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Está criado o efeito dominó

1 Dezembro, 2010
by

A seguir à Espanha, Itália e Bélgica juntam-se agora ao grupo de risco

 

E depois deles, a França. A seguir, porventura o Reino Unido. E daí alastrará fatalmente aos “gringos”. O tão idolotrado modelo social europeu está a desfazer-se aos poucos. Todos sabem que terão de lhe fazer o funeral, mas procuram adiá-lo indefinidamente. Entretanto, a realidade vai-se impondo todos os dias, arrastada pela economia. A qual, segundo nos afiança Guy Sorman, não mente.

71 comentários leave one →
  1. 1 Dezembro, 2010 09:16

    Mas se o problema é o modelo social europeu, como é que o dominó não começa pelo países nórdicos?

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  2. JoaoMiranda permalink*
    1 Dezembro, 2010 09:42

    Carlos Albuquerque,

    Porque apesar das tretas que circulam por aí, os países nórdicos são dos mais liberais da Europa.

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  3. 1 Dezembro, 2010 10:06

    A propósito de Estado Social: Lê-se, nos jornais de hoje, que os reformados em 2011 terão um corte de 3,14%. Que diabo! A gente já sabia que o “pi” estava em todo o lado, mas era preciso aparecer aí? E, já agora: será que a malta vai “piar” muito?

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  4. rui a. permalink*
    1 Dezembro, 2010 10:10

    Então, Luís, e Portugal? Esqueceste-te de nós, ou será que também achas que o nosso «problema» económico é apenas uma obsessão dos jornalistas?

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  5. JCA permalink
    1 Dezembro, 2010 11:05

    .
    Fotografando a cena,
    não é só a Dinamarca que tem a sua moeda nacional ‘colada’ ao Euro. 12 membros da União Europeia adoptaram o Euro (Eurolandia) como moeda nacional
    .
    Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal,
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    7 destes 13, mais de 50% , estão em Crise aguda: Belgica, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália e Portugal enterrando o mito dos ‘PIIGS’.
    .
    Alguns pequenos Países também usam o Euro, Andorra, Mónaco, São Marino Montenegro e Vaticano.
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    13 mantêm a sua moeda nacional,
    Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia, Reino Unido, República Checa, Noruega e Suécia. A Suiça também mantém a sua moeda nacional
    .

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  6. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 11:12

    O efeito dominó é causado pelo design errado do euro, que entre outras coisas não permite que o BCE controle os juros através de compra de divida publica em quantidade suficiente.
    Veja-se que os EUA, Japã0, Reino Unido têm deficits elevados e os juros mantêm-se baixos, dada a intervenção em larga escala dos bancos centrais desses países.
    O que está a acontecer é que os investidores estão a vender divida publica em euros de países mais fracos e comprar divida publica em euros de países mais fortes, subindo os juros nuns e baixando noutros.
    Mas este processo cria um ciclo vicioso, pois com juros mais altos o deficit aumenta, o rating diminui, e os investidores vendem mais e os juros sobem mais. Só com a intervenção maciça do BCE o ciclo vicioso pode ser parado.
    Claro que a Alemanha vai acabar por perceber que levar meia europa à recessão não lhe serve de nada e aí o BCE entra em força a comprar.

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  7. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 11:26

    “Porque apesar das tretas que circulam por aí, os países nórdicos são dos mais liberais da Europa.”
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    Ora nem mais. :))
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    Ainda recentemente a Dinamarca foi considerada dos países mais liberais do mundo, apesar do seu enorme Estado. Parece contraditório mas não é.

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  8. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 11:28

    “O efeito dominó é causado pelo design errado do euro, que entre outras coisas não permite que o BCE controle os juros através de compra de divida publica em quantidade suficiente.
    Veja-se que os EUA, Japã0, Reino Unido têm deficits elevados e os juros mantêm-se baixos, dada a intervenção em larga escala dos bancos centrais desses países.”
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    PMP, os juros reais são mais altos nos USA que na Zona €uro. Vc. confunde juros de curto prazo, muito dominados pela Reserva Federal com juros reais. Por exemplo, os juros para obtenção de empréstimos de casa nova são mais altos que em Portugal. Os juros dos Estados americanos também são em média mais altos que na Europa. Os juros dos empréstimos hipotecários antigos também são mais altos que em Portugal.
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    Por fim, os juros da Alemanha são mais baixos que dos USA.
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    PMP Vc. inventa largo. ;))

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  9. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 11:29

    Aqui está o Reino Unido, um país com moeda própria, deficits altos e intervenções maciças do Banco Central :
    http://www.cnbc.com/id/40447805

    British manufacturing activity accelerated unexpectedly to a 16-year high in November and employment climbed at a record pace, according to a survey on Wednesday that pointed to a surprisingly robust recovery in the industrial sector.

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  10. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 11:30

    PMP, antes de dizer algumas asneiras, informe-se primeiro. Olhee, comece por aqui:
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    http://www.bloomberg.com/markets/rates-bonds/government-bonds/us/
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    Agora compare os juros nas várias moedas/países antes de escrever disparates. ;))

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  11. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 11:36

    AC,
    Os juros da divida Espanhola, Italiana, Bélgica, são bem mais altos que os dos EUA, Japão, UK, que têm moeda própria.
    A Alemanha está a beneficiar de ser um refúgio do euro, pois os investidores vendem titulos de países fracos e compram da Alemanha (os euros têm de estar em algum lado, não desaparecem).
    Os juros da divida pública acabam por afectar os juros do crédito bancário ao fim de algum tempo, pelo menos nos contratos novos.
    Então vamos lá copiar a Dinamarca. Podemos começar por ter um sistema politico/administrativo idêntico ao deles. O que acham ?

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  12. Bulimunda permalink
    1 Dezembro, 2010 11:44

    Antes disso a Coreia do Norte vai entrar em Guerra..nada melhor do que ma guerra para reconstruir uma novo modelo..ver 39/45…

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  13. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 11:46

    “Os juros da divida Espanhola, Italiana, Bélgica, são bem mais altos que os dos EUA, Japão, UK, que têm moeda própria.”
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    Os juros no Estado da California, NY, etc. são muito maiores que na Europa.
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    Tem que comparar a média, não escolher os mais fracos europeus com os mais fortes americanos, que mesmo assim quase todos estão falidos e com taxas mais altas que na Europa.
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    “Então vamos lá copiar a Dinamarca. Podemos começar por ter um sistema politico/administrativo idêntico ao deles. O que acham ?”
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    As taxas de juro do crédito à habitação na Dinamarca, nos contratos velhos e nos novos são mais altos que em Portugal. Mesmo com Portugal falido, os contratos novos do crédito à habotação têm taxas de juro mais baixas que na Dinamarca.
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    Já lhe disse que se deve informar antes de escrever algumas coisas.
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    Se se deve copiar a Dinamarca? Não. A cultura portuguesa é muito diferente e o que funciona na Dinamarca não funciona em Portugal. Algumas coisas podem ser copiadas mas os efeitos desejados talvez não fossem conseguidos.
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    Há coisas tidas como leis universais que funcionam em quase todas economias e outras que depende de cada sociedade, sua cultura, instituições, etc.
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    Portugal tem que aplicar uma filosofia liberal aplicada à nossa cultura, instituições, povo, passado histórico e até tradição.

