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Histórias de boys

10 Março, 2012
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Ontem escrevi o seguinte no Público:

Duas administrações de duas empresas públicas que não foram substituídas pelo actual governo – a da Parque Escolar e da estrada de Portugal – resolveram entrar, esta semana, no debate público, como que a recordar-nos a sua fidelidade ao anterior governo. Quando há gestores públicos que se comportam desta forma dão, infelizmente, razão aos que acham que, quando muda um governo, devem mudar as clientelas. É que não basta um governo não querer nomear boys, também é preciso que quem está a gerir as empresas públicas não se comporte como um boy. Que lástima.

Ao fim do dia uma destas administrações já tinha caído: Administração da Parque Escolar demitiu-se. Não sem ao mesmo tempo se conhecerem múltiplos e variados desvarios dos anos em que valia tudo, porventura até arrancar olhos.

Ao que parece a outra administração também não deverá durar muito. Mas se no caso da Parque Escolar só se espera que a empresa tenha por destino a dissolução, mais difícil será fazer desaparecer a Estradas de Portugal, pelo que o Governo tem uma boa oportunidade de demonstrar que é possível não nomear boys idênticos aos que lá estavam mas de outra côr. Aguardemos.

 

14 comentários leave one →
  1. eirinhas's avatar
    10 Março, 2012 10:14

    Eu encontro-me baralhado com o que se escreve acerca deste assunto.Gostava de ser esclarecido,mas não aparece,da parte do governo,um esclarecimento de quem andou bem ou mal nesta situação.
    O que ficou na minha cabeça,porventura mal,é que o governo teria nesta situação um procedimento muito parecido com a questão do carnaval,isto é,decisões indevidamente ponderadas.Determina o pagamento na ponte n o mês de Agosto mas não acautela a arrecadação do dinheiro.Como quem tinha as estruturas era a luso-ponte,logicamente,fez a cobrança.
    Ora,constou-me que a EP tomou posição no sentido haver um acerto de contas,coisa que não acolheu junto de quem de direito?
    Queiram esclarecer-nos.

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  2. Portela Menos 1's avatar
    Portela Menos 1 permalink
    10 Março, 2012 10:53

    por acaso Lusoponte é um bom exemplo de boa gestão do bloco central…
    há coisas dos governos de direita que jmf nem deveria lembrar o pessoal.

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  3. pedro's avatar
    pedro permalink
    10 Março, 2012 10:58

    J.M.F. : concordo consigo . Mas , agora que o sr Presidente parece que acordou e para não repetir os mesmos erros que fez na legislatura anterior ,principalmente, não ter dissolvido a Assembleia, desejo que este governo não começe a parecer o socrates, e caso a porcaria continuar a mesma ,o mesmo presidente não se deve inibir de mandar este governo para o caixote de lixo da história! Acredito num Cavaco renascido.J.M.F. ,não se põem questões políticas ,em causa está a nossa viabilidade com protectorado vigiado ,porque com estado independente, já fomos! A coisa não está fácil para o governo , nõa preciso dos indicadores económicos , pois ,começou a funcionar muito uma economia de guerra, baseada na troca informal , na dádiva e na não facturação.

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  4. silva's avatar
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    10 Março, 2012 11:08

    O DESPEDIMENTO COLETIVO DO CASINO ESTORIL COM LUCROS E DESPEDE SELVATICAMENTE COM AJUDA DE ESTADO.

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  5. J.Silva's avatar
    J.Silva permalink
    10 Março, 2012 11:17

    E, mais uma vez, ninguém é preso…

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  6. JP Ribeiro's avatar
    JP Ribeiro permalink
    10 Março, 2012 11:19

    Só o facto do governo andar a reboque das decisões desses “gestores” publicos, aceitando a sua demissão em vez de a impor, demonstra a fraqueza e falta de coragem do mesmo, que nem é capaz de dar o exemplo daquilo que prega.

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  7. Fredo's avatar
    Fredo permalink
    10 Março, 2012 11:55

    aceitando a sua demissão em vez de a impor, demonstra a fraqueza e falta de coragem

    Muito bem, é isso mesmo. Pelo contrário, o governo demonstra uma enorme força e coragem ao cortar nas pensões de reforma aos temíveis reformados.

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  8. esmeralda's avatar
    esmeralda permalink
    10 Março, 2012 12:09

    Já tenho o seu livro! Obrigada por o ter escrito! Tou lendo. Depois comento! Mas já vai dando para estar sempre a aprender.
    Sabe que a propósito destes últimos “efervescentes debates” que Cavaco tem provocado, admira-me (ou talvez não!) que ainda alguém apareça a defender Sócrates. Eu gostava de o ver “traduzido” em profundidade por um psicólogo insuspeito e de renome, porque o homem tem uma falha qualquer que andou a pôr ao serviço da sua vaidade e da dos seus acólitos! Toda a gente sabia, ou devia saber, que Cavaco “andava a deixar andar”! O que lamento bastante. Mas também lamento que se tivesse “deixado andar” Vitor Constâncio, que está a ganhar bem graças à sua inteligência e valor (!) e, sobretudo, lamento que Teixeira dos Santos não se tenha imposto ou batido com a porta. Viu-se nitidamente, a certa altura, que estava a perder carácter, a ser subjugado e a aceitar isso. Foi tudo muito lamentável! Agora, pagamos!!!!

