Euro forte
9 Julho, 2011
Os políticos portugueses dificilmente poderiam ser contra o aumento da taxa de juro do BCE para 1,5%. A Zona Euro tinha em Maio uma inflação de 2,7%, bastante acima da taxa de juro de referência e acima do target do BCE. Tendo em conta que os políticos portugueses são grandes defensores do euro (na guerra euro-dólar em que a Moody’s está do lado dos americanos), é natural que vejam com bons olhos este aumento de juros, o qual tenderá a fortalecer o euro.
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PS: Note-se que a guerra euro-dólar tem dias. Nuns dias os americanos são acusados de desvalorizarem o dólar para ficarem mais competitivos que nós. Noutro dias são acusados de atacarem os países periféricos do euro para valorizar o dólar em relação ao euro.
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12 comentários
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BLASFÉMIAS 
Ainda não vi nenhuma análise séria à decisão da Moody’s. Tem havido muito carnaval à volta deste assunto mas pouco sangue frio. Parece mais uma guerra entre claques de futebol onde quem não chama nomes ao árbitro é considerado anti-patriota. E não venham com a desculpa de que os Estados Unidos estão piores do que nós e ainda são AAA, porque não faz sentido a comparação com o país mais rico e poderoso que é do tamanho de um continente.
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“Nuns dias os americanos são acusados de desvalorizarem o dólar para ficarem mais competitivos que nós. Noutro dias são acusados de atacarem os países periféricos do euro para valorizar o dólar em relação ao euro.”
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O JM ainda está muito verdinho nestas coisas. O dollar só pode ter políticas laxistas sem pôr em causa a sua própria credibilidade se não tiver nenhum rival. Isto é, enquanto o dollar conseguir ser a principal moeda de reserva nacional sme concorrência, pode desvalorizar e imprimir notas, que como as demais valçorizam mas não têm capacidade de competir contra o dollar (com0 o renmimbi, o real, o rublo, etc) e são obrigados a comprar dollares para impedir a valorização das suas moedas, sob pena de terem um pesado abrabdamento económico.
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Se o dollar tiver o euro como rival, os que sofrem com fortes valorizações da sua moeda contra o dollar sofrem menos com essa valorização e prefrem comprar euros (e sobretudo seus activos). O caso mais emblemático, a China.
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Os USA ao deixarem desvalroizar o dollar contra outras moedas e como esses países são dependentes do comércio internacional em dollares são obrigados a comprar dollares para não arrebentarem com as suas economias. E ao comprarem dollares na prática estão a financiar a economia americana e mesmo assim perdem dinheiro. A senhoriagem expressa-se deste modo: obrigar os outros a comprarem a sua moeda, financiando-se a preços baixos ou até cobrando por essa senhoriagem.
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Para que a estraégia americana funcione não podem ter rivais. E só há dois rivais possíveis actualmente. Um é teórico, o ouro. O outro é real e vive num gerime já quase igual ao antigo padrão-ouro. O euro. Havendo o euro, os investidores internacionais quando querem refugio em vez de optarem pelo dollar ou pelo ouro, podem optar pelo euro, acabando com o dominio do dollar.
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Vc. tem que ver o problema como se tivesse todo um cabaz de moedas, em que umas desvalorizam todas ou apenas algumas. E as que desvalorizam se têm rivais capazes de lhes roubar a primazia.
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PM Sugestão de leitura do JM: http://www.ilsussidiario.net/News/English-Spoken-Here/Economics-Finance/2010/11/9/ECONOMY-America-declares-economic-war-on-China-and-Germany/125572/
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E procure mais sobre o assunto. E não tenha preconceitos.
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PM II Só outra nota. Se o dollar perder o estatuto de principal reserve mundial, há dois factos que impedirão os USA se continuarem a ser o império hegemónico. Não poderá manter os seus gastos militares porque será incapaz de financiar o seu complexo da industria militar . E não poderá continuar a ter baixas taxas de juro para financiar as suas próprias actividades.
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Quando os americanos decidiram fazer uma guerra económica unilateral contra a Europa (em especial a Alemanha) e a China, isolando-se nas reuniões do g20, porquer acusam a Alemanha e a China de serem países mercantilistas, começaram a imprimir dollares como se fossem panquecas. Quem liderou esta guerra em termos ideológicos? Krugman e companhia, que fazia (e ainda faz) as despesas ideológicas da guerra.
