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De que falamos quando falamos de Assange e da WikiLeaks*

10 Dezembro, 2010
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O debate sobre o WikiLeaks tem, a meu ver, omitido um ponto central: o das motivações do seu fundador, Julian Assange. Parece ser dado por adquirido que o australiano tem como objectivo uma maior transparência no funcionamento das nossas democracias, quando isso não é verdade. Assange, na verdade, nem pensa que vivamos em democracia. Em 2006 escreveu vários textos onde defendeu que os Estados Unidos – e o Ocidente em geral – não eram mais do que uma “conspiração autoritária” e que os seus líderes eram todos “conspiradores”. A única forma de deter tais “conspiradores” seria dificultar a forma como comunicam “uns com os outros”, gerando fugas de informação que obrigassem “o estado securitário” a diminuir a capacidade da sua rede computacional, tornando-o assim “mais lento” e “mais estúpido”. Olhando para o impacto das revelações da WikiLeaks e para o que se prevê que aconteça no apertar das regras nas comunicações internas nos Estados Unidos, Julian Assange está a conseguir atingir estes seus objectivos.

Devem pois desiludir-se os que pedem à WikiLeaks que revele também segredos da Rússia, da China ou do Irão: isso não faz parte da sua agenda política. E também é bom que na comunidade jornalística se saiba separar o trigo do joio: uma coisa é noticiar o que, mal ou bem, foi colocado no domínio público, o que deve sempre ser feito de forma livre e responsável; outra coisa é fingir que Julian Assange é um campeão da liberdade quando, na verdade, é um anarquista que manipula sem grandes escrúpulos enormes quantidades de informação e promove violações de comunicações secretas não em nome da transparência mas para tentar destruir o tipo de sociedade em que vivemos.

É bom sabermos ao que andamos e de que lado estão os que defendem a liberdade, assim como os que a utilizam para melhor a destruírem. Isto não significa deixar de noticiar os segredos revelados sempre que estes forem de interesse público, antes conhecer o terreno (minado) que se pisa.

*Público, 12 de Dezembro de 2010

40 comentários leave one →
  1. Pi-Erre permalink
    10 Dezembro, 2010 22:12

    Até que enfim que vejo alguém colocar devidamente os pontos nos iis.

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  2. Portela Menos 1 permalink
    10 Dezembro, 2010 22:14

    parece que jmf ainda está no tempo das “armas de destruição” do Iraque e esquece quem fez o papel de “garganta funda” do caso: um militar norte-americano.
    Julian Assange pode nem ser um campeão da liberdade mas jmf atira-se ao mensageiro…vindo de um ex-director de jornal, é obra!

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  3. jones permalink
    10 Dezembro, 2010 22:18

    defender a liberdade é incompatível com querer escrutinar quem a deve merecer ou não…

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  4. 10 Dezembro, 2010 22:23

    Depois de saber que Julian Assange fez saber que um laboratorio afamado fez esperiencia em africa e humanos, devia era ser condecorado

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  5. João Vasco permalink
    10 Dezembro, 2010 22:28

    «O debate sobre o WikiLeaks tem, a meu ver, omitido um ponto central: o das motivações do seu fundador»

    Que enorme erro.
    A legitimidade das acções da wkileaks não depende das suas alegadas motivações. E a ilegitimidade daqueles que a tentaram abafar as informações permanece independentemente destas motivações.

    Tal como seria um erro grosseiro alegar que o abafar das escutas de Sócrates seria legítimo tendo em conta as alegações de que quem as publicou o quereria prejudicar, o mesmo acontece em relação a este caso.

    Discordo que o debate tenha omitido esse ponto.
    Mas num debate sério esse ponto deve ser considerado irrelevante para avaliar a legitimidade da existência da wikileaks, e a ilegitimidade dos meios que tentaram destruí-la.

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  6. 10 Dezembro, 2010 22:31

    A russia a china e o irão não são ” democracias ” pois não ? pois por mim , o Assange , bem pode descobrir a careca às ” democracias”. os outros não usam peruca.

