tempo de decisões
Francisco Sá Carneiro ganhou, com maioria absoluta, umas eleições legislativas num país saído de uma revolução, dominado por uma mentalidade de esquerda radical, com a comunicação social (que, de resto, lhe chamava «fascista» e «caloteiro») nas mãos do Partido Comunista e da extrema esquerda, e com um PSD em larga medida descrente da aliança que ele propusera a Freitas do Amaral e a Ribeiro Teles e insatisfeito com a composição das «listas». Anos depois, Aníbal Cavaco Silva, que ganhara o congresso do PSD por uma escassa maioria de votos, que era desprovido de talentos mediáticos e, ainda por cima, era vagamente fanhoso e ostensivamente desconsiderado pelas elites do partido pelo seu evidente provincianismo, conseguiu do país as duas primeiras maiorias absolutas de um só partido no pós-25 de Abril. Pouco tempo antes, Mário Soares, acabado de ser ostracizado pela ala eanista e do «secretariado» do partido que ele mesmo fundara, venceu as eleições presidenciais, que iniciara com cerca de 7% de intenções de voto, tendo de ultrapassar Salgado Zenha e Lurdes Pintasilgo, estes dois candidatos sempre muito estimados pela comunicação social da época. Estes três homens, tão diferentes entre si, venceram porque falaram ao país e porque tinham algo de importante para lhe dizer. Foram genuínos e convincentes, não perderam tempo nem se deixaram enredar na pequena política, e apresentaram aos portugueses alternativas políticas claras.
Estas declarações de Pedro Passos Coelho permitem manter a esperança em que ele consiga dar a volta por cima à situação complicada para a qual o PSD se está a deixar arrastar. Revelam um líder consciente das dificuldades e que parece não estar disposto a continuar a assobiar para o ar, nem a fazer de conta que não se passa nada. É, por isso, boa altura para deixar o tom fleumático que o tem caracterizado e de partir para o ataque, falando directamente ao país, explicando-lhe quem é responsável pelo estado em que ele se encontra e o que lhe tem, em alternativa, a oferecer. E seria bom também que, em vez de se limitar a reunir com gradas figuras do passado, chamasse Paulo Portas, para lhe propor, perante o país, um acordo pós-eleitoral e para que ambos definissem já os pilares fundamentais em que esse acordo de governo assentará. Se Portas enjeitar, agora, essa responsabilidade, que é a de oferecer aos portugueses uma alternativa de direita ao regime socialista que o deixou na falência, não poderá deixar de ser, ele também, responsabilizado pelo que vier a suceder a partir do dia 6 de Junho.
BLASFÉMIAS 
Mas afinal quais são as propostas do PSD para além da privatização da CGD (q é uma decisão péssima q eu n acredito que se chegue a concretizar mesmo num governo PSD)?http://psicanalises.blogspot.com/
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«É, por isso, boa altura para deixar o tom fleumático que o [Passos Coelho] tem caracterizado e de partir para o ataque, falando directamente ao país, explicando-lhe quem é responsável pelo estado em que ele se encontra e o que lhe tem, em alternativa, a oferecer.»
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Sobre a responsabilidade, talvez seja melhor ver o que escreveu Fernando Madrinha no Jornal Expresso em 1/9/2007:
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… Mas há milhares que já não pagam o que devem e outras que já só vivem para a prestação da casa. Com o aumento sustentado dos juros, uma crise muito séria vem aí a galope. Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles.
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…Os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
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Há… o dito (Franquilho)/não dito (…) da liberalização dos despedimentos. É esse o programa? http://psicanalises.blogspot.com/
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Venceram e deixaram um resultadão. O Sócrates às tantas também vai vencer. Falando ao país e dizendo algo importante. Por exemplo, para o Sul já disse que as scuts afinal são engano.
Essa conversa funciona melhor quando há dinheiro. Agora com o país teso, vai funcionar melhor ter a coragem, ou a lata, de prometer mundos e fundos.
Não sei porque o Portas, que de burro tem pouco, em face das perspectivas, haveria de se comprometer com uma das partes. Aliás se ficar livre para uma aliança com o PS, blinda-o contra alianças com a esquerda extremista, radical e anti-patriótica.
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“esquerda extremista, radical e anti-patriótica.”
Eu acho que os anti-patriotas foram os que deixaram o país de rastos, que são aqueles que têm contas identificadas por 30 números nas offshores, para onde são canalizados os proventos paralelos de PPPs, contratos, concessões, etc, mas isto é só uma impressão de um tipo pouco patriota. Patriota? Quê? Cruzes canhoto!
