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A grande asneira dos eurocratas (e não só)

18 Maio, 2012
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Foi terem recusado liminarmente o referendo que Papandreou se propunha fazer na Grécia em Novembro passado para validar o 2º pacote da Troika. Com grande probabilidade, o eleitorado grego aceitá-lo-ia e daria o inerente acordo à continuação no euro. Meio ano passado, após uma crise política e um terramoto eleitoral na Grécia, vem Ângela Merkel sugerir um referendo ao euro.

Consultar e respeitar a decisão dos eleitorados para cada novo “aprofundamento europeu” teria porventura evitado muitas crises. Verdadeiro ou falso, este é um estigma do qual os eurocratas jamais se libertarão.

P.S.: Entretanto, como é habitual, já veio um porta-voz garantir que é só fumaça

7 comentários leave one →
  1. rami's avatar
    rami permalink
    18 Maio, 2012 20:07

    e se dissessem que não LR, continuaria a ser tão legitimo quanto o Sim?

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  2. Lionheart's avatar
    Lionheart permalink
    18 Maio, 2012 20:22

    A Grécia nao podia ter a iniciativa de convocar o referendo, tanto que caiu o Carmo e a Trindade quando Papandreou o propôs, tendo sido obrigado a desistir da ideia, quaisquer que fossem as suas intenções. Mas por vontade da Alemanha tem de se fazer o referendo? E seu o governo grego nao o quiser? Reles, muito reles.

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  3. Trinta e três's avatar
    18 Maio, 2012 20:24

    A proposta de Merkel não passa de uma manobra manhosa para pressionar. Ela sabe perfeitamente que o “Bloco” grego defende a manutenção no euro e que o mesmo é pretendido pela maioria da população. O que poem em causa é o plano que está a ser aplicado. No entanto, ela quer criar um ambiente de incerteza e de medo, porque uma vitória Syriza, mais do que consequências económicas, terá consequências políticas: será o primeiro país do espaço da UE a libertar-se da fatalidade dos chamados “partidos do arco do poder” (bem cínica, esta designação). Aliás, basta ler as declarações deste senhor (http://economia.publico.pt/Noticia/a-europa-estuda-o-cenario-de-fracasso-da-grecia-1546681) para percebermos que a tática está delineada. A confirmarem-se as sondagens, tentar-se-á lançar o pânico que levem… a uma “terceira volta” eleitoral. Depois, caso vença de novo um partido do “arco”, a Alemanha vota favoravelmente a suavização dos prazos do acordo, misturada com meia-dúzia de proposta made in François Hollande. Ao fim e ao cabo, o fundamental daquilo que o Syriza tem defendido… E chegamos a este paradoxo: a direita governante joga na manutenção de privilégios; a esquerda anunciada como radical, defende medidas para por o mercado a funcionar. Incrível!

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  4. Eduardo F.'s avatar
    18 Maio, 2012 22:34

    Será de supor que o referendo a realizar seja daquele tipo dos que são sucessivamente repetidos até que se produzam os resultados “certos”.

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  5. J.J.Pereira's avatar
    J.J.Pereira permalink
    18 Maio, 2012 22:42

    Já se sabia que “isto” , perdão, que “aquilo” ia estoirar – (ainda) não se sabe exactamente é como…
    E o estoiro ficou definido em Nov. de1989 – e confirmado em Nov.2008…
    Entretanto vamo-nos (vão-nos) entretendo com jogos de “Monopólio”…

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  6. Fernando S's avatar
    Fernando S permalink
    18 Maio, 2012 22:53

    Em Novembro, as sondagens mostravam que uma larga maioria dos gregos, embora desejasse uma moderação das medidas de austeridade previstas pelo plano de ajuda da troika, não desejava sair do Euro nem considerava necessaria a realização de um referendo a este respeito.
    Entretanto, passou-se muita coisa, mas a situação não mudou muito quanto à permanencia no Euro, à revisão do plano de austeridade, e ao referendo.
    O que mudou foi sobretudo a apreciação que os gregos fazem da capacidade politica dos diferentes partidos no sentido de impor à troika uma renogociação das condições do plano de ajuda.
    As ultimas eleições revelaram uma grande divisão do eleitorado.
    Sondagens recentes dão a ideia de que um numero maior de gregos acredita que o partido da esquerda radical, o Syriza, poderia conseguir este objectivo.
    Mas não é de excluir que os avisos vindos de fora, nomeadamente da Alemanha, de que os gregos teem de optar entre permanecer no Euro com o plano existente ou sair pura e simplesmente, possam alterar de novo a correlação de forças eleitoral a favor dos partidos tradicionais, sobretudo a Nova Democracia.
    Inchala !!

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  7. André Miguel's avatar
    19 Maio, 2012 11:08

    Serei só eu a pensar que esta gente anda a jogar tipo “bola para a frente e fé em Deus”?

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