Preparem-se
Li e reli este comentário que saiu ontem (segunda-feira) no Público e ainda não estou bem em mim:
“As eleições de ontem marcam a maior vitória com que a direita poderia alguma vez sonhar, porque não só institucionalizam a captura destas posições pela direita, como compõem um Parlamento onde a oposição ao Governo estará resumida a uma vintena de lugares, já que o PS estará em larga medida manietado pela sua assinatura do acordo com a troika – e esse é o programa com que o PSD e o CDS sonham.
Se se desse o caso de esta composição reflectir fielmente o comportamento da sociedade portuguesa durante os próximos quatro anos, não haveria nada de estranho na coisa. Mas pode muito bem acontecer que a prática do futuro Governo suscite uma contestação que exceda em muito o que se poderia esperar desta composição parlamentar. Esse facto, aliado à mais elevada abstenção de sempre em legislativas, desenha um Parlamento que poderá ser o mais distante de sempre das aspirações e da vontade do povo. O que é uma péssima notícia para a democracia, por muito que alguém repita que as eleições são sempre uma festa.”
Vamos ver se compreendi bem, isto é, se alcancei a lógica do artigo:
a) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque os que se opõem ao acordo com a troika apenas elegerem 24 de 230 deputados;
b) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque pode acontecer que, no futuro, venha a existir muita contestação fora do Parlamento;
c) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque houve muita abstenção;
d) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque os eleitores escolheram um parlamento que será o mais distante de sempre das aspirações e da vontade do povo;
e) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque a direita venceu.
Na verdade, acho que o último ponto poderia bem substituir todos os anteriores. Da mesma forma que os donos do “consenso social” já ontem adivinharam dificuldades, os donos da verdade política e os áugures das “aspirações do povo” já proclamam o divórcio entre o voto do povo e a “vontade do povo”.
Preparem-se.

Como previ era inevitável está na natureza da Esquerda que domina os jornais, é assim. A deslegitimação das Eleições já começou. Não deu o resultado pretendido por isso vão ser escolhidos outros campos de batalha onde a vitória da esquerda é assegurada: Medias, Rua.
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Li e reli o texto do Público citado
e em nenhum momento me passou pela cabeça a frase:
“As eleições foram uma péssima notícia para a democracia”
que o autor do post pretende impingir.
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jmf, e já agora a nova abrantina helenafmatos, é um exagerado; até parece que é a primeira vez que a direita ganha eleições no país e que continua a pedir esmola.
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sr jornalista e ex director do público josé manuel fernandes; se tivesse avisado ter-lhe-ia poupado a inutilidade da escrita.porque sim , é isso mesmo; as eleições foram mesmo uma péssima noticia porque esta direita venceu.
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os meninos não se sabem comportar, nós ganhámos as eleições, daqui a 4 anos têm novamente direito à palavra, os meninos devem ir para casa, o povo é sereno, PPortas com 11% dos votos vai ter 1/3 dos ministérios, os meninos não sabem matemática, a Grécia não existe, os meninos são malcriados…
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A liberdade de expressão implica a liberdade de discordar (é até a componente mais importante dessa liberdade). Ganhar as eleições, e ter a legitimidade para governar não é o mesmo que ganhar a legitimidade para não ser criticado (aliás, esse foi justamente um mau princípio do governo anterior, e que por si bastaria para dever ser substituído). Mas como sempre, estar no semí-circulo ou nas cadeiras em frente parece alterar a percepção de certas pessoas…
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Obviamente, a liberdade de discordar não garante que a discordância seja correcta ou sequer relevante. Mas não pode, nem deve, ser limitada.
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Legitimidade para deslegitimar o que é legítimo, soa à pescadinha de rabo na boca do desconstrucionismo de Derrida e seus seguidores.
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Habituem-se. ehehe
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Preparem-se para a miséria, fome e sub-desenvolvimento.
Quem tiver um bocadinho de terra que comece a cultivá-lo e sem que o governo vos veja para não serdes tributados.
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Na verdade, ao que diz, já parece à mostra que essa vitória, alguém também disse, pode ser como a de um tio seu que lá vai, fulano de Pirro.
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É o Povo, camaradas. Isto está na mão do Povo, nas urnas ou na rua. Praticai a doutrinação e mostrai onde estão os erros do raciocínio corrente. Evitai o aviltamento do debate com truques de retórica. Só assim conseguireis reformar pacificamente a Nação.
Dá muito trabalho, não é?
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Homem, a redacçãozinha do amanuense de turno nada mais é que a expressão, em estilo acaciano, de uma enorme dor de corno.
Não se esqueça que a tranquilidade ruminante da manjedoura dessa corja deixou de estar assegurac da…
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Deposi de termos tido um tiranere das beiras e de “esquerda” durante 6 anos, a desgraçar economia e a atentar contra a democracia, é preciso ter lata ao afirmar “e) As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque a direita venceu.”
Quem afirmou isso achará que seria melhor para a democracia um minoria de esquerda governar um pais com uma maioria de direita?
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Já dizia o Rosa Coutinho: antes uma minoria activa do que uma maioria amorfa…
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Os só-cretinos estão desesperados, ainda não existe governo saído das eleições e já criam cenários de horror.
