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Os bons velhos tempos*

21 Janeiro, 2011

Um grupo de empresários resolveu patrocinar um projecto designado Farol do qual fazia parte um inquérito aos portugueses. O resultado do inquérito foi aparentemente inesperado: 46 por cento dos inquiridos consideraram o actual cenário económico e social pior, ou muito pior, do que aquele que se registava há 40 anos, ou seja, antes do 25 de Abril; 74 por cento acha que o Estado deve contribuir sempre para a competitividade e o desenvolvimento de Portugal; e mais de metade, 54 por cento, diz que não estaria disposto a lançar um negócio próprio. Ou seja, de repente estava diante de nós um país que, tal como há 40 anos, parece continuar a não dar valor à liberdade política, que acha que o Estado deve ter um papel activo na economia e em que, para cúmulo, até o passar a ser patrão de si mesmo deixou de ser, como foi há 40 anos, um sonho de ascensão social que levou milhares de portugueses dotados de poucas habilitações e muita vontade de romper a pobreza familiar a erguerem empresas por todo o país e nos locais para onde emigraram.

Uma vaga sensação de incómodo acompanhou estes resultados. Quase como aquele remorso que se instala nos jornais sempre que se constata que faleceu um dos capitães que nos idos de 74 deu a voz pelo MFA e que com o tempo foi ficando esquecido. Mas dificilmente os resultados podiam ser outros, pois a democracia assentou o seu discurso fundacional não em como poderíamos ser um país mais rico, mas sim no combate à desigualdade e aos ricos, desígnio que pode satisfazer ímpetos justiceiros e alguma inveja, mas que nunca fez dos pobres menos pobres. Todo o esforço da democracia foi concentrado não em promover a livre iniciativa, mas sim em fazer dos portugueses utentes de serviços públicos que legitimavam o seu crescimento através desse combate à desigualdade. Consequentemente, o Diário da República transformou-se num novo Génesis de algo a que chamou justiça social: decretos, leis e portarias construíram um edifício legal que durante muito tempo nos disseram ser dos mais avançados do mundo, em que tudo e mais alguma coisa se pro- metia e garantia. Era como se bastasse escrever para ter. Não bastava, como agora se vê.

Esse discurso fundador do regime pós-74 desenvolveu-se em duas linhas preferenciais de argumentos: a demonização do passado e a promessa de crescentes benesses materiais. Naturalmente, quando estas últimas falham, o olhar sobre o passado altera-se. E assim o imenso período geralmente designado como “antes do 25 de Abril”, sobretudo o dos governos de Marcelo Caetano, está para os portugueses como a Natureza para aqueles desiludidos da abundância que um dia trocam a civilização por aquilo que eles acham ter sido a saudável vida doutros tempos e que acabam a ter de ser resgatados mais mortos do que vivos dumas situações de risco em que ingenuamente caem.

Como é óbvio, os portugueses não viviam melhor há 40 anos. Há 40 anos os portugueses viviam com o que tinham. E que era geralmente pouco, porque pouco se tinha e também porque mesmo nos meios onde o dinheiro abundava a regra de vida era austera. Há 40 anos os portugueses sabiam que viviam um pouco melhor do que a geração dos seus pais e tinham como inquestionável que os seus filhos e netos viveriam melhor do que eles. Há 40 anos os por- tugueses achavam que “o Marcelo” dava reformas, escolas, estradas e criticavam-no por não dar mais. Como se o dinheiro desse dito “dar” não saísse do bolso dos portugueses.

Quarenta anos depois, os portugueses mantêm viva a mesma separação entre o dinheiro dos seus impostos e aquilo que os governantes decidem. Em alguns casos mantêm até uma linguagem igual àquela que se usava há 40 anos – ainda esta semana uma secção local de um partido, no caso do PS, mas podia ser outro qualquer, distribuiu um folheto onde se congratula porque uma autarquia por si presidida “presenteou” uma determinada freguesia com uma biblioteca. “Presenteou”? Há 40 anos não se escreveria doutro modo!

