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O império do politicamente correcto e dos interesses instalados

19 Novembro, 2011
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Portugal raramente nos surpreende. Como membro do Grupo de Trabalho para estudar o serviço público de comunicação social sabia que as suas conclusões iam gerar polémica. Sabia também que os insultos iam chover e os argumentos rarear. Não me enganei. Quem se enganou foram os que, nos últimos dois meses, andaram por aí a proclamar a inutilidade do grupo pois este só se limitaria a assinar de cruz aquilo que o ministro Miguel Relvas vinha anunciando. Não foi isso que sucedeu porque a preocupação dos membros do grupo que perseveraram até ao fim foi a de agirem de acordo com a sua consciência e de produzirem o documento que melhor sintetiza as suas posições comuns, não a de escreverem um documento destinado ou a agradar ao ministro ou aos eternos ideólogos de um mítico e intocável “serviço público”.

Apesar do excesso de algumas reacções – desde a investida contra a liberdade de expressão protagonizada pelo Sindicato dos Jornalistas, disposto a processar judicialmente as ideias do membros do Grupo de Trabalho, até à diatribe de uma ex-membro da ERC, que afirmou publicamente que a investigação académica provou que os governos já não são capazes de manipular a informação –, no geral têm um traço comum: “serviço público” é aquilo que a RTP faz, fez ou fará, ponto final. Se a RTP tem dois canais é porque o “serviço público” necessita de dois canais. Se na RTP o seu principal noticiário dura hora e meia – o que não sucede em nenhuma outra televisão pública de um país civilizado – é também porque o “serviço público” o impõe. E por aí adiante. Até para o Preço Certo encontram justificação.

Um bom exemplo da forma como se distorce a discussão é a RTP Informação. Em 2002, num outro relatório sobre serviço público elaborado por um grupo de que também fiz parte, a definição de serviço público não incluía qualquer canal de informação apesar de, na altura, já existir SIC Notícias. Entretanto a RTP (no tempo de Morais Sarmento) resolveu integrar um canal nado-morto do Porto, que estava falido, e fazer dele a RTP-N, hoje RTP-I. Não me recordo de tal decisão ter decorrido de qualquer consideração relativa a “serviço público”. Entretanto, para além da SIC Notícias, surgiu a TVI24 e a Económico TV, há também o Canal Q e o Porto Canal, para além de que a Renascença tem uma operação cada vez mais ambiciosa de TV online e há dezenas de televisões locais na internet, o que significa que a oferta é mais variada, mais plural e chega a mais gente do que há nove anos. Sendo assim, como é que de repente a RTP Informação passou a ser parte nuclear do “serviço público”, implicando uma substancial mobilização de meios financeiros dos contribuintes? E, já agora, porque é que passou a ser também uma prioridade do ministro, que vê nela algo que nunca foi, isto é, a base da RTP Internacional e da RTP África? O ónus da prova está do lado de quem entende que a RTP-I passou a ser fundamental ao “serviço público”, não de quem não vê razões para alterar o que era consensual em 2002.

Já esperava azeda controvérsia sobre as propostas do Grupo de Trabalho no domínio da informação (para ser franco, o que não esperava era que o Provedor do telespectador da RTP, José Carlos Abrantes, declarasse que “um dos aspectos positivos do relatório é o de considerar que a informação deve ser mais curta” pois “cresceu desmedidamente em termos de tempo”). E se há criticas elaboradas e com alguma elegância – destaco as de Pedro Lomba, neste jornal –, a maior parte das invectivas parte de dois pressupostos que considero não só errados, como ofensivos para o conjunto do jornalismo que se faz em Portugal (e não só para o da RTP). O primeiro desses pressupostos é que a informação prestada por uma empresa pública é melhor e mais independente do que a informação prestada por empresas privadas. O segundo é que sem a função “reguladora” da informação do canal público a informação dos canais privados seria uma desgraça sem qualificação.

