O caso da Jerónimo Martins e um país de pernas para o ar
Quando uma família com muitas gerações de investimento na economia portuguesa (a Jerónimo Martins existe desde 1792), como a família Soares dos Santos, decide mudar a sede da sua holding para a Holanda há duas formas de reagir. A primeira é tão pavloviana como este país: insulta-se a família por, alega-se, não estar a “mostrar solidariedade” e apela-se a todos os mecanismos da inveja que alimentam o desgraçado ego nacional. A segunda é a de tentar perceber o que é que Holanda (que não é propriamente um país de selvagens) tem que Portugal não tem. É esta segunda que me interessa, mas já irei à primeira.
Pelo que foi possível perceber do movimento da família Soares dos Santos ele não se destinou a obter vantagens fiscais: no caso da sua SGPS o que pagarão na Holanda é o mesmo que em Portugal, ou seja, nada. No entanto Portugal, ao contrário da Holanda, não é um país conhecido pela estabilidade das suas regras fiscais, razão por que quem deseja planear investimentos a médio prazo prefira, naturalmente, Amesterdão a Lisboa. Basta recordar que o regime das SGPS esteve em dúvida durante quase todo o último ano.
Mas a Jerónimo Martins teve outras razões para este movimento. Primeiro que tudo, a necessidade de se financiar, algo que se está a tornar muito difícil em Portugal, sobretudo para quem investirá 800 milhões de euros em 2012 (400 milhões na Colômbia, 300 milhões na Polónia e apenas 100 milhões em Portugal). Isto significa que a deslocalização para a Holanda não só não implicará qualquer fuga de capitais, antes numa reforçada capacidade de captar na banca internacional os financiamentos necessários, inclusivamente financiamentos para investir em Portugal. O dinheiro vai entrar, não vai sair.
A Jerónimo Martins, ao contrário do que sugeriram políticos da esquerda à direita, continuará a pagar os seus impostos em Portugal, a começar pelo IRC das empresas que actuam em Portugal. Os membros individuais da família também continuarão a pagar o mesmo IRS que pagavam sobre os dividendos que vierem a receber (Portugal perderá é uma parte da colecta pois a Holanda cobrará uma taxa a deduzir ao imposto pago em Lisboa).
Com esta decisão a família Soares dos Santos reforça a sua capacidade de investimento e, portanto, reforça a sua capacidade não só para continuar a pagar os salários de dezenas de milhar de trabalhadores, como para continuar a investir. O que é a primeira responsabilidade moral e social de qualquer empresário. Politicamente está a ser vítima de um país de pernas para o ar, um país distraído a recriminar os investidores e que se mostra incapaz de perceber que os seus problemas começam na sua falta de competitividade. É que é por a Holanda ter leis mais estáveis, mais bem feitas e mais favoráveis à captação de investimentos externos que todas as principais empresas cotadas lá têm operações. Portugal devia preocupar-se era em tentar ser como a Holanda, mas desde o século XVI que está a perder essa corrida. Quem quiser perceber porquê pode começar por visitar a sinagoga portuguesa de Amesterdão.
PS. Declaração de interesses: em 2011 colaborei com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, criada pela família Soares dos Santos, lá tendo publicado um livro e dirigido a revista anual “XXI-Ter Opinião”. Neste país de virgens pudicas ter-me-ia sido mais confortável ficar calado, mas nunca fui capaz de silenciar as minhas opiniões. Acho até que tenho o dever de não o fazer. Nem ficaria bem com a minha consciência.
Público, 6 Janeiro 2011
Quer-me parecer que o jmf está a tirar o curso de marçano, na loja do sr.Santos,
também conhecido por merceeiro, ou espera, se não recebe já, algum benefício!
Não é a circulação de capitais que está em causa é, antes, o rebentar do verniz do
tal sr. que, por não ter um despacho favorável do anterior Governo sobre uma
diferênça de opinião com o fisco e ter perdido no S.T.Administrativo, desatou a
atacar um Governo e um P.Ministro democráticamente eleitos, se tivesse sido
atendido estaríamos na paz dos anjos!!!
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Ignorantes e de uma estreita e estúpida mesquinhez, estamos condenados a ser ” o povo do caldo da portaria do convento” ( vénia a VPV ).
Encontramo-nos pior, muito pior , que os Bourbons : esquecemos tudo, ou quase… mas não aprendemos nada.
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nada a opor e nada de estranhar, estes senhores e os senhores da modis já enviam diariamente para a holanda o fecho de caixa cheio de dinheiro vivo retirado das economias locais de cada localidade portuguesa para depois o “tratarem” durante dois ou três meses até que o “produtor local”, QUE TÃO HIPÓCRITAMENTE DEFENDEM, e que lhes forneceu os produtos ao preço que estes senhores concertaram para depois venderam com 100% de lucro, veja algum do dinheiro que lhe pertence.