Os governos dão e os povos acham que eles podem dar mais. E ameaça-se com contestação porque os governos estão a tirar o que tinham dado. É neste logro do dar e do tirar que temos passado as últimas décadas. Foi necessário chegar-se a 2010 e à respectiva crise para que se estabelecesse uma relação entre a coluna do deve e a coluna do haver na nossa concepção do Estado. Mas trata-se ainda duma relação ténue e sobretudo coluna alguma relaciona por enquanto as decisões de cada um e a situação do país. E contudo essa relação tem de ser estabelecida, pois, ao contrário do que sucedia há 40 anos, os portugueses têm hoje acesso a informação mais do que suficiente para terem consciência de que usufruem de um padrão de vida muito superior ao daqueles que os antecederam mas que sabem estar muito acima das suas posses reais. Sabem também que os seus filhos irão viver pior, quanto mais não seja porque vão ter de pagar por largos anos aquilo de que os pais usufruíram. Os filhos e os netos de quem teve emprego blindado para toda a vida, mesmo que não trabalhasse nada, são agora eternos trabalhadores a recibos verdes, sem direito a subsídio de desemprego e, para cúmulo, obrigados a descontar para uma segurança social cujos recursos não são suficientes para cobrir todo o pacote de garantismos que se consideraram inerentes à democracia.

Desta traição geracional não é apenas responsável quem nos governou e governa nos últimos 40 anos, mas todo um povo que se desresponsabilizou na ditadura e na democracia de cada vez que fez de conta que acreditava que os governantes davam e que achou que aquilo a que chamavam os seus direitos seria pago por quem calhasse, quando calhasse e na forma que calhasse. Mas as facturas, sobretudo as dos pobres, caem sempre na respectiva caixa do correio. E quando o destinatário já não reside lá fica ao cuidado dos seus filhos.

Os bons velhos tempos nunca existiram. Tal como nunca existiu o bom jornalismo de outrora, que, na verdade, se traduzia nuns textos presunçosos e dogmáticos. Tal como nunca existiram as pessoas cheias de saúde do antigamente, que, na realidade, apenas tinham muita saúde porque morriam cedo. O que existe é o tempo que nos coube e em que, como de costume, preferimos efabular sobre o passado a interrogarmo-nos sobre que presente estamos a construir.
*PÚBLICO

47 comentários leave one →
  1. dürer's avatar
    dürer permalink
    21 Janeiro, 2011 10:43

    Isto é maldade. É só para nos deprimir. Mas alguém no seu juízo perfeito acha que estamos pior do que há 40 anos? Tenham lá pachorra mas para este peditório não dou.

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  2. campos de minas's avatar
    campos de minas permalink
    21 Janeiro, 2011 11:03

    «Tal como nunca existiram as pessoas cheias de saúde do antigamente, que, na realidade, apenas tinham muita saúde porque morriam cedo»
    morria-se cedo por que as pessoas levantavam-se cedo para trabalharem nos campos e muitas eram atropeladas por tractores agrícolas sem faróis para poupar no gasóleo devido à política de poupança então vigente.

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  3. joao's avatar
    joao permalink
    21 Janeiro, 2011 11:16

    o problema não é o desabafo, o problema é que as pessoas acreditaram e acreditam piamente que a nossa vida melhora se o Estado legislar no sentido de reduzir a pobreza, proteger o investimento privado com subsidios e garantias, planificar a economia, manter regalias para todos etc…à custa de uma carga fiscal insuportável……Hoje infelizmente alguns milhões de portugueses estão mais pobres e a aprender que afinal não é bem assim…

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  4. O Raio's avatar
    21 Janeiro, 2011 11:27

    “a democracia assentou o seu discurso fundacional não em como poderíamos ser um país mais rico, mas sim no combate à desigualdade e aos ricos”

    O problema não é este, o problema é outro.

    O problema é que a adesão à UE falhou e falhou redondamente e, como muitos que a apoiaram ainda estão na política activa, não se pode falar deste falhanço, então mandam-se os problemas para cima do cidadão português, é gastador, não paga as dívidas, só quer telemóveis, não trabalha, etc., etc.
    E, mais, devido aos erros que estes cidadãos cometeram os seus filhos e netos vão ter uma vida miserável.
    Quando temos um incapaz como o Passos Coelho (que nem tem culpa da adesão mas que a apoia) dizer que consertar o descalabro actual leva pelo menos doze anos e isto depois de há mais de dez anos estarmos em crise e, antes disso termo-nos sacrificado para poder entrar no Euro (que seria o paraíso) qual o espanto de ver as pessoas em bloco a rejeitarem a situação actual?

    É que antes do 25 de Abril, Portugal tinha aderido à EFTA e a economia portuguesa tinha reagido muito bem a esta adesão com o PIB português a subir a dois dígitos.

    O país era muito mais miserável do que actualmente mas as pessoas sentiam que eram donas do seu destino e, havia miséria mas cinco anos antes ela era maior e dez anos antes muito maior. Ninguém duvidava que mais uns dez ou quinze anos e estaríamos a par da média europeia.