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E a estratégia que envolvia obrigar os demais países a combaterem as pressões inflacionistas, tinha como objectivo claro: obrigar a China a acabar com o seu superávite comercial. No entanto, as pressões inflacionistas chegaram ao mundo, estão a ser perniciosas mas no entanto, tal como era esperado, os USA não obtiveram importantes ganhos económicoso, ao contrário dos partidários da guerra anunciavam. (A começar pelo Krugman e seus aparatchicks.)
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E claro que não iria funcionar, como bem já diziam alguns na altura:
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“A currency war the US cannot win”
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In http://www.voxeu.org/index.php?q=node/5689
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Outra opinião: http://curiouscapitalist.blogs.time.com/2010/10/15/who-would-win-a-currency-war/
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Na verdade, essa estratégia suicida de exportar inflação, apenas trouxe mais instabilidade ao sistema (é ver alguns países a derreterem dinheiro para se defenderem da queda contra o dollar, como o Chile, devido ao elevado peso das exportações de cobre nas suas exportações), não criou empregos nos USA e está a gerar uma fenómeno ainda mais pernicioso para os próprios americanos: o americano média está a perder poder de comprar a um ritmo assustador. (Ver os indicadores económicos anunciados ontem pelas autoridades americanas.)
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Todo o mundo está a sofrer os efeitos da inflação exportada pelos americanos. Os dois principais motivos desta inflação foi a forte subida de preços das matérias-primas alimentares e energéticas. Há países que estão a lançar controlos de capitais, outros sobem as suas taxas de juro, outros mudam as reservas exigidas pela banca comercial, outros um mix disto tudo. Mas não houve ganhos para a generalidade dos países. Os americanos continuam a importar muito mais do que importam, não estão a criar empregos e os seus salários reais estão agora a ganhar força. Os países menos desenvolvivos estão desgraçados a combater a subida do custo de vida das suas populações, cujos rendimentos são em grande parte absorvidos pela explosão inflacionista. (Que acabou por gerar revoltas populares um pouco por todo o lado, desde o Egipto ao Yemen.)
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O dollar americano estão perto dos minimos de sempre contra o cabaz da mais importantes moedas do mundo. Mas arriscam-se a sofrer um colapso se em vez de uma queda ordeira (tese apresentada pelo Soros à Admnistração Obama e seguida desde então pelos americanos) do dollar contra o restoi do mundo. Como? Se o dollar tiver um rival. O euro. Se houver uma fuga descontrolada ao dollar e refugio nas alternativas mais sérias. O ouro e o euro.
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O JM não compreende que estamos de facto perante uma guerra económica de importantes dimensões, tratada pelos americanos como matéria de Segurança Nacional. (Que o é, claro, senão, não poderão financiar as suas guerras,, bases militares espalhadas pelo mundo e tão pouco as mais de 700 installções militares em território fora dos USA.) E quando o assunto desta natureza, tratada como Segurança Naciona, aos olhos dos americanos, vale tudo, até arrancar olhos. Daí que, desde espionagem económica a guerra psicológica, vale tudo. Daí que o euro tem que ser vergastado, aproveitando as suas próprias falhas.
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Não vale a pena ser calimero. Quem percebe isto, percebe e sabe até que ponto estamos nessa guerra económica. Quem não percebe, pensa que isto é apenas foguetório de uma espécie de jogo da bola, Porto-Benfica.
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No entanto, os chineses estão a braços com um dilema. Que nova moeda de reserva mundial? Uma patrocinada pelo FMI? Os Direitos Especiais de Saque? Ou um portefólio de vários activos, desde ouro, a mercadorias e moedas alternativas ao dollar? Aparentemente escolheram a segunda opção: compram tudo o que podem para fugir ao dollar. Desde ouro, matérias-primas ou activos em yenes ou euros. Os americanos têm que destruir o euro, senão arriscam-se a perder o estatuto de moeda de reserva do mundo.
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Mas os chineses já escolheram e vão levar com eles os seus aliados:
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“BEIJING (Reuters) – Dollar dominance is sowing the seeds of financial turmoil, and the solution is to promote new reserve currencies, a Chinese government economist said in a paper published on the eve of a G20 meeting about how to reform the global monetary system.
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Although not an official policy statement, the paper by Xu Hongcai, a department deputy director at the China Center for International Economic Exchanges, offered a window onto the domestic pressures bearing on Beijing to move away from a dollar-centric global economy.”