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Caro Rui A.
Parabéns pelo post. Oxalá, PPC o leia e siga os seus conselhos.
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No acordo com o Portas, PPC deve exigir uma garantia (por escrito) que não haverá mais compras de material de guerra (nem que sejam somente submarinozitos para entreter os kóroneis) nem abate de árvores (mesmo que seja para construir lares para as peixeiras do bolhão) nem fotocópias no final (para saúde das árvores).
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Fica melhor assim “Telmo reality show” a deputado ou assim “Ricardo Rodrigues, cabeça de lista a deputado?
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PPC diz que tem já o governo na «cabeça»….
Se ele escorregar e bater com a cabeça no chão lá se vai o «governo» ….
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Tenho a impressão que o CDS vai chegar aos 20% à custa do PSD.
Desde que os dois não ultrapassem a fasquia dos 35% juntos, para mim tudo bem.
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porque essa das fotocópias (foram oitenta mil, não? quantas centenas de árvores abatidas?), conjugada com o abate dos sobreiros tem muito que se lhe diga… (psico-neurose compulsiva contra as árvores que podem simbolizar a mãe, hum… atendendo ao que se conhece de PP… temos aqui um quadro clínico curioso…)
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“Se ele escorregar e bater com a cabeça no chão lá se vai o «governo» ….”
Portas encarrega-se disso. PPC nem tem que pensar. Ou então que pense devagar, devagarinho…
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O Berlinde da Costa nasceu para se dar ao desfrute. Gosta de sofrer uns empurrões, é o que é!
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“Estas declarações de Pedro Passos Coelho permitem manter a esperança em que ele consiga dar a volta por cima à situação complicada para a qual o PSD se está a deixar arrastar. Revelam um líder consciente das dificuldades e que parece não estar disposto a continuar a assobiar para o ar, nem a fazer de conta que não se passa nada”
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Olhe, wishfull thinking. No fundo, quase nada vai mudar. Vai ver. E, tambem, porque o Portas se lhe der uma nega, o PPC fica descalso e isso ele não o quer.
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Já estou a ver o sarilho que vem aí. ehehehheh
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Descalso? Descalso?
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Que errozinho tão básico. ehehehehh Descalço, isso sim. Vou tomar o meu comprimido e já venho. ahhahhahhhha
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“Francisco Sá Carneiro ganhou, com maioria absoluta ” .
Acho que não foi bem assim. Sá Carneiro, em 79 não estava sozinho, mas com a AD. E o tempo era de mudança depois de uma primeira vinda do FMI e da desilusão com a esquerda que até então experimentava soluções que passavam sempre pelo Estado.
A AD ganhou porque prometeu algo diverso e deu uma esperança a quem já estava farto das soluções do PS+PC+Sindicatos.
Sá Carneiro tinha carisma a passar a mensagem mas enganou-se e desgraçou-se com um erro: Soares Carneiro. Portanto, quem ficou ( Balsemão) não soube dar seguimento à mudança e em dois anos, já estávamos outra vez na fossa das dívidas e com o FMI a espreitar outra vez.
Em 1985 Cavaco ganhou porque prometeu outra vez esperança de vida melhor, depois da governação PS. Nessa altura o PSD com Cavaco ainda tinha capital de confiança. Os n0mes que apresentou para a governação eram ainda credíveis ( “pai! Sou ministro!”- dizia o Dias Loureiro) e isso durou até 95. E Guterres ganhou depois por causa de outra prestidigitação: apresentou cem nomes para governar ( entre os quais José Luis Judas e Narciso Miranda).
Portanto, as vitórias eleitorais têm sido sempre com promessas que se revelam falsas…
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” contra alianças com a esquerda extremista, radical e anti-patriótica” … e maus chefes de familia 🙂
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Vou dizer uma boutade mas v.s esquecem-se que os portugueses também já não são os mesmos.
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Passados 32 anos a maleita deu frutos. O voto está noutras mãos.
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Ao lado de Passos Coelho tenho visto Marco António. A quem é que este indivíduo pode dar confiança?
Aos mesmos que um Pedro Silva Pereira ou um Lacão.
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Os portugueses em geral estão mais estúpidos que há 30 anos. Deve ser da alfabetização…
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Portas só se for louco é que se aliará ao PSD pre eleitoralmente.
