Os senhorios parasitas e a senhoria que não se enxerga

«A Câmara de Lisboa está disposta a pagar 430 mil euros para libertar cinco parcelas de terreno ocupadas por antigos armazéns junto ao Campo das Cebolas. Objectivo: instalar neste quarteirão um silo automóvel e outro equipamento, que poderá ser uma creche. Apesar das várias diligências judiciais que levou a cabo nos últimos anos, a autarquia nunca conseguiu que os arrendatários dos armazéns se fossem embora, uma vez que os seus contratos têm décadas de existência e continuam em vigor. » Se em vez de uma autarquia mais a mais dirigida por um socialista o senhorio fosse um privado esta notícia seria redigida doutro modo, com muitas acusações de violação de contrato, tentativas de cassar alvarás aos inquilinos  para lá de interesses vários. Mas isso é com os senhorios parasitas. Quando o senhorio é a CML o parasitismo desvanece-se.  Por fim não sei se o Campo das Cebolas é o local adequedo para se instalar um parque de estacionamento. Acredito que sim e como o Campo das Cebolas não deve ser chão sagrado como acontece com a zona do Chiado alimento a  esperança que os clones do’ Zé que fazia falta e agora já não faz’ não comecem no desatino do costume.

O que tenho dificuldade em entender é o “outro equipamento, que poderá ser uma creche“.  A CML tem prédios devolutos em toda a cidade onde pode fazer creches. Mesmo na Baixa o que não lhe falta são espaços municipais para fazer creches. Pode até comprar edifícios e recuperá-los para fazer creches. Pode usar outros pelos quais deu fortunas e que estão semi-ocupados (apesar de terem sido anunciados como um choque vitamínico) e instalar lá creches e o que mais lhe apetecer. O que não vejo é qualquer necessidade de construir ali mais uma edifício para fazer a dita creche.