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  14. JCA permalink
    1 Dezembro, 2010 11:48

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    Porém todos continuam a perguntar mas quem pode responder com rigor continua a esquiva-se:
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    Onde estão os triliões dos ‘bailouts’ com o dinheiro dos Impostos, aumentos fiscais, cortes civilizacionais, austeridades etc aos Cidadãos, Famílias e Empresas ? Evaporou-se dos mercados locais ?
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    Um exercício académico, “um suponhamos”:
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    e se a Banca Ocidental tivesse deslocalizado, parqueado (ou fosse mais de 45% do dinheiro circulante) em Singapura, China e tal e tal onde houve Empresas que chegaram a valorizar 1.000 % num ano …… ?
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    .
    (só 25% da Banca na China é Inglesa segundo os entendidos e a Imprensa local … pois é)
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  15. Tolstoi permalink
    1 Dezembro, 2010 11:51

    Hoje comemora-se o 1 de Dezembro, é bom reflectir.

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  16. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 12:02

    Mas afinal a Dinamarca é um bom modelo de estado, mas não o podemos copiar ?
    E então e a Suécia, também não ? Então nesses países não há estado social e economia de mercado ?
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    Têm alguma explicação para as baixas taxas de juro em Portugal no crédito à habitação ?
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  17. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 12:11

    Euro sobe 1% com expectativas de ajudas do BCE
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    http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=456691

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  18. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 12:15

    A análise económica não é o forte em Portugal. Há tantos analistas mas pouco são realmente analistas. Não passam de meros emitentes de ideologia misturada com factos.
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    A nova moda cá no burgo, importando as opiniões alheias, sobretudo americanas, é que os PIGS não conseguem competir com a Alemanha e esta está a asfixiar os países mais fracos do Eurosistema. Será isto verdade?
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    Já tentei mostrar por aqui que Portugal pode exportar bastante, se fizer reformas estruturais. A começar por liberalizar mais os mercados menos abertos à concorrência, como os chamados de rent seeking, uma reforma laboral, diminuição do peso do Estado, etc. No entanto, mesmo com a asfixia do meio envolvente, as exportações portuguesas estão a crescer relativamente bem.
    .
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    E em Espanha? Ao contrário da propaganda anglo-saxónica (onde os nossos analistas da treta copiam o que lêm, sem digerir nem filtrar), até a Espanha está a exportar mais e, pasme-se, a tão odiada Alemanha está a ser “prejudicada” pelo que pede aos espanhois. Os analistas da treta tugas, que quase não têm capacidades de analise e só copiam o que lêm, então que leiam na própria imprensa anglo-saxónica:
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    [Wilmot’s PMI tour] Hola
    Posted by Guest writer on Dec 01 08:39.
    Spain is out…
    .
    … and it’s not great news. New orders down 1.5 points to 49.6 and employment down too.
    .
    A big silver-lining though: export orders up nearly 2 points to 55.9, the highest since 2000.
    .
    (Did you know the trade deficit with Germany is vanishing? So maybe competitiveness is not a huge problem?)
    .
    Switzerland is out too, strong across the board. Current ouput up 7 points to 64.2.
    .
    For heatmap see Eurozone post.
    .
    In http://ftalphaville.ft.com/blog/2010/12/01/422391/hola/
    .
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    Destaco isto:
    .
    “(Did you know the trade deficit with Germany is vanishing? So maybe competitiveness is not a huge problem?)”
    .
    .
    Isto confirma o que eu ando a dizer há anos. Nós temos um problema sério de competitividade mas o que está mesmo a matar a economia portuguesa (e espanhola) é o enorme peso do Estado, suas políticas expansionistas baseadas na procura interna e uma enorme crença que os problemas económicos se resolvem com a intervenção estatal.
    .
    .
    Em parte temos que imitar a Alemanha: forte controlo da despesa estatal e abertura dos mercados internos à concorrência.
    .
    .
    Claro que Portugal precisa mais que controlar o crescimento da despesa estatal. Tem que apostar na sua redução, tem que cortar beneficios fiscais à compra de habitação nova; tem que incentivar a poupança interna, diminuir o consumo interno com uma forte contenção salarial do funcionalismo público, ou até mesmo cortar os seus salários ou despedir parte do funcionalismo público; etc.
    .
    .
    Em 2011 provavelmente Portugal vai escapar a uma recessão maior do que agora prevêm instituições internacionais, que agora dizem que o PIB vai cair 2%. E deverá escapar porque os componentes do PIB sob pressão são os que contribuem para um forte défice da balança comercial e da balança de capitais. Ao passo que a procura externa deverá ser ainda mais alta que em 2010 e o tecido produtivo português está a ter pernas para aguentar a pedalada. Se assim for, a PEL deverá amenizar a queda na procura interna e levar o crescimento do PIB para zonas neutras. Pela primeira vez em muitos anos, Portugal começa a reduzir os seus enormes desequilíbrios internos. Mas não chega. É preciso muito mais. Muito mais. Mas já é um começo.

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  19. Bulimunda permalink
    1 Dezembro, 2010 12:16

    Alguém já se lembra destes’ Foram os despoletadores daquilo que veio a seguir…
    Analisando “A Fraude”.

    Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2008.

    Ewan McGregor (Cova Rasa, Transpotting, Star Wars – Episódio I) mais uma vez interpreta um personagem marcante. Desta vez, na história de um homem jovem e ambicioso que se rende aos riscos e acaba levando à falência uma das mais antigas e bem sucedidas instituições financeiras da Inglaterra. Quando é enviado a Singapura, pelo tradicional Barings Bank, tudo que Nick Leeson quer, como negociador de mercado futuro, é a chance de fazer dinheiro com ações. Porém, enquanto os dirigentes do Barings Bank comemoram os lucros conquistados para o banco pelo rapaz, Nick começa desviar enormes quantias de dinheiro para cobrir as perdas de suas próprias apostas financeiras. Com dívidas comparáveis ao seu desespero, Nick decide arriscar tudo numa jogada definitiva para burlar o sistema e recuperar todo o dinheiro que já perdeu.

    Barings quebrou após desvios
    Por Milton F.da Rocha Filho

    Disponível em: . Acesso em: 27. jul. 2008.

    Nos meios financeiros, o nome de Nick Leeson foi lembrado a partir do momento em que o banco francês Société Générale (SocGen) divulgou a fraude responsável por um buraco de ? 4,9 bilhões em suas contas. Leeson foi o homem que praticamente levou ao fechamento o banco de investimentos Barings, o mais antigo em operação no Reino Unido, ao desviar o equivalente a US$ 1,5 bilhão. Agora, a fraude foi praticada pelo francês Jerome Kerviel, um funcionário do SocGen.

    Para evitar o fechamento do Barings, em 1995, foi feita uma negociação com o ING, da Holanda, surgindo o ING Barings. Leeson perdeu cerca de US$ 1,5 bilhão com especulações em contratos de futuros na área de derivativos.

    Leeson foi identificado como o fraudador, e tudo começou com uma perda US$ 20 mil por meio de um funcionário que trabalhava com ele. Foi no jogo do mercado financeiro que Nick Leeson ganhou e perdeu milhões de libras e levou o mais tradicional banco de investimentos a uma situação de dificuldade. Apostar alto nos derivativos, o mais arriscado segmento do mercado financeiro, foi seu erro.