    Mas agora, não duvidamos que nunca atingiremos a média europeia e sentimos que não somos donos do nosso destino, sentimos (e com razão) que o nosso destino está nas mãos de Bruxelas, Frankfurt, dos mercados e sei lá que mais.

    Qual no espanto que se tenham saudades das épocas antes do 25 de Abril?

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  5. PMP1's avatar
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    21 Janeiro, 2011 11:53

    Portugal enfrenta uma crise ideológica profunda, que se prende com dois falhanços :
    a) O Estado falhou porque apostou no despesismo, no compadrio e nas obras públicas, mas não consegue prestar serviços de saúde, ensino, justiça de qualidade. O Estado falhou porque não conseguiu encontrar as formas correctas de aplicar os subsidios europeus para a agricultura e para a industria.
    b) O sector privado falhou porque não conseguiu vencer a concorrência esmagadora resultante da globalização e não se apercebeu do problema gravissimo que é ter uma moeda forte, politica implementada a partir de 1993.
    .
    Continua a existir a ideia mitica de que Portugal se vai desenvolver apenas com uma intervenção minima do Estado na economia, desvalorizando as chamada “Politicas Industriais”, quando não existe praticamente nenhum caso no mundo em que isso tenha acontecido.

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  6. pardal's avatar
    pardal permalink
    21 Janeiro, 2011 11:57

    A este comentário tiro o chapéu!

    “Tal como nunca existiram as pessoas cheias de saúde do antigamente, que, na realidade, apenas tinham muita saúde porque morriam cedo»
    morria-se cedo por que as pessoas levantavam-se cedo para trabalharem nos campos e muitas eram atropeladas por tractores agrícolas sem faróis para poupar no gasóleo devido à política de poupança então vigente.”

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  7. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    21 Janeiro, 2011 12:21

    Magnífico, este texto de Helena Matos. Parabéns!

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  8. tina's avatar
    tina permalink
    21 Janeiro, 2011 12:24

    “Mas dificilmente os resultados podiam ser outros, pois a democracia assentou o seu discurso fundacional não em como poderíamos ser um país mais rico, mas sim no combate à desigualdade e aos ricos, desígnio que pode satisfazer ímpetos justiceiros e alguma inveja, mas que nunca fez dos pobres menos pobres.”

    Perfeito, verdadeiramente inspirado!..

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  9. tina's avatar
    tina permalink
    21 Janeiro, 2011 12:27

    “e muitas eram atropeladas por tractores agrícolas sem faróis para poupar no gasóleo”
    .
    hahahahaha, as pessoas acreditam em cada coisa!…

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  10. cidadão comum's avatar
    cidadão comum permalink
    21 Janeiro, 2011 12:31

    vivemos pior ou melhor que antes do 25 de Abril ?
    Sim, vivemos. A sociedade portuguesa teve um grande desenvolvimento, sobretudo na era da entrada para o Euro, e também logo Após a era da entrada para o Euro, onde circulava muito dinheiro financiado pela comunidade europeia para o desenvolvimento de Portugal, que era considerado um pais que lhe faltava muitas bases para o seu desenvolvimento.
    Mas após estes anos, o financiamento para o desenvolvimento acabou, e com isso os fluxos de dinheiros comunitarios. Ficamos com melhores vias de comunicação, melhores condições de acesso ao crédito sem controlo eficaz por parte das autoridades competentes, aumento de salários sem a respeitar a produtividade e houve de facto um desenvolvimento exponencial muito grande…. sem bases sustentaveis para o futuro. A aposta em bens não transacionaveis durante os anos de fluxos monetarios vindos da união europeia não foram muito bem canalizados, contribuindo agora para a situação actual, onde as empresas e empresários não estão preparados para o mercado globalizado. Por isso o Pais importa mais que aquilo que exporta, tendo acumulado na balança de pagamento valores intressantes de deficit.
    Após este acumular de erros, é evidente que um salario antes do 25 de abril daria para pagar a renda de casa, pagar a comida e algumas despesas extras. As pessoas viviam com dificuldades, toda a gente sabe, mas sem pressão dos “MERCADOS”.
    eis a questão, valeu a pena ou não o 25 de Abril?

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  11. campos de minas's avatar
    campos de minas permalink
    21 Janeiro, 2011 12:42

    agora tirei a prova dos nove: a tina é mesmo loira!!!