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  7. ti miguel antonio permalink
    10 Dezembro, 2010 22:42

    caro jmf
    o paradigma da liberdade de imprensa, da liberdade verdadeira tambem passa por aqui, valia a pena um jornalista que considero fizesse juz á liberdade de imprensa, o seu universoz penso eu.

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  8. por outra permalink
    10 Dezembro, 2010 22:53

    Não há dúvida e deve já vir-lhe nos genes, o jmf é por natureza servil, invejoso, o inimigo figadal de qualquer liberdade inteira, sem amos, fidedigna.

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  9. tina permalink
    10 Dezembro, 2010 22:57

    É óbvio que Assange não passa de um leftie despeitado.

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  10. tina permalink
    10 Dezembro, 2010 23:02

    Bem, é uma redundância dizer um “leftie despeitado”, todos os lefties são despeitados por natureza, ou então não seriam lefties, mas é só para explicar melhor.

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  11. Portela Menos 1 permalink
    10 Dezembro, 2010 23:16

    (…) Devem pois desiludir-se os que pedem à WikiLeaks que revele também segredos da Rússia, da China ou do Irão: isso não faz parte da sua agenda política (…)

    não é totalmente verdade mas eu estou desiludido é com o comportamento dos países democráticos, que era suposto serem sociedades abertas, ao contrário das ditaduras.

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  12. Manolo Heredia permalink
    10 Dezembro, 2010 23:17

    Assange = China ! Derrotar os adversários com as suas (deles) próprias forças !

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  13. 10 Dezembro, 2010 23:24

    É natural que haja quem tenha medo de Wikileaks.
    Ninguém gosta que lhe puxem o lençol, quando está foder alguém às escondidas.

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  14. 10 Dezembro, 2010 23:40

    Para não variar, o JMF tem toda a razão. isto coloca o Ocidente em perigo, atacando fundo os serviços de informação e a confiança entre os Aliados. Além de perigosa, parece-me ser uma atitude repugnante. Digo repugnante, porque acabamos todos por partir do princípio de tudo aqui que o Wikileaks diz ou publica, ser verdadeiro. Ora, encontramo-nos diante do paradoxo de os maiores inimigos dos EUA, servirem-se única e exclusivamente dos “agentes do imperialismo”, neste caso, os embaixadores e afins. se for para enodoar a imagem americana, tudo serve. Já agora, até poderíamos atirar mais gasolina para o fogo, sugerindo tratar-se de uma outra “conspiração” perfeitamente organizada pelo Pentágono, fazendo surgir à tona casos comprometedores para muita gente, os sauditas à cabeça, por exemplo. Enfim, à falta de gente como Metternich, Talleyrand ou Soveral, temos este tipo de diplomacia desbocada e que não hesita em utilizar o mail para dizer seja o que for. Bem vistas as coisas, estamos perante muitas opiniões que nada mais são senão isso mesmo. Opiniões e análises, muitas das vezes meramente pessoais e que se baseiam em “fontes bem informadas”, quantas das vezes obtidas em círculos da oposição a um determinado regime, por exemplo. Quantos documentos comprovativos existem, comprovando todo este arrazoado de informação? Até agora, nada de muito substancial foi conhecido, talvez seja uma “surpresa”, o caso das luvas pela barragem em Moçambique. Surpresa? Qual quê, como se todos não soubéssemos exactamente qual a natureza dos regimes “libertadores do antigo Ultramar”.

    Passando para a “segunda fase”, creio que seria interessante conhecer a posição de certa gente, quando, ou se a propósito de certos casos, como o de Cabora-Bassa – continuo a dizer Cabora,foi assim que aprendi na escola, em Lourenço Marques-, surgirem nomes gratos ao regime e que quem esteja a ler, saiba perfeitamente a quem me refiro. Segredos do polichinelo ou melhor, a tal estória do “não há fumo sem fogo”. Seria o bom e o bonito. Podemos ainda vir a deparar com opiniões dos diplomatas americanos a respeito de santarrões como os srs. Cavaco Silva, Sampaio, Barroso, Louçã, etc. Com um bocadinho de sorte, até leremos coisas surpreendentes acerca de negociatas, “comissões”, “ajustes” e outras coisas do estilo. Aí, vai ser um Aqui D’El -Rei!, porque “assim, não dá”…
    Esperemos.