    Consecutivas quedas na Bolsa de Valores de Tóquio, acentuadas pelo terremoto em Kobe em 1994, fizeram com que ele perdesse uma fortuna. Na autobiografia A História do Homem que levou o Banco Barings à falência, Leeson contou como encobriu as perdas na conta chamada de erro 88888 e como escondeu, durante dois anos, a situação financeira do Barings em Cingapura, enganando auditores e a própria bolsa.

    Em fevereiro de 1995, quando o escândalo estourou, fugiu para a Inglaterra, mas foi preso ao fazer uma conexão em Frankfurt. Em seguida, foi extraditado para Cingapura, onde foi condenado a seis anos e meio de prisão por fraude no sistema financeiro.

    Leeson nasceu nos subúrbios de Londres e, aos 25 anos, era considerado um gênio das finanças, responsável pelos negócios do Barings no volátil pregão de Cingapura. Ele tinha 28 anos quando praticou a fraude.

    O caso de Nick Leeson provocou mudanças por parte de auditorias nas análises de balanços de instituições financeiras. Algumas foram consideradas culpadas por não terem enxergado nos balanços as fraudes praticadas por Leeson.

    OS MAIORES GOLPES

    Société Générale: o banco francês foi vítima de golpe protagonizado por um de seus empregados e anunciou perdas de 4,9 bilhões – um recorde em fraudes cometidas por uma única pessoa.

    Sumitomo: Yasuo Hamanaka, conhecido como ?o rei do cobre,? era responsável pelas atividades no setor de cobre da companhia japonesa Sumitomo Corp. Por dez anos, ele realizou operações fraudulentas que subtraíram US$ 2,6 bilhões da empresa entre 1986 e 1996. Hamanaka imitava assinaturas de seus superiores ao lidar com corretores estrangeiros e realizava transferências de fundos.

    Barings: O banco de investimentos mais antigo da Grã-Bretanha esteve próximo da falência em 1995 após um de seus funcionários, Nick Leeson (de 28 anos), perder US$ 1,5 bilhão ao fazer especulações em contratos de futuros na área de derivativos. As dívidas se acumularam em uma conta secreta com código 88888, que ele escondia de auditores. Leeson foi descoberto e preso, mas libertado quatro anos depois por estar com câncer de intestino.

    Allfirst (2002): Em fevereiro de 2002, o banco irlandês Allied Irish Bank (AIB) cumunicou que um corretor havia dissimulado US$ 691 milhões em perdas em operações de câmbio. John Rusnak, que trabalhava havia sete anos no Allfirst (braço americano do AIB), reconheceu que havia realizado operações de câmbio fictícias para cobrir perdas que sofrera nos anos 90. Em 2003, foi condenado a 7 anos e meio de prisão e a pagar todas as perdas que causou ao banco.

    Calyon (2007): Em setembro do ano passado, um corretor do Calyon em Nova York (filial de financiamentos do banco francês Crédit Agricole), provocou uma perda fiscal de US$ 364 milhões. Esse funcionário atuou sem permissão em mercados de crédito, usando grandes quantidades de dinheiro e correndo riscos excessivos.

    Volume de fraude na França choca operador que quebrou banco

    Disponível em: . Acesso em: 23 jul. 2008.

    Nick Leeson, cuja história virou filme, disse que bancos não fecharam brechas, mas que não se surpreende

    SÃO PAULO – O ex-operador de mercado inglês Nick Leeson, que em 1995 foi o responsável pela fraude que levou à queda do banco Barings, disse que ficou surpreso com o volume de dinheiro movimentado na fraude que atingiu o banco Société Générale, o segundo maior da França.

    Apesar disso, Leeson – cuja história foi contada no filme A Fraude, de 1999, estrelado por Ewan McGregor – disse que não se surpreendeu com o fato, em si, da fraude ter ocorrido.

    “A primeira coisa que veio à minha mente não foi necessariamente o choque de que isso poderia ocorrer de novo – acho que as operações desonestas são, provavelmente, ocorrências diárias nos mercados financeiros. O que realmente me chocou foi o tamanho (da fraude)”, disse Leeson à BBC.

    Na quinta-feira, o Société Générale anunciou ter perdido US$ 7 bilhões por causa de fraudes cometidas por um único operador. O banco ainda não divulgou seu nome, mas a imprensa francesa o identificou como Jerome Kerviel, de 31 anos.

    Essa é uma das maiores fraudes de todos os tempos já cometidas por um único operador contra um banco. O Société Générale já abriu uma queixa formal contra o operador, que foi suspenso das atividades e estaria desaparecido.

    Buracos

    Para Leeson, as fraudes ainda são possíveis porque os bancos não taparam os “buracos” nos sistemas de segurança.

    “Eles não fecharam as brechas. Acho que quando você olha para o que os bancos estão tentando fazer, (vê que) eles se focam em fazer dinheiro.”

    Leeson foi gerente de operações de mercados futuros no banco Barings em Cingapura, e em 1995 causou prejuízos de quase US$ 1,4 bilhão com operações nos mercados asiáticos, acabando com as reservas do banco e provocando sua quebra.

    “O que eu queria, e tenho certeza de que é o que este rapaz queria também, era o sucesso. Sucesso foi o que o levou a fazer isso”, disse Leeson, que cumpriu pena de quatro anos pela fraude em Cingapura.

    “O maior medo dele era o de fracasso. (…) Ele sobreviveu um dia, uma semana, um mês. Finalmente, você começa a acreditar que talvez não seja tão ruim assim.”

    “Há um grau de compulsão também – ele acredita que está certo, e que no final a posição vai se inverter. E infelizmente isso não ocorreu.”

    Atualmente, Leeson é o presidente de um clube de futebol irlandês.

    Nesta sexta-feira, o Société Générale publicou um anúncio de página inteira nos principais jornais franceses, pedindo desculpas aos acionistas.

    “Eu entendo sua decepção, sua raiva. A situação é perfeitamente inaceitável”, escreveu o presidente do banco, Daniel Bouton.

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  20. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 12:22

    “Mas afinal a Dinamarca é um bom modelo de estado, mas não o podemos copiar ?”
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    Não. Não podemos. O povo dinamarquês é dos mais honestos do mundo, em especial as suas élites. Em Portugal o Estado é tendencialmente corrupto, os políticos corruptos. Tem a ver muito com o passado histórico português, onde as élites enriqueciam, não a trabalhar, mas a roubar, saquer e pilhar outros povos e territórios. Desde a fundação de Portugal que as élites enriquecem a roubar e pilhar os demais. Primeiro os mouros na própria meseta ibérica, depois os africanos, depois os asiáticos e amerindios, depois as colónias, até que acaba o Império português e as élites começam a roubar, pilhar e saquear o próprio povo português. Com Lisboa como centro desta rapina que se opera através do Estado e seu controlo.
    .
    .
    PMP, cada país tem a sua cultura, história e normas sociais e morais. Um Estado grande na Dinamarca sente-se menos que um Estado pequeno em Portugal. São dois povos e culturas diametralmente opostas. Os dinamarqueses conseguem conciliar liberalismo com um Estado grande. Isso é quase impossível de ser copiado no resto do mundo, em especial nos países do sul da Europa.

