Para quem quer pôr o país ao ritmo de carroças de bestas, eis um bom entreposto para intermediar palha e feno do Alentejo.
Eu quando me refiro a bestas, não estou a referir-me às simpáticas e dóceis alimárias de quatro patas…
«Vocês sabem de quem é que estou falando», parafraseando o enérgico Octávio Machado…
É o resultado da loucura Soci@lista, dos loucos que os apoiaram nos Jornais e da vaidade de um regime dominado por um movimento de esquerda anti-cultura que despreza a cultura dos números.
Arlindo da Costa
Posted 11 Abril, 2011 at 20:07 | Permalink
Para quem quer pôr o país ao ritmo de carroças de bestas, eis um bom entreposto para intermediar palha e feno do Alentejo.
_________________
Basta ohares-te ao espelho . . . para veres uma besta. . .
Quem devia pagar os mais de 100 milhões € de indemnizações, deviam ser os responsáveis pela assinatura de compromissos para além das posses do Estado por pura teimosia.
Bem, se já não há TGV Poceirão- Caia, vejamos então quais foram as outras conquistas do governo de 6 anos de Sócrates :
– FMI teve que vir salvar o país
– único país da zona euro que estará em recessão em 2011 e 2012 (de acordo com previsões FMI)
– desemprego a 11% com previsões do FMI para ultrapassar 12% nos próximos anos
– dívida externa duplicou
– não se pode fumar em nenhum lugar
– casamento gay
– aborto grátis na SNS
CRONICA DE MIGUEL SOUSA TAVARES
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
– É sempre assim, esta auto-estrada?
– Assim, como?
– Deserta, magnífica, sem trânsito?
– É, é sempre assim.
– Todos os dias?
– Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
– Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
– Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
– E têm mais auto-estradas destas?
– Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. – respondi, rindo-me.
– E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
– Porque assim não pagam portagem.
– E porque são quase todos espanhóis?
– Vêm trazer-nos comida.
– Mas vocês não têm agricultura?
– Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
– Mas para os espanhóis é?
– Pelos vistos…
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
– Mas porque não investem antes no comboio?
– Investimos, mas não resultou.
– Não resultou, como?
– Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
– Mas porquê?
– Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não ‘pendula’; e, quando ‘pendula’, enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de ‘modernidade’ foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
– E gastaram nisso uma fortuna?
– Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos…
– Estás a brincar comigo!
– Não, estou a falar a sério!
– E o que fizeram a esses incompetentes?
– Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa… e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
– Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
– Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
– Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
– Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
– Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
– Isso mesmo.
– E como entra em Lisboa?
– Por uma nova ponte que vão fazer.
– Uma ponte ferroviária?
– E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
– Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
– Pois é.
– E, então?
– Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
– E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta…
– Não, não vai ter.
– Não vai? Então, vai ser uma ruína!
– Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína – aliás, já admitida pelo Governo – porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
– E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
– Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
– E vocês não despedem o Governo?
– Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo…
– Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
– Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
– O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
– A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
– Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
– É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
– E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
– O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
– Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
– É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
– Não me pareceu nada…
– Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
– Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
– Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
– E tu acreditas nisso?
– Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
– Um lago enorme! Extraordinário!
– Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
– Ena! Deve produzir energia para meio país!
– Praticamente zero.
– A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
– A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
– Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar – ou nem isso?
– Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
– Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
– Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
– Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
– Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
– Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
Mas vejam lá, só, que rápidos são os comboios dos sokras, a mais daquela velocidade intuída por outro Einstein, que nem dão para um homem ver, quanto mais imaginar.
E deus livre o País e o bom povo, que na certa o elege de novo e, abrenúncio, quem sabe, ainda nos volte a assaltar, a fazer de nós um oito de tanto mentir e engrolar.
“- E vocês não despedem o Governo?
– Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição ” PSD “quando era governo…”
Afinal o problema agora é já não haver TGV… e muita gente do pseudo-contra começa a deixar cair a máscara.
O vinho da região não é grande coisa mas as pessoas de lá são muito simpáticas. Já agora, aquela outra coisa da pataforma logística, também se foi, espero.
Eduardo
Vinho, há lá bom e muito bom. A casa Ermelinda Freitas, entre outras, tem lá a maior parte das vinhas.