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  15. PMP permalink
    10 Dezembro, 2010 23:51

    A moral das democracias está acima dos seus interesses imediatos.
    .
    Isto não quer dizer que em caso de situações de guerra, as liberdades não possam ser condicionadas, quando estiverem em causa a própria sobrevivência da democracia. Mas só um parlamento poderá deliberar neste ultimo caso.
    .
    Não é o caso actual, pelo que a moral do acesso à informação se sobrepõe a outras questões de estado.

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  16. FilipeBS permalink
    10 Dezembro, 2010 23:54

    Não compreendo aqueles que preferem criticar o mensageiro do que criticar aquilo que foi revelado e que tem, de facto, substância para ser criticado.

    “na verdade, [Assange] é um anarquista que manipula sem grandes escrúpulos enormes quantidades de informação e promove violações de comunicações secretas não em nome da transparência mas para tentar destruir o tipo de sociedade em que vivemos”

    Que tipo de sociedade? A sociedade política que a wikileaks tem vindo a revelar? Que chega ao ponto de recolher todo o tipo de informações pessoais e privadas sobre membros da ONU, para sobre eles ter maior poder de chantagem? É este mundo ocidental, campeão da liberdade e da democracia, a que se refere como sendo o alvo de Assange?

    O pouco que ainda temos de democracia está a morrer. Resta alguma liberdade de expressão, mas nem muita, como se pode ver pelas consequências que o mensageiro está e irá sofrer para o resto da vida. É bom que, no mínimo, alguém nos vá dando conta do estado de saúde dessa moribunda democracia. E que nos informem da data do óbito.

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  17. FilipeBS permalink
    10 Dezembro, 2010 23:56

    Prefiro viver em ditadura sabendo-o, do que numa democracia encapotada.

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  18. Hugo permalink
    11 Dezembro, 2010 01:10

    Alguém que ousa pôr a “nu” alguma imoralidade que todos suspeitamos deveria ser preso.

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  19. 11 Dezembro, 2010 01:22

    “A única forma de deter tais “conspiradores” seria dificultar a forma como comunicam “uns com os outros”, gerando fugas de informação que obrigassem “o estado securitário” a diminuir a capacidade da sua rede computacional, tornando-o assim “mais lento” e “mais estúpido”. ” jmf
    .
    pois não sei se se é a desonestidade intelectual ou a estupidez que o move… talvez que fosse útil que alguém lhe reduzisse a capacidade computacional, tornando-o assim mais lento e estúpido ainda!…

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  20. Nina permalink
    11 Dezembro, 2010 01:25

    Concordo em absoluto com JMF. Este Assange é um louco, basta ouvi-lo com atenção. Só pretende que o circo pegue fogo. Deve ser julgado como um terrorista porque é isso que ele é. Mas a coisa é mais grave porque ele está a lançar um repto, qual lider psicopata de uma seita e tem um numero assustador de seguidores que acham que este proposito de escancarar os segredos estratégicos das organizações é legitimo. Isto não é jornalismo, o jornalismo serve de travão aos excessos da democracia. Este movimento pelo contrário pretende vulnerabilizar as organizações que são a base da nossa sociedade servindo um proposito puramente anarquista. Se as pessoas não perceberem isto os estragos podem ser terriveis. Prezo muito a liberdade de informação mas mal de nós se ela está acima da lei.

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  21. Nina permalink
    11 Dezembro, 2010 01:30

    Não sei do que têm saudades estas pessoas que dizem que a liberdade de expressão está a morrer, se das feras do tempo dos romanos, se das fogueiras, se dos apedrejamentos, mas concerteza de alguma coisa devem ter saudade….

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  22. nina permalink
    11 Dezembro, 2010 01:36

    Eu prefiro claramente a democracia encapotada, sobretudo porque duvido que exista forma de a democracia não ser encapotada, a não ser na perspectiva irrealista e idealizadora de algumas pessoas que nunca tentaram governar coisa nenhuma.

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  23. Carlos permalink
    11 Dezembro, 2010 02:28

    Caro José Manuel Fernandes,

    Quando o Publico difundiu as noticias que um governante português divulgou a lista de agentes secretos não estava a fazer exactamente a mesma coisa que o Assange?