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  21. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 12:23

    Caro AC,
    Concordo consigo que um grande problema é o peso do sector público e que o sector privado está a ter um comportamento muito razoável.
    Tenho dito aqui que um corte de 2 mil milhões no deficit é facil de fazer, com a redução em 1/3 de todos os cargos de chefias e no numero de entidades publicas e 1/3 nos FSE, e assim dava o exemplo.
    É muito interessante a situação da Espanha a eliminar o deficit com a Alemanha.
    Mas o que fazer aos 700 mil sem emprego e aos seus filhos ? Já reparou que as exportações aumentam mas o emprego diminui ?

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  22. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 12:32

    “Mas o que fazer aos 700 mil sem emprego e aos seus filhos ? Já reparou que as exportações aumentam mas o emprego diminui ?”
    .
    .
    Já escrevi por aqui o que penso. É estar sempre a dizer a mesma coisa. Num primeiro momento as exportadoras não criam empregos suficientes para equilibrar os que se destroi noutros sectores. Mas à medida que o sistema muda, as exportadoras começam a criar mais empregos do que se destroi noutros sectores. A Alemanha fez assim e agora já têm perto de 3 milhões de desempregados quando ainda há pouco tempo tinham 5 milhões. Demora algum tempo.
    .
    .
    Mesmo que demore algum tempo, é a única forma de evitar a subida do desemprego. Assim, como está o desemprego continuará a subir pelo colapso de toda a economia devido aos desmandos estatais.
    .
    .
    Desengane-se quem acha que a taxa de desemprego vai atingir 7 ou 8% nos próximos anos. É preciso eliminar os desequilíbrios internos e deixar respirar o sector produtivo. E vai haver um hiato entre as medidas que se tomam e que criam efeitos positivos na criação liquida de emprego. O produto potencial não se cria por decreto, mas pelos agentes económicos, quando têm incentivos como deve ser e uma envolvente externa propicia. Leva tempo a levar o produto potencial a passar a produto real e criar empregos. Não há milagres. Apenas muito trabalho, persistência e paciência. E mitigar os efeitos do desemprego.

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  23. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 12:37

    Mas AC o que fazer com os 700 mil desempregados e os seus filhos ?
    Podemos chegar ao 800 mil no final de 2011. Já viu a quantidade de gente a recorrer à caridade.
    E os velhos sem rendimentos ? E os jovens que nem sequer encontram o primeiro emprego ?

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  24. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 12:41

    Em mais uma tentativa para travar a subida dos juros, o BCE comprou hoje títulos de dívida de Portugal e da Irlanda.

    No dia de hoje, o juro das Obrigações do Tesouro irlandesas a 10 anos descia para 9,27%, enquanto a ‘yield’ das OT portuguesas com a mesma maturidade seguia nos 6,981%. Já o diferencial entre a dívida portuguesa e as bund alemãs seguia a baixar 23 pontos base até aos 407,7 pontos.
    .
    http://economico.sapo.pt/noticias/bce-volta-a-comprar-divida-portuguesa-para-travar-juros_105750.html

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  25. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 13:13

    O BCE, se quiser, faz um shortsqueeze monumental a quem anda a atacar a dívida pública europeia.
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    A generalidade dos nossos papagaios, que copiam quase tudo o que lêm nos blogues da moda americanos, pensam que o euro está acabado. Até já vi analistas a teorizar sobre dois euros, tal o disparate desta gente.
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    O BCE não tem utilizado quase nenhumas armas ao seu dispor. O mandato dele é a estabilidade de preços. E preservar o euro. Até agora o mercado tem andado a penalizar os países despesistas e mal-geridos. E é isso que se pretende: um mercado corrector e vigilante das más governações de alguns países europeus.
    .
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    Mas pondo em causa o próprio euro, o BCE pode utilizar armas de destruição maciça e lixar os curtos. Estes que se ponham a pau, porque por vezes a saída é precária para a liquidez disponível. Quem não se lembra do shortsqueeze monumental na Wolkswagen? lolololololololol
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    O BCE tem ainda muitos instrumentos ao seu dispor para defender a moeda única. Quase não tem os utilizado. Até para não trazer mais volatilidade ao próprio euro, que isso é que conta para a chamada economia real. Mas se o BCE quiser, muita gente vai ganir. ehhehehehheeh
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    Aliás, isto está mesmo perigoso para os curtos. Ainda no outro dia vi algures que há cerca de 3% das acções do do BPI shortadas. Com um free float tão pequeno e ainda por cima os accionistas de referência a comprar mais títulos e a diminuir o free float, estes curtos arriscam-se a um monumental shorsqueeze. ahahahahahahhh
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    E imagino o que deverá ir por essa europa fora, na dark pools, no empréstimo de títulos sem as declarar como manda a lei, etc.
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    Desconfio que um dia o BCE acorda mal-disposto e varre estes sanguessugas ao tiro de canhão. lolololololol

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  26. Fincapé permalink
    1 Dezembro, 2010 13:29

    A economia não mente. E os economistas também não mentirão muito. O que fazem é atirarem papos para o ar. Não se pode dizer que um xamã mente. Ele apenas diz o que o seu cérebro está viciado para dizer.
    Claro que os países socialmente mais justos, onde a riqueza está mais bem distribuída e, portanto, todos os cidadãos contam para a economia, é mais difícil passarem por crises destas. Naqueles que são desequilibrados, onde uns pouquitos de jogadores têm uma influência enorme na economia, quando o jogo lhes falha têm de ir buscar alguns restos que sobram nos bolsos do povito. Os jogadores também não necessitam de um país com o sector produtivo, ao nível das pequenas e médias empresas, organizado. Não é disso que vivem. Nos paíes socialmente responsáveis é essa organização que fortalece a economia.

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  27. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 13:35