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  9. Rui's avatar
    Rui permalink
    10 Março, 2012 12:22

    Pensei que já tinham limpo a casa toda. Faltavam estes.

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  10. JDGF's avatar
    JDGF permalink
    10 Março, 2012 13:31

    A “trapalhada” que o 1º. Ministro teceu na Assembleia da Republica sobre os 4 milhões resultantes do pagamento de portagens na ponte 25 de Abril em Agosto não poderá ser imputada à administração das Estradas de Portugal. Deverá procurar as razões no seu “inner circle” (que começa a claudicar) . A “bagunçada” é estranha à necessidade de nomear uma nova gestão para a empresa. Já deveria ter sido feita em devido tempo (quando a demissão de Almerindo Marques no fim do ciclo socratista – Março de 2011 – deixou a empresa à deriva).
    Confundir estas duas situações para amenizar injustificáveis erros não é uma boa metodologia de governação (pelo menos quanto à clarividência – para não falar em transparência).

    Por outro, a situação política que “justificou” a criação da Parque Escolar não se encaixa (programaticamente) no novo ciclo governativo em desenvolvimento. Quando se suspenderam grandes investimentos públicos (por exemplo a prossecução de novos Hospitais em PPP’s) tornou-se incompreensível a razão pela qual não se “congelou” a prossecução de actividades da Parque Escolar que possuia em carteira amplos projectos de investimento público (consevação, ampliação e consrtrução de infraestuturas escolares).
    Passaram-se 8 meses! Aqui houve desleixo (que é uma palavra pouco política mas bem portuguesa…) e muita imprevidência.

    Não aprecio histórias com substratos morais ocultos mas destes lamentáveis episódios não poderão ser tiradas ilações do tipo: “temos de meter lá os boys para isto funcionar…”. Como parece que foi a ilação que tirou o grupo parlamentar do PSD.
    Já temos maturidade e experiência suficientes para sabermos que a “colonização partidária do aparelho de Estado” só pode dar piores resultados… como o futuro demonstrará. Tem sido sempre assim. Mais do mesmo, NÃO!

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  11. simil's avatar
    simil permalink
    10 Março, 2012 14:41

    Eh, parece que chateados uns e outros boys dessas empresas querem significar a este governo e ao País que não precisam de roubar mais e já lhes chega quanto levaram ao tempo do máfio mor, hoje em Paris, a ser filósofo, mas bem montado ainda por cá. E eu nunca votei xuxa nem democrata, ambos bons para assar, mas a xuxaria não tem vergonha e fica para a história, já o diz o presidente nas suas palavras sábias, se falam somente a verdade que diz que esse sócas e cambada deviam é estar já na cadeia .

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  12. esmeralda's avatar
    esmeralda permalink
    10 Março, 2012 15:13

    Mais uma coisinha que li no Jornal de Negócios! “existe apenas um bem, o saber; e um mal, a ignorância.” dizia Sócrates. (o outro). Ora aí está o que nos tramou!

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  13. Costa Cabral's avatar
    Costa Cabral permalink
    10 Março, 2012 19:17

    É verdade, toda a gente sabe que os boys do PSD estão inquietinhos para tomar conta de todas as empresas e institutos públicos.
    é por isso que todos os dias aparecem notícias de desvios e outras tretas!
    Business as usual!

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  14. e-ko's avatar
    e-ko permalink
    12 Março, 2012 13:49

    Nuno Crato fez uma apreciação totalmente fantasiosa e desonesta ao desempenho da Parque Escolar, a comunicação social não foi verificar, não fez o mínimo que se pede: verificação, já que investigação é coisa que dá muito trabalho; ver o relatório da auditoria da IGF:

    Click to access conclusoes.pdf

    .
    Mas chegou, finalmente, o relatório da auditoria à Parque Escolar pedido pelo governo e elaborado pela Inspeção Geral de Finanças (IGF). As primeiras informações dadas por Nuno Crato à Assembleia da República, e repetidas acriticamente pela comunicação social, foram estas: “houve uma subida de custos muito grande”. E precisou: a derrapagem de custo por escola intervencionada seria de 447%. Número brutal que Crato garantia estar no relatório. Mas uma mentira descarada que nos esclarece sobre a relação muito livre que este matemático parece ter com os números. Fosse um teste, e chumbava clamorosamente. Assim como os jornais que compraram os fantasiosos números como verdade indiscutível.
    .
    Quando finalmente tivemos acesso ao relatório o desvio era, afinal, de 66% de investimento por escola (está, preto no branco, no relatório em causa) que, segundo a IGF, “foi essencialmente devido ao aumento de área de construção por escola”. O investimento médio por aluno aumentou 9,4% e o investimento médio por m2 aumentou 3,1% em relação ao inicialmente previsto (à frente se verá de onde vem então aumento da área de construção).
    .
    A derrapagem de custos das obras em relação ao valor contratado variou, nas escolas analisadas pela IGF, entre os 0,6% e os 6,7%. Em termos globais, os custos foram 70% superiores à estimativa de 2008. Caso todas as 332 escolas previstas fossem renovadas, mantendo exatamente os mesmos procedimentos, o desvio seria de 84%. Estimativa que a Parque Escolar contestou, por considerar, e parece-me que bem, se meramente teórica. Seja como for, tudo isto está a léguas dos 447% de que falou Nuno Crato, julgando que ninguém se daria ao trabalho de ler o relatório.

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