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  12. vdk's avatar
    vdk permalink
    21 Janeiro, 2011 12:48

    Cara Helena,
    concordo completamente com o seu raciocinio, porém acho que devemos ser cautelosos quanto aos dados que utiliza como ponto de partida.

    li a notícia no Público sobre este estudo. Dado que o texto nao indicava pormenores como o tamanho e as caracteristicas da amostra, decidi procurar o estudo, porem sem sucesso.
    Nao sei o tamanho da amostra, a distribuicao dos respondentes em termos de idade e nivel socio-economico. Nao me admiraria que muitas das pessoas que respodenram eram demasiado novas para saberem de facto como era a vida nessa altura.

    Mas mesmo as que se lembram, ou viveram nessa altuta tem memoria curta.
    Penso sempre nas pessoas que criticam a chamada “era do betao e do asfalto” do Prof. Cavaco. Independentemente de falhas e exageros que tenham sido feitos nessa altura, as pessoas esquecem-se do pais que existia, completamente sub-desenvolvido em termos estruturais (e nao só). Do tempo que demorava a ir de carro de Lisboa ao Porto, por exemplo.

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  13. Carlos III's avatar
    Carlos III permalink
    21 Janeiro, 2011 13:21

    “…do tempo que demorava a ir de carro de Lisboa ao Porto, por exemplo”. Essa evolução,sobretudo na sua versão material e técnica, verificar-se-ia sempre qualquer que fosse o regime político.

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  14. Piscoiso's avatar
    21 Janeiro, 2011 13:21

    Ora vamos a contas:
    “46 por cento dos inquiridos consideraram o actual cenário económico e social pior, ou muito pior, do que aquele que se registava há 40 anos” lê-se na posta.

    Isso que dizer que os inquiridos eram de sexagenários para cima.
    Um sexagenário, qualquer sexagenário de qualquer época ou país, de-certo achará que aos 20 anos vivia melhor.
    Parabéns!

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  15. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    21 Janeiro, 2011 14:11

    A cultura que nasceu com o 25 de Abril foi uma cultura de Estatismo Reforçado.
    Quando não é possível escolher – ou seja não se tolera a diferença – constrói-se uma sociedade amorfa.
    Logo empregadedorismo em vez de empreendedorismo, todos querem ser empregados poucos querem ser patrões.
    E estuda-se para tirar um curso, não para saber algo que sirva os outros. Algo que sirva outros é a economia. Se não sabemos, fazemos nada que interessa aos outros não há economia.
    Para ajudar neste caminho todos os Governos reforçaram o poder do Estado. Basta recordar recente aumento de impostos que PSD deu ao Governo PS…

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  16. Pi-Erre's avatar
    Pi-Erre permalink
    21 Janeiro, 2011 14:11

    Tá visto que o Piscoiso é um sexagenário de qualquer época.

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  17. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 14:27

    Calma, pessoal. Se o Cavaco ganhar, daqui a 5 anos estamos muito melhor. Se o Alegre ganhar, daqui a 5 anos estamos a viver como na Noruega. Se daqui a 5 anos o Chico ganhar, estaremos como em Cuba: um paraíso na saúde. Se o Nobre ganhar daqui a 5 anos estamos todos a fazer campismo nos Himalaias. Se o Moura ganhar, daqui a 5 anos estamos todos na praia de Moledo. Se o Coelho ganhar, daqui a 5 anos estamos todos na reforma.
    .
    .
    Não sejam assim. Antes do 25 de Abril ainda havia esperança. Agora ela morreu. ehehhehheheh
    .
    .
    PM A nossa direitinha que olhe para o aéreo e para o ouro… Fechem os olhos e respirem fundo…

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  18. Gol(pada)'s avatar
    Gol(pada) permalink
    21 Janeiro, 2011 14:31

    “e muitas eram atropeladas por tractores agrícolas sem faróis para poupar no gasóleo”
    hahahahaha!!!
    É a piada do ano.hahahaha!!!
    .
    O que não é piada é que comparativamente o ordenado era MELHOR.
    Merda pra este Euros que esfumam-se entre os dedos.
    Hoje só a Presidência deste Circo custa 16 milhões ano, mais 7 milhões que os Reis de Espanha.
    São Quadrilhas Organizadas!!!

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  19. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 14:31

    É este gajo que quer ser Presidente de Portugal? lololololololol
    .
    .
    “O candidato presidencial Cavaco Silva afirmou hoje que em alternativa aos cortes salariais o Governo poderia ter criado “um imposto extraordinário para todos os portugueses acima de um certo rendimento”.”
    .
    In http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=464359
    .
    .
    Os carneiros que votem nele, votem. Pffff!