    Para mostrar que nem todos os “maluquinhos do ouro” são tolos, deixo aqui uma link para uma entrevista interessante. Muito interessante mesmo, porque mostra que o pensamento europeu continental é muito mais profundo e mais realista que a generalidade das carpideiras anglo-saxónicas.
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    http://www.chaostheorien.de/interviews/-/asset_publisher/rAD9/content/i-dont-want-speculation-i-want-clear-investment
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    Destaco isto, porque é mesmo interessante e importante:
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    “Mr. Hellmeyer, for quite some time there is a “Currency War“ going on – and by now it is reaching the mainstream press. Can you explain to us this development and how gold fits into the picture?
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    Yes, of course. First of all, we have to say that this “Currency War” topic has been chosen by the Western press and it comes out of the Western financial hemisphere. In that respect we have to check whether the curreny war is in fact the “Currency War” which is presented in the media outlets. From my point of view the currency war is not led by China or other emerging market countries and I want to point this out in a very outspoken manner.
    .
    China has started revaluing the Renminbi in 2005, the revaluation of the Renminbi stands currently at 20 percent. Throughout the crisis this revaluation of the Renminbi was halted for very good reasons because the insecurity about the further development was very high and from June 2010 onwards we’ve seen again an appreciation of the Renminbi by 3.3 percent so far. If you extrapolate the latest pace since June 2010 on a yearly basis we get somewhere close to 6 percent per year. This is a substantial result in the first place.
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    Secondly, we have to bear in mind that China took over responsibility on a global frame in stabilizing the global economy and the world financial system. In relation to the GDP, China took on the biggest burden for reviving its economy and thus supporting the global economy. Then they were helping out Russia, Eastern Europe and also the euro-zone in the beginning of 2009 after the financial centers London and New York attacked Eastern Europe and in particular Russia. They were sending a front-up payment of roughly 100 billion dollars to Russia for future energy contracts.
    .
    Thirdly, in the year 2010 they were again on the side of the euro zone supporting the euro zone in the question of the budget deficit crisis. They were lending support to Greece, they were buying the euro down in the 1,20’s. Again they were supportive regarding the functioning of the global financial system. So arguing that China is not taking responsibility for the world recovery is simply nonsense.
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    If we look at Japan we clearly have to state that the JPY value does not comply with the status of its economy. So the interventions we are seeing from Japan are very much in line with fundamentals. Also here I can’t see a currency war.
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    If we talk about a currency war the initiator stands on the other side: the United States are starting QE2, which means swamping the market with dollar liquidity and this dollar liquidity indeed leads to revaluations of foreign currencies, in particular in the emerging markets, where you have comparitively small markets being unable to neutralize this extra liquidity without consequences, pushing up the value of their currencies to levels that don’t comply with their real economies. In that respect, if there is any currency war going on, then it is a liquidity currency war led by the United States, endangering the recovery of the global economy, because it is able to blow bubbles on one hand and destabilizing emerging markets countries in their economic recovery on the other. If we talk about currency wars as I said the United States are at the center of starting this currency war rather than anybody else.”
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    A entrevista é toda ela uma grande análise económica e até relativamente política sobre o que se está a passar no mundo.
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    Está claro que só um europeu não-calimero poderia ter uma pensamento destes. É preciso ser-se realista e não ideólogo a vender bíblias de religiões económicas para se ter capacidade para ver o mundo tal como ele é e não como queremos que seja.
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    Os tugas deviam pelo menos ler este tipo de entrevistas para passarem a meditar no mundo e nos problemas reais, não com uma base parcial da realidade mas num todo.
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    Em Portugal a generalidade dos opinion makers são apenas papagaios do que lêm nos blogues e média da moda americanos e ingleses. São uns tristes.

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  28. A C da Silveira permalink
    1 Dezembro, 2010 13:44

    Anti Comuna,
    Como vulgar leigo que sou, apreciaria muito mais os seus comentarios, se os tornasse mais simples de ler, aportuguesando se possivel a terminologia tecnica que usa.
    Cpts
    ACS

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  29. 1 Dezembro, 2010 13:52

    Caro Rui,

    “Então, Luís, e Portugal? Esqueceste-te de nós, ou será que também achas que o nosso «problema» económico é apenas uma obsessão dos jornalistas?”

    Pois é, quem dera que fossemos os únicos em crise na Europa. Sairíamos dela muito facilmente. Agora imagina o que é irmos na enxurrada do colapso de estados sociais gigantescos (vg., França e Itália). Definitivamente, o mundo passou a ser asiático. E brasileiro…

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  30. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 13:54

    “Como vulgar leigo que sou, apreciaria muito mais os seus comentarios, se os tornasse mais simples de ler, aportuguesando se possivel a terminologia tecnica que usa.”
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    Peço imensa desculpa pelo jargão técnico. Mas por vezes não sei os termos em português e se existem.
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    Mas se tiver dúvidas, por favor, pode perguntar. Eu tento explicar os termos de forma a que qualquer um possa entender. Mas também tem que entender que por vezes são termos técnicos, que não existem correspondentes em português corrente. Além disso, já tento simplificar as coisas mas por vezes é quase impossível de o fazer mais sem afectar o conteúdo dos textos.
    .
    .
    Mas repito, se tiver dúvidas, por favor coloque-as que eu tento explicar, com o pouco que sei. As minhas sinceras desculpas.

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  31. 1 Dezembro, 2010 13:54

    Tolstoi,

    “Hoje comemora-se o 1 de Dezembro, é bom reflectir.”

    Oh homem, aproveite e comemore que talvez não tenha outra oportunidade…

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  32. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 14:04

    Caro Silveira, pode também usar o seguinte. Além de perguntar, usar o google e procurar pelos termos na procura, de molde a encontrar explicações e sinónimos.
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    Por exemplo: curto ou short, nos mercados, refere-se uma aposta na queda do activo. Ou comprar activos que valorizem com a queda dos títulos, seja dívida pública ou até mesmo acções.
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    shortsqueeze quer dizer uma movimento ascendente dos mercas contra as posições curtas dos especuladores. Isto é, quem anda a apostar na queda das acções, por exemplo, sofre uma brusca variação contra as suas posições. E se não houver liquidez suficiente, os especuladores que apostam na queda das acções, que têm de recomprar os títulos, não encontram vendedores, empurrando ainda mais os preços para cima. Depois, estes especuladores curtos sofrem ainda a pressão dos demais especuladores do mercado que apostam nas subidas e vão comprando ainda mais, “correndo á frente” dos que apostam na queda. Se depois houver quem use alavancagem financeira (isto é, aposta nas posições curtas mas tem pouco dinheiro para cobrir realmente as apostas) esses especuladores curtos podem entrar em pânico, porque correm o risco de falência, quando os mercados estão ao contrário das suas apostas e previsões.
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    Free float é a quantidade de títulos que são negociados em bolsa ou disponíveis para negociar em bolsa que não são detidas pelos accionistas de referência das respectivas empresas.
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    Dark pools são “bolsas” que funcionam à parte das normais, que conhecemos. Por exemplo, os grandes bancos de investimento, sobretudo americanos, têm dark pools. Onde são negociados títulos sem a fiscalização, supervisão e controlo das autoridades supervisoras. Nestas “bolsas” a manipulação é enorme e contribui para a gfragmentação e desestabilização dos mercados. Além disso, retira credibilidade ao funcionamento dos próprios mercados, contribuindo para maiores desestabilizações dos mercados financeiros.
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    Penso que tem aqui uma breve explicação para alguns termos utilizados.

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  33. 1 Dezembro, 2010 14:21

    Caro anti-comuna,

    Até dói, diariamente ser massacrado pelos media sediados em Lisboa e contaminados pelo pessimismo de quem vê o seu modelo de vida no fim da linha, como foi possível perceber na reportagem recente sobre Portugal no Le Monde e, passar os dias a visitar PMEs anónimas e cheias de trabalho. Quinta estive numa e segunda estive em duas, as três a expandir instalações tal o crescimento dos últimos dois anos e as previsões para o próximo ano, tudo para exportação.