Estes são os verdadeiros responsáveis pela destruição do tecido produtivo e das economias locais do nosso país. Defende-los é defender o afundamento do país, acabar com o monopólio destes senhores é o caminho para um país mais justo.
Ler relatório da troika.
foram para a holanda? fizeram bem. não voltem.
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Quando se lê alguns comentários, a conclusão é:
Ainda há muitos cretinos em Portugal
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Este país não tem emenda. Começam a faltar-me adjectivos para tamanha estupidez. Este vociferar contra a JM por esta razão é apenas mais um episódio.
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O J.Madeira ilustra na perfeição este post:
– com o anterior governo Soares dos Santos teve uma série de problemas com as regras fiscais em Portugal;
– criticou o governo e o PM ;
– percebe-se que o J.Madeira realça o “democraticamente eleito” esperando que isso mostre o desplante de alguém criticar um governo “democraticamente eleito”;
– depois da confusão e tendo em vista novos investimentos, Soares dos Santos muda-se para a Holanda;
– obviamente, como diz o J.Madeira, se as condições por cá fossem outras não teria havido problemas; aliás, se por cá as condições fossem outras talvez não estivessem tantas empresas portuguesas lá fora nem o país estivesse neste estado lastimável.
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Insulta-se, que os diques não resistam e a prazo o mar do norte tome o que é seu, lhe pertence, que fui eu ver por curiosity, simplement, ver a média temperatura da holanda aonde foi o soares dos santos e diz isto, mes amis, que emjaneiro ronda os 4º média e mínima os -2º, somente, à vista do que me ocorreu, lá deixem os holandeses, quantos para vão e mais esse tal de santos .
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E o que nos vale são as sabenças blasfemas que por aqui passam a assegurar a inteligência .
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Bons tempos,
enquanto hoje tudo se entende
entre parcerias de lojas
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Mas quê?
também paulo teixeira pinto
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=530155
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Não se percebe qual é a indignação. Estranheza é o facto de quando a CGD e a PT fizeram o mesmo, não me apercebi de qualquer indignação. A única diferença é que à Jerónimo Martins, a imprensa resolveu por na agenda mediática. Nas outras situações isto não aconteceu e, pelo facto de serem as empresas que são, seria mais compreensível este ruído. O problema é que a JM não controla o lobby da comunicação social e a máfia maçonica que se infiltrou em todos os alícerces deste pobre país. Como é que se pode construir, o que quer que seja, sobre alícerces podres corrompidos pela degradação moral em nome de um progressismo que só a alguns serviu e serve. Não existe futuro para este país doente e nas mãos de gangsters.
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O Sr. do primeiro comentário que recorre ao insulto directo devia ser interdito de escrever neste BLOG.
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Afinal até o líder parlamentar do CDS , “até tu Brutos”.
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Mas que enfado. Então eu não posso fazer o que quero aos meus bens ainda por cima havendo “livre circulação se capitais”?
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Os meus antepassados estiveram na Conquista de Ormuz, eu não estou a reinvidicar nenhum estatuto especial para mim e para a minha Família, que não é menos portuguesa e patriota do que esse fariseu dos negócios!
Esse Sr. Alexandre é um bom poltrão. Se é milionário, muito disso deve ele aos portugueses e aos seus trabalhadores.
Não foi esse Sr. que fez montes de entrevistas falando mal do Dr. Santana Lopes – quando este era 1º Ministro?
E não foi este Sr. que chamou mentiroso ao saudoso ex-PM, Sr. Engº Sócrates?
Ainda bem que este não desceu ao nível do tasqueiro…
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Excelente texto de JMF.
na verdade, a contestação insultuosa a ASS, além de pavloviana, é pacóvia e provinciana.
os contestatários preferem ver uma empresa tuga q emprega milhares largos de portugueses cheia de problemas…resultantes das iníquas leis fiscais luasas…do que verem essa empresa a crescer e desenvolver-se…desenvolvendo tb portugal.
dos esquerdóides, q só querem a fome e miséria para o povo, não admira
ver pessoas ditas de direita enredadas na contestação parola…é que é de espantar.
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Palavras do fiscalista Tiago Caiado Guerreiro:
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Porra.
Ainda andam a falar dessa merda?
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A esquerda portuguesa é mesmo patética. Senão, vejamos:
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– desbaratam o ouro português e depois, em pobreza, clamam que é a herança do fascismo.
– duplicam a dívida do país e depois, em pobreza, dizem que a culpa é do cavaquismo.
– têm as leis laborais mais inflexíveis do mundo, em 130º lugar entre 150 países, mas quando a economia não cresce, a culpa é dos empresários broncos portugueses
– tributam duas vezes o mesmo rendimento e quando os empresários broncos portugueses se vão embora, é porque estes não são solidários.
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É mesmo bronca a esquerda portuguesa.
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« É que é »; «Portugal devia preocupar-se era em»-
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E depois aconselha a kipha…
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Que tal começar por aprender a escrever português?
