem conquistas laborais… dois dias de descanso semanal, umas semanas de férias…
    3)E temos Pensões para quando formos velhos e inaptos para o trabalho.
    4) E temos proteção no desemprego… imagine-se.

    Ora bem, tudo isto é posto em causa por alguns sectores da sociedade mais extremista. Os liberais exigem que o estado não promova qualquer tipo acções que visem o bem-estar na sociedade.

    Exigem que o estado saia de cena e que cada um se responsabilize e obtenha na exacta medida daquilo que produziu. Os outros, os desempregados, os velhos, os doentes são uma espécie de aberrações na sociedade que se quer liberal.

    Afinal de contas nós que trabalhamos e pagamos impostos não temos que estar a sustentar os infortunios dos outros. Dizem os liberais que o estado social rouba a quem trabalha para distribuir pelos malandros que não o fazem.

    Os comunistas dizem o mesmo de forma diferente… dizem eles que os malandros, o patronato e o capital, roubam o fruto do trabalho do operariado, explorando-o.

    E nenhum deles vê o que está por detrás de cada coisa.
    Afinal de contas, porque é que a China cresce? Porque é que Alemanha saiu da crise?

    A resposta a estas perguntas resolverá o problema que tem assolado o pessoal da ala mais liberal da sociedade.

    RB

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  9. AB's avatar
    9 Novembro, 2010 15:25

    Não se deve desprezar o pormenor de Portugal ter uma velha (nove séculos) experiência de viver à conta.

    E depois há a geografia. Por muito que os socialistas façam, não conseguirão volatilizar facilmente os 92090 km2, conquistados pelos nossos avós.

    Por isso, mesmo que se alugue parte aos amarelos, teremos sempre gente a ocupar este jardim-à beira- mar-plantado e é de crer que a maior parte serão portugueses.

    Os socialistas estão de malas feitas e é verdade que as contas do desvario ficam por pagar, mas é para isso que o dinheiro serve, quer seja em euros ou noutra moeda qualquer.

    Os amanhãs podem não cantar, mas garanto-vos que vai haver amanhã, sobretudo quando há tanto desperdício onde cortar!

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  10. rui a.'s avatar
    rui a. permalink
    9 Novembro, 2010 15:26

    Ricciardi,
    Registo, em primeiro lugar, que você compara Portugal com a Alemanha e a Holanda.
    Em segundo lugar, o modelo capitalista não exclui a existência de crises. Entende é que elas são bem mais rapidamente ultrapassadas pelos mecanismos próprios do mercado do que com as medidas públicas do governo, como, de resto, os resultados eleitorais das recentes eleições americanas bem o comprovam.
    Por último e quanto à origem da crise financeira norte-americana, é muito discutível que ela tenha resultado da liberdade económica e não das políticas de crédito fácil e barato estimuladas pelos governos Clinton e Bush.

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  11. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    9 Novembro, 2010 15:37

    Ricciardi não percebeu o que os Liberais dizem do Estado Social.
    .
    O Estado Social é corrupção populista – vota em mim que eu tiro de A para ti.
    O Estado Social pode ser Tirania porque não tem limites alguns.
    O Estado Social não tem Liberdade e Concorrência. Raramente melhora, está nas mãos de burocratas.
    Como qualquer burocracia cresce cresce . E depois de corromper é também corrompido devido ao seu poder ilimitado. Serve para tudo.
    No fim o Estado Social comete suicídio.

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  12. Me's avatar
    9 Novembro, 2010 16:08

    o que eu acho muito triste é que um sistema político , a democracia representativa , que não requeria homens anjo bonzinhos e altruistas , tipo comunismo ou socialismo , apenas pessoas sérias , competentes e exigentes com elas próprias e com os outros , seja afinal também uma utopia. nem isso há , pessoas sérias. valha-me o demo.
    e o pior é que se impôs como dogma no pensamento político e daqui não saímos.

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  13. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    9 Novembro, 2010 16:10

    Sr Ricciardi,
    Porque carga de agua é que a Alemanha e a Holanda são paises Sociais-Democratas? Por acaso os governos atuais desses paises são conservadores.
    Quanto ao estado social, e fugindo às teorias que nestas coisas são sempre laterais, penso que ninguem põe em causa o conceito. O que está hoje em causa nos paises ocidentais, mais o Japão e a Australia, é COMO se paga o estado social. Parece evidente para toda a gente que o estado social que vigorou até ao final dos anos 80, morreu porque não há dinheiro que o pague.
    O que há a fazer a partir de agora, é criar riqueza para manter uma protecção social minima. No caso de Portugal, só a esquerda é que não percebeu que não é possivel pagar o nosso estado social com dinheiro emprestado, ou pedindo à Alemanha que nos sustente.
    Ou trabalhamos mais e melhor para criar mais riqueza, ou não há estado social para ninguem. Isto não tem nada de ideologico, é apenas a constatação da realidade.