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  20. Fredo's avatar
    Fredo permalink
    21 Janeiro, 2011 14:44

    “É este gajo que quer ser Presidente de Portugal? lololololololol”
    Os carneiros vão mesmo votar nele.
    Mas o que é mais triste é que os imbecis, que são muitos mais, também vão todos votar nele.

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  21. Piscoiso's avatar
    21 Janeiro, 2011 14:44

    Caro Pierre, mais um tiro ao lado. Não sou sexagenário, mas se o fosse, não tem nada com isso.
    De resto, as pessoas na net não têm idade, nem sexo, nem nem.
    São bytes.

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  22. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 14:55

    A nossa direitinha deve estar petrificada. Os yields a 10 anos tugas não descem muito. Mas a bolsa tuga sobe. As taxas de juro americanas sobem mas o ouro não sobe, apesar da forte subida nas pressões inflacionistas. E, para cereja no bolo, até já há gajos a dizerem que é melhor fugirem dos emergentes, pois aquilo é perigoso. lololololol Se fugirem dos emergentes onde vão meter a pasta? Nas obrigações americanas não deve ser… Onde? Onde?
    .
    .
    A nossa direitinha, sofrega de leituras do Ambrósio e do bloguinho da moda, anda perdida. Já só podem levar o nosso andorzinho ao colo (sim, esse cromo que pede aumentos de impostos em vez de cortes salariais no funcionalismo público) e entretêm-se a bater no Sócrates. Mas ideias? Onde estão elas?
    .
    .
    Coitadinha da nossa direitinha. Vivem de leituras, é o que é. Glup!
    .
    .
    Ora aqui está o graficozinho que é interessante:
    .
    http://stockcharts.com/h-sc/ui?s=$TNX
    .
    .
    E o dólar senhores? Sim, essa verdadeira moeda, que simboliza o poder imperial americano. Sim, aquele bom, que até muitos nem sabem que é um poder com mais de 700 bases militares no mundo e até gozam mas depois engolem caladinhos? O dólar, esse, ameaça levar mais uma mocada na carola, não é verdade? Ao passo que o aéreo sobe. Sobe? Então não é uma moeda sob o espectro do colapso? Os irlandeses não andam a violar as leis da UE? Pois.
    .
    .
    Se a nossa esquerda é um desastre a nossa direitinha, sem o farol anglsaxónico, parece uma barata tonta. E eu antigamente ria-me dos parvalhões que diziam que a Rússia era o sol que alumiava o mundo. lolololololololol

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  23. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 15:08

    Ora, mais uma alfinetada na nossa direitinha leitora dos bloguinhos da moda:
    .
    .
    “Resposta da zona do euro para a crise é razoavelmente coerente, diz Fitch”
    .
    In http://economia.estadao.com.br/noticias/economia+internacional,resposta-da-zona-do-euro-para-a-crise-e-razoavelmente-coerente-diz-fitch,51902,0.htm
    .
    .
    Ora aqui está uma noticia interessante que em Portugal não quiseram mostrar aos portugueses.
    .
    .
    Agora tornou-se moda em Portugal dizer mal do €uro, da Europa, dos nosso lideres europeus (O Obama então é um génio, não é? lolololololololol), de tudo o que seja europeu. Bom, bom são os gringos ou os chineses (embora aqui tenham medo do seu cada vez maior poderio). Europeus? Uma hóstia! lolololololol
    .
    .
    Enfim, em Portugal parecem baratas tontas. Perdidos, sem uma ideia do que vai mesmo por esse mundo fora, pela europa fora (até dizem que a Europa está em enorme crise!!!!) e tentam criar ordem no caos mental, lendo enlatados anglo-saxónicos anti-europa.
    .
    .
    É por isso que estas eleições presidenciais são o espelho de Portugal. Não se critique os candidatos porque eles são o espelho das nossas élites e opinion makers. Não se ponham de fora, porque se achais que havia melhor, ponham os vossos dinheiros na boca. Leia-se, poderiam ter-se candidatado também ao tacho.
    .
    .
    Perdidinhos. Perdidinhos. É por isso que o Sócrates, mesmo levando nas trombas da Merkel, vai-se safar. É o único que tem um porto como objectivo. E já sabemos, quando os demais não têm um caminho, todos os ventos lhes são adversos. lolololololol

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  24. campos de minas's avatar
    campos de minas permalink
    21 Janeiro, 2011 15:15

    psi-20 a valorizar,euro a valorizar, rating de portugal em breve para subir notação…só boas notícias para sócrates. e ainda falta a surpresa do défice de 2010,mas só lá para Março!