Estes argumentos são exactamente os mesmos que, no passado, foram utilizados para justificar a manutenção nas mãos do Estado dos jornais que tinham sido nacionalizados em 1975, como o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias. Mais de 20 anos passados sobre a saída do Estado do sector da imprensa escrita, ninguém de boa fé poderá defender que havia mais rigor, mais independência e mais pluralismo no tempo em que as administrações desses jornais eram nomeadas pelo Governo. Mais: durante os 15 anos que se seguiram ao 25 de Abril foi com argumentos semelhantes que também se tentou impedir quer o aparecimento de canais privados de televisão, quer proibir as rádios locais. Contudo hoje, qualquer jornalista, qualquer cidadão, sabe o que representou para a qualidade da informação, para o escrutínio democrático, o aparecimento da SIC, da SIC Notícias ou da TSF. Foram estes órgãos de informação que fizeram a diferença, não foi nunca o famoso e sacrossanto “serviço público”.

O argumento de Pedro Lomba é diferente mas, como os argumentos anteriores, baseia-se numa enorme desconfiança relativamente ao sector privado. “A televisão é um assunto sério”, escreveu, aparentemente demasiado sério para ficar longe da mão dos poderes públicos. Diz ele que “o governo pode precisar de um contrapeso para o poder potencialmente manipulador dos grupos privados de comunicação”, princípio que me parece errado e perigoso. É que esse contrapeso não deve vir do governo – qualquer governo –, mas da sim livre competição entre projectos diferentes, pelo que as autoridades públicas o que devem garantir são as melhores condições de concorrência, último e verdadeiro garante do pluralismo no espaço público. (A preocupação do grupo com o pluralismo levou mesmo à inclusão no relatório de uma recomendação específica sobre o previsto processo de privatização de um canal, algo que os mais puristas talvez considerassem que não estava nas nossas competências…)

Foi também sem surpresa que assisti à forma intelectualmente desonesta como se deturparam muitas das propostas do Grupo de Trabalho.

Todos sabem, por exemplo, que sempre houve e haverá “intervenção ilegítima ou eticamente reprovável dos diferentes poderes na informação da rádio, TV e agência do Estado” – recordam-se das razões da demissão de José Rodrigues dos Santos? recordam-se das polémicas entre o Conselho da Redacção da Lusa e o anterior director da agência? recordam-se de como a RTP não noticiou semanas a fio o caso da licenciatura de Sócrates? Porém esta evidência foi transformada num insulto aos profissionais da rádio e televisão públicas, muitos dos quais denunciaram essas intervenções ilegítimas.

Ao mesmo tempo, uma intervenção na TSF – intervenção que considero ter sido desastrada – do coordenador do grupo de trabalho passou a substituir, no que à RTP Internacional diz respeito, o que está escrito no relatório. É que é mais difícil atacar o que se propõe no relatório, nomeadamente o objectivo “projectar a língua portuguesa” (algo diferente de projectar as políticas governamentais, como tem sido sugerido) ou a vontade de utilizar conteúdos de qualidade quer da televisão pública, quer dos operadores privados.

Hoje temos uma situação indecorosa em que governos estrangeiros pouco democráticos condicionam os conteúdos da RTP África, mas ninguém parece incomodado com isso. Já a responsabilização do Ministério dos Negócios Estrangeiros pelo contrato programa da RTP Internacional, um modelo inspirado no da BBC e que vigora em boa parte dos países europeus, deixou meio mundo abespinhado. Hoje ninguém se incomoda por, em Timor-Leste, país de língua oficial portuguesa, a RTP Internacional dar informações sobre o trânsito nos acessos Lisboa no prime-time local, mas a hipótese de ser o MNE a definir “os objectivos estratégicos do serviço internacional” (e não os conteúdos dos noticiários, como é óbvio) já indigna toda a gente.