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Há uma geração de betos de esquerda. A única explicação para a existência dessa mentira chamada BE.
Há uns anos eu também não acreditava que o partido do trotskista louça, transformado em passerelle de gayzada e medicina alternativa viesse a ter os votos que teve.
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Foi o abortício que lhes deu.
“:O?
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Estão, pois. José. Quanto mais andam na escola mais estúpidos ficam.
Não estou a gozar. Está tudo mais tacanho. Ora espreite o post que eu acabei de fazer e diga-me se isto era possível há 30 anos. E a sujeita é mestra em ensino da língua portuguesa.
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Sobre a responsabilidade em que o país se encontra, talvez seja melhor ler o que escreveu Fernando Madrinha no Jornal Expresso em 1/9/2007:
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… Mas há milhares que já não pagam o que devem e outras que já só vivem para a prestação da casa. Com o aumento sustentado dos juros, uma crise muito séria vem aí a galope. Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles.
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…Os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
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Já li e vou copiar para o meu sítio.
É absolutamente incrível.
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Pois é. E é mestra pela Nova.
Aquilo nem o CAD escrevia.
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“Olhe, wishfull thinking. No fundo, quase nada vai mudar. Vai ver. E, tambem, porque o Portas se lhe der uma nega, o PPC fica descalso e isso ele não o quer.”
Caro a-c, olhe que o Portas, o máximo que poderia dizer, era que o tempo útil para coligações pré-eleitorais já tinha passado e que só a aceitaria com listas conjuntas. Quanto ao Passos, sabe bem que a minha expectativa não é nem grande nem pequena, mas apenas aquela que resulta dos factos que vamos vendo e a esses me tenho limitado. Mas você disse, há dias, uma coisa que me deixou a pensar: que o Aznar também não recolhia grandes entusiasmos antes de ser pm e depois foi o que se viu. Tenho dúvidas quanto ao paralelismo, mas foi você quem deu a ideia…
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José,
Um ano antes de formar a AD, Sá Carneiro ficou sem metade do grupo parlamentar e era contestado por largos sectores da direita pelo seu “radicalismo”. Dizia-se dele que era um bom líder da oposição, mas que seria um péssimo primeiro-ministro, porque muito agressivo e pouco dado a conciliações. A AD que levou a direita à vitória (e que, julgo, não chegou aos 44%, tendo beneficiado do método de Hondt), foi imposta por Sá Carneiro ao PSD e foi praticamente uma jogada solitária, que lhe teria valido a carreira política em caso de derrota. Como o foi, também, a escolha do Soares Carneiro, mais do que compreensível, na altura, dado o miserável comportamento do Eanes (agora tão recuperado por uma certa direita) e a existência do Conselho da Revolução. Mas foi um fracasso, sem dúvida. Quanto às considerações que faz sobre o ambiente do país, desculpe mas não posso concordar com a análise de que o país estava farto da esquerda e do estatismo. Não estava, como se viu nos anos seguintes e ainda vê hoje, com governos socialistas sucessivos e com presidentes da rep[ublica vindos das mesmas paragens. O país desiludiu-se com Mário Soares e com o PS, mas, mais do que isso, “iludiu-se” com Sá Carneiro e com aquilo que acreditava que ele lhe podia oferecer.
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rui a:
Como é que explica a adesão à A.D. ?
O discurso de Sá Carneiro, nessa altura, tinha uma marca bem nítida: recentrar o regime, nos partidos ditos “democráticos” e por isso acantonar os militares nos quartéis. Mas atenção: não pretendia mexer em grandes coisas como as nacionalizações…e não anunciou na altura grandes mudanças nessa área. E pretendia-se social-democrata claramente.
O rótulo de “direita” era-lhe colado pelo partido comunista e Sá Carneiro era o único que dizia “partido comunista”,com um significado preciso: antidemocrático.
As entrevistas de Sá Carneiro nessa altura são pouco esclarecedoras do rumo que pretendia seguir, embora fosse claro que seria em direcção a uma maior liberdade individual separada do Estado.
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É pá, lá saiu nova sondagem que apresenta o PSD em queda e o PS a subir.
Será que com a campanha as coisas não vão dar para o torto e o PSD não ficará de novo como o maior partido da oposição?
Tenho receio que o programa laranja venha dar trunfos ao PS, tantos têm sido os tiros nos pés do PSD. Cada proposta que a laranjada apresenta, logo tem de ser desmentida porque não era bem assim. Venha daí esse programa laranja escrito com palavras que todos percebam.