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  34. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 14:27

    O caso da Wolkswagen é o mais conhecido de uma manipulação para atirar abaixo os títulos da Volkswagen que correu mal aos especuladores.
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    Aqui há uns tempos havia uns especuladores que apostavam na queda das acções da VW. Primeiro, porque achavam que os fundamentais da VW eram maus, logo tinham aqui um trunfo. Depois era relativamente fácil apostar na queda das acções vendendo opções de compra das acções da Volkswagen, sem pagar sequer o prémio dos empréstimos de títulos, que é o que se faz normalmente. (Se eu quiser apostar na queda de uma acção, peço emprestadas as acções, pago um prémio – juros que se costuma dizer, vendo as acções e deixo uma garantia a quem me emprestou as acções.)
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    Só que a aposta na queda das acções correu muito mal, mas o pior foi que a venda de calls foi tanta que as acções disponíveis no mercado não permitiam ao vendedor de calls conseguir as acções necessárias para entrega aos que compraram as calls e exerceram essas mesmas opções de compra.
    .
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    Correu tudo mal aos apostadores na baixa. Primeiro, a VW não sofreu tanto com a crise e até se fortaleceu com a crise. Segundo, houve uma OPA sobre a própria VW. Terceiro, como dizia, não havia acções suficientes para que o vendedor de calls pudesse cumprir as exigências dos compradores das ditas cujas. O que aconteceu? Outros especuladores descobriram que os vendedores de calls estavam no mercado desesperados por comparar acções e puxaram para cima ainda mais o preço das acções. Foi o maior shortsqueeze de que há memória na Alemanha. lolololololol
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    Os especuladores que apostam na queda das acções têm que ser demasiado burros para não saberem os riscos que correm. Apostar na queda dos títulos não é para qualquer um e é preciso ter uma capacidade de antecipação e um timing correcto para ganhar dinheiro que compense o risco.
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    Hoje existe um caso semelhante. Anda um tipo americano (que vive na europa) a tentar puxar pelos preços da prata porque descobriu que o banco americano JPM (um dos maiores sanguessugas do mundo) tem cerca de 25% dos contratos de futuros que apostam na queda do preço da prata. O tipo está tentar estoirar com o JPM usando todo os canais possíveis e imagináveis para que haja um forte movimento de compra da prata para tentar um shortsqueeze a este banco de investimentos norte-americano.
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    Pode conhecer a história no site dele:
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    http://maxkeiser.com/
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    Claro que eu não acredito que o banco americano não tenha usado outros instrumentos para mitigar esse risco. Pelo contrário, até acredito que o JMP vai acabar por enterrar os pequenos investidores que estejam a tentar lixar os gajos. Quem manda, pode. ;))

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  35. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 14:30

    UK ‘Vindicated’ for Refusing Euro: Chancellor Osborne
    By: CNBC.com
    Britain’s decision of not joining the euro was vindicated by the crisis in the euro zone, as the countries in the single monetary union have lost control of their monetary policy, UK Chancellor of the Exchequer George Osborne told CNBC.
    The UK did not join the euro because that would have meant giving up decision over interest rates and removing exchange rate flexibility, Osborne said in an interview late Tuesday.
    “But there’s no doubt that being part of the euro presents an additional challenge, which is you can’t devalue your currency. You can’t let your currency float. And that’s been an issue,” Osborne said.

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  36. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 14:32

    Caro CCZ, isso são excelentes notícias:
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    “Quinta estive numa e segunda estive em duas, as três a expandir instalações tal o crescimento dos últimos dois anos e as previsões para o próximo ano, tudo para exportação.”
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    Portugal poderia fazer um milagre económico se apostasse em melhores políticas económicas e orçamentais. O problema é o modo de vida e de ver o mundo de Lisboa e arredores. São parasitas, que apenas mantêm um sistema económico que é herdeiro do nosso passado como Império.
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    O nosso tecido produtivo está hoje em forma para aproveitar o novo boom da economia mundial. Mas em vez de serem ajudados, são ainda mais parasitados, incomodados e espezinhados. Olhe, os gajos em Espanha vão baixar os impostos sobre as PMEs. E em Portugal? Glup!

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  37. 1 Dezembro, 2010 14:37

    “Olhe, os gajos em Espanha vão baixar os impostos sobre as PMEs. E em Portugal? Glup!”
    .
    É verdade, até o trouxa do Zparo, mais incompetente ainda do que Sócrates, já percebeu isso.

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  38. 1 Dezembro, 2010 14:39

    BTW no final do artigo http://www.ctcp.pt/noticias.asp?op=Mg==&idmp=MA==&id=MjAyNQ==, chamos a atenção para os dois últimos parágrafos

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  39. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 14:43

    CCZ,
    Mas as empresas de calçado não conseguem encontrar ninguem que trabalhe por 550 euros ou 600 euros por mês, e por 650 euros ?

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  40. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 14:46

    Caro CCZ, é uma pena. Sabe porquê? Estamos a desperdiçar oportunidades. Isso é que me revolta e enoja.
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    Obrigado pelo link.

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  41. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 14:49

    Para se ter uma ideia do que pode acontecer nos mercados actuais, em especial nalguns activos, basta ver este gráfico das acções da VW, durante o shortsqueeze:
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    http://www.corporateinformation.com/ImageSvr/Chart.ashx?T=SS&C=C28090070
    .
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    Foi o maior shortsqueeze de que há memória na Alemanha, nos últimos anos.
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    .
    Se o BCE quiser, algo semelhante pode acontecer nesta altura. Aliás, hojejá se nota algum pânico dos que apostam na baixa nas bolsas europeias, com o que se está a passar. Se o BCE quiser, esta gente é varrida a canhão. lolololololololol

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  42. Conde Venceslau permalink
    1 Dezembro, 2010 14:56

    As boas notícias é que não estamos sós… Não tarda nada estaremos muito bem amparados pelo resto dos nossos parceiros Europeus falidos….

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  43. 1 Dezembro, 2010 15:02

    A situação em Felgueiras já está assim http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1713541
    .
    Na semana passada estive numa empresa de calçado em Felgueiras em que 3 operários, 3 numa semana, se despediram. Argumento: não gostavam da forma como o encarregado os tratava.

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  44. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 15:02

    Afinal o BCE pode controlar os juros, mas só às quartas-feiras, e só depois da Bélgica e da Itália estarem em perigo.

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  45. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 15:02

    Para os que acham que a Europa está falida, o euro acabado e gostam de ler os enlatadados anglo-saxónicos, vejam o que diz o Gross. Este gajo não brinca em serviço e sabe os riscos que corre, com as actuais políticas americanas e, até certo ponto, os próprios bifes ingleses.
    .
    http://europe.pimco.com/LeftNav/Featured+Market+Commentary/IO/2010/Allentown+December+2010.htm
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    .
    As crises da dívida soberana costumam atacar onde mais doi. E onde mais doi? Nos USA e na GB.
    .
    .
    Aqueles tontinhos que seguem a propaganda e ideologia anglo-saxónica vão ainda engolir muitos sapos. Os mercados podem ser manipulados, mas no médio longo prazo são implacáveis com os erros de política económica e orçamentais. Os mercados, apesar dos seus excessos, são ainda o melhor sistema de corrigir asneiras cometidas por decisores políticos, económicos e até maus investidores.
    .
    .
    Os bifes que agora se regozijam com o “fim do euro” e com a “sábia decisão de não aderir ao euro” ainda vão comer o pão que o diabo amassou, quando sofrerem os ataques dos especulares. Tarda mas não falha, por muitas manipulações que se faça. Os mercados continuam a ser os melhores a avalizar políticas económicas e orçamentais. ;))

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  46. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 15:04

    Caro CCZ, o Norte vai sair da crise e Lisboa ainda vai sofrer bastante. É por isso que eu desejo ardentemente a Independência do Norte. E quanto mais rápido, melhor. ;))

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  47. 1 Dezembro, 2010 15:04

    Um dos fulanos que tentou tramar a VW era accionista maioritário de um grande grupo alemão, salvo erro Heidelberguer Zement, teve de vender tudo e no fim ainda se matou.