Em Portugal discutir o que quer que seja é, realmente, muito difícil. Primeiro, porque a preguiça começa por impedir que sequer se leiam os documentos. Depois, porque abunda o preconceito. Por fim, porque somos um país de interesses instalados e agendas ocultas.

As propostas do Grupo de Trabalho não têm de ser – não são – uma bíblia. Existem para serem debatidas. Mas não deixa de ser curioso ver como os adversários do Governo festejam a discordância desse mesmo Governo relativamente a algumas das propostas do relatório para tentarem fechar, desde já, qualquer debate. Em nome, dizem, da liberdade de informação. Coitados…

Público, 18 Novembro 2011

47 comentários leave one →
  1. henrique doria's avatar
    19 Novembro, 2011 13:25

    Eles agradaram sim aos senhores do dinheiro que têm a informação nas mãos. E já deram mais um passo para mais um conselho de administração. Tudo faz parte da conspiração dos escroques.

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  2. henrique doria's avatar
    19 Novembro, 2011 13:30

    O tal documento é um monte de mentiras e de imbecilidades que demonstra a ignorância e a mediocridade de quem o produziu. E só se justifica pela fome de dinheiro dessa gentalha.
    O tal pro bono é cínico e repugnante. Esta gente é estruturalmente MÁ, porque a IGORÂNCIA E A ESTUPIDEZ NÃO JUSTIFICAM TUDO.

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  3. henrique doria's avatar
    19 Novembro, 2011 13:30

    IGNORÂNCIA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  4. ramiro marques's avatar
    19 Novembro, 2011 13:45

    Se a esquerda está contra é porque as conclusões do relatório são boas. Por vontade da esquerda ainda não havia jornais e televisões privadas.

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  5. Piscoiso's avatar
    19 Novembro, 2011 14:05

    Primeiro… a maioria dos membros da comissão ignorava em absoluto o assunto sobre que se propunha opinar. ” – Vasco Pulido Valente

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  6. JP's avatar
    19 Novembro, 2011 14:50

    O que espanta é que essas mesmas pessoas fiquem impávidas e serenas com a mais porca e cobarde corrupção que até hoje passou em Portugal, que está plasmada em letras gigantes na primeira página do jornal Sol com fonte na justiça portuguesa, centrada na evidente necessidade de manter um partido e uma pessoa no poder. Também em 2006, quando alguém escreveu um editorial que começava por “Querem um símbolo, um expoente, um sinónimo, dos males da justiça Portuguesa? É fácil: basta citar o nome de Noronha do Nascimento…” estava tudo a navegar ao sabor da direcção da maré. Não se passava nada. Não valia a pena arranjar chatices. Não se podia fazer nada. Foi tudo legal dentro da legalidade formal. Deixemos andar que isto um dia rebenta mesmo. Bem vistas as coisas, talvez o melhor seja mesmo deixar o capital corrupto africano entrar por aí dentro e eles que tomem conta dos nossos destinos. Temos é que manter a RTP. Ficar sem isso é que não.

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  7. JP Ribeiro's avatar
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    19 Novembro, 2011 15:12

    Somos um pobre país da Europa do sul, mais próximos do norte de África com quem partilhamos o passado do que da Europa do norte com quem partilhamos o presente. Não temos poligamia instituida porque alguns senhores feudais decidiram impor uma religião mais fanática e restritiva do que aquela que molemente imperava no Magreb de então. Mas dos irmão arabes herdamos todos os defeitos: inveja, conspiração permanente, desprezo pela verdade, espírito fechado, auto-comiseração, desconfiança do dinheiro, ódio ao sucesso, culpabilização do inimigo exterior. Os que não pensavam assim ficaram-se logo pelas indias e brasis. Os que por aqui ainda restam, precisam como os outros, de lideres musculados para se deixarem governar. Cenoura e porrada no lombo é infelizmente o caminho por mais umas gerações…

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  8. ze luis's avatar
    19 Novembro, 2011 15:26

    Pois eu li o relatório e poderia subscrevê-lo. Discordando de um ou outro pormenor, mas não sobre o fundo que merece debate inteligente e sério. O JMF aduz neste post mais argumentos que só os distraídos, que não sabem mesmo o que é televisão por não a verem sequer em extensão e com espírito crítico, e os que fuincionam por soundbites podem contestar.