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  25. do lugar da azinhaga's avatar
    do lugar da azinhaga permalink
    21 Janeiro, 2011 15:20

    Por mais incrível que pareça, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista está a ocorrer neste preciso momento na Islândia e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação social passa informação sobre ela e as pesquisas no google quase que não produzem resultados. Em resumo, o silêncio total …

    E contudo, a natureza dos acontecimentos na Islândia é avassaladora: um povo que expulsa a direita no poder cercando pacificamente o palácio presidencial, uma “esquerda” liberal amorfa afastada também ela de “responsabilidades governativas” pois seguia as mesmas políticas que a direita, um referendo imposto pela população para saber se devia, ou não, reembolsar os bancos capitalistas que, com a sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% impondo o não reembolso e a nacionalização dos bancos e, a culminar este processo sob muitos aspectos “revolucionário”, a eleição a 27 de Novembro de 2010 de uma Assembleia Constituinte encarregada de redigir a nova Constituição, que incorporará agora a ira popular contra o capitalismo e as aspirações do povo a uma outra sociedade.

    Enquanto cresce em toda a Europa a cólera das populações, encostadas à parede pelo rolo compressor do capitalismo, esta situação revela-nos uma outra possibilidade, uma história susceptível de quebrar muitas certezas e, sobretudo, de dar às lutas que incendeiam a Europa uma perspectiva: a da reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população.

    Encontrará a seguir dois artigos sobre esta revolução que está em marcha, a fazer circular o mais amplamente possível pois não podemos contar com a maioria dos meios de comunicação social para o fazerem por nós.

    http://www.cadtm.org/Quand-l-Islande-reinvente-la

    http://www.parisseveille.info/quand-l-islande-reinvente-la,2643.html
    ________________________________________

    Tradução do BSP

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  26. do lugar da azinhaga's avatar
    do lugar da azinhaga permalink
    21 Janeiro, 2011 15:22

    vote na liberdade do humor, goze com os anafados do sistema.
    Sem medo, vote José Manuel Coelho.

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  27. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 15:50

    “psi-20 a valorizar,euro a valorizar, rating de portugal em breve para subir notação…só boas notícias para sócrates. e ainda falta a surpresa do défice de 2010,mas só lá para Março!”
    .
    .
    Exactamente. A nossa direitinha, perdida sob os alicerces do que lê lá fora, menosprezou muitas coisas. A começar pela determinação do Sócrates. E ele vai ter sorte. (Que é o azar dos portugueses.) Vai baixar o défice e até com alguma folga.
    .
    .
    As agências de rating são pró-ciclo. Batem nos mortes e fogem dos vivos. E tanto bateram em Portugal, que se o governo baixar o défice acima do previsto (e aposto como o vai conseguir) e as exportações subirem acima do previsto, se os consumidores portugueses mudarem de atitude e passarem a consumir produtos portugueses, se o turismo continuar a fortalecer-se (como o está a fazer e até beneficia do previsivel forte aumento dos custos de fazer turismo fora da Europa), se os capitais rumarem à Europa (como está a acontecer), o Sócrates, mesmo sendo um desastre, vai passar por cima da nossa direitinha e até essas agências terão que rever as suas perspectivas para a nossa divida soberana.
    .
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    Há uma coisa que é terrível para os portugueses mas vai beneficiar bastante o Sócrates. Os preços dos combustiveis. A queda no consumo destes não deve abalar a arrecadação de receitas, até porque, lá está, os pópós fazem parte do dia-a-dia da vida moderna. E poucos conseguem passar sem eles. E, só aqui, o governo vai encher-se de massa, muito acima do previsto.
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    Hoje o DE mostra alguns recados da Merkel ao nosso incompetente primeiro-ministro. Mas, tal como eu já tinha dito, o Sócrates pode ser nabo e ter um ministro das finanças que é um anedota, mas aprende rápido. Se o gajo decide tomar mais medidas, sobretudo daquelas que tenham impacto no tecido produtivo e no corte da despesa, cala a nossa direitinha (a a campanha do Cavaco é das mais desprezíveis que eu vi, num candidato dito de direita em Portugal), aplaca os estrangeiros e até agrada aos mercados. Depois… Depois canta vitória.
    .
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    O que propõe a nossa direitinha como alternativa? O PPC não diz uma para a caixa. O Cavaco é o candidato de direita mais desprezível que houve em Portugal, desde o 25 de Abril. (Basta ver que já defende o funcionalismo público, quer aumentos de impostos em vez de cortes na despesa, tanto diz que pode deitar o governo abaixo como é imprescindível a estabilidade política.)
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    .
    Aliás, a nossa direitinha, a dada altura, suspirava pelo FMI, crente que é melhor serem outros a decidir os nossos destinos que nós mesmo. Como não têm coragem de propôr alternativas suspiram pela vinda do FMI (a esse respeito até o tal ministro sombra das finanças do PPC, o tal Nogueira de Leite, disse aos americanos que era quase certo a intervenção externa, tal é a sua confiança no seu próprio país), para fazer aquilo que não são capazes de vender aos portugueses. Sim, essa gente que vota, não é verdade?
    .
    .
    Ou em alternativa, a nossa direitinha batia na Europa, no €uro, no BCE, etc. porque é incapaz de ter uma ideia firme do que é preciso para Portugal. Sonham com milagres externos para resolverem problemas internos. lolololololol
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    Como é que os comunas do PCP e do BE não vão ter uma vitória no Domingo? Se a nossa direitinha tem um candidato destes? Se está perdidinha, algures entre a falta de coragem de propôr medidas e o caos mental que é ordenado sob a batuta anti-europa?
    .
    .
    O Sócrates é um desastre. Mas é o único que tem um caminho definido. Tem determinação. É teimoso. E depende do sucesso contra a chegada do FMI para não morrer politicamente. Como o gajo é, é garantido que vai conseguir evitar a chegada do FMI. Depois tem o ciclo económico do seu lado. E a nossa direitinha à espera dos seus errospara cegar ao poder. Vai conseguir safar-se. Depois, ninguém o tira de lá. Nem Cavaco, nem PPC, nem até os comunas. Como está pressionado pelo exterior, até vai ter que tomar medidas adicionais e calar a nossa direitinha.
    .
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    A população, depois deste choque, quando o país melhorar um bocadinho… Põe o gajo nos píncaros outra vez. O PPC vai desaparecer politicamente. É a vida!