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  48. JCA permalink
    1 Dezembro, 2010 15:10

    .
    Ora vamos láa uns numerozitos da Eurolandia:
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    196.371.792,00, cerca de197 milhões de Cidadãos da Eurolandia, (paises que adoptaram o Euro como moeda nacional) estão em Crise&Austeridade. Habitam 1.677.796,00 Km2.
    .
    Ou seja cerca de 65% dos habitantes que vivem em cerca de 70% da àrea Europeia ESTÃO EM CRISE, em bancarrota.
    .
    35% que habitam cerca de 30% da area da Eurolandia estão-se a safar com a politica do BCE para o Euro.
    .
    Ora quando o Sr Trichet diz que a politica do BCE não muda por causa dum País …. se é assim que faz as contas de aritmética do Banco porque o resto funciona ao acaso do tipo das sentenças e ordens decididas pelas ‘convicções pessoais do mandante’ …… então fica tudo mais compreensivel.
    .
    O Euro e a Eurolandia têm de se resolver. São demasiado importantes para estroinices politiqueiras e banqueiras. E haver muito ou pouco dinheiro não interessa: o dinheiro a desaparecer é como agarrar àgua entre os dedos.
    .

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  49. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 15:10

    “Um dos fulanos que tentou tramar a VW era accionista maioritário de um grande grupo alemão, salvo erro Heidelberguer Zement, teve de vender tudo e no fim ainda se matou.”
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    Sim, sim. Acabou por se matar pela desonra de ter falhado naquilo que ele julgava ser mais esperto que os demais. Abrir posições curtas é para quem sabe, para quem tem pode de mercado e para quem tem mesmo uma elevada capacidade de fugir a tempo.
    .
    .
    Os bearish devem primeiro aprender a negociar antes de aprender a analisar. Não basta estar certo é preciso agir nas alturas ideais e correctas. Não é para qualquer. É mais para JMP, GS, etc. que manipulam os mercados, controlam as autoridades e, mesmo errados, sabem fugir e até virar as posições sem chamuscarem-se muito.

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  50. 1 Dezembro, 2010 15:38

    “É por isso que eu desejo ardentemente a Independência do Norte.”
    .
    Isso é que era um sonho realizado, não era ver-mo-nos livres dos lisboetas, era ver-mo-nos livres do cuco e da drenagem normanda com sede em Lisboa.

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  51. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 15:43

    Bolsa dispara mais de 2% com expectativa de ajudas do BCE
    14:21 Bolsa nacional está a acentuar a tendência de ganhos, um cenário partilhado pelos restantes mercados europeus, numa altura em que o espanhol IBEX está a subir mais de 4%. Expectativa de novas ajudas do BCE e dados económicos nos EUA estão a sustentar índices.

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  52. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 15:49

    “Isso é que era um sonho realizado, não era ver-mo-nos livres dos lisboetas, era ver-mo-nos livres do cuco e da drenagem normanda com sede em Lisboa.”
    .
    .
    Exactamente. Exactamente. ;))

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  53. José Silva permalink
    1 Dezembro, 2010 16:00

    CCZ tem razão: Por aqui, anda lá em baixo uma alemão a montar uma máquina de 1,5 milhões de euros. Financiamento a 2% ou 3%, nem sei. Reunião no dia 15 com agente francês para preparar exportações em 2011. A minha preocupação é seleccionar fornecedores de I&D e montar uma extranet para aumentar a rapidez de resposta a pedidos de cotação.

    Efectivamente a crise que grassa nos média portugueses, comentadeiros e bloggers é do modelo económico de Lisboa, baseado em endividamento, parcerias e fornecimentos ao estado central, economia não transaccionável, consumo.

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  54. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 16:14

    Eu tenho pena que no Norte haja poucos pensadores a sério de uma efectiva Independência. O Norte poderia ser um tigre europeu. Poderia mostrar como se consegue crescer sem muletas, muletinhas, compadrio, corrupção a rodos, encostos ao Estado e controlo de políticos.
    .
    .
    O Norte não precisa de Lisboa para nada. Só mesmo que não o parasitem, estorvem e chulem.
    .
    .
    Se a população do Norte quisesse…

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  55. 1 Dezembro, 2010 16:34

    José Silva, lembra-se de ter comentado isto http://balancedscorecard.blogspot.com/2008/03/cuidado.html
    .
    Realmente 2009 foi um acidente conjuntural para quase todos os sectores exportadores. A revolução estrutural está em fase de consolidação, precisávamos mesmo é que o FMI chegasse para cortar rente o peso do cuco.
    .
    A independência… isso é que era lindo, lindo, lindo.

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  56. 1 Dezembro, 2010 16:37

    José Silva,

    Já investigou http://www.ideaconnection.com/

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  57. 1 Dezembro, 2010 16:42

    Anti-comuna,
    .
    O perigo é que muitos que falam da regionalização do Norte, têm em mente replicar o modelo lisboeta mas no Porto ou em Braga. Quando os oiço falar penso logo: “O mal está em ser enrabado e ponto. Não me sinto melhor se em vez de ser enrabado por um lisboeta for enrabado por um do Porto.”

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  58. A C da Silveira permalink
    1 Dezembro, 2010 16:46

    Agradecido Anti-comuna pelos esclarecimentos e explicações.
    Quanto à independencia do Norte, é uma conversa com barbas brancas com defensores e criticos na região.Por mim, sempre pensei que a secessão do Norte de Portugal, corresponderia mais a uma integração na Galiza. Mas é apenas a opinião de quem vive no Sul.

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  59. Bulimunda permalink
    1 Dezembro, 2010 16:49

    Tigre Celta como a Irlanda?
    Pois..no norte é onde de metem mais atestados médicos por habitante..é onde os ordenados ao mais baixos..é onde os empresários têm menos habilitações..é onde o regionalismo atinge níveis bacocos…
    é onde a corrupção atinge níveis mais altos – ver caso dos atestados médicos de Guimarães para os exames do secundário-..é onde se foge mais ao fisco..pois..é isso é tudo culpa de Lisboa…não que os ditos não tenham culpas no cartório..mas atirar tudo para cima dos outros e não ver os próprios erros….é a chamada catarse…tratem-se…

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  60. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 16:50

    Ó CCZ, o seu blogue, que eu pouco frequento, confesso, é dos melhores que há em Portugal. Está lá quase tudo. Em especial o “milagre económico alemão”. ahahahahahahh
    .
    .
    Sabe uma coisa? Nem sempre é preciso importar enlatados para haver quem pense as coisas de uma forma mais eficiente, correcta e com as “soluções”.
    .
    .
    Enfim, não o conhecendo, aposto que poucas actividades terá em Lisboa. Mas no Norte… ;))

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  61. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 16:54

    “O perigo é que muitos que falam da regionalização do Norte, têm em mente replicar o modelo lisboeta mas no Porto ou em Braga. ”
    .
    .
    Exactamente. É por isso que sou contra a Regionalização mas defensor da Independência. A Regionalização é aprofundar o que já de mau existe em Portugal. É criar mais “Madeiras”. Mas isso não é o que precisamos. Precisamos, isso sim, de um Norte tipicamente virado para a Sociedade civil, onde o Estado deve estar presente mas só no minimo, complementando a tradição nortenha da solidariedade, sociedade civil solidária e de base.
    .
    .
    Sou um adversário convicto da regionalização. Mas sou um acérrimo defensor da Independência do Norte.