    Por fim, acima de tudo, nada justifica que paguemos esse monstro de iniquidades e vacuidades que é a televisão pública. Não de agora, mas de sempre. E hoje, curiosamente, parecem todos anjinhos e ofendidos por se constatar que a tv pública é manipulada, de todas as maneiras e feitoos, pelo Poder instalado, seja ele qual for.

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  9. lucklucky's avatar
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    19 Novembro, 2011 15:42

    Mais uma vez se prova que a Internet – e muitas outras tecnologias e empresas inovadoras que distribuíram o poder – nunca poderiam ter nascido em Portugal.
    .
    Toda a Elite de Esquerda e uma parte da Elite de Direita estariam contra.

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  10. ferreira gonçalves's avatar
    ferreira gonçalves permalink
    19 Novembro, 2011 16:34

    É uma pouca vergonha os interesses maçonicos instalados no ”
    serviço público”

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  11. digo eu's avatar
    19 Novembro, 2011 17:14

    Inteiramente de acordo com o autor do post.
    Anotaria apenas a indecorosa actuação do ministro Relvas. Uma vergonha!
    Quanto aos que aqui revelam ser uns otários, a quem, afinal, não importa que, graças aos seus impostos, o Governo continue a financiar a RTP com cerca de 1 milhão de euros por dia, apenas um conselho: ganhem mas é juízo!

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  12. Fredo's avatar
    Fredo permalink
    19 Novembro, 2011 17:21

    “assinar de cruz aquilo que o ministro Miguel Relvas vinha anunciando.
    Não foi isso que sucedeu”
    .
    Pois não. A comissão conseguiu produzir ainda muito mais burrice que o ministro.

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  13. Fincapé's avatar
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    19 Novembro, 2011 18:44

    Vejo de forma largamente maioritária os noticiários da RTP, tal como uma grande percentagem de portugueses. Estranho que a comissão não tenha dado por isso. Curiosamente, no meu monitor, o telejornal não dura mais do que uma hora. Mais uma estranheza para mim. Não vale a pena estar a contestar a opinião expressa por JMF, mas questiono-me se haverá algum português que não soubesse antecipadamente que tipo de propostas sairia da comissão. Ainda bem que JMF considera desastrada a intervenção na TSF do coordenador do grupo de trabalho. Ajuda a consolidar a ideia que grande número de portugueses tem do relatório e mesmo da comissão. Mas se o relatório tira as conclusões que tira perante a programação da noite dos canais privados, imagine-se o que concluiria se algum desses canais tivesse uma programação que se pudesse ver. É pena não se aproveitarem estes momentos para corrigir alguns erros nos canais públicos, mas a culpa não é só da comissão. É de quem escolheu alguns dos seus membros.

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  14. afédoshomens's avatar
    afédoshomens permalink
    19 Novembro, 2011 18:47

    nem mais Fincapé!

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  15. Kafka's avatar
    Kafka permalink
    19 Novembro, 2011 18:55

    O melhor programa da RTP ública e talvez um dos melhores da Europa e arredores, “O PREÇO CERTO” , justifica só por si que a RTP continue a vomitar bosta que baste para tanto palerma.

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  16. Manuel Joaquim's avatar
    Manuel Joaquim permalink
    19 Novembro, 2011 19:16

    A televisão pública é boa se não se deixar instrumentalizar como acontece. Para que a televisão pública seja digna desse nome, terá que existir maturidade democrática. Isso não acontece em Portugal. Mas, entre uma televisão pública como a que existe actualmente e, um panorama só de canais privados, como os que existem actualmente, infuenciáveis por todo o tipo de poderes mercantis e polticos, a opção é, apesar de todos os ses, deixar a RTP em paz.

