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Medidinhas

16 Dezembro, 2010

Das 50 medidas propostas pelo governo, quase nenhuma se aproveita. Caem quase todas num dos seguintes casos:

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medidas que criam burocracia e concedem poderes arbitrários aos decisores públicos: “Apoiar a criação e desenvolvimento de empresas de natureza inovadora e orientadas para os mercados de exportação”

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medida é um intervencionismo para corrigir outro intervencionismo: “Rever os mecanismos de formação de preços de bens e serviços essenciais à indústria”; “criação de condições para o acompanhamento de desempregados a 50.000 entrevistas a ofertas de emprego”

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medida ignora princípios básicos da economia de mercado (quase todas)

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medida não tem qualquer efeito prático relevante: “Incentivar modelos, nomeadamente associativos, de escoamento da oferta nacional, em especial no sector agrícola”; “Promover a contratação colectiva de trabalho, devendo o Governo fazer todas as diligências para a sua efectividade.”

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medida implica transferências de uns agentes económicos para outros via impostos: “Reforçar o apoio aos seguros de crédito comercial”; “Reforço do incentivo fiscal à internacionalização”

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medida propõe excepções legais justificados com boas intenções: “alargamento do regime dos projectos de Potencial Interesse Nacional (PIN) aos investimentos das PME para projectos superiores a 10 M€”

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medida dá um novo nome a um procedimento burocrático: “SIMPLEX Exportações”,“Balcões do Empreendedor”, “Licenciamento Zero”, “Dossier Electrónico da Empresa”

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medidas que consistem em adoptar medidas: “Adoptar medidas que visem melhorar a articulação entre a oferta de formação profissional e as necessidades presentes e futuras do mercado de trabalho”.

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medidas que anunciam que se vai fazer mais uma lei de contornos indefinidos: “Apresentar, até ao final do 1.º trimestre de 2011, uma proposta de lei que simplifique e torne rápidos e eficazes os procedimentos necessários para o senhorio poder obter a entrega do seu imóvel livre e desocupado perante o incumprimento do contrato de arrendamento, garantindo os direitos dos senhorios e salvaguardando de forma adequada os direitos dos arrendatários”

25 comentários leave one →
  1. Francisco Flórido's avatar
    16 Dezembro, 2010 00:32

    Super

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  2. João Paulo Magalhães's avatar
    João Paulo Magalhães permalink
    16 Dezembro, 2010 00:56

    Curto. Sucinto. Eloquente. Excelente.

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  3. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    16 Dezembro, 2010 01:03

    o sr Amado, do palácio das necessidades, já se demitiu ou ainda não leu o El País?

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  4. João's avatar
    João permalink
    16 Dezembro, 2010 01:11

    O ‘eduquês’ aplicado à economia
    Cada vez é mais evidente que os socialistas não falam como as outras pessoas. Tal como no ensino, onde encheram o sistema com uma linguagem oca, redonda e pouco precisa, vulgo ‘eduquês’, também na economia estão a dar largas à sua fértil imaginação povoando essa área com expressões que não querem dizer rigorosamente nada. Exemplo disso são as medidas hoje aprovadas para estimular a economia:
    – Incentivar modelos, nomeadamente associativos, de escoamento da oferta nacional, em especial no sector agrícola;
    – Promover a contratação colectiva de trabalho, devendo o Governo fazer todas as diligências para a sua efectividade;
    – Promover a negociação colectiva nas matérias em apreço, permitindo uma maior aceitação e consensualização das medidas concretas que venham a ser adoptadas em cada empresa.
    – Dinamizar a criação de áreas de reabilitação urbana, especialmente em zonas de intervenção prioritária, e apoiar o lançamento dessas operações, em colaboração com a Associação Nacional dos Municípios Portugueses;
    – Valorizar a facturação enquanto forma de combate à fraude e à evasão fiscal.
    Nenhuma destas medidas pode ser aferida e daqui a 6 meses ninguém saberá se o Governo incentivou, promoveu, dinamizou, ou valorizou seja o que for. Trata-se daquilo a que vulgarmente se chama o ‘verbo de encher’, e que apenas têm como propósito fingir que se faz. Nada mais do que isso.

    http://lisboa-telaviv.blogspot.com/2010/12/o-eduques-aplicado-economia.html

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  5. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    16 Dezembro, 2010 01:44

    Medida é a dimensão de um conjunto, estruturado ou não.

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  6. James's avatar
    16 Dezembro, 2010 04:33

    Já mão consigo ouvir todos estes «ignorantérrimos» a ‘falajar’ de medidas..
    Porque é que não vão medir as barriguinhas demasiado gordas que (quase) todos têm, não deixam de comer tanto, e depoix vêm contar ?

    **enojado/enjoado**

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  7. James's avatar
    16 Dezembro, 2010 04:35

    *mão = não*, temos pena, typo …

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  8. o anão gigante's avatar
    16 Dezembro, 2010 04:38

    Foi tudo dormir e ninguém viu as últimas. Os voos.