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Ouvi dizer que não houve apenas o telefonema naquela noite de quinta-feira, também existiram, não uma, mas duas reuniões entre o Governo e o PSD. Tem a palavra o jmf.
É por estas e por outras que o PSD está em queda nas sondagens.
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Por adrego, logo eu penso que Sá Carneiro se colocava exclusivamente no terreno da política. A grande questão da época era açaimar o PC que tudo mandava, em aliança com os militares. Era o tempo da cintura industrial de Lisboa… e das comezainas de marisco da malta proletária. No plano económico, eram os anos 80 mas duvido que ele tivesse alguma ideia. Parece-me que, para não ser corrido pelo Povo sempre desejoso do “venha a nós”, teve que paraticar a demagogia económica e abrir o caminho para o FMI de 1983, o tal do “Soares Pinto Rua”. Isto parece-me… são recordações do tempo e não se trata de análise política.
Depois veio a adesão à Comunidade Europeia que: (1) acabou com as ameaças dos militares; (2) foi uma vaca leiteira que tornou desnecessário o FMI. Se estou a ver bem as coisas e as diferenças que há, isto está mau!
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Isso relativamente a programas há muito que se lhe diga… Vejam os stalinistas, que já adiantaram que o seu programa é o mesmo que em 2009. Até podiam dizer que era o mesmo que em 1921…
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Em 2009, PPC teve uma atitude serena perante a direcção do PSD que concorria a eleições. Deixou-os trabalhar e esperou pelos resultados para se afirmar. Agora, com PPC à frente do PSD, a velha guarda do PSD não se tem cansado de desajudar, criticar e minar o caminho de PPC. Lamentável. Um partido assim também não merece ganhar eleições. O problema é que Sócrates e PS são MAUS demais e há demasiado tempo. A situação é mesmo confrangedora.
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“Mas você disse, há dias, uma coisa que me deixou a pensar: que o Aznar também não recolhia grandes entusiasmos antes de ser pm e depois foi o que se viu. Tenho dúvidas quanto ao paralelismo, mas foi você quem deu a ideia…”
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Pois. Se calhar foi wishfull thinking.
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Uma coisa é certa. Temos que votar nele, nem que depois o sapo seja duro de dissolver cá dentro. Mas que se há-de fazer?
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José,
Na altura, se bem se lembra, ninguém era de “direita”. Nem o CDS, do Prof. Freitas, que este não se cansava de dizer que estava “rigorosamente ao centro”, nem, obviamente, o PSD, que se dizia “social-democrata”. Mas o facto é que estes dois partidos, para além de serem a direita do regime, não necessariamente de uma direita ideológica (o Partido do Progresso fora à vida logo em 75), foram o porto de abrigo da direita sociológica nacional, talvez da “maioria silenciosa” de que Spínola falava, constituída por uma burguesia católica, proprietária e que começava a apreciar as virtudes do sufrágio universal. Os valores deste “povo de direita” não foram enjeitados pelo Sá Carneiro e foram, mesmo até, conscientemente maximizados na AD, com a reunião dos três partidos da direita do regime numa única força eleitoral. Posto isto, o programa de governo de Sá Carneiro e da AD não podia ultrapassar a Constituição, menos ainda os pretorianos do regime, com os quais, nessa altura, todos os cuidados ainda eram poucos. Lembro-me, contudo, da restituição das terras alentejanas roubadas aos seus legítimos proprietários na famigerada reforma agrária, e de ter sido o Sá Carneiro, ele mesmo, a entregá-las perante as câmaras da televisão. Não tenho dúvidas que seria no caminho de uma democracia liberal que Sá Carneiro e o PSD teriam evoluído, se ele não tivesse morrido. A ilusão “sueca”, que ainda hoje fascina muita gente da nossa direita, ficaria seguramente pelo caminho, como, de algum modo, ficou com Cavaco e com Barroso e ficou mesmo na própria Suécia, hoje já muito diferente da desses dias.
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Mais uma coisa. Sobre Soares Carneiro. No ambiente daquele tempo havia muita gente a pensar que, mais dia menos dia, o futuro de Portugal poderia ter que resolver-se entre uma tropa fandanga acolitada pela CGTP (de um lado) e um presidente da República vestido de camuflado e a cavalo numa chaimite (do outro). Quem escutava a arrogância permanente dos militares a ameaçarem repetidamente com um novo 25 de Abril e a transformação de Portugal no Perú da Europa. Hoje parecem coisas sem tom nem som, mas no tempo dava que pensar. Era o tempo dos Brejeiro-das-Neves (Brejnev), Tchernenko e outros beneméritos da Humanidade. Depois veio a parede que caiu mas isso é uma outra história.