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  17. Guillaume Tell's avatar
    Guillaume Tell permalink
    19 Novembro, 2011 19:20

    Clap, clap, clap

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  18. eirinhas's avatar
    19 Novembro, 2011 19:25

    A minha opinião,JMF,é que vocês demoraram tempo demais e,a avaliar pelo que se diz,não produziram trabalho que agradasse.Este governo já leva vários meses e,pelo que me é dado ver e ouvir em toda a comunicação pública não se notaram alterações nem de conteudo nem de pessoas,são as mesmíssimas,o que leva a supor que afinal estava tudo tão bem que não exige pressas!Igual apreciação não me ocorreu quando a missão foi entregue ao Dr.Morais Sarmento.

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  19. pedro's avatar
    pedro permalink
    19 Novembro, 2011 19:35

    Concordo com o JMF . Estou desapontado com a acção do sr Relvas. Prepara-se para utilizar a mesma politica do socratismo na comunicação social (capturá-la , pelo menos a pública ,para uso do governo). JMF , basta lêr os blogs dos apoiantes do sr Engenheiro para ver como o relatório era certeiro.

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  20. lucklucky's avatar
    lucklucky permalink
    19 Novembro, 2011 19:45

    Mais uma vez se vê os soci@listas de todas as cores a quererem o dinheiro dos outros para fazer propaganda.
    .
    Se a RTP fosse uma cópia do Blasfémias o Fincapé quereria pagar a conta, isto obrigado pela força do estado?
    .
    Ou vamos supor que amanhã o Governo obrigava os cidadãos portugueses a pagar os textos do Blasfémias…
    tudo bem pelos vistos…

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  21. castanheira antigo's avatar
    castanheira antigo permalink
    19 Novembro, 2011 19:46

    Um sistema altamente corrupto como a jovem democracia portuguesa necessita como pão para a boca de uma tv pública para todas as lavagens politicamente correctas . À sombra do serviço público faz-se sim o serviço á nomenclatura á custa dos consumidores de electricidade .Esta perversidade é aceite azininamente pelos portugueses que pagam 375 milhoes por ano por aquela inutilidade ao mesmo tempo que os seus governantes imploram a Angola que venha em socorro de Portugal fazer o “bailout”. Isto se não fosse trágico seria objecto de gargalhada .

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  22. Luis Melo's avatar
    19 Novembro, 2011 20:30

    Sugiro a leitura deste post, que escrevi há mais de um ano:
    O tabu da TV pública

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  23. anti-comuna's avatar
    anti-comuna permalink
    19 Novembro, 2011 20:35

    Como sair da crise. Ser criativo e explorar novas ideias, produtos e mercados.
    .
    “A empresa Mendes Gonçalves apostou em vinagres de sabores que até podem ser usados em sobremesas. Já exporta para todos os continentes
    .
    Já pensou em preparar uma entrada de queijo de cabra com vinagre? E uma sobremesa, um crepe ou uma panqueca? A empresa que nasceu há 30 anos na terra dos cavalos, na Golegã, criou recentemente uma série de novos sabores e texturas de vinagre e reduções de vinagre que promete mudar os hábitos dos portugueses. A ideia é que os vários sabores em embalagens apelativas sejam levados para a mesa e possam ser escolhidos por qualquer convidado, conforme o gosto.
    .
    A inovação – que passa por uma linha de produtos de redução de vinagres com sabores tão diversos como o figo, a manga ou os frutos silvestres, e por uma outra linha de vinagres em spray, com sabores como o champanhe – é a mais recente aposta desta empresa familiar, pensada pelo pai de Carlos Gonçalves. A experiência por conta de outrem e em sociedades de produção de vinagre levou-o a criar o negócio por conta própria. Carlos tinha na altura 15 anos e começou logo a trabalhar. Hoje, aos 45, está à frente da empresa, ainda com a mãe e com a irmã. Começaram por ser eles nos serviços administrativos, com apenas mais dois funcionários a cargo. Hoje, a Mendes Gonçalves é a única empresa promotora de postos de trabalho do concelho.”
    .
    in http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2134501&especial=Made%20in%20Portugal%20-%20M%EAs%20da%20Alimenta%E7%E3o%20e%20Bebidas&seccao=ECONOMIA&page=1