A Plataforma Logística está em fase de terraplanagens. Pelo menos enquanto durarem os 60 milhões do B.E.I.
Atão todos tem uma autoestrada, alguns até duas e tres, e a gente cá no Alentejo não podia ter uma não? Era só o que faltava. Temos a A6 que nos põe em Badajoz num bocadinho, para irmos aos caramelos, ou então para bebermos uns copos. E tem portagem e tudo. Atão andavamos a pagar as autoestradas dos outros que nem portagens têm, e agente não podia ter uma não? Tá quieto! Tem pouco trafego, e ainda bem, andamos lá à vontade e o Zé Megre que Deus tenha, fazia Caia Lisboa em menos de uma hora no Porche dele, porque aquilo é melhor, e acho que tambem ficou mais barato, que o Autodromo da Dª Pires da Silva.
Quanto ao Alqueva, de facto é a latrina de Merida, Badajoz e todas as terras das imediações do Guadiana. Mas a culpa é toda nossa porque não conseguimos obrigar os espanhois a tratarem os esgotos antes de os lançarem no rio.
A rega, é uma miragem, porque a agua ou é subsidiada, ou a preços de mercado torna qualquer cultura deficitaria. De qualquer maneira, a maioria das terras irrigaveis já são propriedade de espanhois, e já estão plantadas com olival intensivo. É uma opção como outra qualquer.
Para quem quer pôr o país ao ritmo de carroças de bestas, eis um bom entreposto para intermediar palha e feno do Alentejo.
Eu quando me refiro a bestas, não estou a referir-me às simpáticas e dóceis alimárias de quatro patas…
«Vocês sabem de quem é que estou falando», parafraseando o enérgico Octávio Machado…
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AHAHAHAHAHAH!
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É o resultado da loucura Soci@lista, dos loucos que os apoiaram nos Jornais e da vaidade de um regime dominado por um movimento de esquerda anti-cultura que despreza a cultura dos números.
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Arlindo da Costa
Posted 11 Abril, 2011 at 20:07 | Permalink
Para quem quer pôr o país ao ritmo de carroças de bestas, eis um bom entreposto para intermediar palha e feno do Alentejo.
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Basta ohares-te ao espelho . . . para veres uma besta. . .
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Finalmente!… Até que enfim que o TGV foi para o poceirão…
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Quem devia pagar os mais de 100 milhões € de indemnizações, deviam ser os responsáveis pela assinatura de compromissos para além das posses do Estado por pura teimosia.
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O TGV, este TGV, agora adiado para as calendas?
Lá se foi o grande seguro financeiro do futuro de JS na velhice.
Num qq off shore.
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Bem, se já não há TGV Poceirão- Caia, vejamos então quais foram as outras conquistas do governo de 6 anos de Sócrates :
– FMI teve que vir salvar o país
– único país da zona euro que estará em recessão em 2011 e 2012 (de acordo com previsões FMI)
– desemprego a 11% com previsões do FMI para ultrapassar 12% nos próximos anos
– dívida externa duplicou
– não se pode fumar em nenhum lugar
– casamento gay
– aborto grátis na SNS
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CRONICA DE MIGUEL SOUSA TAVARES
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
– É sempre assim, esta auto-estrada?
– Assim, como?
– Deserta, magnífica, sem trânsito?
– É, é sempre assim.
– Todos os dias?
– Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
– Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
– Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
– E têm mais auto-estradas destas?
– Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. – respondi, rindo-me.
– E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
– Porque assim não pagam portagem.
– E porque são quase todos espanhóis?
– Vêm trazer-nos comida.
– Mas vocês não têm agricultura?
– Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
– Mas para os espanhóis é?
– Pelos vistos…
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
– Mas porque não investem antes no comboio?
– Investimos, mas não resultou.
– Não resultou, como?
– Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
– Mas porquê?
– Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não ‘pendula’; e, quando ‘pendula’, enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de ‘modernidade’ foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
– E gastaram nisso uma fortuna?
– Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos…
– Estás a brincar comigo!
– Não, estou a falar a sério!
– E o que fizeram a esses incompetentes?
– Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa… e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
– Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
– Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
– Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
– Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
– Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
– Isso mesmo.
– E como entra em Lisboa?