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  9. Pinto's avatar
    Pinto permalink
    16 Dezembro, 2010 06:05

    Para mim a melhor:

    medidas que consistem em adoptar medidas: “Adoptar medidas que visem melhorar a articulação entre a oferta de formação profissional e as necessidades presentes e futuras do mercado de trabalho”.

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  10. Pinto's avatar
    Pinto permalink
    16 Dezembro, 2010 06:07

    Que é que têm os voos?

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  11. Guillaume Tell's avatar
    Guillaume Tell permalink
    16 Dezembro, 2010 08:14

    Ao menos o Governo fez o seu trabalho (não digo necessariamente que é bom ou não mas pronto… lá o fez).

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  12. António Carlos's avatar
    António Carlos permalink
    16 Dezembro, 2010 08:54

    “Ao menos o Governo fez o seu trabalho”
    Trabalhar para aquecer!

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  13. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    16 Dezembro, 2010 10:41

    Falta só pôr a foice e o martelo na bandeira nacional.

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  14. Antonio Maria's avatar
    Antonio Maria permalink
    16 Dezembro, 2010 11:10

    Desculpem o vernáculo:
    MEDIDINHAS = MERDIDINHAS

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  15. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    16 Dezembro, 2010 11:18

    As medidas provavelmente são boas. Estava lá o João Proença da UGT a dar o seu apoio!

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  16. A C da Silveira's avatar
    A C da Silveira permalink
    16 Dezembro, 2010 11:49

    Mais uma vez a montanha pariu um rato. O governo podia anunciar 5, 8, 17 medidas uteis para serem implementadas, mas não, tiveram que ser 50(!!!) para fazer a propagandazinha do costume, e ficar tudo na mesma. Numa altura em que o país precisa de um governo serio, que tome medidas que ajudem efectivamente a resolver os problemas, temos mais do mesmo. E o mais grave, é que ninguem denuncia isto. Os do costume, lá foram às tvs dar a mãozinha ao amigo Socrates.
    Defendi neste blog há dois dias, que se Cavaco for eleito deve presidencializar o regime, pôr o Socrates em sentido porque o governo é minoritario, o que dá campo de manobra ao PR para influenciar a escolha dos ministros numa remodelação que terá que ser feita depois das presidenciais; e exigir presidir ao conselho de ministros .E o 1º ministro ou aceita esta situação, ou vai pra rua. Portugal não aguenta mais este regabofe socialista.
    Se antes estava convencido que esta solução será a melhor para o país, depois do que se passou ontem, fiquei sem duvidas absolutamente nenhumas. Este governo vive na estractoesfera.

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  17. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    16 Dezembro, 2010 12:01

    “Se antes estava convencido que esta solução será a melhor para o país, depois do que se passou ontem, fiquei sem duvidas absolutamente nenhumas.”
    .
    .
    Mas o que se passou ontem? Os opinion makers foram elogiar o Sócrates nas TVs?

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  18. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    16 Dezembro, 2010 12:09

    A diferença entre Portugal e o RU é esta: uns governam outros fingem que governam, para depois fazer a propaganda do costume.
    .
    .
    “CORTE DA DESPESA
    .
    Reino Unido vai despedir 100 mil funcionários públicos.
    .
    In http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1736451
    .
    .
    Por cá, só propaganda, propaganda e mais propaganda.

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  19. será's avatar
    será permalink
    16 Dezembro, 2010 12:16

    Podia começar pelos prof.s do ensino dito superior. já ultrapassaria os cem mil f.p.s do RU! e a seguir despedir os ditos formadores, que devem já começar a pensar em mudar de vida…

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  20. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    16 Dezembro, 2010 12:34

    São medidas mais Estado ou seja pró-corrupção como seria de esperar.

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  21. Pedro's avatar
    Pedro permalink
    16 Dezembro, 2010 13:52

    Estamos tramados.

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  22. Centrista's avatar
    Centrista permalink
    16 Dezembro, 2010 19:04

    Tenho uma melhor: tendo em conta que a região de Lisboa é responsável por mais de 100% do défice da balança comercial portuguesa (ou seja, as outras regiões são superavitárias), ou se promove a secessão desta região sanguessuga, ou se aumenta lá o IVA para 30%, o ISP, etc., de forma a conter a continuo delapidar de recursos portugueses. A redução dos salários dos funcionários públicos já foi um bom começo.

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  23. Centrista's avatar
    Centrista permalink
    16 Dezembro, 2010 19:05

    Despedir os 200’000 funcionários públicos em Lisboa que estão a fazer que fazem nos ministérios, também não era má ideia.

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  24. Fincapé's avatar
    Fincapé permalink
    16 Dezembro, 2010 20:50

    Os ministérios são alguma espécie de robots que eu não conheça?

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