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  14. Francisco's avatar
    Francisco permalink
    9 Novembro, 2010 16:22

    Ainda ontem prenderam um tipo que tinha roubado a miserável pensão de reforma de uma velhota doente. Ora se não fosse essa porcaria do estado social, crimes destes não aconteceriam, já que não haveria pensões de reforma para roubar -menos crime, portanto – e a velha há muito que teria morrido por doença ou fome – melhor saúde, menos fome.

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  15. Ricciardi's avatar
    Ricciardi permalink
    9 Novembro, 2010 16:29

    Rui A.,
    Registe e tome boa nota.
    1) A Alemanha 2ª maior potencia mundial em termos de exportação não é, nem nunca foi liberal.
    2) A China não é, não foi e será sempre uma economia dependente da intervencão do estado.
    3) Os EUA não sobreviverão na concorrencia internacional se não introduzirem medidas intervencionistas no mercado. Não falta muito para isso.
    4) Os paises mais desenvolvidos do mundo, os escandinavos, não são, não foram e nunca serão liberais.
    Porque o liberalismo não existe nem pode existir. Não funciona, nem nunca funcionará num mercado aonde o ser humano intervenha e aonde o animal politico determine. É o mal das democracias…

    É adequado apenas como modelo teórico e académico… ou como meta inatingivel a alcançar, ainda assim um caminho a percorrer.

    Vejamos as privatizações. Grande erro. Nunca se deviam ter privatizado aquelas empresas públicas da forma como o fizeram. E pelos vistos não aprenderam com o passado.

    As privatizações na sua totalidade, à excepção da banca e do sector das televisões, foram desastrosas para a economia portuguesa. Privatizaram-se monopolios privados. Deviam existir 3 EDP’s e não uma, devia existir 3 PT’s e não uma, deviam existir 3 GALP’s e não uma… percebe?

    Antes de privatizar deviam fomentar a concorrencia. Na banca privatizaram-se muitos bancos; o BESCL, o BPSM, o Totta… e o mercado funcionou gerando mais eficiencia e dinamismo e emprego e inovação. Nas televisões permitiu-se a entrada de 2 concorrentes, a TVI e a SIC… e a RTP podia e devia ser privatizada.

    Mas nos outros sectores não houve estrategia. Venderam-se monopolios a privados que ganham o que querem no mercado sem concorrencia. Portugal pagou isso muito caro e pagará no futuro. Portanto, privatizar sim, mas não sem antes promover concorrencia.

    Quanto a impostos estamos de acordo. Eu então vou mais longe do que os próprios liberais e defendo a abolição dos impostos sobre rendimentos.

    Quanto ao resto, nomeadamente a redução dos custos do estado, o deficit, não concordo com medidas de redução de despesa que não sejam acompanhadas por projectos de desenvolvimento para o país. Veja a Alemanha. A necessidade de cortar aqui e acolá para equilibrar as contas não os demoveu de pensar primeiro na estratégia de desenvolvimento economico empresarial do país.
    Os liberais que por aqui vejo escrever não tem qualquer proposta de desenvolvimento para o país. Acreditam em demasia na mão invisivel e nas condições macro para esta opere.

    Ora isso é um erro em Portugal. A mão invisivel está a ser cortada aos pedacinhos. Estão a cortar os meios da iniciativa privada, cortando salarios e aumentando impostos…
    O que realmente precisamos é de gente, lideres politicos, que pense 20 anos à frente e que fomentem politicas que motivem o investimento em determinados sectores empresarias.
    Cortar, reduzir, emagracer só se justifica para alcançar um fim ultimo. O corte não é um objectivo em si, mas um meio para executar um projecto para o país. É necessario que os liberais tenham uma postura diferente e defendam um caminho de desenvolvimento. Não chegarão a lado algum a propôr cortes e mais cortes e mais cortes cegos sem que envolvam a sociedade num desiderato, enfim, num projecto de crescimento e esperança.

    RB

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  16. campos de minas's avatar
    campos de minas permalink
    9 Novembro, 2010 16:33

    sistema político com maior controlo judicial?? importa-se de repetir?

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  17. Eduardo F.'s avatar
    9 Novembro, 2010 17:05

    Foi o capitalismo e o crescimento económico que dele adveio, e só ele, que possibilitou o “Estado social”. Sucede que o crescimento do “Estado social” supõe uma crescente sangria do sector privado da economia – o único que que produz riqueza. Ora, esta tendência de uma estatização cada vez maior conduz a uma inexorável diminuição do crescimento económico e, por arrasto, o minar das condições que tornaram possível o “Estado social”. Isto nada tem de ideológico, é apenas um facto. Quanto mais cedo o percebermos melhor. Caso contrário, iremos de “reforma” em “reforma” até ao estouro final.