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  28. lingrinhas's avatar
    lingrinhas permalink
    21 Janeiro, 2011 15:59

    Mas os farolistas sabem quantos hospitais havia em 1974 equantos há hoje quantos automoveis havia , qual era a esperança de vida quantas familias tinham casa propria etc etc etc farolistas há muitos seus palermas.

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  29. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 16:02

    A nossa direitinha até já acha que se deve convidar o Catroga para… Ministros das finanças? Mas isto é o cúmulo! lololololol
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    Estes gajos ainda não ganharam as eleições e já pensam que já podem formar governo? ahaahhaahahhh
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    Vão ter cá uma surpresa…

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  30. MJRB's avatar
    21 Janeiro, 2011 16:11

    “O meu staff está já a preparar a segunda volta” — “dr.”
    26% “dá” direito a uma segunda volta ?

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  31. MJRB's avatar
    21 Janeiro, 2011 16:14

    Ora, se fizermos as contas, 26% x 2 = 52%. “Dá” quase.

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  32. MJRB's avatar
    21 Janeiro, 2011 16:16

    Mas se multiplicarmos 26% por 3, “ganhámos !” Ganhámos !” “Ganhámos !!!”
    “Graças aos indecisos, graças à maioria silenciosa, eu não disse ontem, no Chiado ?”

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  33. MJRB's avatar
    21 Janeiro, 2011 16:42

    Ops !…
    Vai haver mesmo segunda volta !
    A primeira, deu-a o “dr.” ontem à noite, na sua cama, com insónia.
    A segunda, dará também o “dr.”, domingo, também na sua cama, com pesadelo.

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  34. tina's avatar
    tina permalink
    21 Janeiro, 2011 16:46

    “encostadas à parede pelo rolo compressor do capitalismo”
    .
    ahahahahhahaha, hoje é só gente inspirada! Deve ser por ser sexta-feira.

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  35. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 17:01

    O meu voto está decidido:
    .
    .

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  36. J.J Pereira's avatar
    J.J Pereira permalink
    21 Janeiro, 2011 17:05

    Provàvelmente haverá muito de “geracional” nestes resultados.
    Mas a importância do atavismo é mais que evidente – somos o que somos , e , aparentemente, não há volta a dar-lhe.