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  24. 11 Dezembro, 2010 05:00

    O assange só merece respeito quando divulgar a “diplomacia” Russa, Chinesa, Iraniana, Sudanesa, Cubana, etc…………..
    Tem muito por onde escolher.
    Até agora, os grandes defensores do assange são tb os desculpabilizadores ou branqueadores (ou defensores!!!) das tiranias mais sanguinárias do Planeta.
    Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és……diz o “nosso” povo.
    é o mesmo que chamar democrata a Fidel…ou Hu Jintao…ou aos Ayatollahs…ou ao Omar Beshir.
    jmf coloca muito bem a questão.

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  25. 11 Dezembro, 2010 06:56

    Porque é que a Wikileaks não revela isto?:
    http://www.persecution.org/2010/12/09/38-children-injured-after-police-open-fire-on-protesters-in-egypt/

    Isto, sim, era um grande contributo para a defesa da Liberdade de Expressão e Informação e dos Direitos Humanos!
    Aplica-se o mesmo aos sectários, xenófobos e preconceituosos “media” que de um modo geral controlam a informação em Portugal e na Europa.
    Não podem dizer a verdade sobre o carácter bárbaro do islão!!!
    Felizmente, nos USA não é assim..e.há algumas excepções na UE.
    Estes “jornalistas” de ideias da pedra lascada só abrem os olhos quando sentirem na pele as chicotadas que o islão gosta de aplicar em público….

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  26. tina permalink
    11 Dezembro, 2010 10:29

    O que é interessante é ver quantos agora defendem Assange e quantos o defenderiam caso as suas fugas de informação causassem problemas ao Ocidente, como por exemplo, a manipulação de contas bancárias, o roubo de identidades, etc. Nessa altura, Assange deixaria de ser herói e passaria a ser um criminoso.

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  27. LM r permalink
    11 Dezembro, 2010 10:55

    Nem sei bem de onde vem essa certeza de que o homem é de esquerda (aparte uma inclinação para nos atribuírem tudo aquilo que detestam). Mas a acusação de que ele não tem revelado segredos chineses ou iranianos é, pura e simplesmente, mentira.

    http://213.251.145.96/cable/2007/03/07BEIJING1760.html
    http://www.guernicamag.com/blog/1155/wikileaks_nuclear_accident_in/

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  28. 11 Dezembro, 2010 14:20

    “outra coisa é fingir que Julian Assange é um campeão da liberdade”
    … errr… parece que é…
    http://lishbuna.blogspot.com/2010/12/recordar-e-viver-xxii-hilaria-during.html

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  29. 11 Dezembro, 2010 14:58

    jmf1957 tem dias! Uns são maus, outros piores um pouco.

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  30. hajapachorra permalink
    11 Dezembro, 2010 15:43

    Esse atrasado mental vai conseguir acabar com a internet como a conhecemos, para grande felicidade do ‘historiador’ Pacheco Pereira. Os americanos vão fazer um grande apagão na rede e depois os jornalistas, esses grandes inteligentes’, acabarão dando vivas aos ‘activistas’ da greta sem garbo.

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  31. ti miguel antonio permalink
    11 Dezembro, 2010 16:54

    A democracia e a liberdade só são práticas políticas aceitáveis quando não beliscão o poder? Não são válidas quando descobrem a”careca” às elites políticas, económicas dos regimes? Estamos na era da informação e se não temos capacidade critica de questionar donde e como vem e se não temos a humildade cultural de confrontar os emissores e os diferentes receptores da mensagem, aprendendo com eles, então não vale a pena. As diferentes ideias face a estas e outras temáticas é o que enriquece o blogue. Não me parece democrático, nem jornalisticamente correcto é que se tenham atitudes a favor da liberdade de expressão e estar contra a WikiLeaks, como fonte de informação credivel..