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  18. PMP's avatar
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    9 Novembro, 2010 17:12

    Os “liberais” à portuguesa não entendem como funciona a economia e por dizem coisas sem sentido.
    Ainda acham que estamos na moeda de padrão-ouro, não entendem que isso já acabou na europa ainda antes da segunda-guerra mundial, precisamente pela pobreza que trouxe a grande depressão.
    Não entendem que o desemprego crescente e a baixa dos salários leva à implosão do capitalismo por falta de consumidores.

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  19. Rxc's avatar
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    9 Novembro, 2010 17:13

    Ricciardi, por favor, um pouco de seriedade. Em termos económicos esses países são ALTAMENTE liberais. Junte aí a Suécia e Suíça também, já agora.
    Não esquecer que se tem o Estado social que se PODE, não o que se QUER…

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  20. Rxc's avatar
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    9 Novembro, 2010 17:21

    PMP, o mundo viveu num padrão-ouro até Nixon o quebrar nos anos 70, para financiar a guerra do Vietname, escondendo o “default” ao rasgar Bretton-Woods. Desde aí, a dívida dos EUA disparou para valores incomensuráveis, sendo hoje o país com a maior dívida de sempre. A estratégia actual parece passar por inflacionar o dólar e com isso “apagar” a dívida externa descomunal que têm. A China e Alemanha já começam a demonstrar desconforto com isso, pois não lhes vale de muito terem reservas duma moeda que está a ser conscientemente desvalorizada pelo seus responsáveis.
    Claro que no processo vão destruir a sua economia e o renminbi surgirá como a opção válida para divisa internacional. Por alguma razão a China anda a comprar ouro e este está a quase 1000€/onça.

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  21. PMP's avatar
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    9 Novembro, 2010 17:23

    Quase todos os países da U.E com excepção dos paises do leste são sociais-democratas. Basta ver que têm serviços de saúde, educação e segurança social essencialmente universais e gratuitos, e o peso dos impostos e contribuições no PIB, sempre acima dos 40% e em média nos 45%.
    A razão para esta uniformidade é que este sistema politico/económico funciona e é estável ao longo de muitas décadas. Os regimes de capitalismo liberal de antes da 2ª guerra eram instáveis e implodiram.

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  22. Rxc's avatar
  23. rui a.'s avatar
    rui a. permalink
    9 Novembro, 2010 17:38

    Ricciardi,

    Você agora dedica-de à futurologia. Cá estaremos para ver se tem razão ou não.

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  24. rui a.'s avatar
    rui a. permalink
    9 Novembro, 2010 17:46

    “sistema político com maior controlo judicial?? importa-se de repetir?”

    Não me importo nada, até porque a frase, como está, pode suscitar equívocos. Os controlos referidos, o democrático e o judicial, não são, na verdade, do “sistema político”, que é uma coisa sem conteúdo material, mas verdadeiramente dos actos do governo e da generalidade da administração pública, estes sim a carecerem de toda a espécie de formas e procedimentos de tutela.

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  25. PMP's avatar
    PMP permalink
    9 Novembro, 2010 17:54

    RXC,
    A maioria dos paises europeus são sociais-democratas com sistemas de educação, saude e segurança social universais e essencialmente públicos, e com um peso do estado que varia entre 40 a 50% do PIB. São assim porque é um sistema politico/economico com provas dadas desde há muitas décadas. Os sistemas capitalistas liberais implodiram na década de 30 do século passado porque são sistemas instáveis.
    Ao abrigo do acordo Breton Woods os países Europues podiam desvalorizar as moedas até terem uma balança comercial equilibrada, por isso nunca houve padrão ouro na europa no pós guerra, só um simulacro, até ao euro que é próximo de uma moeda de padrão-ouro, com as consequências que vemos nos países com défice comercial.

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  26. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    9 Novembro, 2010 18:04