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  37. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    21 Janeiro, 2011 17:07

    Contra a CORRUPÇÂO, contra os GATUNOS que estão nos PARTIDOS, contra a COMUNICAÇÂO SOCIAL prostituida, contra a ESPOLIAÇÃO DOS CONTRIBUINTES, contra os BANQUEIROS LADRÔES, CONTRA OS SALVADORES DA PÁTRIA QUE TAMBÉM SÃO RESPONSÁVEIS PELA BANCARROTA DO PAÍS, votem JOSÉ MANUEL COELHO.
    Portugal tem que sofrer um TSUNAMI politico e moral para voltar a ter DIGNIDADE e RESPEITO!

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  38. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 17:10

    Este Coelho é mesmo um espanto:
    .
    .

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    De chaimite contra o AJJ. lolololololololol

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  39. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    21 Janeiro, 2011 17:19

    Dentro de uns meses está o emotivo anti-comuna a desdizer tudo o que disse…agora até se agarra ao que a Fitch diz tal o desespero. Faça contas.

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  40. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 17:39

    “Faça contas.”
    .
    .
    Já explicou ao CL esta estória do aumento da dívida pública? ;))
    .
    .
    Outra do Coelho. De partir o coco:
    .
    .

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  41. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    21 Janeiro, 2011 18:25

    A capitulação do ex-randiano Greenspan:
    .
    .
    http://www.youtube.com/watch?v=yRJs5yL62BA
    .
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    Querem melhor fim da bolha do ouro que a reconversão do Greenspan?
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    Analise-se bem o personagem. (Pelo qual tenho um profundo respeito.)
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    Durante anos acreditou nas teorias de Ayn Rand.
    .
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    Chega à Reserva Federal e opta pela crença que os mercados são os melhores a determinar as taxas de juro.
    .
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    Mais tarde descobre que estava errado. Faz um mea culpa. Abandona definitivamente as utopias de Ayn Rand.
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    .
    Redescobre que a política monetária americana é um desastre, não apenas para os USA como até para o mundo.
    .
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    Perante o eventual colapso do dólar e troca deste pelo euro, como moeda de reserva do mundo, vira-se para o ouro ou para os SDRs. (Tal como o próprio Soros.)
    .
    .
    Porquê o pânico dos defensores do dólar e dos USA? Porque o euro não foi destruído, estão nas mãos dos credores (com a arqui-inimiga China à cabeça) e o pitroil ameaça destruir as próprias contas dos vários estados americanos. Em suma, o espectro de um colapso americano está aí ao virar da esquina.
    .
    .
    RIP United States of America…

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  42. AZI(A)TICO's avatar
    AZI(A)TICO permalink
    21 Janeiro, 2011 19:12

    Há aqui alguns tansos que, certamente, ainda acreditam que também a sexualidade no tempo da outra senhora era controlada pelo estado:
    “Mão na mão, mão na coisa, coisa na mão, coisa na coisa. Não.”
    Acreditem ou não, a evolução natural poderia dar melhores frutos.
    E quem vos diz é um sexagenário, e que esteve em África na guerra do ultramar.

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  43. O SÁTIRO's avatar
    21 Janeiro, 2011 20:24

    Os lobbies que controlam a comunicação social neste País (MÁFIA COM EXPERIÊNCIA NA MAÇONARIA; GAY-LESBOS)
    http://mentesdespertas.blogspot.com/2010/11/mafia-com-experiencia-na-maconaria.html
    querem fazer esquecer as eleições para que a abstenção obrigue a uma segunda volta…
    que lhes permita cantar vitória…
    http://mentesdespertas.blogspot.com/2011/01/alegre-campanha.html
    mesmo que tenham uma derrota estrondosa nessa segunda volta.

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  44. REVOLTA POPULAR's avatar
    REVOLTA POPULAR permalink
    21 Janeiro, 2011 20:58

    Por mais que inventam e se torçam nos “comentários”, o pedido de empréstimos têm sido uma desgraça, uma tragédia para o País.
    Se duvidam, esperam pela vida dos filhos daqui a cinco ou dez anos.
    Nessa altura, abrem os olhos de parvos …
    e dizem.
    QUE BURRO EU FUI HÁ DEZ ANOS EM VOTAR NOBRE, ALEGRE..OU PIOR…….NEM IR VOTAR.

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  45. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    22 Janeiro, 2011 04:32

    Mas é óbvio que Portugal ruiu com o 25 de Abril. Estávamos seguramente muito melhor do que estamos e, espantosamente, até com encelentes perspectivas de progresso.
    Não se incomodem muito: façam só as contas a tudo a que se perdeu, só no Continente, com a malvada loucura dos tropas mentecaptos e dos politicos da ta esquerda de merda.

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