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  62. Bulimunda permalink
    1 Dezembro, 2010 16:54

    Robert Kurz

    POLÍTICA DE BALANÇOS CRIATIVOS

    Esperanças compulsivas de salvação económica estão prosperando no outono de 2010, especialmente na Alemanha. Apesar de nenhuma das causas da crise global ter sido dominada, os média estão a pintar novamente as paisagens florescentes de um novo milagre económico. A fé na fé, como força auto-sustentada da retoma, define o padrão para lidar com a realidade. Quem ficar para trás no optimismo concorrencial já perdeu. Portanto, em todas as instâncias tem de haver relatos exagerados de sucesso a todo o custo. O crescimento financiado pelos Estados a nível mundial, que ainda está muito abaixo de níveis pré-crise, é insuficiente para os altos voos da esperança fabricada, que actualmente vale ouro. Ora, se é permitido à administração pública distorcer o número de desempregados com novos truques, e se os bancos podem deslocalizar os créditos malparados para sociedades de parqueamento – então porque é que os grupos industriais hão-de ficar atrás na “contabilidade criativa”? A “política de balanços” retocados não é nada de novo. Mas suspeita-se que seja um recorde o que as empresas se vêem permitindo a este respeito desde o suposto fim da crise.

    As normas internacionais de contabilidade IFRS, agora aplicadas em todas as grandes empresas, tornam isso possível. Nelas não se pode encontrar qualquer vestígio de maior rigor no controlo, muito pelo contrário. As novas regras contabilísticas dão aos directores financeiros mão livre para uma acrobacia contabilística realmente aventureira. Isto aplica-se tanto ao passado como ao futuro. A base para tal está na definição permissiva dos conceitos das amortizações e das chamadas despesas especiais. Assim, os encargos podem ser contabilizados fora do balanço quase à vontade. A Siemens, por exemplo, fez desaparecer as responsabilidades com as participações financeiras; as companhias aéreas estão a escamotear os custos de leasing. E os custos sobrefacturados da aquisição de empresas não são escriturados numa escala realista, apesar dos altos riscos da valorização futura. O financeiro dos EUA Warren Buffett referiu ironicamente o que daí resulta como “bullshit-earnings” (lucros da treta), porque uma parte crescente dos custos prévios ou subsequentes já não aparece no balanço oficial. Na verdade, os lucros não estão a crescer tão exuberantemente como está sendo sugerido nos relatórios trimestrais.

    Esta alegre política de balanços só faz sentido com referência aos mercados financeiros. A inundação desesperada de dólares feita pelo banco central dos EUA não promove o consumo nem o investimento, mas apenas as cotações nas bolsas de todo o mundo. As bolsas são agora menos um barómetro do desenvolvimento da economia real e muito mais um barómetro das expectativas de lucro com base em truques contabilísticos duvidosos legalizados. Já se fala em segredo de uma “bolha de valorização” das grandes empresas internacionais. Quando elas compram acções próprias, estão a recolher ganhos diferenciais de forma totalmente independente dos lucros reais dos negócios, ganhos para os quais elas mesmas criaram falsos pressupostos, de modo puramente contabilístico. Isto não altera nada a dependência da conjuntura económica relativamente às finanças públicas, porque a bolha da nova valorização já não pode alimentar qualquer “milagre do consumo”, como a recente bolha do imobiliário. Trata-se apenas do reverso, na economia empresarial, de uma política igualmente aventureira do dinheiro e da moeda, que ameaça desembocar numa guerra comercial e monetária. Nesse caso, no entanto, também o ar sairá muito rapidamente das bolhas de valorização dos balanços das grandes empresas.

    Original KREATIVE BILANZPOLITIK in http://www.exit-online.org. Publicado em Neues Deutschland, 15.11.2010

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  63. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 16:56

    Ó Bullimunda, os nortenhos não precisam da carta de alforria de ninguém. Por sermos assim, na sua visão torpe e ignorante, é que eu quero que o Norte peça a Independência. O Norte não pode continuar a ser tratado com paternalismos racistas, tentando fazer de nós os “pretos de lá de cima”.
    .
    .
    Sabe uma coisa? Faça também campanha para nos dar a Independência. Assim já não tem que “endoutrinar” os nortenhos pirosos. lolololololol

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  64. 1 Dezembro, 2010 17:02

    “Sou um adversário convicto da regionalização. Mas sou um acérrimo defensor da Independência do Norte.”
    .
    Subscrevo inteiramente!!!

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  65. Bulimunda permalink
    1 Dezembro, 2010 17:04

    Não acredito nessa treta…a ser assim mais facilmente dava a mesma ao Algarve..reino de Portugal e dos Algarve…aliás no norte nem tomates tiveram para tomarem a iniciativa..foi preciso vir alguém da Borgonha instigar esse espírito…e a mãe era espanhola..logo…mas se quiserem a independência força..vivo em Braga e vejo bem o que essa independência faria…teria um Mesquita a fazer betão até ao Sameiro…o mal não está no norte ou no centro..está nos nossos genes..aqui vive um povo quer não se governa nem deixa que o governem dix it Júlio César…bom resto de feriado…

    FRASE DOS TEMPOS QUE CORREM…..

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  66. anti-comuna permalink
    1 Dezembro, 2010 17:08

    Bullimunda, não precisamos da sua carta de alforria. Nem sua, nem ninguém do sul. Mas esteja descansado que não faremos limpezas étnicas. Pode bem continuar por Braga, que ninguém o chateará. lolololololol

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  67. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 17:11

    Na minha opinião a criação de regiões autónomas no continente seria uma boa forma do Norte e do Centro poderem seguir o seu caminho e demonstrarem as suas capacidades.
    Nomeadamente no reforço dos apoios às empresas exportadoras e agricolas.

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  68. lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2010 18:41

    “Bolsa dispara mais de 2% com expectativa de ajudas do BCE”
    .
    Inflacionismos…

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  69. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 19:07

    LL,
    Descanse pois o BCE só pode comprar divida e assim baixar os juros às quartas-feiras, e quando a Bélgica e a Itália estão em perigo.
    Nos outros dias e quando é Portugal ou Espanha, os deuses dos mercados eficientes e perfeitos já não deixam o BCE comprar.

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  70. lucklucky permalink
    1 Dezembro, 2010 19:42

    Os mercados emprestaram a Portugal durante 10 anos a juros baixos.
    Os resultados estão à vista:
    Em 2004 cada Português devia 8000 Euros. Este ano vai acabar a dever mais de 15000 Euros cada Português. Se assumirmos 40% da população activa, cada trabalhador é responsável por 37500 Euros de dívida.

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  71. PMP permalink
    1 Dezembro, 2010 20:02

    Tem razão LL,
    Ter esta malta do PS e um pouquito do PSD à frente do país é um desastre.
    Imagine metade desse dinheiro na agricultura a diminuir importações ou imagine uma redução na TSU em 50% para as PME’s que aumentem o emprego.
    Vamos lá convencer os brilhantes economistas das UCP, ISEG e outras a criarem ou expandirem empresas industriais e agricolas para empregrarem os 700 mil desempregados, especialmente os 300 mil sem subsidio nenhum.

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