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  24. confrade's avatar
    confrade permalink
    19 Novembro, 2011 20:42

    ouvi hoje a entrevista de J Duque À Antena 1. Lamentável a sua argumentação. Professor ele ? Estamos enstrgues aos bichos…

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  25. Anonimo's avatar
    Anonimo permalink
    19 Novembro, 2011 20:45

    .
    O Mendes Gonçalves iludiu-se. A manter-se o esquema Troika, espere pela volta e depois perceberá na m*r*a em que se meteu. É do grupo dos crentes inocentes. Para o sacrifico cordeiro pascal tem de haver voluntários para serem o cordeiro.
    .
    E há uns ingénuos de boa fé que aplaudem antes de chegar a Pascoa ……
    .

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  26. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    19 Novembro, 2011 21:32

    As «conclusões» a que chegaram essa tertúlia de comentadores oficiais deste regime pôdre e corrupto, foi a coisa mais divertida que aconteceu neste Outono português.
    Ainda na quinta-feira passada, os participantes da Quadratura do Círculo deram umas boas gargalhadas, desde os portuenses e liberais Pacheco Pereira e Lobo Xavier, passando pelo indo-português António Costa.
    Na verdade, muitos portugueses ficaram perplexos e até me perguntaram se aquilo não era um sekcht dos «Gato Fedorento».
    E o mais engraçado, foi ver o «professor pardal» João Duque ( o tal que fazia parelha com o parvalhão do Medina Carreira no «Plano Inclinado», um programa reles e foleiro ao nível da Casa dos Segredos) a perorar sobre o serviço público, como estivesse à porta duma casa de pasto.
    Na verdade, não é muito dificil concluir por que é que Portugal chegou a este patamar da irrelevância, decadência e dependência.
    As suas pseudo-elites não valem um tostão furado! Nem definir o «serviço público» sabem.
    E pensar que aquele João Duque é mestre dum «instituto de Gestão»!

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  27. Francisco Colaço's avatar
    Francisco Colaço permalink
    19 Novembro, 2011 23:12

    Parabéns à Comissão. Alguém teria de começar a dizer verdades.
    .
    De meninos mentirosos ando eu farto.

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  28. Euro2cent's avatar
    Euro2cent permalink
    19 Novembro, 2011 23:37

    Desde que puseram aqui um styleshit que come as linhas em branco que deviam separar os paragráfos, estes artigos mais longos ficaram “wall of text” ilegíveis.
    .
    Tratem lá dessa gaita.

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  29. Portela Menos1's avatar
    Portela Menos1 permalink
    19 Novembro, 2011 23:52

    Como contribuinte liquido para a Fazenda estou preocupado que uma instituiçâo publica de ensino como o ISEG seja dirigida pelo sr Duque.

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  30. Zebedeu Flautista's avatar
    Zebedeu Flautista permalink
    20 Novembro, 2011 00:48

    O jmf é que devia ter liderado o grupo! Vi a entrevista que deu ao Inferno do canal Q e foi muito bom. Até malhou no preto ladrão de Angola. Força jmf!