Ora, um general saído dos comandos era uma boa escolha.
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Diria que um eventual desaire do PSD tem 3 principais causas, não necessariamente por ordem de importância:
1 – Os sucessivos tiros do pé de PPC e da sua equipa e a falta de garra e de ideias mobilizadoras;
2 – A campanha intoxicação comunicacional do Governo/PS, secundada pelos meios de comunicação social. Veja-se, por exemplo, o destaque que se dá ao “caso Nobre” e o destaque que se dá a ladrões de gravadores e nulidades várias nas listas do PS. E isto é um mero exemplo;
3 – A estupidez, analfabetismo funcional e ignorância do povo.
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“Na altura, se bem se lembra, ninguém era de “direita”. ”
Nem na altura nem agora. Mas há quem acantone o PSD na “direita” que é o que fazem os jornalistas de curso da dona Judite. Porque isso dá muito jeito ao PS que assim fica à esquerda como convém, em modo retórico e para captar votos sociologicamente de esquerda.
Esse logro tem-se mantido ao longo dos anos, com a complacência de certos bem-pensantes.
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Vergonhoso é a forma como estão a ser «ouvidos» pela «troika», os «parceiros sociais», «os partidos da oposição» (alguns), diversas «corporações de artes e ofícios», etc.
Mete dó ouvir as declarações que os convidados para essas audiências prestam à saida.
E mais patético é ver os jornalistas engalfinhados a querer ouvir esta humilhação nacional.
Cavaco a esta hora deve estar em pânico ao ver toda esta vassalagem a estrangeiros!
Isto tem que levar uma volta!
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Ar,indo: esta humilhação tem um único responsável directo e outros indirectos: José S. e o seu partido. Mas ninguém.
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Todos nós sabemos quem é que empurrou o país para esta situação.
Todos nós sabemos quem fez, desde há dois anos, uma autêntica campanha negra contra o Governo de Portugal e contra o País.
Todos nós sabemos quem anda há muito tempo a implorar pela vinda do FMI e a fazer propaganda péssima e enganosa lá fora.
Todos nós sabemos os diversos complots pseudo-judiciais que foram levantados para levantar suspeitas sobre tudo e sobre todos.
Todos nós sabemos quem são os poltrões, os palhaços, os intelectuais da treta, os senadores desta republiqueta que enquanto politicos comeram e mamaram à fartazana.
Todos nós sabemos quem andou a conspirar contra o Governo e boicotando todas as suas acções.
Toda nós sabemos quem andou a dar à goela e quem andou a trabalhar.
Chegados aqui, estamos perante uma humilhação nacional.
O Estado, devia retirar todos os privilégios, sinecuras, prebendas, reformas politicas de favor,etc, a todos aqueles que conspiram com a trapaça financeira internacional.
Isto é um caso muito sério. Mas os traidores terão a resposta no dia 5.06.
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Bem, quem reler o que escreveu o Sá Carneiro nos dias de hoje, dirá sempre que era um social-democrata à nórdico. Embora não o fosse. Era mais um liberal à nórdico, que é coisa esquecida nos dias de hoje.
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José, mas são os próprios militantes do PSD, a generalidade deles que dizem ser de direita. Então o CDS não se dizia rigorosamente ao centro por causa das perseguições à direita?
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O Luckyluck passa a vida a dizer que os partidos portugueses são todos de esquerda. E porquê? Pergunte-lhe e ele responde.
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Veja o que é o PP em Espanha? É direita ou esquerda?
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O problema vai sempre ao mesmo. Uma determinada concepção de Estado, suas funções e suas forças dominantes. Aliás, basta ver o que se passou no século XIX em Portugal. Até os cristãos eram de esquerda. O liberalismo era mesmo de esquerda, mais ou menos jacobino. Mas era. A bem dizer, vivemos hoje as caricaturas daqueles tempos.
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As concepções políticas também moldam-se com os tempos. O Pedro Arroja, que anda a tentar reviver as ideias do Lino Netto, não diz que existe uma espécie de social-democracia católica, por causa dos últimos documentos aprovados pelo Vaticano? Será direita, as suas ideias? Será o Vaticano o modelo mais antigo e mais perfeito da democracia, como está implícito nas ideias do Arroja?
