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O diagnóstico de Sampaio Bruno em 1884.

9 Julho, 2011
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E hoje, “aprenderemos com a História?” pergunta Joaquim Fernandes

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  1. Pinto's avatar
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    9 Julho, 2011 08:07

    Aprenderemos com a História?

    Pelo menos penso que aprendemos que não é com mudanças de regime que se altera o que quer que seja.
    Sampaio Bruno qualifica o povo português como “uma massa inerte, passiva, sem coesão”. Acontece que no início do século seguinte o povo espevitou: em 1908 assassinou o rei, em 1910 implementou (como quem implementa uma argália; palavras de Alberto Gonçalves na revista Sábado) a república através da força e resultando em muitas mortes, em 1911 expulsou as ordens religiosas, em 1915 a marinha bombardeou parte de Lisboa matando mais de 200 pessoas, em 1918 é assassinado o presidente da República Sidónio Pais, em 1921 militares da marinha e da GNR matam o então primeiro-ministro António Granjo, o revolucionário Machado dos Santos e mais algumas figuras da república, em 1926 há nova mudança de regime através de um golpe militar. Conclusão: o défice e a dívida pública, que já estavam maus, ficaram abaixo da lama. Depois tivemos um inetrregno de 40 anos – e as condições económicas, apesar das dificuldades, algumas pontuais,, foram bem melhores. Cansados de tanta estabilidade política voltámos com mais um golpe de Estado (quando a transação poderia ter ocorrido como em Espanha) e, consequentemente, afundamento das contas públicas. Ao fim de 15 anos de estabilidade lá começaram a melhorar. Agora temos esta crise e parece que voltamos com a lenga-lenga do “povo é sereno”, da “massa inerte, passiva, sem coesão”.

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  2. Piscoiso's avatar
    9 Julho, 2011 09:11

    Caro PMF
    Pode encontrar isso e o seu contrário na literatura portuguesa.
    Basta citar Camões:
    Ouvi: vereis o nome engrandecido
    Daqueles de quem sois senhor supremo,
    E julgareis qual é mais excelente,
    Se ser do mundo Rei, se de tal gente.

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  3. VSC's avatar
    VSC permalink
    9 Julho, 2011 17:30

    «no início do século seguinte o povo espevitou: em 1908 assassinou o rei». fica-se siderado pela profundidade da análise que faz do regicídio um resultado de um espevitamento. Como não há hoje rei para matar, nem república para proclamar – e sabendo-se o que foi e é a república nestes 100 anos, o que proporia Bruno? Outro acordo ortográfico?

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