– Por uma nova ponte que vão fazer.
– Uma ponte ferroviária?
– E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
– Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
– Pois é.
– E, então?
– Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
– E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta…
– Não, não vai ter.
– Não vai? Então, vai ser uma ruína!
– Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína – aliás, já admitida pelo Governo – porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
– E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
– Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
– E vocês não despedem o Governo?
– Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo…
– Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
– Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
– O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
– A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
– Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
– É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
– E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
– O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
– Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
– É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
– Não me pareceu nada…
– Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
– Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
– Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
– E tu acreditas nisso?
– Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
– Um lago enorme! Extraordinário!
– Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
– Ena! Deve produzir energia para meio país!
– Praticamente zero.
– A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
– A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
– Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar – ou nem isso?
– Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
– Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
– Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
– Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
– Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
– Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
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O Partido Soci@lista paga 100 milhões aos Portugueses?
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BCE está a castigar os periféricos em favor da Alemanha
http://economico.sapo.pt/noticias/bce-esta-a-castigar-os-perifericos-em-favor-da-alemanha_115721.html
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lica, essa crónica tem anos…das melhores…e sim, na A6, continua actual.
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outside
é velha mas pode ser que apanhe por aqui gente desprevenida ou desconhecedora desta realidade
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face à divida soberana
‘chamem a polícia’
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Tina:
“- aborto grátis na SNS”
Esqueceu-se de dizer que para além de ser grátis, ainda dá direito a subsídio de maternidade.
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Mas quando será que em portugal se começará a processar judicialmente os responsáveis políticos por este tipo de erros’
http://brigadascinzacoelho.blogspot.com/2011/04/pensamento-do-dia.html
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Mas vejam lá, só, que rápidos são os comboios dos sokras, a mais daquela velocidade intuída por outro Einstein, que nem dão para um homem ver, quanto mais imaginar.
E deus livre o País e o bom povo, que na certa o elege de novo e, abrenúncio, quem sabe, ainda nos volte a assaltar, a fazer de nós um oito de tanto mentir e engrolar.
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“- E vocês não despedem o Governo?
– Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição ” PSD “quando era governo…”
Afinal o problema agora é já não haver TGV… e muita gente do pseudo-contra começa a deixar cair a máscara.
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Já vi que o problema desta gente se resume a palha….
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O vinho da região não é grande coisa mas as pessoas de lá são muito simpáticas. Já agora, aquela outra coisa da pataforma logística, também se foi, espero.
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Eduardo
Vinho, há lá bom e muito bom. A casa Ermelinda Freitas, entre outras, tem lá a maior parte das vinhas.
A Plataforma Logística está em fase de terraplanagens. Pelo menos enquanto durarem os 60 milhões do B.E.I.
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Poceirão, um deserto.
Aqui termina o governo que nos levou à ruína pela mão de um homem louco.
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Atão todos tem uma autoestrada, alguns até duas e tres, e a gente cá no Alentejo não podia ter uma não? Era só o que faltava. Temos a A6 que nos põe em Badajoz num bocadinho, para irmos aos caramelos, ou então para bebermos uns copos. E tem portagem e tudo. Atão andavamos a pagar as autoestradas dos outros que nem portagens têm, e agente não podia ter uma não? Tá quieto! Tem pouco trafego, e ainda bem, andamos lá à vontade e o Zé Megre que Deus tenha, fazia Caia Lisboa em menos de uma hora no Porche dele, porque aquilo é melhor, e acho que tambem ficou mais barato, que o Autodromo da Dª Pires da Silva.
Quanto ao Alqueva, de facto é a latrina de Merida, Badajoz e todas as terras das imediações do Guadiana. Mas a culpa é toda nossa porque não conseguimos obrigar os espanhois a tratarem os esgotos antes de os lançarem no rio.
A rega, é uma miragem, porque a agua ou é subsidiada, ou a preços de mercado torna qualquer cultura deficitaria. De qualquer maneira, a maioria das terras irrigaveis já são propriedade de espanhois, e já estão plantadas com olival intensivo. É uma opção como outra qualquer.
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tina
A exportações em Portugal estão a aumentar a olhos vistos. Portugal é líder na exportação de demagogia, da barata!…
VIVA PORTUGAL
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