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  32. 11 Dezembro, 2010 18:06

    O senhor JMF continua a desinformar. Não percebeu ou finge que não percebeu que o Wikileaks apenas coloca na rede o que lhe chega às mãos e ao contrário do que JMF afirma já colocou documentos de países que não os EUA ou as supostas democracias ocidentais; é óbvio que se nos países que JMF dá como exemplo não existir quem denuncie e envie documentos para o wikileaks ou cryptome ou openleaks ou…. é óbvio que estes projectos não os vão inventar. Quanto a Assange achar que se vive em Estados de líderes conspiradores e como tal longe da democracia tantas vezes apregoada, basta olhar para o que se vai passando com as trafulhices da Banca para perceber quem manda, o caro JMF talvez devesse ver o documentário que ainda anda por aí nos cinemas, Inside Job, ou quem sabe ler o que o mentor de Bill Clinton, Carrol Quigley do CFR afirmou sobre esse ‘exemplo’ de democracia que são os EUA (as suas administrações, sim pq faço distinção dos cidadãos que são tão enganados qto nós por cá) de quem JMF tanto gosta.

    “The argument that the two parties should represent opposed ideals and policies, one, perhaps, of the Right and the other of the Left, is a foolish idea acceptable only to the doctrinaire and academic thinkers. Instead, the two parties should be almost identical, so that the American people can “throw the rascals out” at any election without leading to any profound or extreme shifts in policy. “- Carrol Quigley, Tragedy and Hope

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  33. Gol(pada) permalink
    11 Dezembro, 2010 19:08

    É claramente o mundo ao contrário.
    De outros tentarem matar o mensageiro não me surpreende, mas JMF deixa cair a máscara e no fim contradiz-se:
    “Isto não significa deixar de noticiar os segredos revelados sempre que estes forem de interesse público, antes conhecer o terreno (minado) que se pisa.”
    Em que é que ficamos?!?

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  34. Nina permalink
    11 Dezembro, 2010 20:31

    Parece-me que a grande confusão, que faz com que grande parte das pessoas defenda este paranoico do Assange é não perceber o paradoxo do Jornalismo, que é revelar os segredos do mundo sem nuna poder revelar os seus próprios segredos, ou seja, as suas fontes. É claro que o jornalismo precisa de fontes, e que estas fontes são muitas vezes traidores de várias ordens, mas isso é algo que deve estar na sombra, não tem como não estar na sombra. O que a Wikileaks propõe é escancarar as fontes, o que em limite é a destruição do próprio jornalismo.

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  35. Nina permalink
    11 Dezembro, 2010 20:36

    Parece-me que a grande confusão, que faz com que grande parte das pessoas defenda este paranoico do Assange é não perceber o paradoxo do Jornalismo, que é revelar os segredos do mundo sem nuna poder revelar os seus próprios segredos, ou seja, as suas fontes. É claro que o jornalismo precisa de fontes, e que estas fontes são muitas vezes traidores de várias ordens, mas isso é algo que deve estar na sombra, não tem como não estar na sombra. O que a Wikileaks propõe é escancarar as fontes, o que em limite é a destruição do próprio jornalismo.

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  36. Rui Moreira de Sá permalink
    12 Dezembro, 2010 01:14

    O que diria George Orwell? Como recorda hoje Clara Ferreira Alves, no Expresso, ainda não há muito tempo Hillary Clinton dava conselhos à China sobre a liberdade na Net e como as democracias liberais devem ser abertas a este tráfego de informações, sem excepções. A Sra Clinton falava do Google. Quando Assange divulgou provas de corrupção no Quénia, ou a decisão de um membro do grupo islâmico na Somália c ligações à Al-Qaeda, ninguém se escandalizou. Bastaram meia dúzia de verdades q todos sabíamos, e q não desonram os q as assinaram, p ficar tudo em polvorosa. Mas concordo consigo num ponto: o WikiLeaks é uma ameaça à ordem estabelecida há séculos ( embora se limite a confirmar o q se suspeitava) e q o australiano é um anarquista q gosta de subverter o estado das coisas contando a verdade q lhe é transmitida através de documentos. Tal como quer, podem silenciar Assange, mas ele terá mil discípulos a substitui-lo e dissidentes a enviarem segredos. A Internet mudou o paradigma: criou uma nova matriz, um novo Estado, anárquico e subversivo. Tudo mudou.

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  37. bardino permalink
    12 Dezembro, 2010 18:27

    Blasfémia!

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