Tenham um pouco de tino e cultura democrática, aguardem pelo menos meio ano até o próximo governo fazer alguma coisa.
Não era isso que todos pediam quando o engº foi eleito?
O ridículo não costuma matar, mas devia envergonhar a quem se expõe a ele.
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“As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque houve muita abstenção”.
Nesse aspecto, foram de facto. Mas convém ler o texto do público porque não percebo como se pode concluir o que JMF conclui.
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SR
Posted 7 Junho, 2011 at 18:24 | Permalink
O ridículo não costuma matar, mas devia envergonhar a quem se expõe a ele.
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Devia , pois devia mas seria necessário um curso elementar de comportamento
democrático para todos que aspirassem a dirigente partidário. E QUEM CHUMBASSE . . .
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Arlindo da Costa
Posted 7 Junho, 2011 at 18:13 | Permalink
Já dizia o Rosa Coutinho: antes uma minoria activa do que uma maioria amorfa…
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Pois foi assim_______que o Adolfo tomou o Poder . . .
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O povo, enganou-se. Não era assim que queria votar. Agora, vamos para a rua e para as greves, mostrar uma força, que não temos em votos. A cgtp, com o pc e a ugt, com o ps de avental.
Já começaram, com a Ana Gomes, essa mocita de recados.
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Engulam os sapos e vão-se catar…..Já agora deixem de comentar blogues em horário de trabalho, o xuxialismo foi de férias.
Trabalhem e tornem-se úteis.
Sei que a tarefa não é fácil para quem viveu anos dos impostos dos outros mas a vida tem destas coisas.
Parabéns á direita pela esmagadora vitória !!!!!!!!!!!!!
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As eleições foram uma péssima notícia para a democracia porque não são democracia.
Democracia é quando os nossos ganham.
Nem que seja com batota.
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Sem o PS na governação a tempestade viria rápida. Já se nota o vento suão.
J. Gil
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Quando um jornal de referência tem, anos a fio, como director, quem não tem carteira de jornalista, coisa que impossibilita o exercício do cargo, e ninguém fez nada; quando esse director não-jornalista é gerente ou administrador de sociedades comerciais sei lá se incompatíveis com o exercício do jornalismo segundo o respectivo Estatuto, ficando-se a intuir (caso isso seja verdade) que se quis ser director de jornal mesmo sem ter os requisitos legais e não se quis ter tais requisitos para poder comerciar à vontade violando incompatibilidades legais e éticas, e ninguém fez nada; quando Octávio Lopes, então no “Correio da Manhã”, vê publicadas gravações ilegais de conversas telefónicas por si feitas a entrevistados que ignoravam estar a ser gravados e a seguir João Cândido da Silva, no “Público” de 14/08/2004, afirma que isso, ou seja, a gravação ilegal é coisa banal do mundo jornalístico e que “só por ingénuo desconhecimento, hipocrisia ou por uma atitude de mera defesa corporativa se poderá negar essa realidade”, e ninguém fez nada; quando se publicitam escutas a Belém cuja trama outro jornal desmonta, ou há jornalistas que se constituem assistentes em inquéritos criminais para ter acesso a documentos em segredo de justiça que a seguir vêm publicados num abuso de direito cujas consequências qualquer jurista sabe quais são; quando a directora de um semanário é condenada criminalmente ao tentar introduzir num inquérito criminal um sósia que vinha mesmo a calhar ou quando um conhecido comentarista afirma, no “Expresso” que juízes e magistrados do Mº Pº são quem mais infringe o segredo de justiça, admitindo até que o façam com fim lucrativo, e instado pelo C.S.M. a fornecer as eventuais provas que tivesse em seu poder, declara que não tem provas e que tudo não passa, afinal, de impressão sua, e ninguém faz nada; quando, em programas televisivos do canal público, se tenta branquear, obsessivamente, um ex-colega condenado por crime grave a ponto de o nosso Prémio Camões, Manuel António Pina, na sua crónica de 8/9/10, no “J.N.”, se ter indignado escrevendo que o “Prós e Contras” de dois dias atrás não era sequer jornalismo e só por isso não ficaria na História Universal da Infâmia do Jornalismo português – quando isto e muito mais acontece, fica-se com a certeza da urgência em regular qualquer actividade com peso estruturante nos estados democráticos, incluindo obviamente a C. S.“ (Noronha do Nascimento, no colóquio Justiça e Comunicação, Coimbra, 3 de Junho de 2011)
O discurso do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça a que pertence este excerto foi praticamente ignorado, dele tendo apenas sido publicado pelos jornais que noticiaram o colóquio este excerto ou frases dele extraídas.
Há alguns meses, em entrevista ao DN, o Procurador-Geral já tinha, sobre o assunto, “ partido a loiça“. Agora foi a vez do Presidente do Supremo.
Quando as altas figuras do Estado visam publica e directamente jornalistas e estes não só não reagem como omitem as acusações de que são alvo, alguma coisa vai mal nos reinos da justiça e do jornalismo.
Resta dizer que no mesmo evento as palavras do Presidente do Sindicato dos Jornalistas, que podem ser lidas aqui, também foram ignoradas
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