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  31. era mas foice's avatar
    era mas foice permalink
    20 Novembro, 2011 01:55

    Tanto desperdício de tempo e dinheiro. Não era preciso comichão nenhuma, o governo se tivesse tomates e fosse de gente realmente honesta punha aquela merda da rtp á venda e se ninguém lhe pegasse encerrava o monstro (os arquivos seguima para a Bn ou para o cinemateca, os ditos ‘jornalistas’ para casa, como merecem.

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  32. Nuno's avatar
    Nuno permalink
    20 Novembro, 2011 02:08

    É gira a sugestão do anti-comuna: tratar oa “meios de comunicação social ” com vinagre sendo os vinagres com os sabores adequados…

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  33. Zebedeu Flautista's avatar
    Zebedeu Flautista permalink
    20 Novembro, 2011 02:31

    Os vinagres públicos deviam era fazer das rádios e TV publica uma rede gigantesca de Speakers’ Corner.
    Cada CONTRIBUINTE recebia uma fracção de tempo de antena dividida por todos de forma IGUALITÁRIA e tanto podia usar esse pequenino tempo o próprio, ceder pro bono ou vender.
    .
    Os custos e logística do registo aúdio(visual) ficariam a cargo do orador limitando-se o serviço publico a ter a infraestrutura difusora e meia dúzia de técnicos para carregar no play.
    .
    Custos baixíssimos e dá a voz aos cidadãos sendo a única censura possível a dos tribunais a posteriori quando demandados por quem se tenha sentido ofendido,injuriado,etc.

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  34. IFIGENIO OBSTRUZO's avatar
    IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    20 Novembro, 2011 11:35

    Conversão Mental ..cada vez mais..e os fins justificam todos os meios…


    TALVEZ EXPLIQUE MUITA COISA…

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  35. IFIGENIO OBSTRUZO's avatar
    IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    20 Novembro, 2011 11:35

    O Asco da Imprensa
    É impossível percorrer uma qualquer gazeta, seja de que dia for, ou de que mês, ou de que ano, sem aí encontrar, em cada linha, os sinais da perversidade humana mais espantosa, ao mesmo tempo que as presunções mais surpreendentes de probidade, de bondade, de caridade, a as afirmações mais descaradas, relativas ao progresso e à civilização.
    Qualquer jornal, da primeira linha à última, não passa de um tecido de horrores. Guerras, crimes, roubos, impudicícias, torturas, crimes dos príncipes, crimes das nações, crimes dos particulares, uma embriaguez de atrocidade universal.
    E é com este repugnante aperitivo que o homem civilizado acompanha a sua refeição de todas as manhãs. Tudo, neste mundo, transpira o crime: o jornal, a muralha e o rosto do homem.
    Não compreendo que uma mão pura possa tocar num jornal sem uma convulsão de asco.

    Charles Baudelaire, in “Diário Íntimo

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  36. IFIGENIO OBSTRUZO's avatar
    IFIGENIO OBSTRUZO permalink
    20 Novembro, 2011 11:36

    E a saída desta crise por mais que custe ouvir talvez tenha de ser esta..
    Um poder só pode ser derrubado por outro poder, e não por um princípio, e nenhum poder capaz de defrontar o dinheiro resta, a não ser este.O dinheiro só é derrubado e abolido pelo sangue. A vida é alfa e ómega, o contínuo fluxo cósmico em forma microcósmica. É o facto de factos no mundo-como-história… Na História é a vida e só a vida – qualidade rácica, o triunfo da vontade-de-poder – e não a vitória de verdades, descobertas ou dinheiro que importa. A história do mundo é o tribunal do mundo, e decidiu sempre a favor da vida mais forte, mais completa e mais confiante em si – decretou-lhe, nomeadamente, o direito de existir, sem querer saber se os seus direitos resistiriam perante um tribunal de consciência despertada. Sacrificou sempre a vontade e a justiça ao poder e à raça e lavrou sentença de morte a homens e povos para os quais a verdade valia, mais do que os feitos e a justiça, mais que a força. E assim o drama de uma alta Cultura – esse maravilhoso mundo de divindades, artes, pensamentos, batalhas e cidades – termina com o regresso dos factos prístinos do eterno sangue que é uma e a mesma coisa que o sempre-envolvente fluxo cósmico…