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A verdade é esta. Os sistemas democratas actuais estão em decadência por, precisamente, se deixarem capturar por interesses. E não serão esses interesses legítimos? Quer dizer, enquanto leitor, votarei pelo interesse geral ou particular, o meu? Se voto pelo meu, votarei sempre no candidato e partido que me trás mais beneficios imediatos mesmo que prejudicando outros ou o interesse geral. O que faz um partido de direita nestas circunstâncias? Junta-se nas promessas para chegar ao poder. No fundo legitimando a ideia que a democracia é apenas um jogo de sedução entre interesses antagónicos, cujo fito é perpetuar as nossas posições enquanto seres egoístas.
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O PSD é um partido de direita. Dizem-no não apenas os jornalistas mas os seus militantes. Ou a generalidade deles. Mesmo que alguns antigos líderes tenham já declarado ser um partido de esquerda.
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Ora, se o PSD é um partido de esquerda, o que é o CDS, que é uma espécie de repartição da maçonaria. Ou seja, uma espécie de repartição do próprio PS? Não é por eu dizer que vou à missa todos os dias que faz de mim um bom cristão, pois não?
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O Sá-Carneiro já morreu.
Deixem o homem em paz.
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Só acho piada, José, que ache que o PSD se deixe acantonar à direita, como se isso até fosse um erro, na sua opinião. O que é mesmo interessante, não é?
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Entendo o raciocínio, segui FSC.
Quanto a PCC acho que pelas férias do Verão já não será o Presidente do PSD.
Há mais marés que marinheiros, e o PPC está com uma erecção matinal.
Quanto a Cavaco, está mais mal no filme do que o apanhado a comer como não ensina a boa educação.
ANTES DE SETEMBRO haverá Congresso extraordinário no PSD. Senhor que se segue…
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Já agora, para dar outra esgalhada. O que dizem aqueles que votam à esquerda do PS? Não dizem ser este um partido de direita?
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A Lei da Relatividade de Einstein não vos elucida sobre isso?
Para o MRPP, até o PCP do Barreirinhas Cunhal é de direita, e pior do que isso, social-fascista!
Meus caros, no universo tal como na vida tudo é relativo…
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Isso é muito bonito, mas o que é que temos na verdade? Esquerda folclórica no BE, que assim que o se empregozito no estado estiver ameaçado até votam com a mesma convicção nos neo-nazis, stalinistas ferrenhos, que vão resistindo mas morrendo, dois partidos – dois, pelo dobro do preço de um – sociais democratas; PS e PSD, e um partido populista de direita, o PP. Isto não tem remédio.
Toda a minha vida votei no PSD – cheguei a votar na AD em 1979 – mas pela primeira vez estou indeciso. É que nesta porcaria de país não existe uma direita liberal com que me possa identificar. Sei que a maioria está no PSD, mas quando chega a hora do poder, o socialismo manda sempre mais alto.
E o Sá Carneiro não passava de mais do mesmo… Populismo semi-socialista. Talvez nas circunstâncias actuais fosse diferente, mas na época, mesmo sendo uma pedrada no charco – as lutas eram outras, contra o poder militar e da extrema esquerda – não passou de mais do mesmo.
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Rui A.,
Tenha lá paciência mas você, estando certo quanto a Sá Carneiro e – vagamente – quanto ao homem de Boliqueime, erra com estrondo no que respeita ao idiota-ladrão que foi o Mário Soares que ganhou a vontade do povo por ser um palhaço extravagante… E é disto que o pagode gosta, mesmo sabendo se assemelha a um “faz-tudo” sem classe nenhuma.
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O Soares ganhou com a mesma estratégia que o PS está a preparar agora. Medo… Tenham medo, muito medo porque vem aí a direita! E pelo que parece, funciona…. Somos mesmo estúpidos.
Já dizia o Botas: “Cada país tem o governo que merece”. Pelo que parece a nossa estupidez não merece melhor que os corruptos do centrão!
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Tudo se transforma… http://lmmgarcia.wordpress.com/2011/04/22/a-metamorfose/
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“O Soares ganhou com a mesma estratégia que o PS está a preparar agora. Medo… Tenham medo, ”
Exactamente. É isso que pretendo dizer.
A diferenciação entre esquerda e direita faz-se de outro modo e Francisco Louçã fá-la no seu livro mais recente que ando a ler e vou comentar no meu sítio porque é o mais recente sinal da distinção e o marxismo aggiornato.
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