    A Europa ocidental do pós -guerra desenvolveu-se governada por sociais democratas e conservadores que se foram revesando nos governos europeus, mantendo no fundamental as matrizes de desenvolvimento baseadas na iniciativa privada, e na economia de mercado.
    E os diversos paises foram montando esquemas de proteção social que garantissem aos cidadãos, saude e educação publicas de borla, habitação social a preços modicos, subsidio de desemprego, e reformas dignas para quem chegava à velhice e deixava de trabalhar. E uma panoplia de subsidios às pessoas, às familias e às empresas.
    Estas situações unicas na historia da humanidade, só foram possiveis por duas razões principais: porque os americanos puseram à disposição dos europeus muitos milhões de dolares do plano Marshall, e o medo dos comunistas. O estado social europeu, é filho da guerra fria. De resto nos EUA quando recentemente Obama quiz fazer a reforma na saude à europeia, os Republicanos lembraram-lhe que os SNS europeus foram pagos com o dinheiro deles.
    Tudo correu muito bem enquanto os paises europeus tiveram indices de crescimento que hoje não são possiveis, e que lhes proporcionavam excedentes a todos os niveis, financeiros, industriais e alimentares. Os problemas começaram quando o racio trabalhador/benefeciario se começou a alterar, e o dinheiro começou a faltar. Aí tocaram as campainhas e muitos paises reformularam com relativo exito as suas prioridades sociais. Nós como de costume estamos 20 ou 30 anos atrasados.
    Com liberais, democrata-cristãos, social-democratas ou outros quaisquer, os cidadãos europeus do sec XXI só vão ter o estado social que os seus impostos conseguirem pagar. Quanto mais cedo compreendermos esta realidade, mais cedo tomaremos as medidas adequadas .

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  27. PMP's avatar
    PMP permalink
    9 Novembro, 2010 18:15

    O sistema politico/economico da generalidade dos países europeus é essencilamente social-democrata desde à mais de 50 anos , o que significa uma economia de mercado dentro de um estado social, que garante educação, saúde e segurança social universais e maioritáriamente públicos. Veja-se que o peso dos impostos nestes países varia e variou pouco ao longo de muitas décadas, entre 40 a 50% do PIB.
    Apesar da grave crise financeira a generalidade do estado social nesses países mantêm-se intacta, pois é e foi um contributo para o crescimento económico e aumento do bem estar.

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  28. Carlos Albuquerque's avatar
    9 Novembro, 2010 18:40

    Há também portugueses que não têm qualquer problema em ser confrontados com a realidade porque simplesmente a ignoram.

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  29. Rxc's avatar
    Rxc permalink
    9 Novembro, 2010 19:15

    Então mas a culpa da crise não foi dos neo-liberais?

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  30. PMP's avatar
    PMP permalink
    9 Novembro, 2010 19:29

    A crise é o resultado natural do crescimento económico, da especulação desenfreada em activos financeiros/imobiliários, e da regulação bancária deficiente quer permitiu aos bancos endividamentos da ordem dos 30 para 1, sobre os capitais próprios. A seguir caiu o castelo de cartas, a seguir intervieram os estados em todo o mundo e estancaram a crise. O PIB desceu cerca de 4% do pico. Nada de especial portanto.

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  31. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    9 Novembro, 2010 19:32

    O«estado social» em Portugal foi um farsa.
    Está falido e destruido.
    O que resta é o «estado sucial» das diversas súcias que ainda têm assento no banquete orçamental.
    Fechar as fronteiras e chamar os responsáveis à responsabilidade, deve sem os próximos passos.
    Alguém tem que tomar uma posição antes que os responsáveis pelo desastre fiquem impunes.
    E o Presidente Cavaco que se deixe de tretas e dissolva a Assembleia, demita o Governo e convoque as Forças Armadas.
    Por muito menos Salgueiro Maia desceu à rua!

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  32. Rxc's avatar
    Rxc permalink
    9 Novembro, 2010 20:14

    PMP, mas os governos defendem o capital especulativo ou a interesse geral das populações? Quem criou a legislação? Quem permitiu a fusão da banca comercial e da banca de investimento?
    A “sofisticação” basicamente consistiu em esconder merda no meio de ouro. E quando a coisa estoirasse, como era inevitável, sabiam bem que os estragos seriam tapados pelo contribuinte. Um roubo geracional, que será pago durante décadas. Ou basta imprimir mais moeda e fica tudo bem?

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  33. PMP's avatar
    PMP permalink
    9 Novembro, 2010 21:57

    Rxc,
    Por falta de uma “teoria” económica coerente e que funcione culpa dos maus (péssimos ?) economistas, os governos embarcam em modas e assim defenderam a especulação porque aumentava os impostos e os mercados eram “racionais e eficientes” (a maior falsidade) logo as crises graves nunca poderiam acontecer , mas aconteceram. Em 2007 apenas 0,1% dos analistas previa uma crise e mesmo depois da crise do subprime os mercados acionistas subiram (grande racionalidade e eficiencia !).
    Em face da crise os estados emitiram moeda (déficits públicos ) e liquidez (recompra de titulos) e estancaram a crise. Os contribuintes são o estado e por isso ao salvar o sistema, em 2008/2009 salvaram-se os contribuintes.
    Agora em Portugal a situação é mais grave porque o déficit real foi de 10% em 2009 e será de 9% em 2010 e não existem perpectivas para aumento do PIB para o médio prazo.

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