    Oswald Spengler, in ‘O Declínio do Ocidente’

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  37. IFIGENIO OBSTRUZO's avatar
  38. Trinta e três's avatar
    20 Novembro, 2011 12:24

    Se em Portugal é dificil debater seja o que for, isso deve-se ao facto de nunca se ter criado esse hábito junto da população, antes fugindo, escondendo, usando todos os truques para afastar o cidadão de qualquer coisa que se assemelhe a debate.
    .
    .
    A oposição entre poderes públicos e iniciativa privada, resulta do facto de se saber que iniciativa privada não é sinónimo de livre manifestação de cidadania. Muito pelo contrário. Quanto aos poderes públicos, se é verdade que não têm as mãos limpas, também o é que, ao contrário dos interesses privados, são dispensáveis, pelo menos, de quatro em quatro anos.
    .
    .
    Seria interessante que, num estudo destes, se ultrapassasse o mero “parece-me que”. Na verdade, se o controlo da informação pelo aparelho de estado tem inúmeros exemplos negativos, aguarda-se que alguém prove que os “canais privados” de comunicação têm as mãos limpas.

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  39. Anonimo's avatar
    Anonimo permalink
    20 Novembro, 2011 15:58

    (cont 20.45H)
    .
    É assim A-c, maquiavelicamente, safei a Mendes Gonçalves sem comissão. Para safarem a cara têm da apoiar à borla. OK ?
    .

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  40. Dédé's avatar
    Dédé permalink
    20 Novembro, 2011 17:52

    Acho que se tivessem convidado um grupo de choferes de taxi o resultado não teria sido muito diferente.

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  41. Arlindo da Costa's avatar
    Arlindo da Costa permalink
    20 Novembro, 2011 22:32

    Ou um grupo de bandarilheiros….

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  42. rb's avatar
    21 Novembro, 2011 01:47

    Esse seu texto é uma verdadeira vergonha JMF. O relatório é imbecil. Não tem (ou tem muito poucas) ponta por onde se lhe pegue. Diga-se que o JDuque nunca devia ter sido nomeado para aquilo. E, o senhor JMF, com o passado vergonhoso que teve à frente do jornal Público (vergonhoso, repito, e nunca o esquecerei como sendo a pessoa que me fez perder qualquer confiança naquele jornal que tanto estimava), devia abster-se de tecer comentários sobre comunicação social. O senhor não tem qualquer estatuto para falar sobre o que deve ser ou não deve ser comunicação social.

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  43. neototo's avatar
    neototo permalink
    21 Novembro, 2011 17:26

    “o senhor JMF, com o passado vergonhoso que teve à frente do jornal Público (vergonhoso, repito, e nunca o esquecerei como sendo a pessoa que me fez perder qualquer confiança naquele jornal que tanto estimava), devia abster-se de tecer comentários sobre comunicação social”.

    Homem, nao se enraibe tanto com o probe JMF que ja levou as suas quando os donos do PUBLICO achavam que isso na pitava…

    Culpado quém? Ninguém lhe advirtiu ao JMF57 que ainda que PUBLICO de nome também resultava que o jornal era PRIVADO e que havía continhas a final de ano para repassar. Peanuts.

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  44. jose.gcmonteiro's avatar
    21 Novembro, 2011 18:23

    Relvas é um ministro reles, mas perigoso, e a JMf devia ser retirada a carta de jornalista.

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  45. ani's avatar
    ani permalink
    23 Novembro, 2011 12:57

    “Como contribuinte liquido para a Fazenda estou preocupado que uma instituiçâo publica de ensino como o ISEG seja dirigida pelo sr Duque.”

    Pelas opiniões que tem? Ou pela gestão da instituição?

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