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In http://www.huffingtonpost.com/2011/03/30/china-economist-dollar-criticism_n_842377.html
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Se os chineses continuarem esta sua estratégia (que passa por abrir bolsas de negociações em tudo o que puderem, desde futuros financeiros sobre indices accionistas e dívida até a bolsas de mercadorias, desde o ouro até aos metais não preciosos), o dollar vai perder o seu estatuto de reserva mundial para o euro, a única moeda do mundo que vive efectivamente num quase regime padrão-ouro. É a única moeda do mundo em que os Estados não podem emitir dívida e ser monetarizada pelos seus bancos centrais.
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Infelizmente na Europa há ainda muita gente a dormir e pensam que isto é apenas uma espécie de jogo da bola. Um espécie de Porto-Benfica á escala económica. Glup!
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O BCE é gerido por incompetentes que não percebem a diferença entre inflação provocado pela subida do preço do petróleo e inflação provocada por aumento de salários.
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A subida do preço do petroleo é independente das taxas de juro do BCE pelo que o aumento do juros pelo BCE apenas terá como resultado mais desemprego e mais pobreza.
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“O BCE é gerido por incompetentes que não percebem a diferença entre inflação provocado pela subida do preço do petróleo e inflação provocada por aumento de salários.”
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Vc. tem a certeza do que diz? Sabe qual o aumento salarial real no interior da Alemanha, nos últimos trimestres?
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Vc. deve aprender uma coisa primeiro. O euro não é uma moeda portuguesa, é europeia. ;))
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Qual é o problema dos salários alemães aumentarem se a produtividade aumentou ?
Então um povo trabalhador como o alemão não deve ter salários elevados ?
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Como se pode evitar uma inflação que vem do aumento do petroleo ?
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“Como se pode evitar uma inflação que vem do aumento do petroleo ?”
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Porque gera pressões inflacionistas no resto da economia. Por isso os salários alemães (e não apenas na Alemanha) estão a disparar. Gerando pressões inflacionistas potencialmente incontroláveis. A inflação europeia não é apenas petróelo e alimentos. Começa a espalhar-se pelo resto do tecido produtivo.
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O BCE quer impedir que se gere um surto inflacionista que depois se torne bastante teimoso e dificilemente curável. Ou curável com muitos custos. Como está a acontecer agora na China.
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O BCE está a tomar decisões profiláticas. Dentro de uns meses não deverá subir muito mais as taxas de juro.
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Já há muito que há um surto inflacionista: Nos gastos dos Estados.
Já há muito que há um surto deflacionista: Na tecnologia.
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Quando é que vamos voltar ao escudo, nem que seja ao Escudo Cabo-Verdiano?
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Nas minhas voltas por aqui, recordo-me de ter lido o contrário do que escreve o comentador “ANTICOMUNA”, pelo comentador… ANTICOMUNA
Normalmente, desconfio das explicações muito “elaboradas”, tal como na cozinha, as receitas simples são as melhores. Pode-se alegar que o problema é exactamente isso: complexo – coisa só para eleitos: pessoas que não estejam “verdes”…
Mas há algo que se necessita de considerar: o EURO existe e, contra isso, nada a fazer; nem mesmo pelos americanos.
Como o Euro não é batata frita que se produza em quantidade e, nisso, os alemães são como nazi a vigiar judeu, como poderá ser uma moeda global? Refiro-me não à qualidade, mas à quantidade.
Eu, “verde”, que saiba, a grande pressão (entre outras) sobre os americanos são a recusa dos chineses valorizarem a moeda em relação ao dólar (os chineses provaram que a valorização da sua moeda, provocaria um desemprego e prejuizos na economia numa dimensão muito superior ao eventual benefício americano). Desvaloriza-lo perante um euro firme, é o que lhes resta.
Desde que sou gente (uma carrada de anos) que me recordo da “guerra” dólar versus várias moedas. E sempre pelo mesmo motivo: a “artificial” desvalorização dessas moedas.
E a teoria da conspiração, vem de longe. Mesmo antes do início da “guerra fria”
Conheço países onde o dólar (muito dele falso) é a moeda de referência na economia real; de muito maior confiança que a moeda nacional.
Acha possível esses países substituírem-no pelo Euro? Haverá essa possibilidade? Seria do interesse da Europa?
Para mim, “verde” confesso, digo não para as 3 perguntas.
Só posso concluir que podem criar-se e desenvolver-se teorias da conspiração sobre tudo, incluindo se foram ou não à Lua, mas que os americanos são os menos interessados na desvalorização do Euro, isso não há conspiração que altere
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