Relativizar a crise

«Alemanha estuda proposta de perdão de 75% da dívida grega.»

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a subida do IVA para 27% na Hungria, é pouco ao lado do que lá se passa com o governo actual, mas os nossos médias são mesmo muito medíocres… o que é realmente importante é escamoteado!…
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a nova constituição húngara, de inspiração nacionalista e de medidas duvidosas:
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http://www.lemonde.fr/europe/article/2012/01/02/la-nouvelle-constitution-hongroise-aux-accents-nationalistes-entre-en-vigueur_1624675_3214.html#ens_id=1276800

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http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO028247.html?page=0

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Nao entendo porque en todo lado se le que a Hungria esta em deriva autoritarista. A Hungria mexeu na lei dos media que de facto e um retrocesso mas que o mais grave que faz é criar uma alta-autoridade para a comunicacao social que tambem existe em Portugal. A interferencia no Banco Central é estupida mas quanto a mim uma medida de ataque/vinganca contra o governador actual que recusa demitir-se e que contribuiu atraves da politica de um Forint e Juros altos para manter os Socialistas no poder. O resultado das politicas do banco Central e da Supervisao Bancaria Hungara é um pais arruinado e sobretudo familias arruinadas com os emprestimos em moeda estrangeira. Quanto ao resto e fora questoes focloricas/pontuais temos mudancas bastante razoaveis: limites ao defices na constituicao; reducao dos apoios às igrejas (o estado apoiava 300 igrejas!!! Nao devia apoiar nenhuma mas passa a apoiar somente 14); reducao do numero de deputados (de 386! passam a 199 – Hungria tem 10M de habitantes) entre outras. Tudo parte do programa eleitoral do FIDESZ.

Aos que gritam Nacionalismo/Autoritarismo há que recordar que foi o Fidesz que acabou com a vergonha da Magyar Garda (um grupo paramilitar) e que se o Fidesz esta a meter pessoas de sua confianca em tudo o que é lado nao esta mais do que a fazer o que os Socialistas fizeram assim que tomaram o poder: Sem esquecer que na Hungria nunca houve purga dos ex-comunistas o que significa que continuam nas maos dos socialistas a Defesa; o Interior e os Espias. Muito mais poder que qualquer controle dos media.

NAO seria aceitavel que um partido a quem 2/3 das pessoas confia uma esperanca nao tenha a coragem de mudar. Que quem tem 2/3 dos votos tem pouca tendencia a ouvir a oposicao e isso vai fazer com que se equivoquem algumas vezes infelizmente tambem passa. A sorte é que num par de anos há outra vez eleicoes e o povo Hungaro estara la para julgar. Até la deixem o homem fazer o trabalho em paz.

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O Daniel não conta a história toda…

Há algumas verdades não contadas como (umas poucas pérolas daqui: http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/12/19/hungarys-constitutional-revolution/ Apesar de haver quem vai criticar a fonte apesar de não deixarem de ser verdade):

O Fidesz conseguiu apenas 53% dos votos nas ultimas eleições, apesar de isso se reflectir em 68% dos lugares parlamentares e conseguir fazer passar leis com 2/3 de maioria. Incluindo passar leis que radicalmente alteraram a constituição. As leis que introduzi foram criticadas pelo mundo democrático, incluindo a UE, os EUA e outras entidades independentes internacionais apoiantes da democracia.
Matou o tribunal constitucional retirando poderes, impossibilitando indivíduos a aceder a ele e aumentando o número de pessoas, apontando os novos lugares pelo governo (o tal que conseguiu apenas 53% dos votos), até ao ponto de alguém dependente do governo apontar que juízes serão retirados e quais são apontados.
Passaram leis para renovar a comissão eleitoral colocando novas pessoas nos lugares. Obviamente seguiram-se os redesenhos dos círculos eleitorais que dão vitórias garantidas ao actual partido em governo (de tal que até ganhariam eleições passadas que perderam)
Pode haver media independentes mas estes estão por debaixo de um novo “regulador” 100% do actual governo que pode, com novas leis, levar qualquer um à bancarrota, também criticado pela UE.
As várias religiões apoiadas curiosamente não é um número igual a 0. Algumas foram escolhidas e outras não, e a selecção não foi com base em número de apoiantes.
Várias leis criticas (orçamento e eleitoral) estão dependentes de 2/3 de maioria (lembram-se, a tal quem nem o Fidesz não tinha), de tal maneira que ou um partido ganha 2/3 (com os novos círculos eleitorais desenhados por pessoas do partido do Fidesz) ou nada muda, incluindo pessoas que foram colocadas em posições chave com colocações de 9 ou até 12 anos! (o exemplo de que o presidente, que é do Fidesz, pode convocar eleições até as medidas decididas por quem foi decidido pelo Fidesz, e que so pode ser elegido com 2/3 de maioria, serem aceites pelo parlamento) é um bom exemplo…)

Tudo num país que vai implementar um flat tax, diminuir impostos em empresas, aumentar impostos sobre empresas externas… até ao ponto de leis que têm 2/3 do apoio no parlamento não têm sequer de ser discutidas no parlamento (passam logo sem debate). Entre nacionalizações, obrigações que impossiblitam o mercado.. uma maravilha! (e vê-se na economia húngara que está uma maravilha, deve ser dos especuladores)

Mas para algumas pessoas justifica-se com “os outros também colocaram pessoas” e “houve um/uns grupos de extremistas que não apoiaram”.

Nem é preciso que deixem o homem trabalhar que claramente o partido que teve 53% dos votos está a fazer bem os trabalhos. Houve outros ditadores que também ganharam eleições democráticas …

Tenho pena dos húngaros, que estão perto de sofrer um evento histórico que muito lhes vai custar. Mais um quero eu dizer…

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Caro Daniel Marques
Peço-lhe que ignore o meu comentário anterior (Posted 2 Janeiro, 2012 at 21:08) pois foi decorrente de uma leitura apressada e consequente má interpretação do seu post de 2 Janeiro, 2012 at 20:58 .
As minhas desculpas.

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