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As contradições da esquerda (e não só): os grandes empresários são uns parasitas, malfeitores, exploradores e por aí fora. Em resumo, gente que não devíamos querer por perto. Só não entendo porque ficam tão abespinhados quando um deles resolve emigrar.
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E essa de dizer que a explicação da nossa falência se entende pela sinagoga portuguesa de Amsterdão é do mais cretino e imbecil que se podia dizer.
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Caso este erudito não saiba; a sinagoga ficou cheia dos mesmos que se piraram para o Brasil e por lá se esqueceram que eram portugueses, preferindo dedicarem-se ao tráfico de escravos.
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Depois passaram-se para a Companhia das Índias e deram em holandeses.
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E sim, usavam kipah- eram marranos.
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“Caso este erudito não saiba; a sinagoga..”
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e que tal dois pontos em vez do ponto e vírgula? Mesmo burra, depois vem dar aos outros conselhos sobre português. Quanto mais sobre história!
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http://economico.sapo.pt/noticias/jeronimo-martins-fisco-investiga-venda-a-holanda_135314.html
Título:
“Jerónimo Martins: fisco INVESTIGA venda à Holanda ”
Notícia:
“a autoridade tributária e aduaneira está a ANALISAR os aspectos fiscais que rodeiam a operação”
É óbvio que o objectivo do título da notícia é dar uma ideia de suspeita de ilegalidade e fuga ao fisco da operação.
Este tipo de jornalismo é muito FRACO!
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E há comentários e comentadores que seguem o rasto desse jornalismo: fracos, fraquíssimos. E mal-educados. Realmente a inveja faz falar barbaridades! Excelente texto José Manuel Fernandes!
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A esquerda vive em aldeias Kijong-dong
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Parabéns, JMF! Ainda vai havendo na nossa pobre comunicação social quem os tenha no sítio…
E não ligues às bestas “cumentadeiras” que por aqui proliferam. Mande-as à me***, que é onde pertencem.
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JMF considera que “pagar os salários de dezenas de milhar de trabalhadores, como para continuar a investir. O que é a primeira responsabilidade moral e social de qualquer empresário”
pelo menos há mais do que o LUCRO como única responsabilidade social como alguns terroristas têm defendido por aqui nos ultimos posts.
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Vamos trabalhar, que já são horas.” Frase muito triste, se dita por Passos após o debate na AR. O Parlamento merece mais respeito do PM.
esse cretino merece umas bengaladas democratas!
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O Passos Coelho, trabalhar?
Ele que mandriou toda a sua vida?!!!!
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É interessante ver a Direita a dizer: “A culpa não é do indivíduo, tadinho! A culpa é da má, má sociedade!”
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Aqui no PD estavam a dar uns panfletos a explicar a situação.
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Finalmente, consegue escrever um artigo digno de ser elogiado!
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ehehe
Censura. Apagaram-me um comentário.
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não existem Judeus Portuguese!!! existem sim, Judeus Israelitas que vivem em Portugal, designa-los como portugueses é um abuso de linguagem…
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Zé Carlos,
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Onde é que o Zé Carlos e a sua família fazem as compras?
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Se for num hipermercado, supermercado ou qualquer coisa acima de minimercado, saiba que pode sempre votar com a carteira e deixar-se de lérias.
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Portugueses à mercê de quem muito bem calhar
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1. Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés (etc), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização.
Agora, em produtos de primeira necessidade – que implicam um investimento inicial de muitos milhões – só a CONCORRÊNCIA de empresas públicas é que permitirá combater eficazmente a cartelização [leia-se roubalheira] privada.
{um exemplo: veja-se a roubalheira do preço da gasolina}
2. Com a entrega de produtos de primeira de necessidade (ex: energia, água, etc) a privados… e com estes a venderem a quem muito bem calhar (e a pirarem-se para um outro lado qualquer)… os portugueses ficarão à mercê de quem muito bem calhar.
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Tenha cuidado, Tric que a censura está atenta.
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Sabe como é. Vivemos 500 anos de trevas e só agora se pode retomar o capitalismo da ganância- como defendem estes onzeneiros ex-marxistas-leninistas.
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Por isso é que me censuraram o comentário com o link para a entrevista ao Soares dos Santos, em 62
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grande Zazie! obrigado pela sua luta contra branqueamentos!
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Pouco a pouco vamos corrigindo o erro do afonso henriques e vamos ficando todos menos portugueses, e ainda bem, afinal não prestamos mesmo.
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O problema não é o sr.Santos ter posto o dinheiro na Holanda .
O problema não é a Holanda ter um regime fiscal mais favoravel .
O problema é como conseguir que Portugal tenha um regime fiscal favoravel . E isso é que não vai ser facil . Lembram-se da Irlanda ? A chatagem que a alemanha e a frança fizeram para acabar com a taxa unica de imposto e de IVA baixo?
Não se muda o regime fiscal no seio da UE com facilidade. trata-se de materia complexa que os outros paises não aceitaram ver as suas empresas instalarem-se em Portugal !
A margem de manobra é muito reduzida.
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